147 – Imigrantes Italianos em Leopoldina – Escolas e escolaridade

O Trem de História de hoje vai transitar pelos caminhos trilhados por muitos descendentes dos imigrantes: – a Escola.

Vale lembrar que no início dos estudos sobre os imigrantes foi surpreendente encontrar indicadores de que muitos deles se preocupavam em não deixar seus filhos sem escolarização. E foi a partir daí que se buscou, então, conhecer o panorama da época quanto à educação formal para entender melhor esta questão e descobriu-se o que se segue.

Em Minas Gerais, até 1906, quatro anos antes da criação da Colônia Agrícola da Constança, persistia o sistema vigente no Império[1], em que o ensino era baseado nas chamadas salas de “aulas públicas” que ficavam a cargo de um único profissional cujo ofício era ensinar “as primeiras letras” e “as quatro contas” a alunos dos diversos níveis. Salas que eram ditas públicas, mas que muitas vezes cobravam mensalidade dos alunos.

A partir de 1906[2] o governo mineiro tomou a decisão de reunir estas salas no que se convencionou chamar de “Grupo Escolar”, onde os alunos passaram a ser alocados conforme seus níveis de conhecimento.

Análise realizada em registros da Escola Distrital de Tebas[3], entre 1896 e 1900, indica o funcionamento de uma sala de “aulas públicas” para o sexo masculino, a cargo do professor João Alves de Souza. Nesse período, ali estiveram matriculadas algumas crianças das famílias Bertoldi, Malacchini e Meneghetti. Esta informação tornou-se importante para a análise de entrevistas, permitindo questionar a generalizada ideia de que os italianos não eram alfabetizados e não matriculavam seus filhos em nossas escolas.

Outra fonte de análise foram os requerimentos de Registro de Estrangeiros[4] de 1942 encontrados no Arquivo Nacional do Rio de Janeiro e alguns que faziam parte do acervo do Espaço dos Anjos, em Leopoldina. Estes documentos permitiram reunir informações sobre 157 imigrantes que viveram na cidade. Verificou-se que 44% declaram-se incapazes de ler e assinar o requerimento. Entretanto, entre estes estavam alguns que haviam perdido a visão, como é o caso de Maria Zanetti, esposa de Giovanni Lupatini e, Luigi Maimeri, casado com Carolina Rancan.

A partir destas informações pode-se então concluir que a maioria era alfabetizada. Além disso, informes sobre a frequência escolar dos imigrantes, anteriores à passagem ao Brasil, dão conta de que um número grande deles estudou em sua terra natal.

É sabido que as crianças de oito famílias pesquisadas, todas maiores de 7 anos de idade, foram alunas de escolas paroquiais na Itália. Isto é, já chegaram alfabetizadas ao Brasil.

Segundo um pesquisador italiano que colaborou com dados de famílias procedentes de Padova e Venezia, no final do século XIX as crianças italianas, mesmo as residentes em áreas rurais, aprendiam a ler e a escrever na escola paroquial ou nas salas destinadas pelas associações de trabalhadores para a educação formal delas. Esta opinião encontra suporte nas palavras de Emilia Franzina[5] quando declara que, no fim do século XIX, em quase todas as famílias camponesas encontravam-se pessoas alfabetizadas.

Pelas cartas pessoais fornecidas por alguns descendentes, constata-se que os textos escritos por eles eram perfeitamente legíveis. E, muitas vezes, apenas misturavam na mesma frase algumas palavras da língua portuguesa com uma ou outra da língua natal.

Por outro lado, é bom ressaltar que o discurso do Presidente da Província de Minas Gerais, de 1898, informa que a Lei nº 150, de 20.06.1896, autorizava a “concessão de favores aos particulares” que quisessem fundar, em suas propriedades, núcleos coloniais. E colocava como condição o fornecimento ao colono de uma casa, terreno para cultivo de subsistência e instrução gratuita para os filhos.

