Expedicionários Leopoldinenses – A Ansiedade no Retorno

Com o final oficial da Guerra em maio de 1945 é razoável imaginar que as tensões dos Expedicionários e de suas famílias foram aliviadas.

Entretanto, não foi isto que aconteceu. Além da demora na divulgação das informações, muitas vezes as cartas só chegavam para as famílias dos Expedicionários através de algum parente ou conhecido que as retirava na Agência dos Correios para levar até a residência, algumas vezes na área rural.

As tensões não se aliviaram também porque a ansiedade era grande. A maneira como se deu o retorno talvez tenha sido um dos maiores problemas para grande parte dos Expedicionários. A Guerra terminou em maio, mas boa parte do contingente desembarcou no Brasil apenas em 17.09.45, mais de quatro meses depois. E quando chegaram em casa, muitas famílias, sem qualquer orientação, descobriu estar diante de uma pessoa sem condições mínimas para o normal convívio familiar.

Problema sério também ocorreu com os mutilados. Como o João Zangirolani, leopoldinense que só desembarcou no porto do Rio de Janeiro em 08.11.46, um ano e meio depois do final da Guerra. Senhor João, ferido na Itália, foi enviado para os Estados Unidos onde recebeu tratamento e adaptação à perda de uma perna. Ele e outros brasileiros em igual situação sofreram não só com os problemas médicos advindos da sequela, mas com o abandono, como informa Dennison de Oliveira [1] em transcrição parcial:

A partir de dezembro de 1944, começaram a chegar para tratamento em hospitais dos EUA, os doentes, feridos e mutilados das forças armadas brasileiras em ação na Campanha da Itália. […] Era indisfarçável o primarismo e o amadorismo dos brasileiros na gestão de uma atividade tão transcendente do ponto de vista humano e tão carregada de implicações para o futuro dos ex-combatentes. Afinal de contas, estava começando ali o processo de reintegração social do veterano de guerra da FEB.

E a situação se agravou ainda mais, segundo o mesmo autor, quando a guerra terminou em definitivo:

O fim da guerra implicava, também, o fim do LEND LEASE, o programa para o pagamento de uma série de despesas. Desta forma, tinha fim o desconto dado para pagamento dos bens e serviços sob aquele programa, o que triplicava as despesas hospitalares dos pacientes brasileiros no exterior. Os veteranos de guerra brasileiros souberam do fato e ficaram angustiados. A essa altura estava claro que, em se tratando de recursos financeiros, eles não eram prioridade nem para o Exército nem para o Governo brasileiros[…]

Fato é que, mais de um ano depois do final da guerra na Europa, ainda havia brasileiros internados nos EUA, sem conseguir retornar ao Brasil. E, pior, só conseguiram o retorno quando um grupo deles redigiu uma carta à senhora Alzira Vargas, filha e secretária do Presidente Getúlio Vargas, implorando providências para o retorno deles ao Brasil.

Cidadãos que foram arrancados do seio da família convocados para uma guerra que não era deles. Que na luta adquiriram problemas neurológicos ou perderam parte do corpo. Que precisaram ir para outro país para se tratarem. Receberam como prêmio, o pouco interesse por suas pessoas demonstrado pelo fato de só conseguirem voltar para casa depois de implorarem o favor da secretária do presidente da república.

O pracinha, que se empenhou e se feriu na luta, teve que lutar contra o abandono para voltar  finalmente para casa. E, voltando, se ver esquecido por quem o mandou para a Guerra.

Foi pensando nestas pessoas que, 70 anos depois, o Trem de História fez questão de percorrer os caminhos destes quinze últimos artigos escritos para resgatar as suas histórias e homenagear os Expedicionários Leopoldinenses e seus familiares. E dizer a eles da nossa gratidão, do nosso respeito e da nossa admiração.

Nota: Um bom Natal para todos. Um 2016 de muita paz e alegria.

No próximo artigo o Trem de História promete retornar à História da Imprensa em Leopoldina.

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA

Publicado no jornal Leopoldinense de 16 de dezembro de 2015


[1] OLIVEIRA, Dennison de. Aliança Brasil – EUA, Nova História do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Curitiba: Juruá, 2015. p.275 e seguintes.

Expedicionários Leopoldinenses – O final da Guerra

O assunto de hoje nos faz lembrar que, no dia 02 de maio de 1945, as tropas alemãs que combatiam na Itália anunciaram sua rendição.

Portanto, a data marca o fim da Segunda Guerra Mundial no território italiano, episódio descrito por Mascarenhas de Moraes[1]:

Os emissários dos Generais Vietinghoff-Shell e Wolff chegaram a Bolzano na noite de 29 de abril, levando os termos da rendição que assinaram no Palácio Real de Caserta. No dia seguinte, 30 de abril, Hitler morria em Berlim. […] Tais reviravoltas explicam a demora havida, na resposta […] O comando tedesco, nessa resposta, afirmava o propósito de efetuar a rendição na data anteriormente fixada. Nesta conformidade, o General Von Senger und Etterlin, autorizado pelo General Von Viettinghoff-Shell, assinou com o General Mark Clark, em Florença, os últimos instrumentos da capitulação incondicional, que foi anunciada às 14.00 horas do dia 2 de maio. Em virtude das negociações sobre o armistício se processarem em sigilo, a notícia da rendição chegara ao conhecimento da tropa aliada de maneira súbita. […] Todos os Exércitos inimigos, situados em território italiano, terminaram a sua capitulação na noite de 2 de maio. Era a maior rendição eixista até então ocorrida na Segunda Guerra Mundial.

