Raízes no Rio Pardo

Mauro de Almeida Pereira, autor de “Os Almeidas, os Britos e os Netos em Leopoldina”, foi quem direcionou meus passos para Argirita mesmo sem que ele próprio soubesse de nossa ligação com o antigo Curato do Senhor Bom Jesus do Rio Pardo.

Desde o lançamento de seu livro em 1966 e até alguns meses antes de sua morte em junho de 2001, o Mauro foi meu principal interlocutor. No início era dele que eu ouvia as principais referências que serviram de base para estabelecer minha estratégia de buscas. Nos últimos anos ele foi o ouvinte atento, sempre vibrando com cada nova descoberta.

Pois bem! Pesquisando a genealogia dos Almeidas o Mauro descobriu que a avó materna dele era filha de Carolina Rosa, de quem se dizia ser parente do Alféres José Joaquim da Silva Xavier. Durante muitos anos ele acreditou que o parentesco viria através da mãe de Carolina Rosa. Mas, ao tempo em que pesquisava ativamente, era ainda mais difícil encontrar documentos probatórios das lendas familiares. Além disso, ele confiou nas informações publicadas por Artur Vieira de Rezende e Silva em “Genealogia Mineira”, acreditando que ali foram listados todos os parentes do Tiradentes que viveram em nossa região. Somente na década de 80 apresentei ao Mauro uma hipótese que justificasse a memória familiar. Ele achou válida e passamos a buscar provas documentais para defendê-la.

Tal hipótese transferia para a ascendência paterna de Carolina Rosa o parentesco com Tiradentes e acrescentava um sobrenome ao que já conhecíamos como sendo o terceiro-avô materno do Mauro. Compulsando diversas fontes, encontrei em “Velhos Troncos Mineiros” do Cônego Raimundo Trindade, a afirmação de que o personagem que eu acreditava ser pai de Carolina Rosa foi filho único e faleceu em 1845, na Fazenda Campo Limpo, em Leopoldina. Infelizmente nós ficamos com a publicação do Cônego Trindade e não mais procuramos documentos em Leopoldina, após constatarmos que não existia o inventário do personagem em questão e tampouco de seus pais.

Já na década de 90 consegui acesso ao Arquivo da Prefeitura Municipal de Leopoldina e, para nossa surpresa, constatamos que a informação do Cônego Trindade não procedia. Encontrei o pai e o avô de Carolina Rosa como eleitores do Curato de Bom Jesus do Rio Pardo em 1862!

A partir daí foi fácil reordenar os dados colhidos em diversos documentos e demonstrar minha hipótese. Para tanto voltei a pesquisar todos os documentos possíveis sobre Argirita. O resumo desta busca foi publicado sobre o título Pioneiros Esquecidos, há cerca de um ano. O conjunto das pesquisas permitiu compor um estudo da história de Argirita. Futuramente poderão ser acrescentados outros dados já que ainda existe a hipótese dos pais de Carolina terem sido primos por parte de pai e, a se confirmar, alguns textos sofrerão modificação.

§         Antonio Felisberto da Silva Gonçalves, nascido a 2 janeiro 1804 em São João d’El Rei, MG; faleceu entre  1865 e 1868 em Argirita ou Aventureiro.  Era filho de Felisberto Gonçalves Silva e Ana Bernarda da Silveira. Antonio Felisberto casou-se com Francisca de Paula de São José, nascida por volta de 1815 provavelmente em Baependi, MG.

§    De Antonio Felisberto e Francisca de Paula encontramos apenas a filha Carolina Rosa de São José, nascida por volta de 1831 em território do então Distrito de Bom Jesus do Rio Pardo. Carolina casou-se com Francisco de Paula Pereira Pinto, filho de Carlos Pereira Pinto e Francisca Augusta. Do casal Carolina Rosa e Francisco de Paula Pereira Pinto descende o Mauro de Almeira Pereira e muitos outros usuários do sobrenome Almeida em Leopoldina e cidades vizinhas.

§         Felisberto Gonçalves Silva nasceu em São Sebastião do Rio Abaixo e faleceu em 1863 em Argirita, MG.  Era filho de Domingos Gonçalves de Carvalho e Maria Vitória de Jesus Xavier.  Felisberto casou-se com Ana Bernarda da Silveira no dia 29 setembro 1802 em São Tiago, Ibituruna, São José del Rei, MG.

§         Ana Bernarda da Silveira nasceu em 1789 em São João d’El Rei, filha de Bernardo José Gomes da Silva Flores e Joaquina Bernarda da Silveira.

§         Domingos Gonçalves de Carvalho, nascido por volta de 1740 em São João de Arneja, Bastos, Portugal, era filho de Antonio Gonçalves e Maria Mendes.  Domingos casou-se com Maria Vitória de Jesus Xavier em 1 outubro 1759 na Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Prados, MG.

§         Maria Vitória de Jesus Xavier, nascida por volta de 1742 em São João d’El Rei, MG, era filha de Domingos da Silva Santos e Antonia da Encarnação Xavier.

§         Bernardo José Gomes da Silva Flores, nascido em San Thiago de Lobam, Porto, Portugal, era filho de Manoel Gomes da Silva e Maria Rosa de Jesus.  Bernardo casou-se com Joaquina Bernarda da Silveira no dia 26 agosto de 1787 em São João del Rei, MG.

§         Joaquina Bernarda da Silveira, nascida por volta de 1770 em São João d’El Rei, MG, era filha de Anastácio José de Souza e Maxima Jesuina da Silveira.

As divisas do distrito da Piedade

O distrito da Piedade, atual Piacatuba, teve os seus primeiros limites fixados em 10 de outubro de 1851 pela Lei nr. 533 que criou o distrito:

Art. 5 – O novo Distrito de Nossa Senhora da Piedade do Município do Mar de Hespanha, divide com o do Feijão Cru pelas águas vertentes do Ribeirão da Samambaia, e córrego do Nery; dali em direção às Laranjeiras e à fazenda de João Pedro de Souza no Rio Pomba; por este acima à fazenda do Capitão David; e dali em direção à Serra da Pedra Branca, atravessando o Ribeirão do Pires, até alcançar a fazenda da Graminha, compreendidas as vertentes do Rio Novo; e com o distrito do Rio Novo, divide pela maneira seguinte: ficam pertencendo ao novo Distrito de Nossa Senhora da Piedade as vertentes do Ribeirão da Independência, desde a sua foz no Rio Pardo até a Serra da Parapetinga, e da Barra do mesmo Ribeirão, Rio Pardo acima, ficam compreendidas as fazendas de D. Antônia Maria da Luz, Francisco Tavares e Francisco Mendes da Silva.

No estudo acima, a área em laranja corresponde ao distrito da Piedade em 1851 e a área em cinza não lhe pertencia. A área azul na parte inferior era do distrito do Senhor Bom Jesus do Rio Pardo, hoje Argirita. A linha azul pele centro e à direita do mapa mostra a atual divisa do distrito com Tebas ao sul, a sede do município de Leopoldina a leste e Cataguases a norte-nordeste, demonstrando a área que Piacatuba perdeu entre a criação do distrito e as divisas atuais. Conforme verificado na imagem, a linha divisória sofreu algumas alterações, ora aumentando, ora diminuindo a área do distrito.

Será sempre oportuno buscar novos documentos que possam esclarecer, exatamente, quais eram os limites entre os distritos da Piedade, Rio Pardo e Monte Alegre. Especificamente sobre o Distrito do Rio Pardo (Argirita), sabemos que ele se limitava, pela serra Dourada e vertentes do rio Angu, com o Distrito de Madre de Deus do Angu (Angustura); com o então Curato do Espírito Santo (Guarará), pela serra da Prata e vertentes do ribeirão de mesmo nome; pelas vertentes do rio São João, com São João Nepomuceno e, partindo da serra de Santa Rita, seguia o córrego de São Bento até encontrar, novamente, a serra Dourada, também chamada de serra da Boa Vista.

Lei 1198 de 9 de agosto de 1864

A lei 2027 de 1º de dezembro de 1873 aborda os limites distritais e indica, como pertencentes ao Distrito de Nossa Senhora da Piedade, as fazendas Graminha, a de Manoel Antônio Dutra e a de José Maria Gonçalves Coelho, que marcavam os limites com São João Nepomuceno.

Ainda nesta lei de 1873, encontramos a primeira menção a Francisco de Paiva Campos como freguês da Piedade, sendo ali esclarecido que, até então, sua fazenda pertencia ao Distrito de Dores do Monte Alegre.

