Centenário de Nascimento

Nascimentos em Leopoldina

01 jan 1917

Antonio

Pai: Francisco Benedito do Nascimento

Mãe: Rosa Corradin


07 jan 1917

Ozieta

Pai: João Ventura Gonçalves Neto

Mãe: Alcina Paula Moraes


08 jan 1917

Ana

Pai: João Ferreira de Oliveira

Mãe: Maria Lazarina Duana

Dorotea Zamboni

Pai: Francesco Zamboni

Mãe: Orsola Pagano


11 jan 1917

Eunice Maciello

Pai: Angelo Maciello

Mãe: Sarah de Oliveira Rocha

Maria de Lourdes

Pai: José Augusto Monteiro da Silva Filho

Mãe: Maria da Glória de Aguiar


18 jan 1917

Rosa Maria Sangalli

Pai: Arturo Sangalli

Mãe: Maria Stella Borella

Sebastiana

Pai: Pedro Pacheco de Carvalho filho

Mãe: Manoela Rodrigues de Moraes


24 jan 1917

Francisco Gigli

Pai: Celso Gigli

Mãe: Ida Fontanella


26 jan 1917

Maria de Lourdes Pedroni

Pai: Angelo Pedroni

Mãe: Maria Pedroso de Oliveira


27 jan 1917

Eliza Bartoli

Pai: Alberto Bartoli

Mãe: Natalina Sardi


29 jan 1917

Lauro

Pai: Joaquim Martins de Almeida filho

Mãe: Maria Julia Silva

Rosa Bartoli

Pai: Alfredo Bartoli

Mãe: Virginia Rosa Carraro


30 jan 1917

Nizia Lacerda

Pai: Custódio Lacerda Filho

Mãe: Etelvina Rodrigues Ferreira

Colônia Agrícola da Constança e Igrejinha da Onça

No artigo anterior o Trem de História falou de opinião e política e terminou prometendo mudar o rumo da viagem no vagão de hoje. A razão para a mudança foi o cansaço. Para quem não é do ramo, política é um tema pesado e cansativo.

Cumprindo o prometido, o Trem de hoje segue por outros trilhos e recolhe cargas da Colônia Agrícola da Constança que completa neste mês de abril seus 105 anos de criação. Já a Capela da Onça comemora o Centenário de inauguração em 2015.

De início é bom lembrar que a Colônia surgiu da combinação de diversos fatores como os econômicos e políticos. Não nos parece possível eleger um deles como proeminente, embora a proibição do tráfico de escravos, que estimulou a busca de alternativas para o aumento da produção agrícola, possa ser tida como importante para o surgimento do núcleo. Principalmente se considerado que a economia da região dependia de um número cada vez maior de trabalhadores e estes não existiam no território nacional.

Começaram a chegar os imigrantes, antes mesmo do fim do regime escravocrata. Algumas fazendas, segundo consta, passaram a contar com escravos e trabalhadores livres em suas terras, até que os primeiros migraram para a periferia da cidade.

Aos poucos surgiram e se propagaram os sistemas de parceria e colonato como reguladores da nova relação de trabalho. E a experiência do Senador Vergueiro, em São Paulo, deve ser considerada como elemento difusor do sistema.

Agregando experiências diversas surgiram, então, as primeiras colônias destinadas a imigrantes estrangeiros, que foram sendo aperfeiçoadas. É evidente que uma instituição, como uma Colônia, não provém de causa isolada. Ela surge, na maioria das vezes, como resultado de diversos fatores que perpassam a vida do grupo social na qual é criada. E as razões que levaram à criação da Colônia Agrícola da Constança não são muito diferentes das demais coirmãs. O estudo sobre ela ainda carece de mais pesquisas, uma vez que os trabalhos realizados até aqui sempre estiveram focados na vida dos colonos que nela se instalaram, motivados pela vontade de conhecer homens e mulheres comuns que viveram na Colônia e nos seus arredores. Gente que tinha muita história para contar e, como sugeriu o filósofo alemão Walter Benjamin, relatadas na medida certa possibilitou “escovar o passado” recoberto com a poeira do tempo e trazer para a luz do sol, a importância da Colônia Agrícola da Constança e dos italianos que constituíram o seu núcleo mais ativo e permanente. De importância tal que fez a cidade contar, em 1911, com um Agente Consular Italiano, o Sr. Angelo Maciello, representante de Sua Majestade Vittorio Emanuelle III, Rei da Itália na época.

