Famílias italianas em Leopoldina: Carraro

A família Carraro será homenageada nesta III Festa do Imigrante Italiano em Leopoldina também através do descendente Waldir Elias Dibo. Procedentes de Pianiga, província de Venezia, os ascendentes de Waldir chegaram em duas etapas: a mãe de Vittorio Carraro, Santa Bordin, viajou com os filhos pelo vapor Washington em 1888, saiu da hospedaria com destino a São João Nepomuceno e pouco depois se transferiu para Leopoldina. Já a família de Elisabetta chegou em 1896 e foram para a Fazenda Paraíso.

Primeira geração

1.  Waldir Elias Dibo, filho de Elias Dibo e Maria Carraro, nasceu a 1 Nov 1939 em Leopoldina, MG.

Segunda geração (Pais)

2.  Elias Dibo, filho de João José e Carmen Felix. Casou com Maria Carraro.

3.  Maria Carraro, filha de Vittorio Carraro e Elisabetta Carraro, nasceu a 3 Dez 1908 em Leopoldina, MG, e faleceu a 18 Mai 1967 em Leopoldina, MG.

Terceira geração (Avós)

6.  Vittorio Carraro, filho de Francesco Carraro e Santa Bordin casou com Elisabetta Carraro a 30 Jul 1898 em Leopoldina, MG.

7.  Elisabetta Carraro, filha de Angelo Carraro e Giovanna Cancelliero, nasceu a 27 Out 1878 em Pianiga, Venezia, Veneto, Italia, e faleceu a 11 Ago 1971 em Leopoldina, MG.

Quarta geração (Bisavós)

12.  Francesco Carraro, filho de Angelo Carraro e Fortunata Cancelliero, nasceu na Italia, e faleceu a 4 Set 1878 em Rivale di Pianiga, Venezia, Veneto, Italia. Casou com Santa Bordin.

13.  Santa Bordin nasceu em 1848 na Italia.

14.  Angelo Carraro, filho de Antonio Carraro e Maria Carraro, nasceu a 11 Abr 1848 em Pianiga, Venezia, Veneto, Italia. Casou com Giovanna Cancelliero.

15.  Giovanna Cancelliero, filha de Luigi Cancelliero e Giustina Segato, nasceu a 20 Mar 1852 em Murelle di Villanova Di Camposampiero, Padova, Veneto, Italia.

Quinta geração (Trisavós)

24.  Angelo Carraro nasceu na Italia onde se casou com Fortunata Cancelliero.

25.  Fortunata Cancelliero nasceu na Italia.

28.  Antonio Carraro nasceu na Italia onde se casou com Maria Carraro.

29.  Maria Carraro nasceu na Italia.

30.  Luigi Cancelliero, filho de Angelo Cancelliero e Maria Silvestri, nasceu em 1818 em Murelle di Villanova di Camposampiero, Padova, Veneto, Italia e lá faleceu a 19 Fev 1887. Foi casado com Giustina Segato.

31.  Giustina Segato nasceu na Italia.

Sexta geração (Tetravós)

30.  Angelo Cancelliero nasceu na Italia onde se casou com Maria Silvestri.

31.  Maria Silvestri nasceu na Italia.

A distância entre Villanova di Camposampiero e Pianiga é de 7,5 km. A primeira pertence à província de Padova e Pianiga é da província de Venezia.

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Fontes consultadas:

Archivio di Stato di Pianiga. Livro de Registro de Óbitos de 1878.

Archivio di Stato di Venezia. Certificato di Famiglia emitido em Pianiga a 22.07.2000.

Arquivo da Diocese de Leopoldina. lv 12 bat fls 28v termo 28 e lv 3 cas fls 9 termo 18.

Arquivo Público Mineiro. Livros da Hospedaria Horta Barbosa SG-801 fls 86-87 fam 82 e SA-884 fls 59 fam 33.

Cartório de Registro Civil de Leopoldina.

– Certidão matrícula 0509480155 1939 1 00009 050 0000637 81.

– lv 7 nasc. fls 112 termo 36.

Cemitério Nossa Senhora do Carmo. lv sepultamentos 1963-1975 fls 35 nr 122 plano 2 sep 1154 e fls 69 nr 229 plano 2 sep 264.

Famílias italianas em Leopoldina: Ceoldo

A família Ceoldo será homenageada, na III Festa do Imigrante Italiano em Leopoldina, através de dois de seus descendentes: Devanir e Maria Dilva.

Primeira geração: Devanir

1.  Devanir Ceoldo, filho de Miguel Arcanjo Ceoldo e Joana Carraro, nasceu a 20 Jul 1934 em Leopoldina, MG.

Segunda geração (Pais)

2.  Miguel Arcanjo Ceoldo, filho de Rodolfo Domenico Ceoldo e Tereza Righetto, nasceu a 20 Fev 1905 em Leopoldina, MG. Casou com Joana Carraro a 29 de julho de 1931 em Leopoldina.