Dois anos depois, com a criação da Vila de Cataguases em novembro de 1875, foram retirados do território de Piacatuba, os terrenos da margem esquerda do rio Novo, na parte que hoje pertence a Dona Eusébia. No entanto, na jurisdição eclesiástica, aqueles terrenos continuaram com a Igreja de Nossa Senhora da Piedade.

Em 1880, nova lei vinha tratar dos limites entre Piacatuba e Cataguases. Agora estabelecendo que, do ponto do Rio Novo, onde é a atual divisa entre Itamarati, Cataguases e Dona Eusébia, seguindo pelo córrego Pirapetinga e até encontrar a foz do Rio Pardo, todos os terrenos ao norte ficariam pertencendo a Cataguases. Mas, esta ainda não seria a divisão definitiva. Em setembro do ano seguinte, o trecho compreendido entre a serra da Pedra Branca, em Astolfo Dutra, e o rio Novo, passaria também para Cataguases. Desta forma, as fazendas de João Antônio de Araújo Porto e de José Henriques da Mata, deixaram de pertencer à Piedade. Pouco depois, em outubro de 1882, foi a vez de passarem para Cataguases as fazendas de David Alves Ferreira e Pedro Antônio Furtado de Mendonça. Finalmente, em 1884, nova transferência acrescenta a Cataguases a fazenda de Cândido da Silva Ladeira.

Lei nr 2700 de 30 de novembro de 1880

Em virtude de tantas alterações dos limites entre Cataguases e a Piedade, até hoje continuam a ser mal informados os leitores de jornais e livros publicados na própria região. Especialmente no que se refere ao Museu da Eletricidade, é comum ler que a Usina Maurício está localizada naquele município. Acreditamos que caiba ao morador de Piacatuba, assim como a todos aqueles que amam este belo distrito, lutarem para que seja preservada adequadamente a sua história.

Foi no ano de 1880, com a criação do distrito de Santo Antônio de Tebas, no lugar antes denominado Aplicação de Monte Alegre, que começaram as modificações nos limites da Piedade pelo sudoeste. Ali, num primeiro momento, passaram para o novo distrito as fazendas de Francisco José Barbosa de Miranda, Francisco Paulino Ramos e Francisco Xavier Augusto. Na outra margem do rio Pardo, continuaram, na Piedade, as fazendas de Manoel Ferreira de Souza, Francisco Antônio Nogueira, Eleotério Gonçalves Pereira e João Paulino Barbosa.

Dois anos depois, com a elevação de Tebas a Freguesia, em 1882, passou a contar, em seu território, com as seguintes fazendas desmembradas da Piedade: Valverdes, Manoel Lopes de Carvalho, Rafael Teixeira, Pedro José de Novaes, Francisco Antônio Nogueira da Gama, Francisco Paulino Dias de Oliveira, Luiz José Gonzaga de Gouvêa, Paulo José Ribeiro e Joaquim Rodrigues da Silva.

Este texto foi atualizado em novembro de 2023.

Primeiros Moradores de Providência

Este estudo sobre os primeiros moradores do distrito de Providência foi inicialmente publicado em 2001, com o título de Primeiros Moradores do Quarto Quarteirão do Feijão Cru, no site do Arquivo Histórico de Além Paraíba, seção destinada ao Centro de Pesquisas Sertões do Leste – CEPESLE. Posteriormente obtivemos muitas outras informações que complementam e corrigem o apurado até aquele momento. Parte delas foi incorporada a esta revisão de 2012. Recomendamos fortemente que sejam consultadas outras matérias disponíveis neste site.

A historiografia local ainda não dedicou maior atenção ao início do povoamento de nossa região. Querem alguns que a data inicial seja a da concessão das sesmarias. Oras, é sabido que muitas vezes a Carta de Sesmaria era passada após a ocupação. Em outros casos o beneficiado com as terras nelas instalou prepostos e só veio a ocupá-las muitos anos depois. Sendo assim, ao lado do levantamento das Sesmarias concedidas, analisamos outros documentos que pudessem nos dar uma idéia de quais teriam sido as primeiras famílias a habitarem o local. Temos certeza de que nosso estudo não está completo. Provavelmente ainda encontraremos outros indícios que venham a modificar nossa atual posição.

No momento temos indicações de que as terras hoje ocupadas pelo distrito de Providência, bem como uma parte de Abaíba, durante muito tempo reunidas no chamado Quarto Quarteirão, receberam o habitante livre nos anos de 1820. No decorrer da década, ali se instalaram pelo menos três famílias que eram chefiadas por Bernardo José Gonçalves Montes. Joaquim Cezário de Almeida e Romão Pinheiro Corrêa de Lacerda.

Optamos por falar da proto história de Providência através das mais antigas famílias encontradas em seu território, indicando-as em ordem alfabética de sobrenome e separadas por períodos de efetiva moradia.

ALMEIDA RAMOS

O primeiro estudioso desta família, e também um dos maiores pesquisadores da história de Leopoldina, foi Mauro de Almeida Pereira. Em 1966 publicou o livro Os Almeidas, os Britos e os Netos em Leopoldina, obra de referência para quantos se interessam pelo levantamento dos povoadores da cidade, com versão digital disponível neste site. Como seguidores do Mauro Almeida, falecido a 21 de junho de 2001, apresentamos o desenvolvimento dos estudos por ele iniciados sobre o casal Manoel Antônio de Almeida e Rita Esméria de Jesus. Esclarecemos que o povoador Manoel Antônio de Almeida, citado como Comendador em diversas obras, era filho de Antônio de Almeida Ramos, donde provém o sobrenome composto.

Joaquim Cezário de Almeida  nasceu em 1804 em Santana do Garambéu, MG, filho de Inácio José do Bem e de Antônia Maria de Almeida, irmã de Manoel Antônio de Almeida acima citado. Acompanhou o tio na mudança para as terras do Feijão Cru, estabelecendo-se no território depois denominado Quarto Quarteirão. Estava recém casado com sua prima Luciana Esméria de Almeida, filha do mesmo Manoel Antônio de Almeida.

Joaquim Cezário formou a Fazenda do Tesouro, cuja localização merece comentários mais detalhados. Divisava por um lado com as terras de Bernardo José Gonçalves Montes e por outro com as de José Ferreira Brito e Francisco José de Freitas Lima, estes localizados entre Abaíba e Conceição da Boa Vista. Ao sul divisava com terras posteriormente ocupadas por Manoel José Monteiro de Castro e Antônio Augusto Monteiro de Barros Galvão de São Martinho.

Em 1851, ao ser criado o Curato de Nossa Senhora da Conceição da Boa Vista, Joaquim Cezário aparece como proprietário na divisa daquele distrito. O que nos levou a concluir que suas terras ficassem no território hoje pertencente a Abaíba. No entanto encontramos documentos da Câmara Municipal de Rio Pomba em que se faz referência ao Tesouro do Feijão Cru como tendo sido o nome de Leopoldina entre 1831 e 1834. Pela leitura de vários documentos, passamos a suspeitar que a Fazenda do Tesouro era mais próxima das nascentes do Feijão Cru pequeno, onde se estabeleceu Manoel Antônio de Almeida, tio e sogro de Joaquim Cezário. Nesta hipótese, Joaquim Cezário teria ocupado terras limítrofes à atual sede do distrito de Providência. O que seria confirmado através da análise de batismos e casamentos de seus descendentes.

Joaquim Cezário de Almeida faleceu a 18 Março 1855. Sua esposa Luciana Esméria permaneceu na Fazenda do Tesouro, onde faleceu a 1 Março 1864. Dos filhos do casal, encontramos vinculados a Providência ao final do século dezenove apenas o primeiro e a quarta filha.

– João Basílio de Almeida casou-se com Augusta Leopoldina Rezende Martins e faleceu a 15 Dezembro 1882 deixando viúva e 12 filhos na Fazenda Alto da Cachoeira. Sua descendência está descrita entre os Gonçalves Montes, já que sua esposa foi a nona filha de Bernardo José Gonçalves Montes. Nas Eleições realizadas em setembro de 1868, João Basílio foi um dos eleitores ausentes, provavelmente em solidariedade a tantos que discordaram do direcionamento que estava sendo dado ao município.

