Em fevereiro de 2019, nasceram em Leopoldina
Dia 10
Maria Aparecida Rezende Oliveira
Dia 13
Leonira Ribeiro
Dia 19
Milton Vargas Neto
Dia 27
Dulce Lacerda
Antiga família da região de Leopoldina.
Luiz Rosseau Botelho, no livro Dos 8 aos 80, declara que o maestro da Lira Leopoldinense tinha o apelido de Tingo. Segundo fontes orais, trata-se de Antonio Vieira Nepomuceno, nascido em Leopoldina no dia 15 de setembro de 1867, filho de Laurinda Matilde da Conceição e Marciliano Vieira Nepomuceno, carpinteiro habilidoso também referido com o nome de Marcelino, sendo filho de João Evangelista Nepomuceno.
Marciliano e Laurinda tiveram oito filhos, sendo seis nascidos em Leopoldina e os mais velhos em São João Nepomuceno. Provavelmente a família vivia na divisa daquele município com o distrito de Piacatuba.
Antonio Vieira Nepomuceno casou-se em Leopoldina, no dia 10 de setembro de 1892, com Gabriela Spinola, nascida em Conceição da Boa Vista, filha de Custódio José da Silva Spínola e Ignez Maria de Magalhães.
Um dos irmãos de Gabriela foi José Custódio da Silva Spínola, inventor de máquina de beneficiar café cuja patente foi registrada em 1900. José Custódio, segundo Luiz Eugênio Botelho, era proprietário do Engenho Santa Helena, de beneficiamento de arroz e café, localizado aproximadamente nos fundos do atual edifício Bazar Renê. Lembrando que, naquela época, a Rua Presidente Carlos Luz ainda não tinha a extensão que hoje conhecemos. O local onde funcionava o Engenho era, provavelmente, o mesmo no qual existiu o Mercado Municipal na década de 1960.
O Trem de História de hoje traz mais um personagem pouco lembrado na cidade: Antonio Teodoro de Souza Carneiro. Resgatar a sua história e de parte da sua família é o objetivo.
Embora o livro do neto Erymá[1] não contenha menção à sua passagem pela cidade, pois cita apenas que a viúva Amanda foi proprietária de uma pequena loja de armarinho em Leopoldina, é certo que Antonio Teodoro era negociante[2] em Leopoldina em 1885. A confirmar tem-se a informação de que por volta de 1880 era proprietário[3] do Hotel Carneiro, situado na Rua Primeiro de Março, em Leopoldina. Conforme dissemos em nosso livro Nossas Ruas, Nossa Gente, a rua Primeiro de Março chamou-se anteriormente rua Direita e compreendia as atuais Gabriel Magalhães e Lucas Augusto.
É sabido, também, que em agosto de 1878 foi eleito[4] vereador e em 08.03.1881 era 1º suplente[5] em Leopoldina. Entre 1885 e 1887 tinha negócios em Itapiruçu, atualmente município de Palma (MG), na época ainda distrito de Leopoldina. Informação que se confirma com o instrumento público de 24 de setembro de 1887, onde ele nomeia procurador[6] para solucionar pendência no Rio de Janeiro.
O que ainda não se tem documentado é de onde teria vindo. Embora tudo leve a crer na possibilidade de ter aqui chegado procedente do interior do estado do Rio de Janeiro ou mesmo da “Corte”, como era conhecida a atual capital daquele estado.
Sabe-se que Antonio Teodoro casou-se a primeira vez com Maria Madalena Coimbra e dessa união teve dois filhos que teriam nascido em Santo Antônio de Pádua. Em segundas núpcias uniu-se a Amanda Malvina de Andrade, com quem teve filhos nascidos em Leopoldina a partir de 1877, sendo que os três mais velhos haviam nascido na Freguesia de São José do Rio Preto. Ainda não foi esclarecida qual seria esta Freguesia de São José, já que as informações são conflitantes, ora remetendo para São José das Três Ilhas que também se chamou São José do Rio Preto, ora para o atual município de Rio Preto (MG) ou cidades vizinhas, na bacia do Rio do Peixe. O neto Erymá informa que o pai dele, Juvenal Carneiro, teria nascido no Turvo que é a atual cidade de Andrelândia (MG), próxima a Rio Preto (MG).