3.  Joana Carraro, filha de Emilio Isidoro detto Pallado Carraro e Maria Farinazzo, nasceu a 9 Out 1908 em Leopoldina, MG.


Primeira geração: Maria Dilva

1.  Maria Dilva Ceoldo, filha de Alcides Ceoldo e Josefina Carraro, nasceu a 30 Ago 1940 em Leopoldina, MG.

Segunda geração (Pais)

2.  Alcides Ceoldo, filho de Rodolfo Domenico Ceoldo e Tereza Righetto, nasceu a 24 Jul 1909 em Leopoldina, MG. Casou com Josefina Carraro.

3.  Josefina Carraro, filha de Emilio Isidoro detto Pallado Carraro e Maria Farinazzo, nasceu a 1 Abr 1911 em Leopoldina, MG, e faleceu a 8 Jun 1974 em Leopoldina, MG.

Seguem os antepassados de Devanir e Maria Dilva

Terceira geração (Avós)

4.  Rodolfo Domenico Ceoldo, filho de Camillo Ceoldo e Maria Baldan, nasceu a 2 Mar 1879 em Vigonza, Padova, Veneto, Italia. Casou com Tereza Righetto a 22 Nov 1902 em Leopoldina.

5.  Tereza Righetto, filha de Pasquale Righetto e Maria Baldan, nasceu em Dez 1882 em Camponogara, Venezia, Veneto, Italia.

6.  Emilio Isidoro detto Pallado Carraro, filho de Angelo Carraro e Giovanna Cancelliero, nasceu a 8 Nov 1871 em Rivale, Pianiga, Venezia, Veneto, Italia. Casou com Maria Farinazzo a 3 Fev 1894 em Leopoldina.

7.  Maria Farinazzo, filha de Luigi Giuseppe Farinazzo e Giovanna Giacomello, nasceu em 1875 em Italia, e faleceu a 4 Jun 1917 em Leopoldina, MG.

Quarta geração (Bisavós)

8.  Camillo Ceoldo, filho de Giovanni Ceoldo, nasceu em 1842 na Italia. Casou com Maria Baldan.

9.  Maria Baldan, filha de Antonio Baldan, nasceu em 1847 na Italia.

10.  Pasquale Righetto, filho de Natale Righetto e Tereza Vanurre, nasceu em 1850 em Camponogara, Venezia, Veneto, Italia, e faleceu cerca de 1919 em Simonésia, MG. Casou com Maria Baldan [outra] a 26 Dez 1875 em Camponogara, Venezia, Veneto.

11.  Maria Baldan, filha de Mariano Baldan e Angela Andreatto, nasceu em Camponogara, Venezia, Veneto, Italia. Maria também usou o nome Maria Baldassi.

12.  Angelo Carraro, filho de Antonio Carraro e Maria Carraro, nasceu a 11 Abr 1848 em Pianiga, Venezia, Veneto, Italia, e faleceu em Leopoldina. Casou com Giovanna Cancelliero.

13.  Giovanna Cancelliero, filha de Luigi Cancelliero e Giustina Segato, nasceu a 20 Mar 1852 em Murelle di Villanova Di Camposampiero, Padova, Veneto, Italia.

14.  Luigi Giuseppe Farinazzo nasceu em 1838 em Casale di Scodosia, Montagnana, Padova, Veneto, Italia, e faleceu em Leopoldina, MG. Casou com Giovanna Giacomello.

15.  Giovanna Giacomello, filha de Giacomo Giacomello, na Italia e faleceu a 21 Fev 1918 em Leopoldina, MG.

Quinta geração (Trisavós)

16.  Giovanni Ceoldo nasceu na Italia.

18.  Antonio Baldan nasceu na Italia.

20.  Natale Righetto nasceu na Italia, e faleceu em Camponogara, Venezia, Veneto, Italia. Cazou com Tereza Vanurre.

21.  Tereza Vanurre nasceu na Italia.

22.  Mariano Baldan nasceu na Italia. Casou com Angela Andreatto.

23.  Angela Andreatto nasceu na Italia.

24.  Antonio Carraro nasceu na Italia. Casou com Maria Carraro.

25.  Maria Carraro nasceu na Italia.

26.  Luigi Cancelliero nasceu na Italia. Casou com Giustina Segato.

27.  Giustina Segato nasceu na Italia.

30.  Giacomo Giacomello nasceu na Italia.

Vigonza é um comune da província de Padova e faz fronteira com a província de Venezia. Divisa com os comuni de Cadoneghe, Campodarsego, Fiesso d’Artico, Noventa Padovana, Padova, Pianiga, Stra, Villanova di Camposampiero. Em Leopoldina viveram italianos de alguns desses comuni vizinhos a Vigonza.