– Maria Cezária de Almeida casou-se com seu primo João Ferreira de Almeida, filho de João Rodrigues Ferreira Brito e Messias Esméria de Almeida, sendo neto materno de Manoel Antônio de Almeida e paterno de Bento Rodrigues Gomes. Ou seja, o casal descendia dos troncos povoadores de Leopoldina. A Fazenda de Maria Cezária e João ficava ao sul da estrada que ligava Abaíba a Leopoldina, na margem direita do Ribeirão São Lourenço, território que pertenceu ao distrito de Providência.

GONÇALVES MONTES

Bernardo José Gonçalves Montes nasceu em Prados, entre 1780 e 1788. Filho de José Gonçalves Montes, português, e de Rosa Felícia de Jesus, natural de Prados. Neto paterno de Maria Luisa do Monte e Pedro Gonçalves Poça, nascido a 20 de outubro de 1675. Por este era bisneto de Maria Dias e João Gonçalves da Poça, nascido a 29 de junho de 1657 na Freguesia da Alheira, Orago de Santa Marinha, Concelho de Barcelos, Braga, Portugal. A avó paterna, Maria Luisa do Monte, era filha de Estêvão Luis e Maria Domingues.

Por parte de mãe, Bernardo José era neto de Bernardo Rodrigues Dantas, nascido a 17 de agosto de 1694 em Santa Maria de Sá, Concelho Ponte de Lima, Viana do Castelo, Portugal e falecido em Prados a 1º de março de 1773. A ascendência de Bernardo Rodrigues Dantas é bem conhecida entre os estudiosos. Era filho de Pascoal Rodrigues, nascido a 17 de junho de 1678 e Paula Rodrigues, nascida a 7 de setembro de 1683. Pascoal era filho de João Fernandes e Esperança, ambos naturais do Concelho de Ponte de Lima. Paula era filha de Antônio Fernandes Souto e Maria Rodrigues, naturais do mesmo Concelho, e irmã de Ana Joana da Conceição, que em 1799 casou-se, em Santana do Garambéu, com José Francisco Machado.

A avó materna, Catarina de Assunção Xavier, é ainda mais conhecida. Nascida a 25 de dezembro de 1719 em São José del Rei, atual Tiradentes, casou-se a 9 de abril de 1736 no mesmo lugar e faleceu em Prados a 29 de dezembro de 1802. Era filha de Domingos Xavier Fernandes, nascido a 26 de agosto de 1683 no Famalicão, Braga, Portugal, por ele neta de Domingos Rodrigues e Catarina Fernandes. A mãe de Catarina, Maria de Oliveira Colaça, era filha de Antônio de Oliveira Setúbal e Isabel de Oliveira Colaça.

Por este casal, poderemos prosseguir até o século dezesseis, através de genealogias publicadas por diversos estudiosos, incluindo-se o renomado Silva Leme e nosso conterrâneo Pedro Wilson Carrano de Albuquerque. Observe-se que a avó materna de Bernardo José Gonçalves Montes era irmã de Antônia da Encarnação Xavier, mãe do Alferes José Joaquim da Silva Xavier.

Dos irmãos de Bernardo José, encontramos os nomes de Antônio Rodrigues Dantas, Maria Rosa Montes e Severino José Montes. Não pesquisamos a descendência desses irmãos. Mas, acreditamos que Severino possa ser ancestral de outros antigos moradores do Feijão Cru. Da mesma forma supomos que o tio paterno João Gonçalves Montes, casado com Paula Maria de Assunção, possa ser ancestral de leopoldinenses que aqui chegaram muito tempo depois do início do povoamento.

Dos tios pelo lado materno encontramos numerosas ligações familiares não só em Providência como em todo o município de Leopoldina. Tanto através de sobrinhos do Alferes Tiradentes, como também por filhos de Bernardo Rodrigues Dantas e Catarina de Assunção Xavier que podem ser, entre outros, ancestrais da família Vale tão numerosa em Leopoldina.

Casou-se Bernardo José com Maria Antonia de Jesus, também natural de Prados. O pai de Maria Antônia, Antônio Francisco Teixeira Coelho, recebeu uma sesmaria a 28 de março de 1818. Não sabemos se chegou a ocupá-la. O que sabemos é que a sesmaria foi o dote de casamento da filha, por volta de 1824. Analisando batismos e casamentos de filhos e netos de Bernardo José e Maria Antônia, concluímos que logo após o casamento eles vieram habitar as terras do Feijão Cru.

Entre 1824 e 1850, Bernardo José trocou parte de suas terras por outras e também comprou as terras de Feliciano Rodrigues Moreira, outro pioneiro do Quarto Quarteirão. O casal tronco dos Gonçalves Montes residiu na Fazenda do Sossego e seus filhos ocuparam outras propriedades da margem direita do Córrego de São Lourenço. Bernardo José Gonçalves Montes faleceu em 1861, deixando vasta descendência.

Abrimos um parenteses para mencionar um dos mais antigos moradores do Feijão Cru, cuja família não será aqui estudada por não ter estado localizada no território de Providência. Antônio Rodrigues Gomes (filho), batizado em Santa Rita de Ibitipoca-MG a 5 Junho 1786, transferiu-se para nossa região na mesma época em que Bernardo veio aqui residir. A 20 Abril 1829 comprou parte de uma sesmaria que tinha sido doada aos Lacerda. Ali formou a Fazenda do Córrego do Moinho.

Filhos do casal pioneiro, todos nascidos no Quarto Quarteirão do Feijão Cru:

i. Antonio Rodrigues Montes, casado com Maria Gabriela Moreira.

ii. Bernardo Rodrigues de Rezende Montes, casado com Ana Ignacia de Almeida, radicou-se em Chiador-MG.

iii. Maria Rodrigues Montes.

iv. Ana Antônia de Jesus, casada pela primeira vez com José Antônio de Almeida Ramos e segunda vez com Domingos Marques de Oliveira.

v. Joaquina Cândida de Jesus, casada com Manoel José Pereira da Silva.

vi. João Rodrigues de Rezende Montes, casado com Deolinda Clara de Valadão.

vii. Manoel José de Rezende Montes, casado a primeira vez com Maria Antônia de Jesus e a segunda vez com Maria Rosa da Silveira.

viii. Claudina Celestina de Jesus, casada com João Francisco Pereira.

ix. Augusta Leopoldina Rezende Martins, casada a primeira vez com João Basílio de Almeida e a segunda vez com Bernardo Rodrigues Ferreira Gomes.

x. José de Resende Montes, casado com Tereza Joaquina de Jesus.

xi. Maria Umbelina da Anunciação, casada primeira vez com Francisco Rodrigues Gomes de Almeida e a segunda vez com José Marinho de Freitas.

xii. Inacia Presceliana de Rezende Montes, casada a primeira vez com Antônio Carlos de Oliveira e a segunda vez com José de Rezende Montes.

xiii. Zeferino José de Resende Montes, casado com Ignes Luiza da Silva.

xiv. Rita Firmina Montes.

xv. Querino de Resende Montes, casado a primeira vez com Julia Ferreira de Rezende e a segunda vez com Vitalina da Penha Cabral.

Consta que houve mais um filho: Francisco de Sales Montes casado com Ana Umbelina de Moraes. No entanto, analisando nascimentos e casamentos de descendentes de Francisco e Ana Umbelina, concluímos que as datas tornam incompatível a filiação.

Como dissemos anteriormente, ao formarem suas próprias famílias os filhos de Bernardo José e Maria Antônia ocuparam terras nas margens do Corrego São Lourenço. Ao final do século dezenove, por ocasião da criação dos distritos de Providência e Abaíba, encontramos referências a muitos descendentes deste pioneiro residindo naquela região.

PINHEIRO CORRÊA DE LACERDA

A Família Pinheiro Corrêa de Lacerda tem sido objeto de estudo de vários pesquisadores, já que as duas primeiras sesmarias a citarem o nome “Feijão Cru” foram concedidas a dois de seus membros: Fernando Afonso e Jerônimo Pinheiro Corrêa de Lacerda beneficiados com duas sesmarias em outubro de 1817. Por conta disso, muitos são os que acreditam terem sido eles os primeiros habitantes livres do território onde nasceu Leopoldina. Esta não é nossa opinião, formada a partir da análise dos mais antigos documentos que pudemos encontrar sobre a história de Leopoldina. E que se aproxima da opinião de antigos articulistas da história local, segundo os quais os Lacerda foram grandes desbravadores da zona da mata através de um método peculiar: obtinham as sesmarias e as vendiam no todo ou em parte aos habitantes da região de Santa Rita de Ibitipoca.