Uma Colônia que não era pequena. Pois contava, segundo os relatórios anuais encaminhados pelo Administrador à Secretaria Estadual de Agricultura, inicialmente com 60 lotes demarcados. No ano seguinte, eram 65 e, em 1911, este número aumentou para 68. Lotes devidamente cercados e com uma casa de morada coberta de telhas, vendidos principalmente aos imigrantes que ali passaram a cultivar toda sorte de produtos, a maioria deles para serem comercializados na cidade ou na “venda de secos e molhados”, Casa Timbiras, que ficava na entrada do Bairro Boa Sorte e que se transformou num verdadeiro entreposto comercial para uma vasta região.

E quando se recorda a Colônia e a Venda do Timbiras é forçoso tomar o “Caminho do Imigrante” e chegar à Igrejinha da Onça. “Caminho do Imigrante”, um sonho que ainda persiste de dar este nome à via secundária que liga a Igrejinha à entrada do Bairro Boa Sorte.

Capela de Santo Antônio de Pádua

Igreja de Santo Antonio de Pádua que comemora 100 anos e foi escolhida como símbolo dos estudos sobre o Centenário da Colônia por ser a imagem a que sempre se referiam os entrevistados no curso daquelas pesquisas, quando abordados sobre a vida dos mais antigos. Símbolo a que todos se referiam com um misto de saudade e orgulho.

A capela foi construída com a participação e o trabalho dos habitantes da Colônia e das propriedades das imediações. A escritura pública de compra e venda de uma quarta de terra (12.100 m2), lavrada pelo 2º Ofício de Notas de Leopoldina em 21.08.1912, é testemunha inconteste da influência italiana, pelos sobrenomes dos vendedores e compradores: Jesus Salvador Lomba e sua mulher Maria Magdalena Lomba (Proprietários do lote nº 04 da Colônia). Luciano Borella, Otavio de Angelis, Luigi Giuseppe Farinazzo, Ferdinando Zaninello, Agostino Meneghetti e Fausto Lorenzetto. A compra teve a destinação registrada no livro do Cartório: – “imóvel para nele ser edificada uma Capela consagrada a Santo Antonio de Pádua”.

Terminado este breve passeio pelas lembranças desta parte da zona rural do município, o Trem de História volta ao perímetro urbano para, no próximo número do Jornal, falar de outra data importante para a nossa história, a da emancipação do Feijão Cru como Vila Leopoldina.

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA
Publicado no jornal Leopoldinense de 16 de abril de 2015

Italianos da Basilicata em Leopoldina

Nem todos os imigrantes procedentes da Basilicata foram colonos. Entretanto, os descendentes das famílias procedentes desta região italiana estão hoje vinculados a muitos dos antigos moradores da Colônia Agrícola da Constança.

Arleo, Bianco, Brando, Campagna, Conti, Cunto, Damiani, Domarco, Esposito, Falabella, Gesualdi, Iennaco, Lamarca, Lammoglia, Lingordo, Maciello, Marchetti, Panza, Rinaldi, Schettini e Viola são sobrenomes de ancestrais de muitos leopoldinenses.

Dados dos primeiros anos da Colônia Agrícola da Constança

Os dados censitários extraídos dos Relatórios Anuais da Presidência da Província de Minas Gerais, informam que a população da Colônia Agrícola da Constança era a seguinte:
1909 – 56 habitantes; 1910 – 255 hab.; 1911 – 386 hab.;
1912 – 426 hab.; 1913 – 664 hab.; 1914 – 596 hab.;
1915 – 836 hab.; 1916 – 1048 hab.;
e 1917 – 1065 habitantes.

A colônia produzia café, arroz, feijão, mandioca, cana de açúcar, milho, amendoim e fumo. Seu rebanho era composto de 444 leitões, 80 bovinos, 59 cavalos, 79 cabritos, 2.703 galináceos e 51 patos. E de tudo que produziam, os colonos entregavam 20% ao governo, como forma de pagamento de suas dívidas.

Como mostra da importância da colônia é de se citar o entreposto comercial que foi a Casa Timbiras, cujo prédio ainda hoje existe, embora com outra destinação; a construção da igreja de Santo Antonio, na Onça; e o fato de, em 1911, Leopoldina ter contado com um Agente Consular Italiano, o Sr. Angelo Maciello, representante de S.M Rei da Itália. Mas a maior contribuição está na influência dos descendentes das famílias italianas em Leopoldina, as olarias (fábrica de tijolos e telhas), a fábrica de vassouras e tamancos, moinhos de fubá, muita polenta, cubu, futebol e um pessoal trabalhador como poucos.