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Fontes consultadas:

Archivio di Stato di Camponogara. Matrimonio 1875, parte 1, termo 37.

Archivio di Stato di Padova.

– Casale di Scodosia . Nati 1878.

– Vigonza. Atto di Nascita di Rodolfo Domenico Ceoldo.

Archivio di Stato di Venezia. Certificato di Famiglia emitido em Pianiga a 22.07.2000.

Archivio di Stato di Vigonza. Nati 1872, termo 195.

Arquivo da Diocese de Leopoldina.

– lv 10 bat fls 86 termo114.

– lv 12 bat fls 25v termo 335.

– lv 12 bat fls 49 termo 232.

– lv 13 bat fls 45v termo 250.

– lv 2 cas fls 102v termo 128.

– lv 3 cas fls 170 termo 54.

– lv 7 cas fls 8 termo 34.

Arquivo Público Mineiro. Livros da Hospedaria Horta Barbosa.

– SG-801 fls 87 fam 88.

– SG-801 fls 93 fam 121.

Cartório de Registro Civil de Leopoldina, MG

– lv 6 cas fls 84 termo 7.

– lv 11 cas fls 36v termo 14.

– lv 11 cas fls 37 termo 14, ano de 1928.

Cemitério Nossa Senhora do Carmo, Leopoldina

– lv 2 fls 79 nr 114 e fls 83.

– lv sepultamentos 1963-1975 fls 91 nr 157 plano 2 sep 111.

Passaporte Italiano da família Farinazzo, emitido em 6 Nov 1886. Registro de Estrangeiros de 1942.

Famílias italianas em Leopoldina: Carraro

Os avós paternos do homenageado José Dárcy Carraro já estavam em Leopoldina quando os pais de Emilio Isidoro Carraro vieram para o Brasil, chegando ao porto do Rio de Janeiro em janeiro de 1896. Da Hospedaria Horta Barbosa saíram no dia 4 de janeiro, contratados para trabalhar na Fazenda Paraíso onde já se encontrava o filho Emílio.

Primeira geração

1.  José Dárcy Carraro, filho de João Batista Carraro e Margarida Saggioro, nasceu a 16 Mai 1940 em Leopoldina, MG.

Segunda geração (Pais)

2.  João Batista Carraro, filho de Emilio Isidoro detto Pallado Carraro e Maria Farinazzo, nasceu a 18 Nov 1913 em Leopoldina, MG. Casou com Margarida Saggioro.

3.  Margarida Saggioro .

Terceira geração (Avós)

4.  Emilio Isidoro Pallado Carraro, filho de Angelo Carraro e Giovanna Cancelliero, nasceu a 8 Nov 1871 em Rivale, Pianiga, Venezia, Veneto, Italia. Casou com Maria Farinazzo a 3 Fev 1894 em Leopoldina.

5.  Maria Farinazzo, filha de Luigi Giuseppe Farinazzo e Giovanna Giacomello, nasceu em 1875 na Italia, e faleceu a 4 Jun 1917 em Leopoldina, MG.

Quarta geração (Bisavós)

8.  Angelo Carraro, filho de Antonio Carraro e Maria Carraro, nasceu a 11 Abr 1848 em Pianiga, Venezia, Veneto, Italia. Casou com Giovanna Cancelliero.

9.  Giovanna Cancelliero, filha de Luigi Cancelliero e Giustina Segato, nasceu a 20 Mar 1852 em Murelle di Villanova Di Camposampiero, Padova, Veneto, Italia.

10.  Luigi Giuseppe Farinazzo nasceu em 1838 em Casale di Scodosia, Montagnana, Padova, Veneto, Italia, e faleceu em Leopoldina, MG. Casou com Giovanna Giacomello.

11.  Giovanna Giacomello, filha de Giacomo Giacomello, nasceu na Italia e faleceu a 21 Fev 1918 em Leopoldina, MG.

Quinta geração (Trisavós)

16.  Antonio Carraro nasceu na Italia. Casou com Maria Carraro.

17.  Maria Carraro nasceu na Italia.

18.  Luigi Cancelliero nasceu na Italia. Casou com Giustina Segato.

19.  Giustina Segato nasceu na Italia. 22.  Giacomo Giacomello nasceu na Italia.

O comune de Pianiga, origem da família Carraro, faz divisa com sete comuni nas quais também tiveram origem outras famílias que vieram para Leopoldina: Dolo, Fiesso d’Artico, Mira, Mirano, Santa Maria di Sala, Vigonza, Villanova di Camposampiero.