Irmão de Fernando Afonso e Jerônimo, Álvaro Pinheiro Corrêa de Lacerda foi batizado a 22 Julho 1755 em Bom Jardim. Casou-se na Matriz de Nossa Senhora da Piedade da Borda do Campo (Barbacena), a 23 Fevereiro 1797 com Ângela Maria do Livramento, filha de Manoel Francisco Braga e Tereza Maria de Jesus. Ângela vivia em território do Feijão Cru em 1831, já viúva. Filhos do primeiro casamento de seu marido também já estavam por aqui: Ana de Souza, Francisco Pinheiro Corrêa de Lacerda e Romão Pinheiro Corrêa de Lacerda.

Dos cinco filhos que pudemos localizar em Leopoldina, somente de um temos informações sobre ligação com o território de Providência: Romão Pinheiro Corrêa de Lacerda. Lembrando que sua irmã Ana foi casada com Bernardo José da Fonseca, citado em diversos estudos da história de Leopoldina, Romão é o personagem que nos remete às terras localizadas no então chamado Pirapetinguinha, ou pequeno braço do Pirapetinga. Querem alguns que Romão tenha sido encarregado pelos Monteiro de Barros para a formação de fazendas naquela região. De fato pudemos comprovar que os Monteiro de Barros só vieram ocupar aquelas terras mais tarde. Mas, antes disso Romão já estava residindo em sua Fazenda da Memória, cujo nome permanece apenas na ponte existente na estrada de Providência para Leopoldina. A fazenda limitava-se com terras posteriormente ocupadas por José Augusto Monteiro de Barros e foi sucessivamente dividida e vendida. Dentre os compradores, localizamos Antônio Prudente de Almeida adquirente entre 1838 e 1841.

A Fazenda da Memória foi comprada por Romão a Manoel Gomes de Oliveira. Citado como Major Manoel Gomes, este primeiro proprietário teria sido um militar que atuou na investida contra o Descoberto do Macuco, no famoso episódio de caça ao Mão de Luva. Fato ocorrido entre 1784 e 1786. É corrente entre historiadores atuais que membros da diligência comandada por Pedro Afonso Galvão de São Martinho, após cumprida a missão para a qual foi destacada, demoraram-se pelos então chamados “Sertões do Leste”, requerendo e obtendo sesmarias onde se fixaram com suas famílias.

Um outro aspecto que ressalta dos documentos é a ocupação efetiva das sesmarias doadas aos Monteiro de Barros. Conforme diversos autores já levaram ao conhecimento público, a família Monteiro de Barros recebeu doação de 14 sesmarias dentro do território onde se formou Leopoldina. Estas doações ocorreram em março de 1818, seis meses após as doações aos Pinheiro Corrêa de Lacerda e no mesmo mês da doação ao sogro de Bernardo José Gonçalves Montes. Fizemos um levantamento das sesmarias concedidas no entorno do Feijão Cru e concluímos que os Pinheiro Corrêa de Lacerda não foram os primeiros beneficiários. Entre 1812 e 1813 foram doadas diversas sesmarias na margem direita do Rio Pomba, algumas delas localizadas em território dos atuais municípios de São João Nepomuceno, Argirita, Santo Antônio do Aventureiro e Além Paraíba. Parece-nos, pois, que a margem direita do Pirapentiguinha teria sido ocupada pelo homem livre a partir de 1812.

Talvez, e aqui vai uma das hipóteses que vimos avaliando, talvez os Pinheiro Corrêa de Lacerda tenham seguido o caminho que estava sendo ocupado pelos sesmeiros e aí descoberto a extensa faixa de terra ao sul do Rio Pomba que ainda não estava ocupada. Voltando ao centro da Província, requereram suas sesmarias, no que foram acompanhados pelos demais povoadores.

Para concluir, lembramos que em 1826 Romão Pinheiro Corrêa de Lacerda ainda vivia em Valença. A primeira referência que dele encontramos em território de Leopoldina é no ano de 1831, morador recenseado no Quarto Quarteirão, solteiro, com 4 escravos.

De seu casamentos com Ana Severino encontramos o filho:

i. Américo Antônio de Castro Lacerda, nascido por volta de 1839, foi pai de Alberto Gama de Castro Lacerda (1867), Joaquim Gama de Castro Lacerda (1887) e Américo de Castro Lacerda (1871).

Do segundo casamento de Romão Pinheiro Corrêa de Lacerda, com Maria de Nazareth Pereira, localizamos os filhos: [Atualizado em julho de 2014]

ii. José Romão Corrêa de Lacerda casou-se com Luiza Augusta Tavares com quem teve os filhos Guiomar (1879), Adélia (1880), Olívia (1881), Amélia (1882), Maria José (1884), João (1886), Luiza (1887), Valdemar (1889), Sofia (1891), Osmar (1898) e Romão (1902), todos nascidos em Providência.

iii. Lucas Tavares de Lacerda nascido por volta de 1850, estudou no Caraça entre 1860 e 1862.

iv. Romão Augusto Corrêa de Lacerda, nascido por volta de 1853.

v. Heliodora, nascida a 7 Janeiro 1858, que se casou com Felix Martins Ferreira e de quem tratamos em outros estudos sobre a sede municipal.

vi. Sophia, nascida a 9 Maio 1860.

vii. Luiz Antônio Corrêa de Lacerda, nascido a 12 Abril 1863. Em 1877 estava matriculado no Colégio Caraça. Casou-se a 16 Fevereiro 1884 com Isabel Maria de Lacerda Werneck, filha de Luiz Peixoto de Lacerda Werneck e Isabel Augusta. Foram pais de Mario (1889), Maria Nazareth (1902) e Maria da Glória (1904). Luiz Antônio foi um dos fundadores do Centro Espírita Beneficiente em Leopoldina, no ano de 1904.


SEGUNDO MOMENTO: 1831 A 1838

Chegamos ao período em que a ocupação da margem direita do Rio Pomba tornou-se mais intensa, demonstrando a necessidade da criação de novos distritos na Freguesia de São Manoel do Pomba (Rio Pomba). Por falta de documentação, os historiadores registram apenas a criação de Nossa Senhora das Mercês do Cágado (Mar de Espanha) e São José do Além Paraíba (Além Paraíba) em julho de 1832. Mas, após leitura atenta do excelente livro de Sinval Santiago – Município de Rio Pomba Síntese Histórica, decidimos por uma releitura de documentos e normas da época, concluindo que o distrito do Tesouro do Feijão Cru pode ter sido criado na mesma data.

Sabemos que foi criado durante a vigência do Decreto Imperial de 11 setembro 1830, que delegava às Câmaras Municipais a criação de distritos em seu território. Este Decreto foi revogado pela Carta de Lei Provincial Mineira de 12 agosto 1834, voltando a prerrogativa para a alçada do Presidente da Província. O arquivo de Rio Pomba relativo à época foi destruído por um incêndio.

Sendo assim, resta-nos como primeiro documento o Mapa de Habitantes de 1838, no qual nos baseamos para identificar as famílias aqui residentes. Nesta segunda etapa da ocupação do território de Providência prosseguiremos considerando o Quarto Quarteirão como um todo, com a ressalva de que as divisões distritais do final do século dezenove modificaram sensivelmente a área abrangida sob tal denominação.

Encontramos mais 22 famílias, parte delas já completamente identificada. Iniciaremos pela citação das que não pudemos confrontar com outros registros, impedindo sua localização no espaço territorial.

O primeiro grupo é constituído pelas famílias de Forros que no conjunto dos moradores do Quarto Quarteirão representam 17,57% do total. Indicaremos a idade informada no Mapa, nome do cônjuge, número de filhos e de escravos. É possível que muitos tenham vivido fora dos limites do atual distrito de Providência. Foram eles:

– Alberto José, 30 anos, a esposa Joaquina, 3 filhos;

– Ana Maria, 20 anos, viúva com 3 filhos;

– Feliciano Roiz, 60 anos, a esposa Eva Pereira, 7 filhos e 1 escravo;

– Francisco Pereira, 40 anos, a esposa Maria Claudina, 3 filhos, 1 escravo.

– Manoel Gonçalves, 22 anos, a esposa Isabel Cândida, com 2 escravos;

– Maria Joana, 60 anos, viúva com 2 filhos;

O segundo grupo é formado por famílias que teriam vivido em Conceição da Boa Vista.