A partir daí, teoricamente começariam a voltar para casa os 35 Expedicionários Leopoldinenses listados a seguir: 01 – Adilon Machado; 02 – Aloísio Soares Fajardo; 03 – Antonio de Castro Medina; 04 – Antonio Nunes de Morais; 05 – Antônio Vargas Ferreira Filho; 06 – Aristides José da Silva; 07 – Celso Botelho Capdeville; 08 – Derneval Vargas; 09 – Eloi Ferreira da Silva Filho; 10 – Euber Geraldo de Queiroz; 11 – Expedito Ferraz; 12 – Felício Meneghite; 13 – Geraldo Gomes de Araújo Porto; 14 – Geraldo Rodrigues de Oliveira; 15 – Itamar José Tavares; 16 – Jair Vilela Ruback; 17 – João Esteves Furtado; 18 – João Vassali; 19 – João Venâncio Filho; 20 – João Zangirolani; 21 – José Ernesto; 22 – José Luiz Anzolin; 23 – Lair dos Reis Junqueira; 24 – Lourenço Nogueira; 25 – Luiz Leonel Ignácio da Silva; 26 – Mário Castório [Castorino] Fontes Britto; 27 – Moacir Jurandir Barbosa Rodrigues; 28 – Nelson Pinto de Almeida; 29 – Orlando Pereira Tavares; 30 – Oscar Nunes Cirino; 31 – Paulo Monteiro de Castro; 32 – Pedro Medeiros; 33 – Pedro Rezende de Andrade; 34 – Pedro Silva Santos; 35 – Wenceslau Werneck.

Mas não foi bem assim!

Primeiro porque nessa data a Guerra terminou na Itália, mas ainda continuou na Europa até o dia 08 de maio de 1945, data que entrou para a história como sendo o dia do fim oficial da Segunda Guerra Mundial.

E mesmo esse dia não é exatamente o que marcou o fim dos combates. Ele marca a derrota da Alemanha nazista frente às forças aliadas e o fim das operações militares em solo europeu. Mas os combates continuaram a ceifar vidas ainda por mais um tempo no Oceano Pacífico. Ali os japoneses resistiram bravamente e popularizaram a utilização dos seus pilotos kamikazes que lançavam aviões contra alvos inimigos. Perdiam batalhas importantes, mas não se davam por vencidos. Até que os americanos decidiram utilizar o seu maior artefato de destruição, a bomba atômica que formou no ar a Rosa de Hiroshima, que recebeu do grande poeta Vinícius de Moraes um protesto em forma de poema, musicado e cantado por Ney Matogrosso. As rosas radioativas que nos dias 6 e 9 de agosto de 1945 destruíram as cidades de Hiroshima e Nagasaki, mataram milhares de civis e não deixaram outra alternativa ao Japão que não fosse a rendição definitiva no dia 02 de setembro daquele ano.

Assim chegou o fim dos conflitos. No próximo vagão, que encerrará a série de artigos sobre os Expedicionários Leopoldinenses, virá mala, bagagem e a ansiedade pelo retorno da tropa. Até lá.


Nota:

[1] MORAES, J. B. Mascarenhas de. A FEB pelo seu Comandante. 2. ed. Rio de Janeiro: Bibliex, 1960. p. 266-267

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA

Publicado no jornal Leopoldinense de 1 de dezembro de 2015

Expedicionários Leopoldinenses – Os Prisioneiros e os Presídios

Com o número anterior, o Trem de História encerrou a relação dos Expedicionários Leopoldinenses na certeza de que o assunto não foi esgotado, mas que se conseguiu prestar uma pequena homenagem pela passagem dos 70 Anos do final da Segunda Guerra Mundial.

Resta, para encerrar o assunto, falar um pouco sobre os prisioneiros de guerra, o final da Guerra e o retorno da tropa o Brasil.

Pouco se fala sobre os campos brasileiros de detenção de prisioneiros durante a Segunda Guerra Mundial. Mas eles existiram e em número bem maior do que se possa imaginar.

A partir da efetiva entrada na Guerra, o Brasil tratou de criar espaços para prisão de tripulantes de embarcações aprisionadas e de cidadãos alemães, italianos e japoneses suspeitos de atos favoráveis aos seus países de origem.

Os pesquisadores Diego Antonelli e Leandro dos Santos, na reportagem [1] “A cobra realmente fumou”, de 10 de agosto de 2015, contam que “Depois que o Brasil declarou guerra ao Eixo, o governo federal determinou que todo comércio de imigrantes (alemães, italianos e japoneses) fosse fiscalizado. Os rádios foram lacrados para não sintonizar emissoras estrangeiras. Muitos se viram intimados a comparecer a uma das Delegacias de Ordem Política e Social (DOPS). Foram detidos todos aqueles que falassem seu idioma natal e possuíssem rádios, armas, revistas ou livros em outro idioma que não o português”.

Assuntos ligados a estes presídios, e à Segunda Guerra Mundial de uma maneira geral, não foram divulgados até recentemente em razão de “uma lei que proibia consultas ou pesquisas por 50 anos [2]”.

Mas hoje, com base em informes disponíveis na grande rede [3], pode-se relacionar mais de uma dezena dessas prisões espalhadas por vários estados brasileiros, tais como: Minas Gerais: Pouso Alegre – onde foram reunidos os presos militares e os 62 marinheiros do navio Anneleise Essberger – presídio onde trabalhou o Expedicionário Leopoldinense, Luiz Leonel Ignácio da Silva; Pará: Tomé-Açu, que recebeu principalmente japoneses [4]; Pernambuco: Chã de Estevam, que abrigou empregados alemães da Cia Paulista de Tecidos, atual Casas Pernambucanas; Paraná: Curitiba e Ponta Grossa; Rio Grande do Sul: Daltro Filho; Rio de Janeiro: Ilha das Flores, no município de Niterói, onde os prisioneiros de guerra foram misturados aos detentos comuns, numa violação às leis internacionais; Santa Catarina: Joinvile, onde duas centenas de pessoas foram alocadas num hospício desativado e, Oscar Schneider, onde um hospital foi transformado em colônia penal; e, São Paulo:Bauru, Pirassununga, Ribeirão Preto, Guaratinguetá e Pindamonhangaba.

O Trem de História de hoje fica por aqui. Na próxima viagem ele trará o final da Segunda Guerra Mundial que este ano completou seu septuagésimo aniversário. Até a próxima edição.


[1] ANTONELLI, Diego e SANTOS, Leandro. A cobra realmente fumou. Disponível em <http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/especiais/pracinhas-na-segunda-guerra/a-cobra-realmente-fumou.jpp&gt; Acesso em 17 out. 2015

[2] RIBEIRO, Keila e SALGUEIRO, Isabela. Brasil teve campos de concentração em 1942. Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u43301.shtml&gt; Acesso em 14.06.15.

[3] Noite Sinistra. O Brasil também teve campos de concentração na Segunda guerra Mundial. Disponível em <http://noitesinistra.blogspot.com.br/2013/09/o-brasil-tambem-teve-campos-de.html#.VX4auflViko&gt; Acesso em 14.06.15.

