Mauro de Almeida Pereira, autor de “Os Almeidas, os Britos e os Netos em Leopoldina”, foi quem direcionou meus passos para Argirita mesmo sem que ele próprio soubesse de nossa ligação com o antigo Curato do Senhor Bom Jesus do Rio Pardo.
Desde o lançamento de seu livro em 1966 e até alguns meses antes de sua morte em junho de 2001, o Mauro foi meu principal interlocutor. No início era dele que eu ouvia as principais referências que serviram de base para estabelecer minha estratégia de buscas. Nos últimos anos ele foi o ouvinte atento, sempre vibrando com cada nova descoberta.
Pois bem! Pesquisando a genealogia dos Almeidas o Mauro descobriu que a avó materna dele era filha de Carolina Rosa, de quem se dizia ser parente do Alféres José Joaquim da Silva Xavier. Durante muitos anos ele acreditou que o parentesco viria através da mãe de Carolina Rosa. Mas, ao tempo em que pesquisava ativamente, era ainda mais difícil encontrar documentos probatórios das lendas familiares. Além disso, ele confiou nas informações publicadas por Artur Vieira de Rezende e Silva em “Genealogia Mineira”, acreditando que ali foram listados todos os parentes do Tiradentes que viveram em nossa região. Somente na década de 80 apresentei ao Mauro uma hipótese que justificasse a memória familiar. Ele achou válida e passamos a buscar provas documentais para defendê-la.
Tal hipótese transferia para a ascendência paterna de Carolina Rosa o parentesco com Tiradentes e acrescentava um sobrenome ao que já conhecíamos como sendo o terceiro-avô materno do Mauro. Compulsando diversas fontes, encontrei em “Velhos Troncos Mineiros” do Cônego Raimundo Trindade, a afirmação de que o personagem que eu acreditava ser pai de Carolina Rosa foi filho único e faleceu em 1845, na Fazenda Campo Limpo, em Leopoldina. Infelizmente nós ficamos com a publicação do Cônego Trindade e não mais procuramos documentos em Leopoldina, após constatarmos que não existia o inventário do personagem em questão e tampouco de seus pais.
Já na década de 90 consegui acesso ao Arquivo da Prefeitura Municipal de Leopoldina e, para nossa surpresa, constatamos que a informação do Cônego Trindade não procedia. Encontrei o pai e o avô de Carolina Rosa como eleitores do Curato de Bom Jesus do Rio Pardo em 1862!
A partir daí foi fácil reordenar os dados colhidos em diversos documentos e demonstrar minha hipótese. Para tanto voltei a pesquisar todos os documentos possíveis sobre Argirita. O resumo desta busca foi publicado sobre o título Pioneiros Esquecidos, há cerca de um ano. O conjunto das pesquisas permitiu compor um estudo da história de Argirita. Futuramente poderão ser acrescentados outros dados já que ainda existe a hipótese dos pais de Carolina terem sido primos por parte de pai e, a se confirmar, alguns textos sofrerão modificação.
§ Antonio Felisberto da Silva Gonçalves, nascido a 2 janeiro 1804 em São João d’El Rei, MG; faleceu entre 1865 e 1868 em Argirita ou Aventureiro. Era filho de Felisberto Gonçalves Silva e Ana Bernarda da Silveira. Antonio Felisberto casou-se com Francisca de Paula de São José, nascida por volta de 1815 provavelmente em Baependi, MG.
§ De Antonio Felisberto e Francisca de Paula encontramos apenas a filha Carolina Rosa de São José, nascida por volta de 1831 em território do então Distrito de Bom Jesus do Rio Pardo. Carolina casou-se com Francisco de Paula Pereira Pinto, filho de Carlos Pereira Pinto e Francisca Augusta. Do casal Carolina Rosa e Francisco de Paula Pereira Pinto descende o Mauro de Almeira Pereira e muitos outros usuários do sobrenome Almeida em Leopoldina e cidades vizinhas.
§ Felisberto Gonçalves Silva nasceu em São Sebastião do Rio Abaixo e faleceu em 1863 em Argirita, MG. Era filho de Domingos Gonçalves de Carvalho e Maria Vitória de Jesus Xavier. Felisberto casou-se com Ana Bernarda da Silveira no dia 29 setembro 1802 em São Tiago, Ibituruna, São José del Rei, MG.
§ Ana Bernarda da Silveira nasceu em 1789 em São João d’El Rei, filha de Bernardo José Gomes da Silva Flores e Joaquina Bernarda da Silveira.
§ Domingos Gonçalves de Carvalho, nascido por volta de 1740 em São João de Arneja, Bastos, Portugal, era filho de Antonio Gonçalves e Maria Mendes. Domingos casou-se com Maria Vitória de Jesus Xavier em 1 outubro 1759 na Igreja de Nossa Senhora da Conceição dos Prados, MG.
§ Maria Vitória de Jesus Xavier, nascida por volta de 1742 em São João d’El Rei, MG, era filha de Domingos da Silva Santos e Antonia da Encarnação Xavier.
§ Bernardo José Gomes da Silva Flores, nascido em San Thiago de Lobam, Porto, Portugal, era filho de Manoel Gomes da Silva e Maria Rosa de Jesus. Bernardo casou-se com Joaquina Bernarda da Silveira no dia 26 agosto de 1787 em São João del Rei, MG.
§ Joaquina Bernarda da Silveira, nascida por volta de 1770 em São João d’El Rei, MG, era filha de Anastácio José de Souza e Maxima Jesuina da Silveira.
Gostar disto:
Gosto Carregando...