– Antônio Bernardes da Rocha, 41 anos, a esposa Maria Luiza, 9 filhos;

– Domiciano Lemos, 44 anos, a esposa Maria Inácia, 1 filha e 1 escravo;

– Francisco Antônio Dias, 24 anos, a esposa Ana Rosa, 1 filho, 1 escravo;

– João Antônio de Oliveira, 55 anos, a esposa Antonia, 3 filhos, 7 escravos;

– Joaquim Marques, 45 anos, a esposa Francisca Clara, 4 filhos, 2 agregadas;

– José Antônio, 20 anos, a esposa Maria;

– José Joaquim Siqueira, 40 anos, a esposa Francisca Maria, 1 filha;

– Manoel Francisco, 30 anos, a esposa Maria Rita, 4 escravos.

O terceiro grupo é constituído por 7 famílias cujos descendentes permaneciam vinculados a Providência no final do século dezenove. Foram chefes destas famílias, por ordem alfabética de sobrenome: Francisco José de Almeida Ramos, José Zeferiro de Almeida Ramos, Antônio José de Avelar Menezes, Querino Ribeiro de Avelar Menezes, José Joaquim Cordeiro, Anastácio Francisco de Oliveira, e Antônio José Monteiro de Barros.

Falar dos Almeida Ramos seria repetir em parte o que foi dito no início deste trabalho. Os Avelar Menezes misturam-se profundamente aos Monteiro de Barros, muito bem descritos na obra fundamental sobre esta família: Família Monteiro de Barros, de Frederico de Barros Brotero.

Resta-nos, pois, nos determos em algumas informações básicas sobre os dois patriarcas que nos parecem ainda pouco conhecidos: José Joaquim Cordeiro e Anastácio Francisco de Oliveira.

CORDEIRO

Joaquim José Cordeiro nasceu em 1808 ou 1809 e casou-se antes de 1838 com Ana Flausina. Antes do casamento, vivia em companhia dos pais, estabelecidos no Primeiro Quarteirão. Era o segundo filho de José Joaquim Cordeiro e Florinda de Jesus. Seus irmãos: José Joaquim, Antônio Joaquim, João, Gertrudes, Ana, Mariana, Manoel e Pedro.

O filho mais velho, homônimo do pai, nasceu por volta de 1805 e casou-se com Teresa Rosa de Jesus antes de 1842. O terceiro filho, Antônio Joaquim, nasceu em 1814 ou 1815 e casou-se com Maria Emerenciana, dez anos mais nova do que ele.

Esta é uma das famílias que precisa ser melhor estudada. Os mais remotos documentos encontrados informam que eram pretos forros e que o chefe da família era lavrador, alfabetizado. Nos documentos posteriores não nos foi possível identificá-los. Temos notícia apenas do terceiro filho, Antônio Joaquim Cordeiro, citado como ausente na Assembléia para Eleição de Juizes de Paz e Vereadores em setembro de 1872.

OLIVEIRA

Anastácio Francisco de Oliveira nasceu por volta de 1788. Casou-se com Maria Vidal de Souza e faleceu em Leopoldina antes de 1856. Em 1838 possuía 3 escravos. Em 1843 contava com um agregado nos trabalhos de sua propriedade. Estamos falando de Joaquim Lourenço que, casado com Rita Silvéria, fazia parte do grupo familiar de Anastácio Francisco de Oliveira.

No Registro de Terras de 1856 a viúva Maria Vidal aparece como proprietária de 850 alqueires de “planta de milho” no lugar chamado “Saudade”, em comum com seus filhos e genros. Vizinhos: Romão Pinheiro Corrêa de Lacerda, Antonio P. Almeida, Antonio Carlos da Silva, Pedro T…, Manoel José Monteiro de Castro, Bernardo José Gonçalves Montes e José Zeferino de Almeida. A declaração foi assinada por seu filho Manoel, por ser analfabeta a mãe.

Filhos de Anastácio e Maria Vidal:

1 – Joaquina Umbelina

2 – Francisco Miguel

3 – Joaquim Francisco Vital, casado com Ana Joaquina, pais de Manoel (nascido 17.04.1880)

4 – Manoel Francisco de Gouvêa, casado com Ana Francisca de Sales, filha de Francisco de Sales Montes e Ana Umbelina de Moraes. Pais de Antonio, nascido 30.01.1856

5 – José Antonio

6 – João Eleotério de Gouvêa casado com Maria da Glória Ferreira. Pais de Mariana Flausina Ferreira que se casou com Manoel José de Oliveira a 07.05.1881 e de Maria Vidal Ferreira que se casou com José Amaro Neto na mesma data.

7 – Maria Anastácia

8 – Antonio Francisco

9 – Anastácio

____________________

FONTES UTILIZADAS

Arquivo da Câmara Municipal de Leopoldina, MG – livros diversos, século XIX

Arquivo do Forum de Leopoldina, MG – processos de variada natureza, século XIX

Arquivo Paroquial: Igreja Madre de Deus do Angu, Angustura, Além Paraíba, MG – livros de batismos, casamentos e óbitos, século XIX

Arquivo Paroquial de Leopoldina, MG – livros de batismos e casamentos de 1851 a 1924.

Arquivo Paroquial de São João del Rei, MG – livros de batismos, casamentos e óbitos, séculos XVIII e XIX

Arquivo Público Mineiro, Belo Horizonte, MG - Mapas de Habitantes, Registros de Terras, Cartas de Sesmarias, séculos XVIII e XIX

Cartório de Notas de Angustura, MG – livros de compra e venda de bens de raiz, século XIX

Cartório de Notas, Leopoldina, MG – século XIX

Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais, Angustura, Além Paraíba, MG – nascimentos, casamentos e óbitos, 1888 a 1920

Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais, Leopoldina, MG – nascimentos, casamentos e óbitos, 1888 a 1920

Cemitério Nossa Senhora do Carmo, Leopoldina,, MG – livros de registro de sepultamentos, 1880 a 1920

Museu Regional de São João del Rei, inventários e testamentos dos séculos XVIII e XIX

Sesquicentenário de Piacatuba 1851 – 2001

O patrimônio para a capela de Nossa Senhora da Piedade foi doado, por escritura de 23 de agosto de 1844, pelo capitão Domingos de Oliveira Alves. Até então, haviam sido criadas as seguintes capelas nas proximidades: 1811 – São João Nepomuceno; 1816 – Santo Antônio do Porto Alegre do Ubá (Astolfo Dutra); 1824 – Santíssima Trindade do Descoberto; 1828 – Santa Rita da Meia Pataca (Cataguases); 1831 – São Sebastião do Feijão Cru (Leopoldina); 1839 – Senhor Bom Jesus do Rio Pardo (Argirita).

Matriz de Nossa Senhora da Piedade, distrito de Piacatuba, Leopoldina, MG. Século XIX.

É necessário observar que, antes da existência de uma capela devidamente instituída canonicamente, os moradores de determinado povoado estavam sempre vinculados à capela que freqüentassem, já que os atos da vida civil eram realizados sob o controle e fiscalização da Igreja. Assim, embora encontremos referências a fatos anteriores à criação da Capela de Nossa Senhora da Piedade, não podemos falar na existência do Curato, até então.

A primeira capela de Piacatuba foi construída por volta de 1845. E a lei número 533, de 10 de outubro de 1851, trata da elevação do Distrito de Nossa Senhora da Piedade, pertencente ao município de Mar de Espanha. Isso significa que, nos meses anteriores à promulgação desta lei, foi indicado um Padre para trabalhar no novo distrito e autorizada a abertura dos livros fiscais de batismos, casamentos e óbitos. Portanto, a data oficial de criação de Piacatuba é o ano de 1851.

Quem eram os moradores do antigo Curato de Nossa Senhora da Piedade? Quem foram os desbravadores das matas aqui existentes?

Para responder estas questões é necessário lembrar que, até a metade do século dezoito, a área então conhecida como “sertões do leste” estava vedada à entrada do colonizador, como uma das medidas para impedir o extravio do ouro. Com a queda da mineração, iniciou-se uma grande migração em busca de outras atividades produtivas. Já que o centro da província estava intensamente povoado começou a haver um movimento, de início ainda tímido, em direção aos “sertões do leste”. No caso da região vizinha a Piacatuba isto resultou na criação da Freguesia do Mártir São Manuel do Rio da Pomba e Peixe dos Índios Croatos e Cropós. A 25 de dezembro de 1767, o Padre Manoel de Jesus Maria celebrou a primeira missa na atual cidade de Rio Pomba.