Neste discurso, o então Presidente abordou a necessidade de se ensinar a língua portuguesa para os filhos dos imigrantes, ombreando com a prática dos governos estrangeiros que procuravam perpetuar entre eles o idioma da pátria de seus pais.

Nesta mesma linha de preocupação também estava Rodolpho Miranda[6] que declarou, em relatório de 1910, estar empenhado em prover todos os núcleos coloniais de

“escolas dotadas de material pedagogico moderno, funccionando em predios que reunam condições de capacidade e de higiene e servidas por professores capazes, dedicados ao magisterio e podendo exercel-o com methodo e proficiência”.

Em Minas Gerais, ficou determinado que não haveria frequência obrigatória nem seria exigido que os colonos matriculassem seus filhos. Entretanto, foi ressaltada a necessidade de oferecer os meios possíveis para que as crianças aprendessem o português, independente de continuarem usando a língua de seus pais.

Dentro da Colônia Agrícola da Constança funcionavam, em 1918, duas salas de aulas de primeiras letras. Uma na sede da Colônia, na Boa Sorte, e outra junto à sede da antiga Fazenda Constança. Na fazenda Paraíso, vizinha da Constança, a escola começou a funcionar antes de 1920 e, na época, alguns empregados vinham procurando emprego em outros lugares exatamente porque “os filhos precisavam estudar”.

Termina aqui a viagem de hoje. *** Mas não sem antes repetir o lembrete de que em 17 de maio de 2020 acontecerá o Encontro de Descendentes dos Imigrantes de Leopoldina, para o qual todos estão convidados.*** No próximo Trem de História ainda virão outros assuntos relativos aos imigrantes italianos. Até lá.


[1] ALMEIDA, José Ricardo Pires de. Instrução Pública no Brasil 1500-1889 História e Legislação. São Paulo: Educ, 2000.

[2] Relatório da Presidência da Província de Minas Gerais, 1908. Disponível em <http://www.crl.edu/content/

brazil/mina.htm> Acesso em 23 mar 1999.

[3] Livro de Matrículas da Escola Distrital de Tebas, 1896, Arquivo da Câmara Municipal de Leopoldina.

[4] Instituído pelo Decreto 3010 de 1938, determinava a obrigatoriedade de todo estrangeiro, residente em território nacional, comparecer a uma Delegacia de Polícia para prestar informações pessoais.

[5] FRANZINA, Emilio. A Grande Emigração: o êxodo dos italianos do Veneto para o Brasil. Campinas: Unicamp, 2006. p. 342

[6] Relatório do Ministro da Agricultura Rodolpho Nogueira da Rocha Miranda, 1909-1910 – Volume 1 p. 48

 Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA

Publicado na edição 400 no jornal Leopoldinense de 16 de março de 2020

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17/03/2020: em virtude da pandemia de coronavírus, foram suspensos os preparativos para o ENCONTRO DE DESCENDENTES DOS IMIGRANTES DE LEOPOLDINA que seria realizado no próximo dia 17 de maio de 2020. Nova data será oportunamente informada.

Há 100 anos

Em Leopoldina, MG, no dia 10 de janeiro de 1917, Josué de Vargas Ferreira filho de Antonio José de Vargas Corrêa e de Maria Venancia Ferreira casou-se com Maria de Almeida Lacerda filha de Honório Rodrigues Lacerda e de Marieta Rodrigues de Almeida

O noivo era neto paterno de Josué de Vargas Corrêa e Joaquina Euqueria de Jesus, sendo esta filha de Antonio Rodrigues Gomes, um dos primeiros moradores do Feijão Cru, que formou a Fazenda Águas Vertentes cujo nome deriva da proximidade com a nascente do Córrego do Moinho. Josué era neto materno de Antonio Venâncio de Almeida Brio, o qual era filho do “capitão” João Gualberto Ferreira Brito e de Inácia Maria de Santo Inácio que, por sua vez, era filha de Antonio Prudente de Almeida.

