Colônia Agrícola da Constança: 108 anos

Lotes da Colônia Agrícola da Constança criada em 12 de abril de 2010

Atualizado em abril 2018

Lote Colono Entrada
1 Paula, João Baptista de Almeida 1 7 1909
2 Passos, Manoel José dos 15 7 1910
2 Pardal, Manoel Gomes 25 11 1911
3 Macedo, Francisco Carneiro de 15 7 1910
4 Lomba, Jesus Salvador 20 7 1910
5 Lorenzi, Demetrio de 26 2 1911
5 Meccariello, Carlo 26 8 1911
6 Campagna, Felice Antonio 21 6 1911
7 Carraro, Vittorio 25 11 1911
8 Fofano, Paschoal Domenico 14 6 1910
9 Meneghetti, Felice 14 6 1910
10 Santos, Augusto 14 6 1910
11 Balbino, Pietro 28 12 1910
12 Colle, Francesco 28 12 1910
13 Pittana, Giuseppe 28 12 1910
14 Sampietro, Giovanni 28 12 1910
15 Pompermayer, Modesto 11 1 1911
16 Montes, Auriel de Rezende 15 7 1910
17 Reiff Júnior,Francisco Antonio 15 7 1910
18 Silva, Jeronymo José da 15 7 1910
19 Carvalho, João Pacheco de 15 7 1910
20 Marcato, Luigi 28 12 1910
21 Buciol, Angelo 28 12 1910
21 Abolis, Francesco 26 10 1911
22 Raipp, João Simão 20 10 1910
22 Rodrigues, Antonio Augusto 4 6 1924
23 Bonin, Fortunato 25 11 1911
24 Travain, Eugenio 11 1 1911
25 Meneghetti, Viúva de Luigi 14 6 1910
26 Gottardo, Giovanni Baptista 14 6 1910
27 Fofano, Carlo Batista 14 6 1910
28 Abolis, Leopoldo 11 1 1911
28 Montan, Antonio 17 1 1911
29 Boller, Giovanni 26 2 1911
30 Miehe, Heinrich 5 10 1910
30 Lupatini, Giovanni ? ? ?
31 Krause, Herman 27 1 1910
31 Boller, Luigi 26 2 1911
32 Troche, Bruno 27 1 1910
32 Boller, Giuseppe 26 2 1911
33 Zessin, Frederick 10 12 1909
34 Stefani, Eugenio 15 6 1910
35 Casadio, Giuseppe 15 6 1910
36 Ferreira, Francisco Dias 15 6 1910
37 Cartacho, Manoel da Cruz 30 1 1910
38 Secanelli, Angelo 30 3 1911
39 Lupatini, Giovanni 10 8 1911
40 Costa, José Manoel da 25 11 1910
41 Mesquita, Augusto 4 12 1909
42 Ferraro, Pasquale 26 2 1911
43
44 Schaden, Franz 27 1 1910
44 Rottemberg, Rudolf 19 10 1910
45 Schill, August 28 11 1909
45 Fischer, Gustav 26 8 1911
46 Ketterer, Franz 28 11 1909
47 Figueiredo, Julio Teixeira 16 6 1910
48 Nejedlo, Franz 8 12 1909
48 Klaiber, João Jorge 19 10 1910
49 Zessin, Wilhelm 28 11 1909
50 Krauger, August 28 11 1909
50 Beatrici, Pietro 26 2 1911
51 Lang, Ernest 27 1 1910
52 Hensel, Mathias 28 11 1909
53 Thier, Carl 8 12 1909
53 Beatrici, Felice 26 2 1911
54 Richter, Hermann 15 1 1910
55 Anzolin, Giovanni Ottavio 11 1 1911
56 Giuliani, Candido 20 7 1910
57 Anzolin, Basilio 11 1 1911
58 Carminati, Giovanni 6 1910
59 Carminati, Giovanni 6 1910
59 Pedroni, Angelo 14 6 1910
60 Sellani, Sante 11 6 1910
60
61 Brando, Biase 31 10 1911
62 Carvalho, Pedro Pacheco de 18 12 1911
63 Pardal, Manoel Gomes 25 11 1911
64 Pardal, Manoel Gomes
65
66 Rodrigues, Antonio Augusto 1920

O estudo sobre a Colônia Agrícola da Constança teve início na década de 1990 e foi concluído em 2010, quando publicamos os resultados em diversas mídias.

Nos últimos oito anos, no desenvolvimento de outros projetos relativos à história de Leopoldina foram encontrados indicadores que nos levaram a novas fontes e, consequentemente, à revisão de algumas informações publicadas. Esta atualização contém alterações nos nomes dos colonos, corrigidos de acordo com as novas fontes a que tivemos acesso.