Alguns anos depois, com o aumento da navegação pelo Rio Paraíba do Sul, houve necessidade de instalar um posto de fiscalização em suas margens. Em torno de um destes postos, localizado onde hoje é o município de Além Paraíba, aos poucos formou-se um povoado. No dia 25 de agosto de 1811 o alféres Maximiano Pereira de Souza fez a escolha do terreno para a Igreja de São José do Paraíba, perto dos terrenos do Padre Miguel Antônio de Paiva. Por esta época, também, foi construída a Capela de Nossa Senhora das Mercês do Cágado (Mar de Espanha).

Desta forma, podemos observar que o colonizador vinha se instalando ao norte e ao sul de Piacatuba desde meados do século dezoito. No final daquele século, bem como no início dos anos novecentos, foram inúmeras as sesmarias concedidas na região.

Entre 1800 e 1831, grande número de moradores da região próxima a Barbacena deslocou-se para as proximidades do Rio Novo. Enquanto parte deles seguiu o percurso deste rio, à procura de um sítio onde instalar-se, outro grupo veio encontrá-los descendo pelo Rio Pomba. Assim, quando foi realizada a contagem de habitantes em 1831, em 70 das 142 residências de São José do Paraíba constavam nomes de moradores do local que viria a formar o território de Leopoldina e Piacatuba.

Nos anos seguintes, o afluxo continuou crescendo. Em 1838, no mapa de habitantes da Freguesia de São Sebastião do Feijão Cru, contaram-se 135 residências. Um terço delas de moradores do futuro Curato de Nossa Senhora da Piedade.

Baseando-nos ainda nas Contagens de Habitantes, não podemos deixar de mencionar a que foi realizada na Santíssima Trindade do Descoberto, em 1839. Especialmente nos quarteirões então chamados Estiva e Arraial, onde foram registradas 94 residências, identificamos, em 10% delas, nomes ligados à história de Piacatuba.

Assim, podemos concluir que o Curato de Nossa Senhora da Piedade foi se formando ao longo de mais de vinte anos. Com a nobre atitude do capitão Domingos Alves de Oliveira, doando o terreno para a construção da Capela, foi possível à comunidade requerer a competente instalação canônica. Os motivos para a demora de quase sete anos, entre a doação e a instalação, podem ter sua origem na divisão eclesiástica da época. Porque, embora território da província de Minas Gerais, pertenceram ao Bispado do Rio de Janeiro as seguintes igrejas: Nossa Senhora das Mercês do Cágado (Mar de Espanha), Divino Espírito Santo (Maripá), Madre de Deus do Angú (Angustura), Santo Antônio do Aventureiro (Aventureiro), São Sebastião do Feijão Cru (Leopoldina), Nossa Senhora da Piedade (Piacatuba), Nossa Senhora da Conceição da Boa Vista (Recreio) e São José do Paraíba (Além Paraíba).

No dia 20 de abril de 1851, quando o Padre Francisco Ferreira Monteiro realizou o primeiro batismo na Igreja de Nossa Senhora da Piedade, deu-se início à história oficial de Piacatuba.

Uma viagem imaginária a Piacatuba

Crônica de José Luiz Machado Rodrigues publicada no jornal comemorativo do sesquicentenário do antigo distrito de Nossa Senhora da Piedade.

 

Piacatuba, distrito de Leopoldina, MG

Este ano comemoram-se os 150 anos de criação do distrito de Piacatuba. Os Fajardos, que têm sua origem ali, assinalaram a data com um bloco carnavalesco formado pela família, que desfilou pelas ruas de Leopoldina espalhando alegria e animação.

De nossa parte, pacatos filhos do bairro da Onça, optamos por comemorar a data percorrendo, numa viagem imaginária, as estradas do distrito, para abraçar amigos, rever lugares e curtir saudades. Tomamos nossa fantasia dos tempos da roça, arreamos o cavalo, enchemos o bornal cáqui com as mais gostosas “bolachas da padaria Lamarca” e rumamos para Piacatuba.

Logo chegamos à fazenda da Bela Aurora, que um dia virou fazenda do Banco, quem sabe por obra de alguma hipoteca executada pelo Banco do Brasil. Lá, recordamos que a Bela Aurora pertenceu a Tobias L. Figueira de Mello, que virou nome de rua em São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Fazenda esta, havida, segundo o jornal O Leopoldinense, de 28.03.1895, por via de uma ação de execução movida contra Emerenciana Garcia de Mattos e que no início dos anos de mil e novecentos, foi adquirida por Paulino Augusto Rodrigues, nome lembrado em rua da cidade.

Seguimos nossa viagem e, passando pela Estiva, fomos conhecer a história da fazenda Filadélfia, onde o proprietário atual se esforça para preservar o pouco que ainda resta da antiga sede. A Filadélfia chamava-se fazenda Córrego da Onça. Pertenceu ao grande jurista e memorialista Francisco de Paula Ferreira de Resende. Segundo palavras do próprio Resende, seu nome foi mudado porque, tendo ele, “naquele tempo perdido quase de todo a esperança de chegar a ver a república estabelecida neste nosso amplívago império, eu quis que nessa vida solitária em que teria agora de viver, o nome do meu retiro me recordasse essa república pela qual vivia sempre a suspirar sem nunca vê-la; e, então, dei à fazenda o nome da grande cidade em que se proclamou a primeira das repúblicas americanas”.

Da Filadélfia entramos no distrito de Piacatuba logo depois da fazenda da Alegria, terras do Juca Barbosa, ainda hoje pertencentes e preservadas pela família. Deixamos a Samambaia e o Valverde à esquerda, cruzamos o Rio Pardo, subimos os montes da Boa Vista e depois da fazenda Bela Vista, chegamos à fazenda Santa Rita, na divisa com o município de Argirita. Cruzamos, em seguida, os lugares chamados Capoeirão e  Braúna para conhecer a fazenda da Graminha, no sopé da serra dos Pintos, na divisa de São João Nepomuceno, bem junto ao Rio Novo.

Por esse rio descemos, pelo espelho das águas mansas da represa da Usina Maurício. Tomamos emprestado o violão e os versos da música “Poeira D’Água”, do Serginho do Rock e curtimos o lugar onde “a corredeira cai nos braços de um remanso e a cachoeira dá luz a um ribeirão”.

Paramos na Cachoeira Alegre, antes de continuarmos margeando o rio e passar pelas fazendas Boa Esperança, Limeira, Palmeira e Fortaleza, que ficam no ponto extremo do município, entre Itamarati e Cataguases.

Seguimos andança pela fazenda da Macaúbas, que pertenceu a Antônio Augusto de Souza, proprietário da usina de açúcar de Cataguases e, posteriormente, a Francisco Gama de Oliveira. Visitamos o Chalé, terras da sogra do mesmo Antônio Augusto. Deixamos de lado o Mato Dentro e a fazenda da Aurora, lá para as bandas da estrada de Cataguases e, rapidamente, chegamos à Vargem Linda, ao aeroporto, à fazenda experimental, ao pesque-e-pague, à antiga Casa Timbiras, à Casa da Escola, onde lecionou Dona Pequetita (Maria Machado Rodrigues), minha mãe e, um pouco mais para o lado, os alicerces da antiga fazenda do Engenho, onde residiu o subdelegado Theóphilo José Machado, meu avô.

Assistimos a uma partida de futebol  no campo do União, reminiscências do goleiro Bacuráo que, se a memória não falha, era do Carrapato, terras do Zeca Vital.  Depois, fomos rever a cotieira que existia ali, imediações do Arrasta Couro, e apreciar as plantações do Aterrado.  Não perdendo a viagem, esticamos até a Ressaca, antiga propriedade da família Furtado.  Alcançamos, depois, a Santa Cruz, terras do Joaquim Honório de Campos, o Barão do Rio Pardo, filho de Elias Gonçalves Campos e Maria Claudina de São José, falecido em 03.12.1881, aos 72 anos, segundo nota do jornal O Leopoldinense, de 10.12.1881.  A Santa Cruz foi uma fazenda importante na vida da cidade.  Que o digam os estudiosos da tradicionalíssima família Fajardo.

Rumamos depois para a  Santa Maria.  Esta fazenda pertenceu a Manoel Pereira Valverde, meu bisavô e irmão do Francisco Pereira Valverde, dono da fazenda Indaiá.