[4] Tomé-Açu surgiu como povoado com a implantação da Companhia Nipônica de Plantação do Brasil em 1929, na Fazenda Bela Vista, quando chegaram as primeiras famílias que se dedicaram ao plantio do arroz e hortaliças.  Em 1933 chegam, pelas mãos de mais imigrantes japoneses, as primeiras mudas de pimenta-do-reino que fizeram da cidade a maior produtora mundial da especiaria. Por ocasião da Segunda Guerra Mundial ali se instalou um dos presídios de imigrantes, principalmente japoneses, vistos como possíveis agentes infiltrados. Com o fim da Guerra, as terras da antiga Fazenda Bela Vista foram transformadas na Colônia Estadual de Tomé-Açu. Hoje, além da pimenta-do-reino, Tomé-Açu se destaca por ser grande produtora de polpa de frutas.

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA
Publicado no jornal Leopoldinense de 16 de novembro de 2015

Expedicionários Leopoldinenses – De Pedro Andrade a Wenceslau

Este texto traz a identificação dos três últimos Expedicionários Leopoldinenses da relação que levantamos nas fontes a que tivemos acesso.

33 – PEDRO REZENDE DE ANDRADE, segundo os arquivos da ANVFEB, em Juiz de Fora (MG) era 1º tenente médico R/2, 4G 67.715. Embarcou para a Itália com o 11º RI em 22.09.44 e retornou com o 6º RI em 17.09.45. Foi reformado como capitão médico. Gentil Palhares(1) informa que ele era o chefe da Seção II do Batalhão do Destacamento de Saúde do 11º RI.Ainda segundo os arquivos da Associação citada, Pedro nasceu em 11.06.1909, em Leopoldina, filho de Antonio Caetano de Andrade e Maria Ilydia Rezende de Andrade. Casou-se com Magda Monteiro de Andrade e deixou os filhos: Pedro Luiz, Marcos, Mônica, Fábio e Rômulo. Após a Guerra residiu em Juiz de Fora onde faleceu no dia 02.10.99.

34 – PEDRO SILVA SANTOS pelos arquivos da ANVFEB, em Juiz de Fora (MG) era soldado 4G 108.666. Embarcou para a Itália com o 11º RI em 22.09.44 e retornou com a mesma unidade, no dia 17.09.1945. Gentil Palhares(2) o relaciona dentre os soldados da 5ª Cia do 11º RI. Pedro nasceu em Leopoldina no dia 28.06.1921 e faleceu em Juiz de Fora em 01.08.2002. Era filho de Pedro Belarmino dos Santos e Antonia Maria da Silva.

35 – WENCESLAU WERNECK está entre os citados no monumento existente na Avenida dos Expedicionários e na relação dos alunos da Escola Estadual Luiz Salgado Lima(3). O Diário de Notícias(4) registra que foi soldado da 7ª Cia, CC-III, do 3º Batalhão do 11º Regimento de Infantaria e desembarcou de volta da Itália no dia 17.09.45. Segundo os arquivos da ANVFEB o cabo 1G 295.187 embarcou para a Itália com o 11º RI em 22.09.44.

Wenceslau(5) nasceu no dia 28.09.1920, em Argirita. Era filho de Romão Pereira Werneck e Marieta Antunes Werneck, proprietários das terras onde está o encontro das rodovias BR 116 e BR 267. Casou-se em Cataguases com Rosa Barroca com quem teve os filhos: Maria do Carmo, José Luiz e Antonio Márcio Barroca Werneck. Em Leopoldina começou trabalhando no armazém do Sr. Chico Gomes. Depois, prestou serviço na Casa Felipe. Mais tarde passou a ser proprietário de loja no ramo de material de construção e tintas. Faleceu em Leopoldina no dia 02.09.90.

Com Wenceslau Werneck completa-se o resultado da pesquisa sobre os Expedicionários Leopoldinenses, proposta no primeiro artigo da série.

Vale observar que a relação final, apresentada a seguir, está acrescida de mais um nome, Luiz Leonel Ignácio da Silva, que surgiu após a placa comemorativa ter sido afixada na Avenida dos Expedicionários, 625, Bairro Bela Vista, no dia 8 de maio de 2015.

Com esta descoberta, elevou-se para 35 o número dos Expedicionários Leopoldinenses aos quais se deve respeito e gratidão pelos serviços prestados à Pátria durante a Segunda Guerra Mundial, que são:

01 – Adilon Machado

02 – Aloísio Soares Fajardo; 03 – Antonio de Castro Medina; 04 – Antonio Nunes de Morais; 05 – Antônio Vargas Ferreira Filho

06 – Aristides José da Silva; 07 – Celso Botelho Capdeville; 08 – Derneval Vargas

09 – Eloi Ferreira da Silva Filho; 10 – Euber Geraldo de Queiroz; 11 – Expedito Ferraz

12 – Felício Meneghite; 13 – Geraldo Gomes de Araújo Porto; 14 – Geraldo Rodrigues de Oliveira

15 – Itamar José Tavares; 16 – Jair Vilela Ruback; 17 – João Esteves Furtado; 18 – João Vassali

19 – João Venâncio Filho; 20 – João Zangirolani; 21 – José Ernesto

22 – José Luiz Anzolin; 23 – Lair dos Reis Junqueira; 24 – Lourenço Nogueira

25 – Luiz Leonel Ignácio da Silva; 26 – Mário Castório Fontes Britto; 27 – Moacir Jurandir Barbosa Rodrigues

28 – Nelson Pinto de Almeida; 29 – Orlando Pereira Tavares; 30 – Oscar Nunes Cirino; 31 – Paulo Monteiro de Castro; 32 – Pedro Medeiros

33 – Pedro Rezende de Andrade

34 – Pedro Silva Santos

35 – Wenceslau Werneck

A viagem do Trem de História de hoje fica por aqui. A seguir falará sobre o final e o pós Guerra. Até lá.


Notas:

(1) PALHARES, Gentil Palhares. De São João Del Rei ao Vale do Pó. Rio de Janeiro: Bibliex, 1957. p. 450.

(2) idem, p. 481

(3) PEREIRA, Rodolfo. Leopoldinenses na FEB (1943-1945). Publicado em 20 nov. 2013. Disponível em <http://www.acropolemg.blogspot.com.br/search/label/FEB&gt;. Acesso em 08 mar. 15.