Abril 2018

Luja Machado e Nilza Cantoni

74 – Pelo aniversário da Imigração Italiana em Leopoldina

Neste artigo que pretende marcar a comemoração dos 137 anos da Imigração Italiana em Leopoldina e os 107 anos da Colônia Agrícola da Constança, o Trem de História fugirá um pouco da linha sem deixar a composição descarrilar, para contar um pouco da história da sua própria história.

Desde 2010, quando comemoramos festivamente o Centenário da Colônia Agrícola da Constança, criada aos 12 de abril de 1910, a primeira quinzena de abril passou a ser, para nós, a época em que todo ano homenageamos as famílias que deixaram sua terra natal e vieram contribuir para o desenvolvimento da nossa Leopoldina.

Naquele evento nós comemoramos, também, os 130 anos de Imigração Italiana em Leopoldina, considerando que foi no ano de 1880 que se produziram as mais antigas fontes documentando a presença deles em nosso município. Foi nesse ano que começou a se formar o núcleo estrangeiro mais numeroso por aqui, do qual descende grande número dos atuais leopoldinenses.

Quando iniciamos nossas pesquisas, lá se vão mais de vinte anos, o assunto era desconhecido da grande maioria.Muitos se surpreendiam com nossas informações. Pareciam não acreditar no que viam e descobriam sobre seus antepassados. Porque pouco se sabia sobre a Colônia e menos ainda sobre a imigração italiana em Leopoldina.

Aliás, o primeiro trabalho de peso que divulgou a existência de uma colônia de imigrantes em Leopoldina foi produzido como tese de doutoramento por Norma de Góes Monteiro em 1973 e só atingiu o grande público vinte anos depois, em 1994, quando foi publicado em livro.

E como o conhecimento do passado não existe sem pesquisa, foi preciso um longo trabalho de levantamento de dados até que pudéssemos reuni-los inicialmente numa série de artigos publicados em jornal local de 1999 a 2001, ampliados para nova série publicada entre 2006 e 2010 quando então foram compilados num e-book.

Desde então, muitas pessoas nos procuram para pedir informações ou para colaborar com a ampliação do conhecimento sobre o assunto, gerando novas buscas de fontes probatórias e, consequentemente, a descoberta de novos dados. Assim é que, hoje, a lista de sobrenomes estrangeiros em Leopoldina é consideravelmente maior do que a divulgada há sete anos. E poderá aumentar se novas buscas forem realizadas.

Mas agora queremos reiterar informações já conhecidas, de modo a homenagear todos os imigrantes através de representantes daqueles primeiros tempos.

Conforme dissemos acima, as mais antigas referências à presença de italianos em Leopoldina são de 1880. Uma delas é o casamento de Nicola Pagano com Maria Giovanna Appratti. No ano anterior, no então distrito de Recreio, haviam se casado Giovanni Tambasco e Maria Amélia Guimarães, sendo ele irmão de Sebastiano Tambasco que morava em Leopoldina. Através de relações de compadrio ou comerciais destes personagens, sabemos que aqui também já viviam Filomena Brando, Francesco Conte, Nicola Eboli, Francesco e Giuseppe Biaggio Pagano, Nicola Sabino, e, provavelmente, o casal Vincenzo Appratti e Antonia Pagano.

Sem contar com outros estrangeiros que já viviam por aqui, mas cujos dados não conseguimos apurar, a década de 1880 veio ampliar consideravelmente a presença de italianos, assim como a chegada de portugueses continentais e das ilhas atlânticas, além de espanhóis. De tal sorte que em todos os distritos são encontradas referências a imigrantes trabalhando em fazendas ou em profissões autônomas nos povoados. Até que, na última década daquele século, organizou-se uma colônia municipal onde muitos deles se estabeleceram.

E em 1910, com a criação da Colônia Agrícola da Constança, em terras que fizeram parte das antigas fazendas Boa Sorte, Constança e Dona Antonia, foram demarcados lotes a serem vendidos aos imigrantes. A organização do núcleo colonial fora iniciada no ano anterior, quando os primeiros 10 lotes foram ocupados. O total de unidades ultrapassou 60 lotes, cada um deles com uma casa de morada e, tendo em média 5 alqueires de terra. Estes lotes eram financiados com o pagamento através de prestações anuais representativas de 20% da arrecadação da colheita agrícola de cada colono proprietário. A partir da aquisição do lote, com muito trabalho de parte de todos da família, aos poucos os colonos foram adquirindo carros de bois, carroças, arados, grade rústica puxada por animais e outros implementos, com o auxílio da administração da Colônia o que melhorava a produção e a qualidade de vida da família.