Dali alcançamos a velha “Piedade”, hoje Piacatuba. Subimos a ladeira cujo calçamento, com desnível para o centro, nos remete a um passado instigante. Saboreamos a paz e a beleza das edificações antigas. Conhecemos um pouco da história do ilustre clínico – hoje esquecido por aqui – Dr. Joaquim Antonio Dutra, que ali viveu a partir do final do século XIX até, pelo menos, abril de 1895 quando partiu para Ouro Preto.  Na antiga capital, ocupou uma cadeira no Senado mineiro, escolhido numa eleição onde foi o mais votado no estado. Esse mesmo Dr. Dutra, que foi vereador especial por Piacatuba, presidente da câmara municipal de Leopoldina, agente executivo, médico conceituado, cidadão respeitado, político de grande prestígio, fundador da Casa de Caridade Leopoldinense, e que hoje é nome de rua na cidade de Barbacena, onde exerceu o cargo de primeiro diretor do Hospital de Alienados.

Depois, em silêncio de fim de crônica, elevamos uma prece ao pé da cruz queimada.

Rio, 19.03.2001

José Luiz Machado Rodrigues

Moradores do Feijão Cru entre 1831 e 1843

Transcrição das informações encontradas nas Listas Nominativas de Habitantes de São Sebastião do Feijão Cru entre 1831 e 1843, disponíveis no Arquivo Público Mineiro.

Os nomes foram corrigidos de acordo com outras fontes documentais sobre as famílias envolvidas.

 

CHEFE DA CASA

CÔNJUGE

PERÍODO

Alberto José  

1843

Alvaro Cascemiro  

1843

Ana Joaquina  

1838

Ana Josefa  

1843

Anastacio Francisco de Oliveira Carlota

1838 a 1843

Antonio Albino Levasseur Jacinta Maria

1838 a 1843

Antonio Bernardes Rocha  

1838

Antonio Carlos da Silva Teles Francisca Candida

1843

Antonio de Sá Rocha Francisca Maria

1843

Antonio Ferreira Pinheiro Camila

1843

Antonio Francisco Barbosa Antonia Maria

1843

Antonio Francisco de Almeida Gama Inocencia Claudina

1831 a 1843

Antonio Gomes Moreira Mariana

1831 a 1843

Antonio José de Menezes  

1838

Antonio José Monteiro de Barros Ana Elena

1838 a 1843

Antonio Luiz de Moraes Rita de Cassia

1843

Antonio Pedro do Nascimento Maria Joaquina

1843

Antonio Prudente de Almeida Inacia Graciana

1843

Antonio Rodrigues Gomes Rita

1831 a 1843

Antonio Severino Ferreira Ana Generosa

1843

Antonio Valentim Teresa Maria

1838

Bento Rodrigues Gomes Angela

1831 a 1843

Bernardo Gonçalves Montes Maria Antonia

1838 a 1843

Bernardo José da Fonseca Ana de Souza

1831 a 1843

Bernardo José Gonçalves Montes Maria

1831 a 1843

Candido José Ferreira Mariana Ferreira

1838 a 1843

Carlos José Luiz Rita Josefa

1838 a 1843

Clara Rosa  

1843

Claudio Dias Angelica

1843

Custódio Alves de Souza Umbelina Rosa

1838

Domiciano José da Silva Maria

1843

Ezau Antonio Correa Generosa Teodora

1838 a 1843

Felicissimo Vital Delfina

1838 a 1843

Francisco da Silva Bernardina Maria

1838 a 1843

Francisco da Silva Barbosa Ana Josefa

1831 a 1843

Francisco de Paula Mariana

1838

Francisco de Sales Montes Ana Umbelina

1843

Francisco José Jacinta Rodrigues

1838 a 1843

Francisco José de Freitas Lima Francisca

1843

Francisco José Luiz Maria Silveria

1843

Francisco Martins de Andrade Luiza Maria

1843

Francisco Miranda dos Santos Ana Rodrigues

1843

Francisco Neves da Silva Ana Custodia

1838 a 1843

Francisco Pinheiro Lacerda Mariana

1831 a 1838

Francisco Ramos Inacia Maria

1843

Joana Ferreira  

1843

João Antonio de Oliveira  

1843

João Antonio do Prado Custodia

1843

João Batista de Almeida Bernardina

1838 a 1843

João Ferreira Damasceno Rita Rodrigues

1843

João Gonçalves Netto  

1831 a 1843

João Gualberto Maria

1831 a 1843

João Ides de Nazareth Maria Emerenciana

1831 a 1843

João Luiz de Oliveira Generosa

1843

João Luiz Vieira Maria Umbelina

1843

João Neto de Deus Mariana

1831 a 1843

Joaquim Alves de Faria Francelina Maria

1838 a 1843

Joaquim Antonio de Almeida Gama  

1843

Joaquim Cesario de Almeida Luciana

1831 a 1843

Joaquim Ferreira Brito Joana

1831 a 1843

Joaquim Inacio de Moraes Maria Angelica

1838 a 1843

Joaquim José Cardoso Ana

1838 a 1843

Joaquim José dos Reis Delfina da Conceição

1838 a 1843

Joaquim José Ferreira Felisbina Teodora

1843

Joaquim José Pereira Teresa Joaquina

1843

Joaquim Luiz de Santana Maria do Rosario

1843

Joaquim Machado Neto Ana

1831 a 1843

Joaquim Martins de Andrade Maria Rita

1843

Joaquim Nunes Moreira Clara Candida

1838 a 1843

José Antonio Montes Rita

1843

José Ferreira Brito Mariana Paz

1838 a 1843

José Ferreira Brito Júnior Brigida

1831 a 1843

José Ferreira de Macedo Ana Carolina

1838 a 1843

José Firmino de Almeira Generosa

1838

José Francisco da Silva Felicia Maria

1838 a 1843

José Francisco Neto Maria Antonia

1843

José Francisco Neto Maria das Dores

1843

José Gonçalves Neto Maximiana Paz

1838 a 1843

José Inacio de Toledo Rita Flauzina

1831 a 1843

José Joaquim Cordeiro Florinda

1831 a 1843

José Joaquim Cordeiro Filho Tereza

1838 a 1843

José Joaquim dos Anjos Ana Josefa

1838

José Linhares Madalena Felicidade Maria

1838 a 1843

José Lucas  

1838

José Luiz Inocencia

1843

José Nunes Moreira  

1843

José Zeferino de Almeida Leonor Maria

1838 a 1843

Justino Lopes da Silva Umbelina

1843

Lauriano José de Carvalho Ana Martins

1838 a 1843

Laurindo Alves  

1843

Lizardo José de Santana Francisca Rosa

1843

Lourenço José Leal Ana Catarina

1838 a 1843

Lucindo Gomes  

1843

Luiz de Campos Emiliana

1838

Luiz Inacio de Moraes Ana Maria

1843

Manoel Alves Pereira Maria Francisca

1831 a 1838

Manoel Antonio de Almeida Rita

1831 a 1843

Manoel Barbosa da Silva Maria

1831 a 1843

Manoel da Silva Maria

1838

Manoel de Souza  

1838 a 1843

Manoel dos Reis Delfina

1843

Manoel Ferreira Brito Maria Josefa

1831 a 1843

Manoel Garcia  

1843

Manoel Joaquim Luciana Rodrigues

1838

Manoel Joaquim Carneiro  

1843

Manoel José de Novaes Ana Garcia

1838 a 1843

Manoel José Monteiro Rosa Ursula

1843

Manoel José Monteiro de Barros Inês de Castro

1838 a 1843

Manoel José Monteiro de Castro Clara Maria

1843

Manoel Maria Nunes Maria

1838 a 1843

Manoel Nunes Escolastica Maria

1838 a 1843

Manoel Pereira da Silva  

1838 a 1843

Manoel Rodrigues da Silva Maria

1831 a 1843

Maria Nunes  

1843

Mariana  

1843

Merenciano José Maria

1843

Miguel José Maria Rosa

1843

Padre Manoel Antonio Brandão  

1838

Processo José Correa Maria Vitoria

1838 a 1843

Querino Ribeiro de Avelar Maria da Purificação

1838 a 1843

Romão Pinheiro Correia de Lacerda Ana Severino

1831 a 1843

Silverio Barbosa da Silva Ludovina Rosa

1838

Silverio Luiz Pereira  

1838 a 1843

Simplicio Antonio da Paixão Maria Candida

1843

Principais moradores da Piedade em 1875

No tempo do Império, de acordo com as Leis que regiam a administração municipal, cada freguesia encaminhava ao governo provincial as listagens de seus moradores, identificando-os de acordo com os padrões de avaliação próprios da época. De modo geral, as informações eram extraídas dos livros de arrecadação fiscal de cada distrito, e reunidas no conjunto da freguesia. No ano de 1875, o distrito da Piedade encaminhou a relação a seguir.