A noiva, também natural de Leopoldina, era neta paterna de Ezaú Antônio Corrêa de Lacerda, filho de José Ferreira Brito e de Mariana Paz de Lacerda. E era neta materna de Francisco Martins de Almeida, filho de Antônio de Almeida Ramos que, por sua vez, era filho do “comendador Manoel Antônio de Almeida, um dos povoadores de Leopoldina.

No mesmo dia 10 de janeiro, Francisco Marçal Ferreira de Rezende filho de Pedro Marçal Ferreira e de Ignez de Castro Rezende, casou-se com Maria do Carmo Rezende filha de Francisco Rezende e de Francisca de Paula Rezende.

E Pedro da Cruz Nogueira filho de Pedro José da Cruz Nogueira e de Maria Marques da Silva, casou-se com Carolina Maria Cazzarini filha de Luigi Cazzarini e de Luigia Maimeri.

Descendentes de Pietro Troccafondo

Neste estudo provisório sobre a descendência de Pietro Toccafondo, mantivemos as regras adotadas em nossos estudos genealógicos no que tange ao uso da grafia de nomes e sobrenomes como encontrados na mais antiga fonte documental. Não são considerados nomes adotados pelas mulheres ao se casarem.

Pietro Toccafondo nasc. cerca de 1847 em San Severino Marche, Macerata, Marche, Italia c/c Mariana Marinozzi nasc. cerca de 1857 em San Severino Marche, Macerata, Marche, Italia

……1 Annunziata Toccafondo nasc. 25 mar 1880 em San Severino Marche, Macerata, Marche, Italia, falec. 24 jan 1957 em Leopoldina, MG c/c Antonio Zachini nasc. Italia. Pais de:

………1.1 Delijna Zachini nasc. cerca de 1906 em Matias Barbosa, MG  c/c Saul Antonio Maimeri nasc. 28 fev 1900 em Leopoldina, MG; São Lourenço, casou-se em 18 dez 1928 em Leopoldina, MG

………1.2 Francisco Zachini nasc. 20 set 1913 em Leopoldina, MG, falec. 05 fev 1992 em Leopoldina, MG c/c Maria de Lourdes Rodriguez nasc. 08 out 1916 em Leopoldina, MG, casou-se em Leopoldina, MG, falec. 15 ago 1976 em Leopoldina, MG. Pais de:

…………1.2.1 Anunciata Zachini

………….1.2.2 Cléia Zachini

…………1.2.3 Lourdes Zachini

…………1.2.4 Marlene Zachini

…………1.2.5 Marli Zachini

…………1.2.6 Marluce Zachini

…………1.2.7 Maura Zachini

…………1.2.8 Maurício Zachini

…………1.2.9 Mauro Zachini

…………1.2.10 Vera Zachini

…………1.2.11 Francisco Zachini nasc. 30 nov 1955 em Leopoldina, MG, falec. 28 abr 1990 em Leopoldina, MG

………1.3 Ernestina Zachini nasc. cerca de 1924 em Matias Barbosa, MG, falec. 27 jul 2012 em Leopoldina, MG c/c Orlando Rodrigues. Pais de:

…………1.3.1 Luiz Antonio Zachini Rodrigues nasc. cerca de 1945, falec. 10 jul 1963 em Leopoldina, MG

………1.4 Iracema Zachini

………1.5 Antonio Zachini

………1.6 João Zachini

………1.7 Pedro Zachini c/c Nizia Lacerda nasc. 30 jan 1917 em Leopoldina, MG, falec. 24 ago 1993 em Leopoldina, MG. Pais de:

…………1.7.1 Antonio Custódio Zachini c/c Maria José Sangalli. Pais de:

……………1.7.1.1 Alessandra Sangalli Zachini nasc. em Leopoldina, MG c/c Tarcisio Gereleti da Silva. Pais de:

………………6 Ana Luiza Zachini da Silva

……………1.7.1.2 Alex Sander Sangalli Zachini c/c Mariana Conti. Pais de:

………………1.7.1.2.1 João Antonio Conti Zachini

………………1.7.1.2.2 Tomás Conti Zachini

………………1.7.1.2.3 Vitoria Conti Zachini

……………1.7.1.3 Patricia Sangalli Zachini c/c Denio Castro. Pais de:

……………… 1.7.1.3.1 Helena Zachini Castro

……………… 1.7.1.3.2 Davi Zachini Castro

…………1.7.2 Carlos Roberto Zachini falec. 19 ago 1999 c/c Aparecida Coutinho. Pais de:

…………… 1.7.2.1 Lilian Coutinho Zachini

…………… 1.7.2.2 Pedro Henrique Coutinho Zachini

…………… 1.7.2.3 Liliana Coutinho Zachini

…………1.7.3 Leda Zachini c/c Paulo Rodrigues Monteiro. Pais de:

…………… 1.7.3.1 Paulea Zachini Monteiro c/c Julio Cesar Rodrigues Lima. Pais de:

………………1.7.3.1.2 João Paulo Monteiro Rodrigues Lima

……………… 1.7.3.1.3 Bernardo Monteiro Rodrigues Lima

…………… 1.7.3.2 Pedro Paulo Zachini Monteiro c/c Gisele Getino. Pais de:

……………… 1.7.3.2.1 Julia Getino Zachini

…………… 1.7.3.3 Lucio Zachini Monteiro c/c Lilian Lopes Horta. Pais de:

……………… 1.7.3.3.1 Lucas Horta Monteiro

……………… 1.7.3.3.2 Leonardo Horta Monteiro

……………… 1.7.3.3.3 Luiz Felipe Lopes Horta Monteiro

…………1.7.4 Luiza Helena Zachini c/c Paulo Rogério

…………1.7.5 Odalea Zachini falec. nov 2007

…………1.7.6 Odete Zachini. Mãe de:

……………1.7.6.1 Vilmar Zachini c/c Vilma. Pais de:

………………1.7.6.1.1 Rogerio

………………1.7.6.1.2 Alice

……………1.7.6.2 Carlos Henrique Zachini

…………1.7.7 Olizete Zachini c/c Olivier de Souza. Pais de:

…………… 1.7.7.1 Neuza Maria Zachini de Souza

…………… 1.7.7.2 Gilberto Zachini de Souza

…………… 1.7.7.3 Gilmar Zachini de Souza

…………… 1.7.7.4 Jaine Zachini de Souza c/c Magno

…………1.7.8 Orlinda Zachini c/c Roberto Heleno de Oliveira. Pais de:

…………… 1.7.8.1 Pedro Luiz Zachini de Oliveira c/c Karine. Pais de:

……………… 1.7.8.1.1 João Pedro

…………… 1.7.8.2 Roberto Heleno de Oliveira Júnior c/c Alessandra

…………1.7.9 Paulo Heleno Zachini c/c Terezinha

………1.8 Helena Zachini

………1.9 Maria Zachini

……2 Nazareno Angelo Toccafondo nasc. 03 abr 1881 em Serralta, San Severino Marche, Macerata, Marche, Italia, falec. 28 dez 1953 em Belo Horizonte, MG c/c Annunziata Fava nasc. cerca de 1886 em Tarzo, Treviso, Veneto, Italia, casou-se em 22 set 1913 em Belo Horizonte, MG, falec. 10 jun 1963 em Belo Horizonte, MG. Pais de:

………2.1 Vitorio Toccafondo nasc. 12 jan 1910 em Belo Horizonte, MG, falec. 11 jan 1967 em Belo Horizonte, MG c/c Asoreia Passos nasc. 23 jun 1917 em Cataguases, MG, casou-se em 27 mai 1936 em Ponte Nova, MG. Pais de:

………… 2.1.1 Elder Toccafondo nasc. em Belo Horizonte, MG c/c Maria das Graças Pereira nasc. em Campo Belo, MG, casou-se em Campo Belo, MG. Pais de:

…………… 2.1.1.1 Graciele Pereira Toccafondo nasc. em Belo Horizonte, MG c/c André Rodrigues Padilha nasc. em Lucélia, SP. Pais de:

……………… 2.1.1.1.1 André Luiz Rodrigues Padilha Júnior nasc. em Belo Horizonte, MG

……………… 2.1.1.1.2 Thais Toccafondo Padilha nasc. em Belo Horizonte, MG

……………… 2.1.1.1.3 Lucas Toccagondo Padilha nasc. em Belo Horizonte, MG

…………… 2.1.1.2 Anderson Pereira Toccafondo nasc. em Belo Horizonte, MG c/c Danielle Pereira Vaz. Pais de:

………………6 Giovanna Vaz Toccafondo

……………2.1.1.3 Graciane Pereira Toccafondo nasc. em Belo Horizonte, MG c/c Fabio Breno Maciel de Oliveira. Pais de:

………………6 Breno Pereira Toccafondo Maciel de Oliveira nasc. em Belo Horizonte, MG

…………… 2.1.1.4 Gleyson Pereira Toccafondo nasc. 31 jan 1978 em Belo Horizonte, MG, falec. 02 jan 2006

………… 2.1.1.2 Edmar Toccafondo

………… 2.1.1.3 Vitorio Toccafondo Filho

………… 2.1.4 Eleonor Toccafondo

………… 2.1.5 Elmo Toccafondo

………… 2.1.6 Elmar Passos Toccafondo c/c Daisy Mary Cezar Pais de:

……………2.1.6.1 Daisymar Cezar Toccafondo. Mãe de:

………………2.1.6.1.1 Alessandra Livia Toccafondo Schroll. Mãe de:

………………… 2.1.6.1.1.1 Frederico Elmar Toccafondo

………………… 2.1.6.1.1.2 Amanda Alessandra Toccafondo Schroll

………… 2.1.7 Ernesto Toccafondo

………… 2.1.8 Ises Toccafondo

………2.2 Pietro Toccafondo [neto] nasc. 06 jun 1912 em Belo Horizonte, MG c/c Santa Matalloni nasc. Italia

………2.3 Etore Toccafondo

………2.4 Adalberto Toccafondo

………2.5 Ilidio Toccafondo

………2.6 Alcides Toccafondo c/c Anita Nicolai

………2.7 Celia Toccafondo

………2.8 Delia Toccafondo

………2.9 Angela Maria Toccafondo

………2.10 Esmeralda Toccafondo

……3 Enrico Toccafondo nasc. cerca de 1884 em San Severino Marche, Macerata, Marche, Italia c/c Leonide Murari

……4 Enrica Toccafondo nasc. cerca de 1886 em San Severino Marche, Macerata, Marche, Italia c/c Atilio Murari. Pais de:

………4.1 Elza Murari c/c Rugero Marcatto. Pais de:

…………4.1.1 Rugero Marcatto. Pai de:

……………4.1.1.1 Ana Luiza Marcatto

……5 Domenico Toccafondo nasc. cerca de 1889 em San Severino Marche, Macerata, Marche, Italia c/c Angela Baffaro

……6 Ernesto Toccafondo nasc. 12 set 1891 em Italia c/c Adelaide Restelli

……7 Alessandro Toccafondo nasc. cerca de 1895 em San Severino Marche, Macerata, Marche, Italia

……8 Antonio Toccafondo nasc. Aft. 1896 em Matias Barbosa, MG

……9 Maria Toccafondo nasc. Aft. 1896 em Matias Barbosa, MG c/c Fioravante Silvestrini

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Fontes Consultadas:

Archivio di Stato di San Severino Marche

Arquivo da Diocese de Leopoldina, livros de batismo e casamento

Cartão de Imigração do Departamento de Polícia Marítima, Aérea e de Fronteiras

Carteira de Identidade

Carteira de Trabalho

Cartório de Registro Civil de Belo Horizonte, MG, 1º, 2º e 3º subdistritos, pesquisa realizada por Ernesto Toccafondo.