(4) Expedicionários que viajam no “General Meigs”. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, primeira seção, p. 6, 14 set. 1945. Disponível em <http://memoria.bn.br/pdf2/093718/per093718_1945_07023.pdf&gt;.  Acesso em 11 jan. 15.

(5) PAMPLONA, Nelson V. A Família Werneck. Rio de Janeiro, particular, 2010. p. 210.

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA
Publicado no jornal Leopoldinense de 30  de outubro de 2015

Expedicionários Leopoldinenses – De Nelson a Pedro Medeiros

O Trem de História de hoje traz algumas informações sobre cinco leopoldinenses que lutaram na Segunda Guerra Mundial.

28 – NELSON PINTO DE ALMEIDA, segundo seu irmão Kléber Pinto de Almeida(1), faleceu antes do embarque para a Itália. Consuelo Machado de Carvalho, amiga da família, lembra que Nelson era filho de Avelino Almeida e Nelsina Pinto de Almeida. Casal que teve pelo menos os filhos: Eliza (1897), Edgard (1898), Dulce (1900), Fausto (1902), Avelino (1905), Galba (1906), Ondina (1908), José (1910), Geraldo (1912), Consuelo (1913), Gerson (1915), Maria de Lourdes (1917). Kleber (1919), Odete (1920), Aurélia e Nelson.

Avelino nasceu em Leopoldina, filho do português Abílio José de Almeida, agente consular interino de Portugal em 1877 e de Mariana Felisbina. Nelsina de Medeiros Pinto era filha do português Viriato da Fonseca Pinto e de Jovita Rodrigues Medeiros.

29 – ORLANDO PEREIRA TAVARES, de acordo com arquivos da ANVFEB, era o soldado 1G 235.979. Embarcou para a Itália com o 1º Regimento de Obuzes Auto-Rebocado – R.O.Au.R. em 02.07.44 e retornou em 18.07.45. Foi reformado conforme Diário Oficial de 19.09.61. Dele, até o momento foram infrutíferas as tentativas de localizar os familiares que pudessem prestar outras informações.

30 – OSCAR NUNES CIRINO consta nos arquivos da ANVFEB como sendo o soldado 1G-314.564 que embarcou para a Itália com o 11º RI, incorporado ao Depósito de Pessoal, no dia 08.02.45 e retornou em 17.09.45, informação que se confirma no Diário de Notícias(2) em que é citado como Praça da 1ª Cia do 1º Batalhão do Depósito de Pessoal que desembarcou de volta da Itália em setembro de 1945. Segundo informações de amigos da família, Oscar nasceu em Argirita em 25.08.1918 e faleceu na mesma cidade em 04 de abril de 2003. Casou-se com Maria Marcelo e deixou pelo menos três filhos, que não se conseguimos localizar até o momento.

31 – PAULO MONTEIRO DE CASTRO é um dos nomes relacionados no monumento existente na Avenida dos Expedicionários e na lista dos pesquisados por alunos da Escola Estadual Luiz Salgado Lima(3). Infelizmente até aqui não foram localizados familiares e nem registros de sua passagem pelas Forças Armadas.

32 – PEDRO MEDEIROS é o único expedicionário de Leopoldina vivo. Soldado 1G 294.223 segundo ele mesmo, servia na 5ª Cia de Fuzileiros do 11º Regimento de Infantaria, de São João Del Rei, sob o comando do capitão Henrique César Cardoso(4). No Rio de Janeiro, na hora da partida, foi incluído num grupo de 140 militares do 11º RI que embarcou para a Itália com o 6º Regimento de Infantaria, de Caçapava (SP), no dia 02.07.44. No campo de batalha foi incorporado ao Pelotão de Mina da Cia de Canhão Anti Caça do 6º RI. Retornou ao Brasil por volta do dia 18.07.45.

Pedro Medeiros nasceu na Vargem Linda, no distrito de Piacatuba, no dia 10.04.21. Filho dos lavradores Antonio José de Medeiros e Idalina Josefa de Abreu, ainda criança foi entregue a uma família residente nas imediações da fazenda Santa Rosa. Casou-se com Irene Venâncio de Medeiros com quem teve as filhas Arlene, Arlete e Eni.

Nota: Pedro Medeiros faleceu início da tarde da quinta-feira dia 23 de julho de 2020, aos 99 anos, na vizinha cidade de Cataguases, onde residia e foi sepultado. Foi o mais longevo dos Expedicionários Leopoldinenses.

Hoje o assunto encerra por aqui. Continuaremos na próxima edição do Leopoldinense. Até lá.

Notas:

(1) ALMEIDA, Kléber Pinto de. Leopoldina de todos os tempos. Belo Horizonte: s.n., 2002. p.101.

(2) Expedicionários que viajam no “General Meigs”. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, primeira seção, p. 6, 14 set. 1945. Disponível em <http://memoria.bn.br/pdf2/093718/per093718_1945_07023.pdf&gt;.  Acesso em 11 jan. 15.

(3) PEREIRA, Rodolfo. Leopoldinenses na FEB (1943-1945). Publicado em 20 nov. 2013. Disponível em <http://www.acropolemg.blogspot.com.br/search/label/FEB&gt;. Acesso em 08 mar. 15.

(4) PALHARES, Gentil. De São João Del Rei ao Vale do Pó. Rio de Janeiro: Bibliex, 1957. p.412.

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA
Publicado no jornal Leopoldinense de 16 de outubro de 2015

Expedicionários Leopoldinenses – De Luiz Leonel a Moacir

 

Seguindo a viagem o Trem de História trás hoje mais três Expedicionários Leopoldinenses.

O primeiro deles não consta na placa comemorativa dos 70 anos do final da Guerra, afixada no número 625 da Avenida dos Expedicionários, no Bairro Bela Vista, por ter sido encontrado só agora.

25 – LUIZ LEONEL IGNÁCIO DA SILVA, na conformidade da certidão expedida pelo Comando Militar do Leste(1), foi soldado incluído no 1º grupamento do 8º Regimento de Artilharia Montada no dia em 26.03.1940, conforme Boletim Interno nº 70, e excluído em 12.11.40 na forma do B.I. nº 267. Em razão da Guerra foi reincluído em 20.07.42 conforme B.I. 167. Esteve engajado até sua efetiva exclusão do Exército em 05.03.45 pelo B.I. nº 53.