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Fontes consultadas:

Archivio di Stato di Padova. Casale di Scodosia, Nati 1878 s.nr.

Archivio di Stato di Venezia. Certificato di Famiglia Carraro emitido em Pianiga 22 julho 2000.

Arquivo da Diocese de Leopoldina. lv 15 bat fls 2v termo 18 e lv 2 cas fls 102v termo 128.

Cartório de Registro Civil de Leopoldina, MG. lv 6 fls 84 termo 7.

Cemitério Nossa Senhora do Carmo, Leopoldina. lv 2 seputalmentos fls 79 e 83.

Passaporte Italiano da família Farinazzo emitido em 6 nov 1886

Informações Prestadas por Colaboradores: Alessandra Brandão Melo e Ferreira

125 – Viagem com os sobrenomes de imigrantes italianos

Hoje o Trem vem carregado de história e memória. Carga um pouco diferente, com jeito de festa para lembrar alguns sobrenomes e os trilhos imaginários que teriam percorrido em terras leopoldinenses. Uma viagem com os sobrenomes de imigrantes que estiveram por aqui plantando lavouras e costumes, cultivando terras, amizades e amores. E para recordar, também, onde muitos deles se encontravam para vender a colheita, comprar o indispensável, se divertirem no jogo de malha ou de futebol e, se alegrarem nas festas sociais e religiosas da Capela de Santo Antônio, no Bairro da Onça.

Mesmo sabendo que nem todos fizeram exatamente os roteiros traçados a seguir, vale-se do artifício de citá-los para resgatar sobrenomes e lembrar que muitos certamente transitaram pelo agora oficial “Caminho do Imigrante”. Caminho que ideias recentes sugerem que seja estendido pela Boa Sorte para, por uma das opções de estrada já existente, chegar ao distrito de Tebas. Num roteiro que necessariamente passará por terras que pertenceram ou foram trabalhadas, dentre outros, pelos conhecidos sobrenomes: Bonin, Carraro, Colle (Coli), Fófano, Gottardo do Giovanni Battista casado com Constantina Meneghetti (Meneghite), Marinato, Zangirolani que reúne a família do pracinha da FEB, João Zangirolani, que lutou na Itália e ganhou medalhas, mas na Guerra, infelizmente, perdeu parte da sua capacidade laboral.

Tebas, distrito que foi sede do município por um curto período e que acolheu os sobrenomes Albertoni, da senhora Virgínia, esposa de Giuseppe e o Moroni, da senhora Maria que se casou com Domenico, ambos da mesma família Sampieri (Zampier) que até hoje se liga ao lugar.

Tebas de onde partia o ônibus do Marcatto que da memória não se afasta. Sobrenome que ali chegou com o casal Luigi Marcatto e Anna Maria Ceoldo.

Que se registre por ser vero, ônibus às vezes preterido pelo menino da roça quando o tempo permitia aguardar uma carona gratuita num dos “caminhões de leite” dos irmãos Lupatini.

E falando em ônibus, vem à memória a paixão e profissão de outro descendente, Bartoli, senhor José, dono dos ônibus urbanos da cidade conhecidos popularmente, desde então, como “catanique” porque a passagem se pagava com moeda de níquel.

Na linha de Tebas, que passava pelas terras das antigas fazendas Constança, Puri e Onça, viviam descendentes do casal Otavio de Angelis e Amalia Calzavara e de Emílio Isidoro Carraro e Maria Farinazzo. O sobrenome Anzolin, da família do combatente José Luiz Anzolin que trouxe das trincheiras geladas da Itália, na Segunda Guerra Mundial, medalhas e sequelas nunca esquecidas. O Bedin e o Bolzoni, este, artesão que fabricava balaios, esteiras e peneiras de taquara, indispensáveis na lida diária da roça. O Marinato e o Meneghetti do Agostino) e do Felice, sobrenome encontrado com grafias várias. Cosini, Stievano, Gruppi e o Montan, que saiu da fazenda Paraíso desceu a Serra da Vileta e foi trabalhar em terras da Constança, Água Espalhada e Bairro da Onça, juntamente com Bronzato, Campana, Campagna, Lomba, Longordo, Togni, Sangalli (Zangali) e Zachini (Zaquine) que hoje empresta o sobrenome à rua do bairro Caiçara e recepciona os motoristas que chegam à cidade pelas avenidas Jehú Pinto de Faria e Getúlio Vargas, com suas lojas de autopeças e serviços.

Todos estes sobrenomes familiares aos que conheceram a Casa Timbira – o entreposto da Colônia, os campos de futebol, as raias de malha e as festas na Capela da Onça.

Mas além destes, outros mais também frequentaram estes mesmos pontos de convergência dos imigrantes italianos de Leopoldina.