Dentre os nascidos em São José do Rio Preto estaria Maria da Glória Carneiro, segunda esposa de Achilles Hercules de Miranda, casal que se abordará adiante. E Juvenal Carneiro, que se casou com Honorina Antunes Vieira e durante muitos anos viveu e trabalhou em Leopoldina, de quem também se ocupará oportunamente.
Antonio Teodoro e Maria Madalena Coimbra tiveram os filhos: José de Andrade Carneiro nascido por volta de 1866; e, Clara Clarinda Carneiro nascida em Santo Antonio de Pádua (RJ) e falecida antes de 1894 c.c. Luiz Henrique Delfim e Silva[8] em 1879. Luiz Henrique nasceu em 1858 em Leopoldina e faleceu[9] em 1930 no distrito de Ribeiro Junqueira. Era filho de Henrique Delfim Silva e Floriana Inocência de Souza Werneck, sendo neto materno de Ignacio de Souza Werneck e Albina Joaquina de Lacerda, formadores da fazenda Benevolência, nas proximidades da antiga estrada para Cataguases.
Do segundo casamento com Amanda Malvina, Antonio Teodoro teve os filhos: Juvenal Lúcio de Andrade Carneiro, nascido[1] em 1871; Maria da Glória Carneiro; Alice Carneiro; Antonio nascido por volta de 1877 e falecido[10] em 1882, em Leopoldina como os seus irmãos mais novos; Teolinda nascida[11] em 1880; Flausina nascida em 1881 e falecida[12] em.1882; Gabriel nascido em 1882 e falecido[13] em 1883; Ubaldina nascida[14] em 1884; Maria das Mercês nascida[15] em 1886; e, Lúcia Amanda nascida[16] em 1887.
Antonio Teodoro faleceu[17] em Angaturama, município de Recreio (MG).
Por hoje o Trem de História fica por aqui. No próximo Jornal ele continuará com a família do Antonio Teodoro. Trará a história e a família de Juvenal Carneiro.
Aguardem!
Fontes consultadas:
1 – CARNEIRO, Erymá. Do Lombo de Burro ao Computador. Rio de Janeiro, 1976 p.10
2 – Almanaque de Leopoldina, (Leopoldina: s.n., 1886), fls 88
3- RODRIGUES, José Luiz Machado e CANTONI, Nilza. Nossas Ruas, Nossa Gente. Rio de Janeiro: particular, 2004. fls 130
4 – A Actualidade (Ouro Preto) 02.10.1878, Ed. 101, p. 1
5 – Livro de Juramento e Posse de autoridades diversas – 1877-1894, fls 10verso
6 – Cartório de Notas de Itapiruçu – 01 a 10/1887, fls 42
7 – Arquivo da Câmara Municipal de Leopoldina, Alistamento Eleitoral de Leopoldina século XIX.
8 – Secretaria Paroquial da Matriz do Rosário, Leopoldina, MG, lv 1 cas fls 23 termo 56
9 – Cemitério de Ribeiro Junqueira, Leopoldina, MG, datas de nascimento e óbito na lápide do túmulo.