Luiz Leonel Ignacio da Silva, Expedicionário LeopoldinenseVale registrar que durante a Segunda Guerra o 8º R. A. M. desenvolveu ações em território nacional e o seu 2º Grupo participou do 3º Escalão da FEB. O restante do efetivo permaneceu em Pouso Alegre (MG) com a missão de receber e manter sob vigilância prisioneiros de guerra, inclusive os 62 marinheiros do navio alemão Anneleise Essberger detido na costa brasileira. Este fato é pouco conhecido e mereceu estudos publicados por Claudio Moreira Bento(2) e Francisco Miranda(3), além de fazer parte da História de Pouso Alegre divulgada no site TV-Uai(4).

Quanto à sua vida civil, sabe-se que nasceu a 26.10.18, embora no seu Certificado de Reservista conste a data de 24.09.18. Era lavrador, filho de Leonel Inácio da Silva e Adélia Claudia da Silva. Foi casado com Argentina de Oliveira, filha de Graziel Lopes de Oliveira e Nerciolina Pereira de Jesus. Informações de familiares dão conta de que deixou os filhos: José Luiz, Maria Lúcia Leonel, Maria das Graças, Maria Luiza Leonel e Vera Luzia.

26 – MÁRIO CASTÓRIO [Castorino] FONTES BRITTO, o segundo nome de hoje, consta na relação de Kléber Pinto de Almeida(5), grafado incorretamente. Segundo informações de familiares, Mário esteve na Itália no final da Guerra, embora não se tenha obtido êxito nas buscas para localizar documentos que comprovassem esta afirmação.

Sabe-se que Mário era filho de Raul Ferreira Britto e Maria Castorina Fontes. Seu avô paterno foi João Ventura Ferreira Brito, filho de João Gualberto Ferreira Brito e Rita Tereza de Jesus. Mário casou-se com Joana Marlene Lobo com quem teve os filhos: Márcia e Marcelo Lobo Britto. Nasceu em Leopoldina no dia 11.10.1923 e viveu na cidade até 1946, quando a família mudou-se para o Rio de Janeiro (RJ). Na então capital do País, formou-se em Direito, trabalhou no Ministério da Fazenda e posteriormente foi para o Banco Nacional da Habitação – BNH.

27 – MOACIR JURANDIR BARBOSA RODRIGUES aparece apenas como Jurandir na relação de Kléber Pinto de Almeida(5).

Segundo o Diário de Notícias(6) ele foi soldado da Cia de Petrechos Pesados, CPP-III, do 3º Batalhão do 11º RI e desembarcou do navio General Meigs no dia 17.09.45. Anotação dos arquivos da ANVFEB informa que o 3º sargento 4G 86.681, foi reformado como capitão R/1. Gentil Palhares(7) registra que ele esteve exposto aos bombardeios e a todos os perigos decorrentes da Guerra e destacou-se pela sua alta compreensão dos deveres militares.

Nelito Barbosa Rodrigues(8) informa que Moacir Jurandir nasceu em 13.11.19 e faleceu em 18.02.87. Casou-se com Rufina Pinto Barbosa com quem teve cinco filhos: Cecília, Cely, Yeda, Jurandir e Flávio. Era o sexto filho de Feliciano José Barbosa e Nelsina Rodrigues Barbosa. Pelo lado materno, era neto de Paulino Augusto Rodrigues e Umbelina Cândida Rodrigues.

O vagão completou a carga de hoje. Não resta espaço. Agora, é esperar na plataforma pelo próximo Trem de História que trará outros Expedicionários Leopoldinenses. Até lá.

Notas:

(1) Certidão expedida pelo Comando Militar do Leste, 4ª DE–AD/4, 14º Grupo de Artilharia de Campanha.

(2) BENTO, Claudio Moreira. Os Alemães prisioneiros de guerra no Brasil durante a Segunda Guerra Mundial. Disponível em <http://www.ahimtb.org.br/alemaes_prision.htm&gt;. Acesso em 9 jun. 2015.

(3) MIRANDA, Francisco. Campo de Concentração de Pouso Alegre, MG. Disponível em <https://chicomiranda.wordpress.com/2011/08/10/campo-de-concentracao-de-pouso-alegre-mg/&gt;. Acesso em 9 jun. 2015.

(4) Campo de Prisioneiros de Guerra. Disponível em <http://www.tvuai.com.br/pousoalegre/pa153/guerras4.html&gt;. Acesso 9 jun. 2015.

(5) ALMEIDA, Kléber Pinto de. Leopoldina de todos os tempos. Belo Horizonte: s.n., 2002. p.101.

(6) Expedicionários que viajam no “General Meigs”. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, primeira seção, p. 6, 14 set. 1945. Disponível em <http://memoria.bn.br/pdf2/093718/per093718_1945_07023.pdf&gt;.  Acesso em 11 jan. 15.

(7) PALHARES, Gentil Palhares. De São João Del Rei ao Vale do Pó. Rio de Janeiro: Bibliex, 1957. p.383.

(8) RODRIGUES, Nelito Barbosa, Árvore Genealógica – Família de Paulino Augusto Rodrigues. Leopoldina: particular, 1998. p.14.

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA
Publicado no jornal Leopoldinense de 1 de outubro de 2015


Vera Luzia escreveu:
Oi José Luiz, tudo bem com você?
Olha o motivo deste é para agradecer pela  matéria ref. meu pai Luiz Leonel da Silva, fiquei imensamente feliz quando vi que você cumpriu o que me prometeu. Você nem pode imaginar a alegria que fiquei quando abri o jornal hoje pela manhã e vi a foto do meu querido, amado, tudo, tudo nesta vida, que é meu pai.
[…] Muito obrigado mesmo, um forte abraço pra você, fique com Deus.
Verinha.

Expedicionários Leopoldinenses – De José Luiz a Lourenço

Como ficou dito no artigo anterior, o Trem de História segue a sua viagem trazendo mais três Expedicionários Leopoldinenses que estiveram na Itália.

22 – JOSÉ LUIZ ANZOLIN é o primeiro deles. Segundo os arquivos da ANVFEB, o soldado 4G 53.765, embarcou para a Itália com o 11º RI em 22.09.44 e retornou em 20.01.45. Palhares(1) o relaciona dentre os soldados da 2ª Cia do 11º RI.