Por vezes, para um imaginário torneio no campo do Boa Sorte podiam chegar, vindo dos lados de Abaíba, talvez trazidos por este mesmo ônibus antigo que ainda “serve” ao distrito, sobrenomes como Algeri, Bettelli e Bellini que entra na defesa deste time pelo seu possível parentesco com grande capitão da seleção brasileira de futebol campeã do mundo em 1958. Na linha média, Cappai, Rocchi e Pinna. Na frente, Fanni, Finotti, Marangoni, Meneghelli e Sacchetto. Na reserva: Vaccari, Venturini e Salis. No socorro mecânico, Benati, que pode ter algum parentesco com a pessoa maravilhosa do Perseu Benati que há mais de meio século cuida da sua loja de peças. Bozza, por ser sobrenome de médicos no Rio de Janeiro, fica no banco para eventual aplicação de spray e bandagens. E o Scolari, com este sobrenome, é o treinador.

O “escrete” de Providência, numericamente o maior de todos, formado por Gatti cujo nome já diz ser bom para o posto. Antonelli (Antonio no plural) e Boesso (mercador de bois) que talvez possa ter algum parentesco com os irmãos Orlando e Miguel Baeso, os primeiros a praticar o futebol em Maripá de Minas, por volta de 1917. Bianchi, Casarotti e De Vito na linha média. No ataque, um ponta veloz, Ferrari. Um meia direita experiente, Franzoni. Um centroavante desbravador, Fortini. Um lançador perfeito e de jogadas limpas, Zamagna e, na ponta esquerda, para consertar todo o time, um experiente Magnani, talvez descendente do mais antigo da família no lugar, o Giacomo Magnani. Para as providências de custeio das despesas, Mantega; para o apoio espiritual, Capella ou, Padovani, nome que tem origem na cidade de Padova do Santo Antônio da Capela do Onça; e, para o caso de comemoração ou, festa, um Adriani, para lembrar o cantor da jovem guarda, Jerry.

Para torneios imaginários, para os jogos de confraternização e para as festas na Igrejinha de Santo Antônio, também não faltavam sobrenomes de imigrantes vindos da cidade e de outros pontos do município. Como, por exemplo, das Palmeiras, terra de Seoldo; de São Lourenço dos Ambri, Gallito, Gottardo, Maragna, Marinato, Mori, Stievano e Zenobi; e, do Arrasta Couro, dos Bartoli.

De Argirita, hoje cidade independente, vinham Cappai, Carminati, Curcio, Gondolo, Nannini e Vitoi, que tomavam lá as suas providências ou, o ônibus da Viação Mineira e chegavam para a festa.

De Piacatuba, o mais antigo distrito da cidade, selavam seus cavalos ou, aprontavam suas “conduções”: Baldan, Bedin, Bertulli, Bogonhe, Bullado, Carmelim,  Fofano, Lazzaroni, Marcatto, Pesarini, Righetto, Sacchetti. Sangirolami e Stefani, seguidos de Lorenzeto e outros habitantes da Vargem Linda que buscando caminhos pelas margens dos tributários do Ribeirão do Banco, passando pela região do Taquaril, chegavam bem dispostos.

Caminhando no sentido contrário ao das águas do córrego Jacareacanga, vinham outros tantos sobrenomes, pisando os dormentes da linha férrea como se degraus fossem ou, utilizando os vagões do ramal da Leopoldina – Vista Alegre. Ferrovia que foi a razão de ter existido a Hospedaria Jacareacanga e a própria Colônia Agrícola da Constança, criada após acordo do governo com as empresas ferroviárias.

Do vizinho distrito de Campo Limpo, hoje Ribeiro Junqueira, o Trem de sobrenomes trazia Bellan, Bigleiro, Binalti, Cattozzi e Crepaldi, Dorigo, Mondin, Pezzolato e Tambasco. E mais Bellavia, Biasucci, Panzavolta e Pellicani, de Recreio, possivelmente embarcados no mesmo trem que trazia o pessoal da estação anterior, São Martinho, de onde vinham Beccari, Beltrani, Borghi, Bortolotti, Facchini, Ferretti, Ropa e Tonelli.

Brincadeiras à parte, posto que são utilizadas apenas para tornar mais agradável a leitura, o que se pretende aqui é lembrar que todos estes e muitos outros sobrenomes italianos povoaram a coluna Trem de História e as que a antecederam nos 20 anos de publicações sobre a história da cidade. E estão aqui, mais uma vez, para lembrar a quantidade e a importância dos imigrantes italianos que viveram em Leopoldina.

E para mostrar que são 6.084 italianos ligados direta ou indiretamente a Leopoldina e que destes, 3.939 possuem vínculo com a cidade devidamente documentado.

