No primeiro ano de funcionamento do distrito de Nossa Senhora da Piedade foram realizados diversos batismos, casamentos e funerais de moradores do lugar. Agradecemos a gentileza do Monsenhor Antônio José Chamel, bem como a de D. Ana Bárbara Fajardo Barbosa, por nos terem permitido fazer o levantamento daquelas primeiras páginas da história de Piacatuba. Com este trabalho, em 2001 pudemos entregar, restaurados, os livros que compõem o acervo paroquial de Piacatuba do século XIX.
Para escrever sobre os primórdios do atual distrito de Piacatuba foram utilizados outras fontes documentais que complementaram informações obtidas nos livros paroquiais. Entre as mais importantes estão os livros do Cartório de Notas da Piedade, encontrados no Arquivo da Câmara Municipal de Leopoldina.
De tal sorte que foi possível concluir que, nos primeiros anos de sua criação, o distrito de Piacatuba contou com o esforço de seus moradores para transformar as condições de habitabilidade então existentes. Até a chegada do colonizador, a região era ocupada pelos índios puris. Alguns deles adaptaram-se ao novo modo de vida e passaram a fazer parte do grupo social que ali viveu. Não se tem notícia de escravização de indígenas, embora alguns deles sejam mencionados como trabalhadores em algumas das fazendas da região. Infelizmente, por falta de sobrenome não nos foi possível identificá-los a contento.

É importante observar que, na época, o distrito da Piedade abrangia parte do território que veio a constituir o município de Cataguases, 24 anos depois, bem como parte do território que em 1881 formou o distrito de Santo Antônio de Tebas. Aliás, o nome deste distrito é uma homenagem a um dos pioneiros da região – Manoel Joaquim Tebas – falecido por volta de 1852. Provavelmente, foi este antigo morador quem abriu o antigo caminho carroçável, que ligava sua propriedade ao caminho entre o Distrito de Bom Jesus do Rio Pardo (Argirita) e o Distrito de Nossa Senhora da Piedade Piacatuba). Neste percurso a estrada servia a algumas das antigas fazendas, como Vargem, Limoeiro, Bocaina e Samambaia. Claro está que, na época, ainda não eram conhecidos estes nomes e tampouco sabemos o nome da propriedade de Manoel Joaquim Tebas, vizinho, pelo lado sudoeste, da Fazenda do Feijão Crú Pequeno, de propriedade de Manoel Antônio de Almeida.
Nas proximidades da foz do Ribeirão Tebas, no local hoje conhecido como Valverde, foi aberta uma variante do caminho que levava à Piedade e que ia encontrar o Rio Pardo, na altura da Fazenda Boa Vista. A região sudoeste do Distrito da Piedade já estava cortada por diversos caminhos, desde o início de sua colonização. O território, entre o Ribeirão São João (oeste), Rio Pardo (leste), Córrego Pirapetinga (norte) e a Serra da Boa Vista (sul), é provavelmente , a mais antiga região habitada do distrito.