Nascido(2) em 26.07.1915, era filho de Basílio Anzolin e Antonia Ramanzi. Casou-se em 27.09.45 com Olívia Lorenzetto. Segundo familiares, ao retornar da Guerra, José Luiz passou por seguidos e longos períodos de tratamento no Hospital Central do Exército, no Rio de Janeiro, para se recuperar de problemas nas pernas, possivelmente provocados pelo fato de ter permanecido longo tempo em trincheira sob frio intenso e coberto por neve. Acreditam estes familiares que talvez estes problemas tenham contribuído para o seu falecimento em 15.10.65, em decorrência de choque operatório e enfarte de mesentério. José Luiz deixou quatro filhos: Antonia Eulália, Terezinha Maria, José Osvaldo e Sebastião Basílio.

23 – LAIR DOS REIS JUNQUEIRA embarcou para a Itália em 02.07.44 junto a um efetivo de 5.075 homens, segundo o Diário de Notícias(3). Foi soldado da 1ª Cia, do 1º Batalhão do Depósito de Pessoal do 11º RI e retornou ao Brasil em 17.09.45. Seu O Certificado(4) de Reservista de 1ª Categoria nº 19780, emitido pela FEB, informa que o soldado 4G 115.691 serviu na Itália entre 07.12.44 e 04.09.45, tendo recebido a Medalha de Campanha(5). Lair licenciou-se do serviço ativo em 03.10.45.

Nascido(6) a 10.07.17 no distrito de Santa Izabel, atual Abaíba, em Leopoldina, casou-se com Elys Junqueira de Castro e com ela teve quatro filhos. Era filho de Tomé de Andrade Junqueira e Iria dos Reis Junqueira. Faleceu em 19.05.2007, em Leopoldina, onde residia.

Registra-se que os arquivos da ANVFEB, diferentemente de outros documentos consultados, informam o embarque de Lair como tendo ocorrido no dia 23.11.44, o retorno em 17.09.45 e o nascimento no dia 06.06.1917.

24 – LOURENÇO NOGUEIRA é o terceiro do trio de hoje. O Diário de Notícias(3) registra que o soldado, 4G 110.755, da 7ª Cia do 5º BTI, esteve incorporado ao Centro de Recompletamento do Pessoal da FEB. Retornou ao Brasil em 17.09.45. Recebeu Certificado de Operações da Itália em 01.10.45. Os arquivos da ANVFEB registram que embarcou para a Itália no dia 08.02.45.

Lourenço nasceu 03.06.1921 e faleceu em 23.10.78 em Leopoldina. Era filho de Jerônimo Joaquim Nogueira. Quando foi convocado para a Guerra, já estava casado com Maria da Conceição com quem teve os filhos: Antonio Fernando, Rosa Maria, Luiz Paulo, Claudio José, José Maria e Angelus. Do segundo casamento, com Maria Elisa Lima, são os filhos: Ramil Rogel, Rosângela Aparecida e Rosana Maria. Trabalhou na Cooperativa de Leite – LAC, por onde se aposentou. Trabalhou também, por um curto período, em unidade do Exército, em Juiz de Fora.

Assim o vagão de hoje se completa. Mas a viagem vai continuar no próximo Jornal. Aguardem.

Notas:

(1) PALHARES, Gentil. De São João Del Rei ao Vale do Pó. Rio de Janeiro: Bibliex, 1957. p. 472.

(2) Arquivo da Diocese de Leopoldina, Secretaria Paroquial da Matriz do Rosário, Leopoldina, MG, livro 16 batismos fls 97 termo 422.

(3) Expedicionários que viajam no “General Meigs”. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, primeira seção, p. 6, 14 set. 1945. Disponível em <http://memoria.bn.br/pdf2/093718/per093718_1945_07023.pdf&gt;.  Acesso em 11 jan. 15.

(4) Certificado do Ministério da Guerra, Força Expedicionária Brasileira.

(5) Ministério da Guerra, diploma  emitido em 26.10.49.

(6) CASTRO, Luiz Fernando Hisse de. Família Vasques de Miranda. Os Vasques de Miranda de Água Viva. Publicado em 23 setembro 2012. Disponível em <http://luizfernandohissedecastro.blogspot.com.br/2012/09/vasques-de-miranda_23.html&gt;. Acesso em 02 jan. 15.

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA
Publicado no jornal Leopoldinense de 16 de setembro de 2015

Expedicionários Leopoldinenses – De João Venâncio a José Ernesto

A viagem do Trem de História segue hoje contando a vida de mais três conterrâneos que estiveram na Itália.

19 – JOÃO VENÂNCIO FILHO, que segundo os arquivos da ANVFEB era  soldado cozinheiro identidade nº 1G 290.367, embarcou para a Itália com o 11º RI em 22.09.44 e retornou com o mesmo Regimento em 17.09.45. Palhares(1) o relaciona dentre os soldados da 3ª Cia do 11º RI. Sua ficha na Associação informa que nasceu em Leopoldina em 02.04.21. Era filho de João Venâncio de Brito e Bernardina Silvana de Brito. Casou-se com Iracema Carvalho de Brito, nascida em 11.01.27. Faleceu em 03.12.99. Nesta mesma ficha não consta que tenha deixado descendente.

20 – JOÃO ZANGIROLANI foi soldado do 6º Regimento de Infantaria adido ao Batalhão de Guardas, conforme Provisão(2) exarada nos termos do Decreto de 29.05.47 da Presidência da República. Ferido em combate onde perdeu uma das pernas, foi julgado definitivamente incapaz para o serviço do Exército e recebeu a graduação de 3º Sargento.  Foi condecorado com a Medalha Sangue do Brasil em 15.04.45. Em junho de 1947 recebeu a comenda(3) da Cruz de Combate por ter se destacado entre os homens de seu pelotão da 8ª Cia do 6º RI durante o ataque à Montese, na Itália. Ao reformar-se, galgou o posto de tenente. Os arquivos da ANVFEB, em Juiz de Fora (MG) registram que o soldado 4G 79.994 ou, 1G 294.485 embarcou para a Itália com o 6º RI em 02.07.44. Foi reformado conforme o Diário Oficial de 14.06.47. Segundo o Diário de Notícias(4), João desembarcou do navio Cantuaria, no porto do Rio de Janeiro, em 08.11.46 “após permanecer um longo período internado em hospitais norte-americanos em tratamento e cumprindo período de readaptação”.