10 – Cemitério Público de Leopoldina, MG (1880-1887) (Livro 1880-1887), folhas 10 sepultura 241
11 – Secretaria Paroquial da Matriz do Rosário, Leopoldina, MG, lv 02 bat fls 20 termo 177
12 – Cemitério Público de Leopoldina, MG (1880-1887) (Livro 1880-1887), fls 7 sep 185. E O Leopoldinense (Leopoldina, MG, 1879 – ?), 1882, ed 3, 8 de janeiro, p. 3
13 – Cemitério Público de Leopoldina, MG (1880-1887) (Livro 1880-1887), fls 12 sep 379
14 – Secretaria Paroquial da Matriz do Rosário, Leopoldina, MG, lv 02 bat fls 112 termo 1057
15 – Secretaria Paroquial da Matriz do Rosário, Leopoldina, MG, lv 02 bat fls 148v termo 1422
16 – Secretaria Paroquial da Matriz do Rosário, Leopoldina, MG, lv 03 bat fls 12v termo ordem 102
17 – Gazeta de Leopoldina, 13 fev 1893, ed 43, , p. 3, proclama de casamento do filho indica o local
Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA
Publicado na edição 333 no jornal Leopoldinense de 16 de junho de 2017
Há 100 anos, nasceram em Leopoldina:
4 ago 1916
Francisca
filha de Joaquim Vieira Ramos e de Olinta Schettino de Souza
10 ago 1916
Gizelda Dietz de Almeida
filha de Carlos José de Almeida e de Guilhermina Dietz
10 ago 1916
João
filho de Manoel Francisco da Silva e de Francisca Rodrigues de Souza
21 ago 1916
Umbelina Marinato
filha de Riccardo Antonio Marinato e de Oliva Palmira Carraro
22 ago 1916
Tarcilia
filha de Sebastião Damasceno Neto e de Maria José Ferreira
26 ago 1916
Waldemar
filho de Manoel Custódio Ferreira Neto e de Virgilina Vargas Neto
30 ago 1916
Orlando
filho de Otavio José Ferraz e de Angelina de Almeida Ramos
Nasceram em fevereiro de 1913, no município de Leopoldina:
Dia 2 – AURORA, filha de Américo Pereira Barbosa e Maria José de Carvalho
Dia 7 – JOSÉ, filho de Martiniano Rodrigues Moraes e Jovelina Amélia de Almeida e ALCIDES, filho de José Carlos Manso Monteiro da Costa Reis e Messias Monteiro de Rezende
Dia 16 – APALAIZ, filho de Juvenal Lúcio de Andrade Carneiro e Honorina Antunes Vieira
Dia 20 – SEBASTIÃO, filho de Sebastião Carlos Neto e Laurinda Maria da Conceição
Dia 21 – ZULMIRA, filha de Francisco de Souza Lima e Ana Ferreira de Almeida
Dia 26 – RUTH, filha de Ulisses Lorenzetto e Olinda Leite Ferreira Santos
Dia 27 – ANTÔNIA, filha de Gustavo Augusto Pereira Pinto e Amélia Eloyna de Almeida e ROSINA, filha de Alessandro Bedin e Celestina Bartoli
Dia 28 – TEODOMIRA, filha de Cornélio Antonio de Almeida e Etelvina Caetano de Oliveira
NASCIMENTO
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PAI
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MÃE
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Liberalina
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12 Janeiro
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Francisco Marques Dideco
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Amelia Rezende Viveiros
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Nicoleta
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15 Janeiro
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José Antonio Ferreira
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Olivia Ormezinda Vieira
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Eugenia Maimeri
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28 Janeiro
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Luigi Maimeri
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Carolina Rancan
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Milton
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31 Janeiro
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Antonio Carlos de Almeida Ramos
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Etelvina de Freitas
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No século dezenove o reconhecimento de paternidade poderia ser feito através de registro em livros paroquiais ou civis.
Apresentamos aqui um exemplo de “Escritura de Perfiliação” realizada por Antonio de Aguiar Vieira, em relação a três filhos tidos com uma escrava, no então distrito de Nossa Senhora da Conceição da Boa Vista, município de Leopoldina, MG, em março de 1871.