 


Juizes de Paz:

1º  Francisco Esmério de Paiva Campos

2º  Francisco Soares Valente Vieira

3º  José da Costa Matos

4º  José Fajardo de Melo

Senhores de Engenho:

  • Álvaro José Antônio
  • Custódio Dias Moreira

Criador de gado:

  • Wenceslau Martins Pacheco Filho

Carpinteiros:

  • Francisco José Barbosa
  • José Alexandre da Costa

Sapateiro:

  • Manoel Ferreira Marques

Fazendeiros de Café:

  • Anselmo Alves Ferreira
  • Antônio de Souza Almada
  • Antônio de Souza Almada Filho
  • Antônio Lopes Ferreira
  • Antônio Maurício Barbosa
  • Antônio Pereira da Silva
  • Antônio Pereira de Medeiros
  • Antônio Pereira Valverde
  • Antônio Romualdo de Oliveira
  • Belisário Alves Ferreira
  • Camilo Alves Ferreira
  • Cassiano José do Carmo
  • Claudino Vieira da Silva
  • Cláudio José Barbosa de Miranda
  • David Alves Ferreira
  • Domingos Henriques de São Nicácio
  • Francisco da Costa e Souza
  • Francisco Dias Ferraz
  • Francisco Esmério de Paiva Campos
  • Francisco Henriques Pereira
  • Francisco José Barbosa de Miranda
  • Francisco Soares Valente Vieira
  • João Antônio da Costa Coimbra
  • João Antônio da Silva
  • Joao Antônio de Araújo Porto
  • João Batista da Silva
  • João Dutra Nicácio
  • João Francisco Coelho
  • João Pereira Valverde
  • João Vieira da Silva
  • Joaquim da Silva Tavares
  • Joaquim Honório de Campos
  • Joaquim Inácio de Oliveira
  • Joaquim Pinheiro de Faria
  • José Alves Ferreira
  • José Dias Moreira
  • José Evangelista do Carmo
  • José Fajardo de Melo
  • José Francisco de Paiva Campos
  • José Furtado de Mendonça
  • José Henriques da Mata
  • José Maria Gonçalves Coelho
  • José Martins Pacheco
  • Justino Marques de Oliveira
  • Manoel Benedito de Freitas
  • Manoel Dias Ferraz
  • Manoel Ferreira Ribeiro
  • Manoel Francisco Coelho
  • Manoel Jacinto de Oliveira
  • Manoel José Ferraz
  • Manoel Rodrigues do Nascimento
  • Maria Luiza de Miranda
  • Mariana de Jesus
  • Máxima Ferreira Braga
  • Narciso Marques Braz
  • Nicolau Alves Ferreira
  • Pedro Antônio Furtado de Mendonça
  • Rafael Teixeira de Souza
  • Vital Inácio de Moraes
  • Vital Rodrigues de Oliveira
  • Wenceslau Martins Pacheco

Assembleia eleitoral em março de 1870

Códice 93 – Eleitores presentes à Assembléia de 04.03.1870, do colégio eleitoral de Leopoldina, pertencente ao 3º Distrito Eleitoral da Província de Minas Gerais, sediado em Barbacena.


Folha 84verso

Eleitores de Leopoldina em 1870

  • Nominato José de Souza Lima
  • José Francisco Quaresma
  • Joaquim Moreira de Farias Pinto
  • José Serapião Pinto da Costa
  • Roberto de Souza Almada
  • José Vieira de Resende Silva
  • Joaquim Vieira da Silva Pinto
  • Marcos Monteiro da Silva
  • Antonio Bento Peixoto
  • Joaquim Vieira de Rezende e Silva
  • José Carlos de Resende
  • Wenceslau Furtado de Mendonça
  • João Casemiro de Souza
  • Eliziario Ribeiro de Rezende
  • Joaquim Rodrigues Valle
  • Francisco Barbosa Valente
  • Teotonio da Costa Azevedo
  • Inácio Ferreira Brito
  • Francisco Ferreira Neto
  • João Evangelista de Paula
  • José Joaquim Monteiro de Barros
  • Romualdo José Monteiro de Rezende
  • José Cezario da Costa Monteiro de Barros
  • José Francisco da Silva
  • Francisco Julio dos Santos
  • Francisco Gomes de Araujo
  • Pedro Domingues Gomes
  • João Batista Corrêa Neto
  • Manoel Matias do Nascimento

Folha 85

Eleitores de Leopoldina em 1870

  • Candido Justiniano de Figueiredo Cortes
  • Olimpio Augusto de Godoy
  • Militão José de Souza Ameno
  • Inácio Rodrigues Gomes
  • Antonio José de Almeida Ramos
  • Francisco Gonçalves Neto
  • Caetano José de Almeida Gama
  • Joaquim Francisco de Assis
  • Francisco Antonio de Brito
  • José Joaquim Pires
  • Delfim Ferreira de Oliveira e Silva
  • João Pereira Valverde
  • Vital Rodrigues de Oliveira
  • Antonio de Souza Almada Junior
  • João José Barbosa
  • José Rodrigues Dias Primo

Eleitores leopoldinenses na Assembléia de janeiro de 1861

Códice 93 – Eleitores presentes à Assembléia de 29.01.1861, do colégio eleitoral de Leopoldina, pertencente ao 3º Distrito Eleitoral da Província de Minas Gerais, sediado em Barbacena.

Compunham o colégio eleitoral os cidadãos com renda superior a 200$000 anuais, moradores das seguintes localidades:

Vilas Leopoldina e Mar de Espanha; Freguesias da Meia Pataca, Conceição da Boa Vista, São José do Paraíba, Santo Antonio do Aventureiro, Rio Novo e São Paulo do Muriaé; Distritos: Espírito Santo, Bom Jesus do Rio Pardo, Madre de Deus do Angu, Nossa Senhora da Piedade, Capivara e Laranjal.

Folha 38 verso

Primeiro Livro de Atas das Assembleias Eleitorais de Leopoldina

  • Manoel José Monteiro de Castro
  • José Vieira de Resende e Silva
  • Domiciano Mateus Monteiro de Castro
  • Manoel Jacinto Nogueira da Gama
  • Manoel de Freitas Pacheco
  • José Joaquim Ferreira Monteiro de Barros
  • Antonio Augusto Monteiro de Barros Galvão de São Martinho
  • Antonio Teixeira Marinho
  • Lucas Augusto Monteiro de Barros
  • José Luiz Monteiro de Barros
  • Antonio Maurício Barbosa
  • José Coutinho da Silva Moraes
  • Joaquim Luiz de Souza Breves
  • Antonio Carlos Teixeira Leite
  • Mateus Herculano Monteiro de Castro
  • Manoel Matias do Nascimento
  • Francisco José de Miranda
  • Joaquim José da Costa Cruz
  • Sebastião Pereira
  • José Augusto do Couto Sobrinho
  • Joaquim Marques da Costa
  • João Gualberto Ferreira Brito
  • João Vieira da Silva
  • Antonio Pereira Alves do Couto
  • Severino José Medina
  • Antonio Vieira de Resende e Silva
  • Manoel Pereira de Rezende Alvim
  • José Rodrigues Carneiro de Souza
  • João Ferreira Monteiro da Silva
  • José Moreira de Faria e Silva

Folha 39

Eleitores de 1861

  • Joaquim Nogueira Penido
  • Luiz Lobo Leite Pereira
  • João José de Souza Lima
  • José Carvalho da Costa
  • Francisco Antunes Pereira
  • Custódio de Vargas Corrêa
  • Firmino Antonio de Lima
  • Joaquim Martins Ferreira
  • João Antonio da Costa Coimbra
  • Vital Inácio de Moraes
  • João Patrício de Moura e Silva
  • Francisco Joaquim de Resende
  • José Joaquim de Resende
  • Joaquim Moreira de Faria Pinto
  • Francisco Barbosa Valente
  • Francisco Garcia de Mattos
  • José Antunes Pereira
  • Joaquim Antonio de Almeida Gama
  • Joaquim Vieira da Silva Pinto
  • Reginaldo de Souza Werneck
  • Domingos Custódio Neto
  • José Gonçalves de Moraes
  • Carlos José da Silva Espíndola
  • Lauriano José de  Carvalho