João(5) nasceu em 05.04.21, em Leopoldina. Era filho do imigrante italiano Gildo(6) Sangirolami (1891- 1964) e de Perina Borella (1893 – 1972), casal que residiu na Fazenda Paraíso e teve treze filhos(6). Casou-se com Sebastiana Idalina Farinazzo, filha de Natal Farinazzo e Sebastiana Regina Pengo. João faleceu a 06.06.86 (7), aos 65 anos, deixando viúva e os filhos Moacir, Jaci, Darci e Jane.

21 – JOSÉ ERNESTO é o terceiro nome do vagão de hoje. Segundo se pode apurar nos arquivos da ANVFEB e na obra de Palhares(1), José Ernesto embarcou para a Itália como soldado 4G 21.223, da 7ª Cia o 11º RI em 22.09.44. Reformou-se como cabo. O Diário de Notícias(8) informa que o seu desembarque do navio General Meigs, no Porto do Rio de Janeiro, ocorreu no dia 17.09.45. O arquivo da citada Associação informa ainda que José Ernesto nasceu em Leopoldina no dia 18.04.1919, filho de Belarmino Pacífico e Leodora Maria da Conceição. Residiu durante algum tempo em Além Paraíba (MG).

O vagão de hoje está completo, mas o assunto não acabou. No próximo virão outros Expedicionários. Até lá.

Notas:

(1) PALHARES, Gentil Palhares. De São João Del Rei ao Vale do Pó. Rio de Janeiro: Bibliex, 1957. p. 472.

(2) Provisão do Diretor de Recrutamento do Exército Brasileiro.

(3) Diploma do Ministério da Guerra datado de 15.06.47.

(4) Chegou ontem o Cantuária e o North King. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, segunda seção, p.9, 4 dez. 1946, Disponível em <http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=093718_02&PagFis=30843&gt;.  Acesso em 18 set. 2014.

(5) Cópias de documentos e dados complementares fornecidos pelo seu filho Jaci.

(6) Grafia da Certidão de Óbito do Registro Civil das Pessoas Naturais, de Leopoldina, livro nº 16-C, fls. 27-v, termo 1093, emitida em 11.05.2001. A certidão de Registro de Estrangeiros da Policia do Estado de Minas Gerais, livro nº 02, reg. nº 103, de 23.01.42, traz o nome como EGILDO. Documento do Archivio storico del Distretto Militare di Padova, Leva Militare delle province di Padova e Rovigo 1846 – 1902 informa que o nome era Egidio Sangirolami, filho de Giovanni Battista Sangirolami e de Modesta Carmelim.

(7) Obituário. Gazeta de Leopoldina, julho de 1986, s.d.t.

(8) Expedicionários que viajam no “General Meigs”. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, primeira seção, p. 6, 14 set. 1945. Disponível em <http://memoria.bn.br/pdf2/093718/per093718_1945_07023.pdf&gt;.  Acesso em 11 jan. 15.

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA
Publicado no jornal Leopoldinense de 1 de setembro de 2015

Expedicionários Leopoldinenses – De Itamar a João Vassali

15 – ITAMAR JOSÉ TAVARES Segundo o Diário de Notícias(1) e Gentil Palhares (2), foi soldado da 9ª Cia do 3º Batalhão do 11º Regimento de Infantaria.

Chegou de volta da Itália no dia 17.09.45. Os arquivos da ANVFEB registram que o soldado 1G 293.090 embarcou com o 11º RI em 22.09.44. O mesmo arquivo informa ainda que ele teria falecido em 08.08.75. Familiares declaram que Itamar nasceu em 05.03.1919 e faleceu em 09.08.75, em Leopoldina. Era comerciário em Tebas e servia ao Exército, em Juiz de Fora, quando foi recrutado para a Guerra. Foi casado com Ocirema Ávila Tavares. Segundo seu filho José Aparício, Itamar não tinha irmão com o nome de Orlando, conforme afirma Kléber Pinto de Almeida.

Itamar José Tavares, à direita

16 – JAIR VILELA RUBACK aparece no Diário de Notícias(1) e em Palhares(3) com a informação de que foi soldado da 6ª Cia e desembarcou no porto do Rio de Janeiro no dia 17.09.45. Nesta viagem, conforme publicado no mesmo jornal, o navio trouxe para o Brasil 5.312 homens. Palhares relaciona Jair Vilela Ruback entre os soldados da 6ª Cia do 11º RI.

Jair era filho de Frederico Ruback e Cândida Vilela Ruback. Casou-se com sua prima Nair Vilela Ruback com quem teve pelo menos os filhos: Ivan, Ivo, Rui, Terezinha, Maria Isabel e Fernando. Residiu durante muito tempo na Rua Dr. Oswaldo Vieira, em Leopoldina.

17 – JOÃO ESTEVES FURTADO, segundo o Diário de Notícias(1), foi soldado da 2ª Cia do 1º Batalhão do Depósito de Pessoal do 11º RI, tendo desembarcado de volta da Itália no dia 17.09.45. Os arquivos da ANVFEB informam que o 3º Sargento 4G 925.542 embarcou com o Centro de Recompletamento de Pessoal/FEB em 08.02.45.

Certidão de nascimento emitida pelo Serviço de Registro Civil e Notas de Argirita informa que era natural daquela cidade e nasceu no dia 08.08.1923. Filho de Misael Furtado de Souza e Maria Roza Esteves Furtado, pelo lado do pai era neto de José Maria Furtado de Souza e Maria Misael Furtado e, por parte da mãe, descendia de Francisco Esteves e Maria Grazia Liotti. Casou-se com Maria Lopes Furtado e deixou descendente. Faleceu em Juiz de Fora no dia 23.06.97.

18 – JOÃO VASSALI foi incluído no monumento existente na Avenida dos Expedicionários e na relação dos alunos da Escola Estadual Luiz Salgado Lima(4). Segundo dados do arquivo da família e da ANVFEB, foi o soldado 4G 110362 do 11º RI. Embarcou para a Itália no dia 23.11.44 e retornou em 22.08.45 com o Batalhão do Depósito do Pessoal. Recebeu o Certificado e Medalha de Campanha. Como inativo, galgou o posto de 2º tenente.