Transcrição:
Escriptura de Filiação que digo escriptura publica de prifiliação que fas Antonio de Aguiar Vieira, a seus tres Filhos Rita, Manoel, e Antão como abaixo se declara. Saibão quantos este publico instrumento de escriptura de prifiliação virem que sendo no anno do Nascimento de Nosso Senhor Jezus Christo, de mil oito centos e Setenta e hum aos vinte sete dias do mes de Março do dito anno, neste Districto de Nossa Sinhora da Conceição da Boa Vista, Termo da Cidade Leopoldina, e Comarca do Pomba, em meu cartório compareceo Antonio de Aguiar Vieira, morador neste Mesmo Districto, reconhecido pelo proprio de mim escrivão, e das duas testemunhas ao diante nominadas e assignadas do que tudo dou fé; e pelo mesmo Antonio de Aguiar Vieira, me foi entregue a carta de prifiliação do thiôr seguinte: - digo eu abaixo assignado Antonio de Aguiar Vieira, morador neste Districto da Conceição da Boa Vista, que tendo tres Filhos com huma escrava que foi minha por nome Maria Ritta, os quaes são os seguintes: - Ritta Parda, idade sete annos, Manoel Pardo, idde ceis annos, Antão Pardo, idade hum anno e sete mezes, os quaes reconheço serem meus Filhos proprios assim como os tenho. E para atodo tempo constar, mandei passar esta carta de Filiação, na qual me assigno em presença das testemunhas Antonio Pedro de Lima Fernandes, e Martinho Pacheco Lima, ambos abaixo assignados. Conceição da Boa Vista – vinte sete de Março de mil oitocentos e setenta e hum, a carta estava sellada – com estampilha de duzentos reis. Antonio de Aguiar Vieira, Antonio Pedro de Lima Fernandes, Martinho Pacheco Lima. Hé o que se continha em a dita carta na qual me reporto. E por nada mais se conter nesta escriptura de prifiliação, e depois de lhe ser lida e achar com forme, assigna em presença das testemunhas Martinho Pacheco Lima, e Martinho José de Oliveira, tão bem abaixo assignadas todas reconhecidas de mim Manoel José do Carmo Brandão escrivão que o escrivi e assigno. (assinaturas, pela ordem: Antonio de Aguiar Vieira, Martinho Pacheco Lima, Martinho José de Oliveira, Manoel José do Carmo Brandão)
Segundo Joaquim Ribeiro Costa, Itapiruçu significa “a grande pedra elevada ou empinada”, resultado da aglutinação de “itá-apira”, ou pedra empinada e “açu”, grande. O “distrito policial de Tapirussú” conforme consta em sua lei de criação pertencia ao município de Leopoldina e permaneceria com as “actuaes divisas”. Ou seja, em 1883 já existia um povoado com o nome de Tapirussú. No início de 2000 um visitante do site escreveu pedindo informações sobre Itapiruçu, especialmente sobre a família Vieira Pires. Informei que não tinha estudos sobre famílias da região, embora meu grande interesse pelo antigo distrito do Tapiruçu, terra onde viveram alguns de meus antepassados. Do sobrenome citado eu conhecia apenas um nome: Manoel José Vieira Pires, Solicitador em Palma, por volta de 1890. Não era o nome procurado pelo correspondente. Por conta disso trocamos diversas mensagens até que não mais recebi respostas. Daquele contacto ficou a vontade de conhecer a história do lugar. Segundo a memória familiar o casal Antonio Vicente Ferreira e Ana José Rodriguez vivia no território do distrito de Itapiruçu desde o nascimento. Antonio Vicente nasceu a 13 de junho de 1862 e foi batizado no dia 21 de junho[iv] do mesmo ano. Ana José nasceu no dia 1º de agosto de 1858 e foi batizada no dia 19 de setembro[v] seguinte. Os pais de ambos procediam da região da Serra da Ibitipoca e migraram para a zona da mata por volta de 1830. Vejamos pois, alguns detalhes