São 1.166 sobrenomes italianos, muitos deles perdidos nos seguidos casamentos dos descendentes, mas todos, com certeza, presentes pelo sangue em mais da metade da população da cidade. Motivo de sobra para merecerem uma homenagem, neste mês, quando se comemora os 159 anos do início dessa imigração e desejar a todos que 2019 seja o ano dos preparativos para a festa dos 110 anos da Colônia Agrícola da Constança e os 160 anos da Imigração Italiana para Leopoldina, em abril de 2020.

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA

Publicado na edição 378 no jornal Leopoldinense de 16 de abril de 2019

 

17/03/2020: em virtude da pandemia de coronavírus, foram suspensos os preparativos para o ENCONTRO DE DESCENDENTES DOS IMIGRANTES DE LEOPOLDINA. Nova data será oportunamente informada.

Há 100 anos

Em março de 1919, nasceram em Leopoldina

Dia 5

Geni Cabral

Dia 10

Pedro Santos

Dia 12

Joaquim

Dia 14

Osvaldo de Almeida

Dia 15

Antonio Carraro

Dia 17

Paschoal Schettino

Dia 25

Amabile Bonin

Dia 27

Sebastião

Dia 31

Maria Assunta Lupatini

31 mar 1919

Maio de 1918

Nascimentos em Leopoldina

7 Mai 1918,

Silvio Leal

pais: Luiz Rodrigues Leal e Maria Orsolina Togni


15 Mai 1918,

Nelson Ferreira de Souza Lima

pais: Francisco de Souza Lima e Ana Ferreira de Almeida

cônjuge: Ivone

Maria José

pais: Antonio Alves de Oliveira e Maria José do Nascimento

Valentim Montan

pais: Antonio Montan e Josefina da Silva


16 Mai 1918,

Sebastião

pais: Sebastião Rodrigues da Silva e Evarista Lomba


20 Mai 1918,

Maria Virginia Carraro

pais: Massimiliano Luigi Carraro e Angelina Guarda


21 Mai 1918,

Ulisses

pais: Oscar José de Almeida Ramos e Jacira Venâncido de Almeida


22 Mai 1918,

Odilon Maragna

pais: Cirilo Maragna e Sebastiana de Souza


29 Mai 1918,

Maria Madalena Saggioro

pais: Antonio Saggioro e Octavia Lorenzetto

Colônia Agrícola da Constança: 108 anos

Lotes da Colônia Agrícola da Constança criada em 12 de abril de 2010

Atualizado em abril 2018

Lote Colono Entrada
1 Paula, João Baptista de Almeida 1 7 1909
2 Passos, Manoel José dos 15 7 1910
2 Pardal, Manoel Gomes 25 11 1911
3 Macedo, Francisco Carneiro de 15 7 1910
4 Lomba, Jesus Salvador 20 7 1910
5 Lorenzi, Demetrio de 26 2 1911
5 Meccariello, Carlo 26 8 1911
6 Campagna, Felice Antonio 21 6 1911
7 Carraro, Vittorio 25 11 1911
8 Fofano, Paschoal Domenico 14 6 1910
9 Meneghetti, Felice 14 6 1910
10 Santos, Augusto 14 6 1910
11 Balbino, Pietro 28 12 1910
12 Colle, Francesco 28 12 1910
13 Pittana, Giuseppe 28 12 1910
14 Sampietro, Giovanni 28 12 1910
15 Pompermayer, Modesto 11 1 1911
16 Montes, Auriel de Rezende 15 7 1910
17 Reiff Júnior,Francisco Antonio 15 7 1910
18 Silva, Jeronymo José da 15 7 1910
19 Carvalho, João Pacheco de 15 7 1910
20 Marcato, Luigi 28 12 1910
21 Buciol, Angelo 28 12 1910
21 Abolis, Francesco 26 10 1911
22 Raipp, João Simão 20 10 1910
22 Rodrigues, Antonio Augusto 4 6 1924
23 Bonin, Fortunato 25 11 1911
24 Travain, Eugenio 11 1 1911
25 Meneghetti, Viúva de Luigi 14 6 1910
26 Gottardo, Giovanni Baptista 14 6 1910
27 Fofano, Carlo Batista 14 6 1910
28 Abolis, Leopoldo 11 1 1911
28 Montan, Antonio 17 1 1911
29 Boller, Giovanni 26 2 1911
30 Miehe, Heinrich 5 10 1910
30 Lupatini, Giovanni ? ? ?
31 Krause, Herman 27 1 1910
31 Boller, Luigi 26 2 1911
32 Troche, Bruno 27 1 1910
32 Boller, Giuseppe 26 2 1911
33 Zessin, Frederick 10 12 1909
34 Stefani, Eugenio 15 6 1910
35 Casadio, Giuseppe 15 6 1910
36 Ferreira, Francisco Dias 15 6 1910
37 Cartacho, Manoel da Cruz 30 1 1910
38 Secanelli, Angelo 30 3 1911
39 Lupatini, Giovanni 10 8 1911
40 Costa, José Manoel da 25 11 1910
41 Mesquita, Augusto 4 12 1909
42 Ferraro, Pasquale 26 2 1911
43
44 Schaden, Franz 27 1 1910
44 Rottemberg, Rudolf 19 10 1910
45 Schill, August 28 11 1909
45 Fischer, Gustav 26 8 1911
46 Ketterer, Franz 28 11 1909
47 Figueiredo, Julio Teixeira 16 6 1910
48 Nejedlo, Franz 8 12 1909
48 Klaiber, João Jorge 19 10 1910
49 Zessin, Wilhelm 28 11 1909
50 Krauger, August 28 11 1909
50 Beatrici, Pietro 26 2 1911
51 Lang, Ernest 27 1 1910
52 Hensel, Mathias 28 11 1909
53 Thier, Carl 8 12 1909
53 Beatrici, Felice 26 2 1911
54 Richter, Hermann 15 1 1910
55 Anzolin, Giovanni Ottavio 11 1 1911
56 Giuliani, Candido 20 7 1910
57 Anzolin, Basilio 11 1 1911
58 Carminati, Giovanni 6 1910
59 Carminati, Giovanni 6 1910
59 Pedroni, Angelo 14 6 1910
60 Sellani, Sante 11 6 1910
60
61 Brando, Biase 31 10 1911
62 Carvalho, Pedro Pacheco de 18 12 1911
63 Pardal, Manoel Gomes 25 11 1911
64 Pardal, Manoel Gomes
65
66 Rodrigues, Antonio Augusto 1920