João nasceu em 26.08.1921. Filho de Vicente Vassali e Maria Vassali. Casou-se em 28.02.46 com Maria Augusta Favero com quem teve os filhos: Gilson, José Luiz, Juarez, Maria do Carmo e Rosa Maria Vassali. Faleceu em 17.09.79.

Da sua vida após a Guerra sabe-se que, no final dos anos de 1950, residia na esquina da Rua Santa Filomena com a Praça Professor Ângelo e possuía um comércio de bebidas na Avenida Getúlio Vargas, no prolongamento da Rua Francisco Andrade Bastos, ao lado do antigo campinho do Cocota.

O sobrenome Vassalli, segundo Ciro Mioranza(5) é a forma plural de Vassallo, homem livre que, na sociedade feudal, se submetia ao senhor feudal em troca de proteção.

O vagão de hoje está cheio. Ainda temos mais João. Mas fica para o próximo. Aguardem.

Notas:

(1) Expedicionários que viajam no “General Meigs”. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, primeira seção, p. 6, 14 set. 1945. Disponível em <http://memoria.bn.br/pdf2/093718/per093718_1945_07023.pdf&gt;.  Acesso em 11 jan. 15.

(2) PALHARES, Gentil. De São João Del Rei ao Vale do Pó. Rio de Janeiro: Bibliex, 1957. p.492.

(3) PALHARES, obra citada, p.484.

(4) PEREIRA, Rodolfo. Leopoldinenses na FEB (1943-1945). Publicado em 20 nov. 2013. Disponível em <http://www.acropolemg.blogspot.com.br/search/label/FEB&gt;. Acesso em 08 mar. 15.

(5) MIORANZA, Ciro. Dicionário dos Sobrenomes Italianos. São Paulo: Escala, 1997. p. 315.

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA
Publicado no jornal Leopoldinense de 16 de agosto de 2015

Expedicionários Leopoldinenses – De Felício a Geraldo Rodrigues

12 – FELÍCIO MENEGHITE. A certidão passada pela Secretaria Geral do Exército em 26.08.67 informa que este soldado foi incluído como voluntário em 01.03.42 e permaneceu no 12º Batalhão de Caçadores até 23.01.45.

Participou de comboio marítimo a bordo do navio Itapura entre os portos de Vitória (ES) e Caravelas (BA). Pela mesma certidão, de acordo com o aviso nº 972, de 16.11.43, esteve a serviço no Arquipélago de Fernando de Noronha. Informações verbais de familiares dão conta de que Felício esteve na Itália, no final da Guerra, embora não se tenha logrado êxito nas buscas de documentos que comprovassem essa viagem.

Registre-se que o sobrenome de Felício no Certificado de Reservista de 1ª categoria nº 173764, do Ministério da Guerra, 4ª Região Militar, 12º Batalhão de Caçadores, emitido em Vila Velha (ES) em 31 de janeiro de 1945 consta como sendo Meneguite.

Felício era um dos filhos do casal Ermenegildo Meneghetti, nascido em Campolongo Maggiore (Itália) em 28.07.1881 e Genoveffa Calzavara, filha de Giuseppe Calzavara e Ana Scantabulo. Por parte de pai era neto dos imigrantes italianos Sante Meneghetti e Regina Formenton, casal cujo filho mais velho, de nome Felice Augusto, foi proprietário do lote nº 09 da Colônia Agrícola da Constança.

13 – GERALDO GOMES DE ARAÚJO PORTO. O nome deste Expedicionário aparece no Diário de Notícias(1) com a informação de que foi soldado da 6ª Cia do 2º Batalhão do 11º Regimento de Infantaria e desembarcou no porto do Rio de Janeiro (RJ) no dia 17.09.45 do navio General Meigs. Ainda no mesmo jornal consta a informação de que nesta viagem, procedente de Francoline, na Itália, o navio trouxe 5.312 homens. Gentil Palhares também o relaciona dentre os soldados da 6ª Cia do 11º RI. E nos arquivos da ANVFEB, o soldado 1G 292.445 está entre os que embarcaram para a Itália com o 11º RI em 22.09.44. Infelizmente não foi possível coletar até agora outros dados pessoais, uma vez que não foram localizados os seus familiares.

14 – GERALDO RODRIGUES DE OLIVEIRA. Sabe-se por documentos do arquivo da família que Geraldo Rodrigues de Oliveira foi convocado para a Guerra em 09.04.43. No Exército chegou ao posto de 3º sargento e participou do grupo de Artilharia de Dorso que patrulhou a costa brasileira. A bordo do navio Itaquera partiu do Rio de Janeiro (RJ) para Caravelas (BA) onde permaneceu até 30.08.45, conforme certidão reg. nº 53739/99-DIP, do Ministério da Defesa – Exército Brasileiro, datada de 20.09.99.

Geraldo nasceu a 16.06.1921 no Sítio Puris, no Bairro da Onça, propriedade da família desde os tempos do seu avô. Foi contabilista, bancário, securitário, pecuarista e participou ativamente da vida social da cidade. Era casado com Dalva Rodrigues de Oliveira com quem teve os filhos: Elisabete, Roberto, Pedro Paulo, Maria Leonor, Fernando e Carlos. Faleceu em 15.06.1995, no Rio de Janeiro (RJ) e foi sepultado em Leopoldina.

Como curiosidade, vale registrar que os arquivos da ANVFEB registram a existência de um soldado, também de Minas Gerais, homônimo do sargento Geraldo Rodrigues de Oliveira, que participou da Segunda Guerra.

O Trem de História de hoje fica por aqui. No próximo vagão ele trará Itamar José, João Esteves e João Vassali. Até lá.

Itamar José Tavares, o penúltimo à direita, na última fila.

Notas:

(1) Expedicionários que viajam no “General Meigs”. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, primeira seção, p. 6, 13 set. 1945. Disponível em <http://memoria.bn.br/pdf2/093718/per093718_1945_07022.pdf&gt;.  Acesso em 08 jan 15.

(2) PALHARES, Gentil. De São João Del Rei ao Vale do Pó. Rio de Janeiro: Bibliex, 1957. p.484.

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA
Publicado no jornal Leopoldinense de 1 de agosto de 2015