sobre estas famílias. José Rodrigues Carneiro Ferreira, também conhecido por José Rodrigues Carneiro de Bem, descendia de Manoel José de Bem e Tereza Maria de Jesus, ela filha da ilhoa Maria Teresa de Jesus e de Inácio Franco. Migrado para a zona da mata ainda criança, radicou-se no território do que veio a se constituir na Freguesia de Conceição da Boa Vista, onde se casou com Mariana Esméria de Sena, filha de João Gualberto Ferreira Brito e Maria Venância de Almeida. José e Mariana tiveram, pelo menos, 4 filhos batizados no Curato de Conceição da Boa Vista. O segundo destes filhos foi Ana José Rodriguez. Segundo Joaquim Ribeiro Costa[i], Itapiruçu significa “a grande pedra elevada ou empinada”, resultado da aglutinação de “itá-apira”, ou pedra empinada e “açu”, grande. O “distrito policial de Tapirussú” conforme consta em sua lei de criação[ii] pertencia ao município de Leopoldina e permaneceria com as “actuaes divisas”. Ou seja, em 1883 já existia um povoado com o nome de Tapirussú. De fato podemos comprovar que a antiga Capela das Dores do Monte Alegre do Rio Pomba já é citada em livros paroquiais de Conceição da Boa Vista em data bem anterior à criação do distrito policial. Como exemplo citamos o casamento de Antonio Vicente Ferreira e Ana José Rodriguez, realizado naquela capela no dia 10 de abril de 1875.[iii] Prosseguindo na busca de informações sobre a construção da Igreja de Itapiruçu nos deparamos com dados que podem interessar a todo estudioso da história da região. Vicente Rodrigues Ferreira era filho de Bento Rodrigues Gomes e Ana Joaquina de Jesus, tendo migrado de Santana do Garambeo para a zona da mata por volta de 1830. Em Conceição da Boa Vista casou-se com sua prima Luciana Francelina da Anunciação, filha de Antônio Rodrigues Gomes e Mariana Bernardina de São José. O novo casal residia na margem direita do Rio Pomba, a meio caminho entre São Joaquim (hoje Angaturama) e a atual divisa entre Palma e Santo Antônio de Pádua. É ainda a memória familiar que dá notícia da presença de eclesiásticos na fazenda onde residiam, nas diversas visitações realizadas pelo Bispado do Rio de Janeiro àquelas terras. Ainda não localizamos documentos sobre tais visitações, embora alguns autores as mencionem e citem como fonte o Arquivo da Arquidiocese do Rio de Janeiro. Entre outras referências, Oswaldo Ribeiro[vi] informa que em 1851 Frei Bento, de Santo Antônio de Pádua, obteve provisão para a Capela de São Francisco da Capivara, atualmente Palma. Parece-nos que para atingir seu destino o padre teria forçosamente que passar por Itapiruçu. E provavelmente também visitasse alguns fazendeiros vizinhos ao casal que, segundo contam, seriam os doadores do patrimônio da Capela de Itapiruçu e dos quais falaremos adiante. Importa registrar ainda que os batismos dos 10 filhos de Vicente e Luciana podem ser encontrados nos livros paroquiais de Miracema, Santo Antônio de Pádua e Conceição da Boa Vista. O sétimo destes filhos foi Antônio Vicente Ferreira. Analisando os mais diferentes documentos a que tivemos acesso, observamos que o antigo distrito de Tapiruçu pode ter ficado relegado pela autoridades em função das disputas ocorridas entre os Minas e Rio de Janeiro. Ou, hipótese levantada por um de nossos correspondentes, ter sido criado justamente para permitir melhor controle do território disputado. É sabido que não foi sem traumas que o atual município de Palma conseguiu firmar-se, havendo registros de desentendimentos do mais variado calibre com os povoados vizinhos. Entre outros transcrevemos parte de uma ata eleitoral que demonstra a dúvida existente entre os moradores do lugar. [vii]