Vale registrar que o Estado administrou esta Colônia fornecendo máquinas, equipamentos e sementes até sua emancipação em 1921. Mas os imigrantes italianos da Colônia Agrícola da Constança, e os do comércio e atividades em geral, continuaram na luta diária, produzindo e contribuindo para o desenvolvimento dos seus e da cidade de Leopoldina. Fazendo-se  respeitados  e merecedores dos aplausos de todos.

O Trem de História de hoje fica por aqui. Chegou a hora de preparar a carga para a próxima viagem que virá para as comemorações do aniversário da cidade. Até lá.

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA

Publicado na edição 329 no jornal Leopoldinense de 16 de abril  de 2017

Outubro de 1911: posse de colonos

Em outubro de 1911 foram assinados contratos relativos a dois lotes da Colônia Agrícola da Constança.

No dia 26 o lote número 21 foi vendido a Francesco Abolis. A propriedade tinha sido vendida a Angelo Bucciol em dezembro de 1910 e abandonada em junho de 1911. No dia 11 de março de 1912 nasceu e faleceu um filho de Francesco. Em abril seguinte foi a óbito a esposa do colono, cuja causa foi assinalada como Nefrite. Não há outras referências à família em Leopoldina.

No dia 31 de outubro foi a vez de Braz Brando assinar o contrato de compra do lote 61. Este colono casou-se, em 1913, com Vitoria Meccariello, filha do proprietário do lote 5. Mas em 1942 já não há referências à permanência dos Brando na Colônia Agrícola da Constança.

Italianos da Basilicata em Leopoldina

Nem todos os imigrantes procedentes da Basilicata foram colonos. Entretanto, os descendentes das famílias procedentes desta região italiana estão hoje vinculados a muitos dos antigos moradores da Colônia Agrícola da Constança.

Arleo, Bianco, Brando, Campagna, Conti, Cunto, Damiani, Domarco, Esposito, Falabella, Gesualdi, Iennaco, Lamarca, Lammoglia, Lingordo, Maciello, Marchetti, Panza, Rinaldi, Schettini e Viola são sobrenomes de ancestrais de muitos leopoldinenses.

Uma diferença entre os imigrantes em Leopoldina

Mandamos para o lado de lá dos mares a única mercadoria de que temos abundância: o homem.

Esta declaração do político italiano Giustino Fortunato, num discurso incluído na série de 1880 a 1910 publicada sob o título Il Mezzogiorno e lo Stato Italiano, nos faz pensar na união de dois interesses: a Italia entendia ser necessário exportar uma parte de seus habitantes e o Brasil buscava soluções para acabar com a escravidão.

Visto por este prisma, a chegada do imigrante italiano em nossas fazendas afasta qualquer tentativa de romancear o assunto. Entretanto, parece que os colonos transmitiram a seus descendentes uma outra visão, talvez por desconhecerem o que se passava na esfera do poder. Por outro lado, há que se considerar os não colonos, ou seja, os que se estabeleceram desde o início na área urbana e que talvez tenham contribuído para o nascimento das memórias familiares que tratam de fugas do alistamento militar e embarques ilegais. De modo geral, estas versões se referem aos italianos no mezzogiorno.

Segundo Gramsci em O Sul e a Guerra, o processo de unificação da Italia, realizado para atender aos interesses do capital, resultou na transferência “de todo dinheiro líquido do Sul para o Norte”. Este aspecto da chamada “Questione Meridionale” parece ter sido uma das alavancas para a emigração no período imediatamente posterior à década de 1860.

Gramsci declara ser injusta a acusação de falta de iniciativa da população meridional como causa do baixo desenvolvimento da região. Para ele, o capital procura instalar-se onde são mais rentáveis os investimentos e o poder central não ofereceu condições de desenvolvimento industrial no sul. Para outros estudiosos da Questão Meridional, o carreamento de capital para o norte não deixou outra alternativa além do abandono da pátria, ainda que inicialmente pensada individualmente como temporária.

O estudo da trajetória dos que chegaram a Leopoldina antes do período denominado Grande Imigranção é dificultado pela falta de registros mais detalhados nas fontes que foram preservadas. Na pequena amosta que pudemos reunir, observamos que os chegados antes de 1888 nasceram na Campania (Pagano), Basilicata (Brando) ou Calabria, eram imigrantes com recursos próprios e viajaram sem subvenção. Portanto, não vieram estimulados pelos projetos de colonização agrícola. Entre eles estão os casos de viagens temporárias à Itália depois de aqui estabelecidos. E aqui cabe uma distinção importante.