O estudo sobre a Colônia Agrícola da Constança teve início na década de 1990 e foi concluído em 2010, quando publicamos os resultados em diversas mídias.

Nos últimos oito anos, no desenvolvimento de outros projetos relativos à história de Leopoldina foram encontrados indicadores que nos levaram a novas fontes e, consequentemente, à revisão de algumas informações publicadas. Esta atualização contém alterações nos nomes dos colonos, corrigidos de acordo com as novas fontes a que tivemos acesso.

Abril 2018

Luja Machado e Nilza Cantoni

Leopoldinenses nascidos em novembro de 1917

1 de novembro

Carlos Panza, filho de Francesco Panza e Maria Lammoglia

10 de novembro

Itamar, filho de Ezaú de Lacerda Leal e Maria José de Almeida

13 de novembro

Natalina Lorenzetto, filha de Emilio Lorenzetto e Angela Saggioro

17 de novembro

Palmira dos Santos Carraro, filha de Sante Carraro e Erondina Angélica da Conceição

20 de novembro

Maria de Lurdes, filha de Ismael Bento da Rocha e Ana Vargas Corrêa

25 de novembro

Maria Natalina Sangirolami, filha de Giovanni Sangirolami e Giustina Borella

28 de novembro

Maria, filha de Joaquim Vieira Ramos e Olinta Schettino de Souza

 

 

 

Descendentes de Federico Carraro

1-Federico Carraro, filho de Andrea Carraro e Antonia Masuolo, nasceu cerca de 1861 em Mirano, Venezia, Veneto, Italia.

  • Chegou ao Brasil pelo Vapor Washington em Out 1888.
  • Saiu da Hospedaria Horta Barbosa com destino a Leopoldina a 5 Nov 1888.

Federico casou com Rosa Giovanna Calzavara, filha de Gregorio Calzavara e Antonia Benfatto,  a 27 Set 1888 em Pianiga, Venezia. Rosa nasceu cerca de 1867 em Pianiga. Eles tiveram dez filhos: Raimundo Brizol, José Luiz, Maria, Virginia Rosa, Jacobina, Maximino, Amalia, Maria, Ricardo e Sebastião Vitório.

1.1-Raimundo Brizol Carraro nasceu a 27 Jan 1890 em Leopoldina, MG.

Foi baptizado a 23 Mar 1890 em Leopoldina, MG.


1.2-José Luiz Carraro nasceu a 14 Set 1891 em Leopoldina, MG, e faleceu a 13 Mar 1917 em Leopoldina, MG com 25 anos de idade.

Padrinhos de batismo: Luigi Cagliari e Maria Zampieri. Foi baptizado a 3 Out 1891 em Leopoldina, MG.


1.3-Maria Carraro nasceu a 19 Mar 1893 em Leopoldina, MG.