Cartório de Registro Civil de Leopoldina, MG

Cartório de Registro Civil de Ponte Nova, MG, pesquisa realizada por Ernesco Toccafondo.

Cemitério Nossa Senhora do Carmo, Leopoldina, MG, livros de sepultamentos e lápides em túmulos.

Jornal O Leopoldinense – Leopoldina, MG

Livros da Hospedaria Horta Barbosa (Arquivo Público Mineiro)

Registro de Estrangeiros de 1942 (Arquivo Nacional)

Recebemos informações dos seguintes colaboradores: Alessandra Zangale Zaquini, Ana Luiza Marcatto, Daisymar Cesar Tocafundo, Graciele Tocafundo, Lucimary Vargas de Oliveira, Marcus Maggi e Rugero Marcatto.

11 de fevereiro de 1916

Há 100 anos, nasceram em Leopoldina:

Maria de Lourdes

filha de

João Evangelista Teixeira Ramos

e de

Maria Duarte

e

Claudino Luiz Maimeri

filho de

Luigi Maimeri

e de

Carolina Rancan

 

Leopoldinenses nascidos em janeiro de 1912

NASCIMENTO
PAI
MÃE
Liberalina
12 Janeiro
Francisco Marques Dideco
Amelia Rezende Viveiros
Nicoleta
15 Janeiro
José Antonio Ferreira
Olivia Ormezinda Vieira
Eugenia Maimeri
28 Janeiro
Luigi Maimeri
Carolina Rancan
Milton
31 Janeiro
Antonio Carlos de Almeida Ramos
Etelvina de Freitas

Zecchini ou Zachini?

Duas foram as razões para optarmos por responder aos comentários de nossos leitores através de novas postagens. A primeira é que o conteúdo nem sempre se relaciona à postagem onde foi feito o comentário. Tem sido comum receber perguntas sobre assuntos completamente diferentes e, se autorizássemos a publicação do comentário e ali o respondêssemos, seria difícil que outros interessados o localizassem.
O segundo motivo é a preservação do endereço de e-mail de nossos correspondentes. É fundamental que o leitor indique um endereço para resposta mas não queremos que sejam identificados pelos robots e se tornem alvo de spam. Por isto, ao mesmo tempo em que enviamos resposta direta a quem fez o comentários, publicamos aqui a nova postagem.
Um leitor pergunta se Zachini e Zecchini são o mesmo sobrenome e acrescenta que encontrou a forma Sachim e Sechine em sua família. O que podemos informar é que o genearca Gaetano Zecchini, procedente da Emilia-Romagna, era casado com Luigia Loffi e foi pai de Emma, nascida na Italia, e de Irma, nascida no distrito de Providência em 1899. O casal pode ter tido outros filhos que não localizamos.
De Antonio Zachini, casado com Annunciata Toccafondo, não temos informações muito seguras. É possível que ele seja o passageiro do vapor Les Andes que saiu da Hospedaria Horta Barbosa em 1887 com destino a Matias Barbosa. Neste caso, a origem da família é Arezzo, na Toscana e Antonio ficou viúvo ainda em Matias Barbosa, por volta de 1900. 
Os Toccafondo passaram ao Brasil em 1896 e também foram para Matias Barbosa. Annunciata Toccafondo e Antonio Zachini foram pais de Delina, nascida por volta de 1906 em Matias Barbosa e casada com Saul Antonio Maimeri, Francisco casado com Maria de Lourdes Rodriguez, Pedro casado com Nizia Lacerda, Helena e João.
Não temos referência às outras duas variações indicadas pelo leitor. Conhecemos apenas a forma Zaquine em Leopoldina, relativa aos descendentes do último casal acima citado.