Entre os imigrantes cuja primeira vinda ao Brasil ocorreu na última década do século XIX, indentificamos alguns casos de viagem de volta, ou seja, objetivando o retorno definitivo (Lupatini e Moroni). Mesmo que mais tarde uns poucos tenham voltado para o Brasil, classificamos como retorno definitivo as situações em que a família buscou embarque subvencionado e não deixou bens ou vínculos outros em Leopoldina. Até o momento, nesta classificação estão apenas italianos do norte.

Salerno, província das mais citadas.


Entre as províncias da Campania, Salerno é a de maior incidência em Leopoldina.

Até aqui pudemos confirmar a origem na Campania das famílias

Andrea, Apprata, Brando, Caiafa, Cobucci, Eboli, Fermadi, Finamori, Gripp, Manza, Mauro, Mazzei, Pagano, Prete, Russo, Scaramucci e Sparanno.

Entre elas encontram-se os imigrantes com registro mais remoto na cidade, sendo citados já no ano de 1880.

Os proprietários dos lotes da Colônia Agrícola da Constança

No momento em que os moradores de Leopoldina se movimentam para comemorar o Centenário da Colônia Agrícola da Constança, estamos recebendo diversas consultas sobre os proprietários dos lotes.

Sabemos que a área de 17.437.500,00 metros quadrados foi inicialmente dividida em 60 lotes, com cerca de 25 hectares cada um, além de um logradouro público. Posteriormente alguns lotes foram redivididos, atingindo um total de 72 unidades produtivas. Conseguimos identificar os proprietários de 64 lotes, sendo que em alguns casos encontramos também o nome do segundo comprador.

A relação a seguir foi organizada pelo número dos lotes que, quando repetidos, indicam os nomes dos primeiro e do segundo proprietários.

Lote Colono
1 Paula, João Baptista de Almeida
2 Passos, Manoel José dos
2 Pardal, Manoel Gomes
3 Macedo, Francisco Carneiro de
4 Lomba, Jesus Salvador
5 Lorenzi, Demetrio de
5 Meccariello, Carlo
6 Campagna, Felice Antonio
7 Carraro, Victorio
8 Fofano, Paschoal Domenico
9 Meneghetti, Felice
10 Santos, Augusto
11 Balbini, Pietro
12 Colle, Francesco
13 Pittano, Giuseppe
14 Sampieri Giovanni
15 Pumpemayer, Modesto
16 Montes, Auriel de Rezende
17 Reiff Júnior,Francisco Antonio
18 Silva, Jeronymo José da
19 Carvalho, João Pacheco de
20 Marcatto, Luigi
21 Bucciol, Angelo
21 Abolis, Francesco
22 Raipp, João Simão
22 Rodrigues, Antonio Augusto
23 Bonini, Fortunato
24 Travain, Eugenio
25 Meneghetti, Viúva de Luiz
26 Gottardo, Giovanni Baptista
27 Fofano, Carlo Batista
28 Abolis, Leopoldo
28 Montagna, Antonio
29 Boller, Giovanni
30 Mihe, Henrique
30 Lupatini, Giovanni
31 Krause, Herman
31 Boller, Luigi
32 Troche, Bruno
32 Boller, Giuseppe
33 Zessin, Fritz
34 Stefani, Eugenio
35 Casadio, Giuseppe
36 Ferreira, Francisco Dias
37 Cartacho, Manoel da Cruz
38 Secanelli, Angelo
39 Lupatini, Giovanni
40 Costa, José Manoel da
41 Mesquita, Augusto
42 Ferrari, Paschoal
44 Schaden, Franz
44 Rottemberg, Rudolf
45 Schill, August
45 Fischer, Gustav
46 Ketterer, Franz
47 Figueiredo, Julio Teixeira
48 Negedlo, Franz
48 Klaiber, João Jorge
49 Zessin, Wilhelm
50 Krauger, August
50 Beatrici, Pietro
51 Lang, Ernest
52 Hensul, Mathias
53 Thier, Karl
53 Beatrici, Felicio
54 Richter, Hermann
55 Anzolin, Giovanni Ottavio
56 Giuliani, Candido
57 Anzolin, Basilio
58 Carminatti, João
59 Carminatti, João
59 Pedroni, Angelo
60 Sellani, Sante
61 Brando, Braz
62 Carvalho, Pedro Pacheco de
63 Pardal, Manoel Gomes
64 Pardal, Manoel Gomes
66 Rodrigues, Antonio Augusto