Padrinhos de batismo: Zampier José e Avutão Virginia. Foi baptizada a 20 Abr 1893 em Leopoldina, MG.


1.4-Virginia Rosa Carraro nasceu cerca de 1894.

Virginia casou com Alfredo Bartoli, filho de Pasquale Bartoli e Adele Gismondi,  a 22 Nov 1913 em Leopoldina, MG. Alfredo nasceu a 11 Mar 1891 em Chiaravalle, Ancona, Marche, Italia. Eles tiveram quatro filhos: Antonio, Rosa, Avelina e José.

1.4.1-Antonio Bartoli nasceu a 24 Jun 1915 em Leopoldina, MG.

Foi baptizado a 22 Ago 1915 em Leopoldina, MG.

1.4.2-Rosa Bartoli nasceu a 29 Jan 1917 em Leopoldina, MG.

Padrinhos de batismo: Belizario Carrara e Joanina Carrara. Foi baptizada a 14 Abr 1917 em Leopoldina, MG.

1.4.3-Avelina Bartoli nasceu a 2 Abr 1919 em Leopoldina, MG.

Padrinhos de batismo: Santo Lorenzeto e Ercilia Carrara. Foi baptizada a 31 Mai 1919 em Leopoldina, MG.

1.4.4-José Bartoli nasceu a 14 Mar 1920 em Leopoldina, MG.

Foi baptizado a 21 Abr 1921 em Leopoldina, MG.


1.5-Jacobina Carraro nasceu a 19 Mar 1897 em Leopoldina, MG.

Padrinhos de batismo: Emilio Marrano e Jacobina Fazolata. Foi baptizada a 20 Abr 1897 em Leopoldina, MG.


1.6-Maximino Carraro nasceu a 8 Out 1898 em Leopoldina, MG.

Foi baptizado a 29 Dez 1898 em Leopoldina, MG.


1.7-Amalia Carraro nasceu entre 14 Abr 1902 e 1903 em Piacatuba, Leopoldina, MG. Outro nome para Amalia é Amelia Carraro.

Padrinhos de batismo: José e Amália Cassavara. Foi baptizada a 3 Mai 1903 em Piacatuba, Leopoldina, MG.

Amalia casou com José Giuliani, filho de Candido Giuliani e Maria Casella,  a 14 Mai 1921 em Leopoldina, MG. José nasceu a 8 Out 1896 em Leopoldina, MG.

Ele foi baptizado a 28 Nov 1896 em Leopoldina, MG.


1.8-Maria Carraro nasceu a 13 Jul 1905 em Leopoldina, MG; Fazenda Paraíso.

Foi baptizada a 15 Ago 1905 em Leopoldina, MG; Fazenda Paraíso.


1.9-Ricardo Carraro nasceu a 21 Mai 1907 em Leopoldina, MG.

Padrinhos de batismo: Octaviano Marinati e Ana Scantamboule. Foi baptizado a 23 Jun 1907 em Leopoldina, MG.


1.10-Sebastião Vitório Carraro nasceu a 20 Jan 1909 em Leopoldina, MG.

Padrinhos de batismo: Victorio Brunazzo e Maria Toscana. Foi baptizado a 14 Mar 1909 em Leopoldina, MG.

 

 

Família Marinato II

O segundo grupo de sobrenome Marinato, que chegou pelo vapor Washington no dia 30 de outubro de 1888, era chefiado por Giordano Marco Marinato. A família recebeu o número 153 na lista da Hospedaria Horta Barbosa, de onde saiu no dia 4 de novembro com destino a Leopoldina.

Giordano era neto paterno de Lorenzo Marinato e de Pasqua Marchiro, cujos sobrenomes aparecem desde o período napoleônico na região que outrora fizera parte do Graticolato Romano, ou seja, uma extensa área plana dividida pelos romanos em quadrados com 710 metros de lado, destinados à agricultura. Conforme temos comentado em todos os posts sobre os passageiros do vapor Washington, muitos deles viviam na divisa entre as províncias de Venezia e Padova. Sendo assim, os comuni de Mirano, Pianiga, Dolo e Vigonza são as principais referências para pesquisar o grupo. E como ser verá no relatório genealógico a seguir, os sobrenomes daqueles passageiros se misturaram ao chegarem a Leopoldina e alguns já vinham com ancestrais aparentados.

Embora nem todos tenham vivido na Colônia Agrícola da Constança, os vínculos familiares fizeram com que a maioria a frequentasse, ainda que esporadicamente. Uma das pessoas que nos procuraram interessadas em conhecer a história dos Marinatos fez um relato característico. Disse que seus avós levavam filhos e netos para a festa de Santo Antônio de Pádua, na Capela da Colônia, onde foram iniciados alguns namoros.