Temos tentado levantar documentos sobre a doação do terreno onde foi construída a primeira Capela de Nossa Senhora das Dores do Monte Alegre do Rio Pomba, com vistas a confirmar ou não as hipóteses formuladas a partir da memória familiar. Consta que o casal Antonio Vicente e Ana José tinha como vizinhos as famílias Amorim, Felix, Melo, Menezes e Vieira. Curiosamente encontramos, dentro do Breviário da Missa que pertenceu a uma nora de Antonio Vicente e Ana José, o cartão de visitas acima, de Manoel José Vieira Pires. Como se pode observar, no verso do cartão é feito um pedido de cópia da escritura de compra de terras realizada pelo Padre Manoel Martins Lopes, em março de 1890. Sabendo que a Capela existia desde pelo menos 1875, procuramos os livros do Cartório de Notas de Itapiruçu em busca de esclarecimentos. Infelizmente só pudemos encontrar um deles, do qual extraímos as seguintes informações: – 21.03.1887 o Padre Manoel Lopes Martins compra uma sorte de terras anexas ao Patrimônio de Nossa Senhora das Dores [viii]. Vendedor: Antônio José de Menezes. – 06.04.1887 o mesmo Padre compra terras no Porto das Madeiras[ix]. Vendedores: Francisco Joaquim dos Reis e sua mulher Virgínia Maria da Conceição. Os vizinhos das terras compradas em março eram Francisco Joaquim dos Reis, José Francisco do Amorim, herdeiros de Luiz de Souza Melo e herdeiros de Nicolau Antonio Lombardo. A compra de abril foi de 2,5 alqueires na divisa com Balbino Teixeira Ramos, Rio Pomba, José Francisco de Amorim, Serafim José da Costa e a Fazenda Cachoeira Alegre. Em outra escritura do mesmo livro, folhas 37, vimos que Balbino Teixeira Ramos e sua mulher Vitalina Maria de Jesus haviam comprado terras de Francisco Joaquim dos Reis no Porto das Madeiras, e as revendem em setembro de 1887. Na escritura consta que os vizinhos eram José Francisco de Amorim, o Rio Pomba, herdeiros de Nicolau Antonio Lombardo e o patrimônio de Nossa Senhora das Dores do Monte Alegre do Rio Pomba. Portanto, as famílias mencionadas nas memórias familiares estavam realmente presentes no distrito de Itapiruçu na época em que ali viveram Antonio Vicente Ferreira e Ana José Rodriguez. As compras realizadas pelo Padre Manoel Lopes Martins parecem indicar que ele pretendia ampliar as posses da Igreja, deixando claro que já havia um patrimônio regularmente inscrito. Resta-nos encontrar a doação inicial e assim nos aproximarmos da data em que foi construída a primeira Capela de Nossa Senhora das Dores do Monte Alegre do Rio Pomba. Fontes: [i] in Toponímia de Minas Gerais, Editora Itatiaia Ltda, 1993, Belo Horizonte, MG, página 262 [ii] Lei n. 3171 de 18.10.1883 [iii] Primeiro Livro de casamentos da Igreja de Conceição da Boa Vista, folhas 70 verso [iv] Transcrição do Livro de Batismos de Conceição da Boa Vista no Livro 1 de batismos da Matriz de São Sebastião de Leopoldina, folhas 86, termo 464 [v] idem, folhas 38, termo 201 [vi] in História de Santo Antônio de Pádua, Edição do Autor em 1999, página 23 [vii] in Livro de Atas da Freguesia da Capivara, Arquivo da Câmara Municipal de Leopoldina, folhas 1 e verso [viii] in Livro de Notas do Distrito de Tapirussu, Arquivo da Câmara Municipal de Leopoldina, folhas 9 verso [ix] idem, folhas 16 verso |
Autoridades distritais de Tebas, município de Leopoldina, empossadas entre 1883 e 1892. TEBAS, atual distrito de mesmo nome, município de Leopoldina
FONTE: Arquivo da Câmara Municipal de Leopoldina, antigos códices 32 e 146 |