Imigrantes de São Lourenço representados no evento do dia 11 de abril

Edson Jenevain Lupatini descende daqueles imigrantes que viveram em São Lourenço e que se farão representar no evento comemorativo dos 130 anos da Imigração Italiana em Leopoldina e do Centenário da Colônia Agrícola da Constança. Filho de Vera Lucia Jenevain, é neto materno de Dalvina Maria de Jesus que, por sua vez, é filha de Luigi Maimeri e Carolina Rancan.
Nosso amigo Edson foi um dos primeiros a abraçar a ideia da comemoração, movimentando a Associação de Veículos Antigos de Leopoldina que abrirá as comemorações no domingo, dia 11, partindo em carreata da Praça João XXIII. Companheiros de Edson na AVAL também descendem de nossos imigrantes, como demonstram os sobrenomes que aqui vão na forma original:
Alex Sander Sangalli Zachini
Antonio Custodio Zachini
Cleber Venturini
José Cassio Venturini
Norivan Campana de Oliveira
Provavelmente outros sócios também descendam de imigrantes. Entretanto, não os identificamos ainda. Se você faz parte deste grupo sócios, por favor, diga-nos a que família pertence.

Italianos no arraial de São Lourenço, Leopoldina, MG

Recebemos diversas consultas sobre famílias que, segundo os remetentes, teriam vivido na Colônia Agrícola da Constança e não foram citados em nossas colunas no jornal Leopoldinense.
Em primeiro lugar, gostaríamos de esclarecer que o portal deste jornal foi lançado em 2009 e nossas colunas começaram bem antes. Pelos 90 anos da Colônia, publicamos nossos textos entre 1999 e 2001 em outro jornal da cidade cujo editor posteriormente fundou o Leopoldinense, jornal no qual foi publicada a série sobre o Centenário da Colônia, entre 2006 e 2010. A pesquisa que deu origem às duas séries de artigos encontra-se ao final desta postagem.
Uma das consultas que recebemos nos últimos dias refere-se à família de Ramiro José. Infelizmente o leitor fez o comentário aqui no blog e não deixou seu e-mail para resposta.
Acreditamos tratar-se do italiano Giuseppe Ranieri, filho de outro do mesmo nome e de Celestina Farinone ou Farinazzo, também referida em algumas fontes como Caterina Desboto. Ao que sabemos, Giuseppe (filho) residia no arraial de São Lourenço em fevereiro de 1899, quando foi batizado seu filho Marcelino. Era casado com Catarina Zerbati, também italiana. Não localizamos a entrada da família no Brasil nem outras referências em Leopoldina.
Sabemos apenas que Giuseppe Ranieri (filho) era irmão de Luigia Ranieri que se casou em Leopoldina, no ano de 1896, com Pietro dal Canton, filho de Giovanni dal Canton e Ana Chinellata.
Através do casamento de Luigia descobrimos que a família Ranieri tinha origem na Parrochia Altissimo, em Vicenza, Veneto. Pela data do casamento, podemos afirmar apenas que os Ranieri passaram ao Brasil antes de novembro de 1896.
Já os Dal Canton procediam de Martellago, Venezia, Veneto e chegaram ao Brasil em setembro de 1895. Foram contratados para trabalhar em uma fazenda do então distrito de Santa Izabel, hoje Abaíba. Ali Pietro conheceu Luigia, com quem se casou um ano depois.
Dos irmãos de Pietro sabemos que Angelo dal Canton casou-se em 1898 com Elisetta Marcelina Baldo, procedente de San Mauro di Saline, Verona, e cuja família chegou ao Brasil em abril de 1896, sendo contratada também para uma fazenda de Santa Izabel, por Antonio Carlos de Barros Faria. Referências aos pais de Elisetta – Giovanni Battista Baldo e Lucia Caloi indicam que seus filhos Giuseppe, Ermelinda, Anetta e Maria Teresa viviam no arraial de São Lourenço nas três primeiras décadas do século XX. Ermelinda Baldo foi casada com Pietro Castagna, natural de Velo Veronese, Verona, e cuja família transferiu-se de Leopoldina para Belo Horizonte na década de 1930.
Pietro dal Canton faleceu antes de 1909, quando a viúva Luigia Ranieri casou-se pela segunda vez com o cunhado Luigi dal Canton.
Anetta Baldo, irmã da esposa de Angelo dal Canton, casou-se também com um cunhado – Vittorio dal Canton. Os outros filhos de Giovanni dal Canton e Ana Chinellata foram Antonio, Lugia que se casou com Luigi Rancan, Angela e Benvenuto.
Sobre os Rancan, do marido de Luigia dal Canton, sabemos que o casal Francesco Rancan e Angela Corradin procedia de Mizzole, Verona e passou ao Brasil em 1896, sendo também contratado para fazenda nas imediações do arraial de São Lourenço. Com eles vieram os filhos Giuseppe que se casou com Giulia Fovorini, Carolina que se casou com Luigi Maimeri, Angelo e Maria que se casou com Emilio Giovanni Raimondi.
Reunindo as informações sobre estes personagens, verificamos que os Baldo, Castagna, Dal Canton, Fovorini, Maimeri, Raimondi, Rancan e Ranieri viviam em São Lourenço e não na Colônia Agrícola da Constança. Como temos dito em diversas oportunidades, a Colônia foi apenas um dos núcleos onde viveram muitos imigrantes, especialmente italianos. Mas no ano em que comemoramos os 130 anos de Imigração Italiana em Leopoldina, não podemos nos esquecer de tantos que, estabelecidos nos distritos da cidade, ajudaram a modificar o panorama do município.
Atenção: o livro abaixo foi a primeira edição da pesquisa que deu origem a duas séries de artigos publicados em jornal de Leopoldina entre 1999 e 2001 e entre 2006 e 2010. Em fevereiro de 2019 iniciamos outra série sobre o mesmo assunto, com atualizações obtidas em buscas realizadas após a primeira edição.

Imigrantes do Veneto

No início de nossas pesquisas, quase todos os descendentes referiam-se a duas “cidades” como origem de seus antepassados: Padova e Venezia.
Como já era esperado, na medida em consultávamos os registros de nascimento descobríamos que alguns nasceram no interior daquelas províncias e não em suas capitais. E uma parte significativa era de outras províncias do Veneto. Só conseguimos localizá-los após longas buscas, geralmente partindo dos sobrenomes encontrados nas Liste di Leva.

Albertoni, Ambrosi, Anzolin, Artuzo, Baldo, Battisaco, Beatrice, Bedin, Bellan, Borella, Bronzato, Bullado, Calzavara, Cancelliero, Canova, Canton, Carraro, Cavallieri, Ceoldo, Chiata, Chinelatta, Coin, Colle, Dorigo, Farinazzo, Favero, Fazolato, Finotti, Fiorato, Fofano, Formenton, Gallito, Gallo, Gambato, Geraldini, Golinelli, Gottardo, Guarda, Guerra, Lamassara, Lazzarin, Lorenzetto, Magiollo, Maimeri, Malacchini, Manfrim, Maragna, Marangoni, Marcatto, Marchi, Marinato, Mattiazi, Meneghelli, Meneghetti, Modenese, Montagna, Montracci, Moroni, Netorella, Perdonelli, Perigolo, Pesarini, Pessata, Pighi, Pinzoni, Pradal, Principole, Rancan, Ranieri, Righetto, Rinaldi, Saggioro, Sampieri, Scantabulo, Simionato, Stefani, Toda, Togni, Tosa, Trevisan, Trombini, Venturi, Zaffani, Zamboni

Hoje sabemos que a informação de muitos descendentes estava equivocada, já que seus antepassados procediam de outras regiões da Itália. E ainda temos um grande número de famílias não localizadas. Até o momento podemos informar apenas os sobrenomes acima como procedentes de Venezia, Padova, Rovigo, Verona, Vicenza e Belluno.