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Sob a invocação do Divino Espírito Santo, em meados dos anos 1800, foi construída a primeira capela de pau-a-pique e, certamente em torno dela, surgiu o arraial do Empoçado, hoje Cataguarino. Em 6 de novembro de 1869, quando ainda pertencia ao município de Leopoldina, o povoado foi elevado a Distrito de Paz pela Lei 1.623, com a denominação de Espírito Santo do Empoçado, passando a Paróquia em 1º de dezembro de 1873.
Uma bela Igreja, em estilo colonial, foi construída no mesmo local da primeira capela, sendo capelão do distrito, em 1874, o Reverendo Padre Mariano.Nesta época, aqui já residiam as famílias Pereira de Souza, Teixeira de Siqueira, Souza Lima, Afonso Rodrigues, Cardoso Abranches, Silva Spíndola, Gomes de Santana, Andrade, Silva Pinto, Fialho Garcia, Lopes Nascimento, Henriques, Assis, Gomes de Barros, Moreira da Silva, Azevedo, Pinto, Cardoso, Medeiros, Marlière, Oliveira Brasil, Alves Ferreira, Ferreira dos Santos, Miranda, Ribeiro da Silva, Fernandes Vieira, Barros, Soares, Ribeiro do Vale, Lopes de Faria, Barroso, Serrotinho, Vieira, Souza Reis, Barroso, Esteves dos Santos, Fonseca Viana, Rodrigues Nascimento, Pereira, Rodrigues, Silva, Marques de Oliveira, Ferreira, Vieira de Souza, os italianos Aliano e Spina, dentre outras. A Comissão Eclesiástica, encarregada das obras, era composta pelos Srs. José Joaquim de Oliveira, comerciante, Antonio Carlos de Mello e Antonio José Pinto, ambos fazendeiros, todos residentes no distrito. A Assembléia da Província de Minas Gerais, sediada em Ouro Preto, fez a doação de 2.500$000 (dois contos e quinhentos mil réis) para a conclusão das obras, valor equivalente, na época, a 52 alqueires de terras na região. Com esta verba, o oficial Antonio Fernandes Ramos, residente no distrito de Meia Pataca, hoje Cataguases, foi contratado para construir o altar, conforme a escritura pública de contrato, assinada em 23 de outubro de 1874, que previa: “fazer um altar mor lizo porem com alguma talha no Sacrario, Tarja e capulus, colunnas xatas e degraus do trono lizo e guarnecido, e levantar o lugar do biobiterio e formar escada de entrada, e forrar o tecto da capella mór, e uma semalha por dentro abacho do fôrro ” Das matas virgens então existentes no distrito do Empoçado, sairam, por certo, as madeiras para a construção, madeiras estas que já se achavam “ tiradas e lavradas, e parte serradas”, conforme cita o referido contrato. Sob este altar foram enterrados os corpos de João José de Souza Lima, fazendeiro, falecido em 27 de abril de 1874; de Carlota Rachel de Souza Lima, viúva de João José, fazendeira, falecida aos 54 anos, em 06 de dezembro de 1894, e o de José Fabiano de Souza, o comerciante e vereador Zeca Fabiano, falecido em 19 de outubro de 1904. As primeiras cerimônias realizadas na nova Igreja, até agora conhecidas, são:
A celebração de batizados e casamentos em oratórios particulares, prática comum na época, justifica estes registros tardios. A bela igreja colonial serviu à comunidade de Cataguarino até 1965, quando foi demolida para a construção de uma outra, no mesmo local. O majestoso altar foi guardado, por quarenta anos, no porão da casa do então Coordenador da igreja, Sr. Sebastião Rodrigues Pinto, e sua esposa, Maria Nascimento Rodrigues, até que, em outubro de 2005, a partir das informações de Marcelino Abritta Pinto, que primeiramente identificou as peças, e da professora Célia Abritta, esta por muitos anos dedicada catequista, o altar foi localizado por Maria Joana Neto Capella e a comunidade, então, conhecedora do fato, se mobilizou para que o mesmo fosse recuperado, de forma que retornasse à Igreja.
O trabalho de marcenaria, que utilizou madeiras de lei (cedro e vinhático) para recompor as peças danificadas, coube às seguintes empresas: – Fábrica de Móveis Duarte, dirigida pelos irmãos Manoel Pereira Boia e Welington Pereira Boia, sendo os serviços executados pelos competentes artesãos Milton Gomes de Oliveira e João Batista de Oliveira; – Nagimerito Móveis e Esquadrias, de propriedade de Márcio José Duarte, cuja execução ficou a cargo de sua equipe, composta dos habilidosos profissionais Aloísio Cláudio Rios Rodrigues, Luis Alvino Fontoura e Leandro de Souza Andrade. A instalação foi um trabalho de arte dos marceneiros Alexandre da Costa Martins e Célio de Souza Landes, gentilmente cedidos pela Prefeitura Municipal de Cataguases. O trabalho de base da pintura foi de José Luiz Eugênio Monteiro e Gérson Bento Rodrigues. A pintura de arte e sua delicada douração, na forma original, foram realizadas por Laiz de Assis Teixeira e o acabamento na douração da mesa e dos vasos foi um trabalho gracioso de Maria Antonia Rodrigues Correia. O projeto de ambientação, de forma que a Igreja ficasse mais condizente com o altar restaurado, foi graciosamente realizado pela conceituada decoradora cataguasense, Maria Heliana Lourenço Machado, atualmente radicada em Belo Horizonte. As obras do piso ficaram a cargo de João Batista Justino e seu ajudante, Joel Gonçalves Marques. O projeto de reforma do telhado para a instalação do altar, cuja altura excedia à do antigo telhado, foi elaborado pela equipe do Programa de Arquitetura Pública, sob a coordenação do arquiteto Paulo Henrique Alonso, através do convênio entre a Universidade Federal de Minas Gerais, Prefeitura Municipal de Cataguases e o Instituto Cidade de Cataguases. A execução da obra coube à empresa Empreendimentos CATAUÁ Ltda, sob a direção de César Ferreira da Cruz. Hoje, 136 anos após o início de sua construção, sob as bençãos do Bispo Dom Dario Campos, do atual pároco Monsenhor Alexandre dos Santos Ferraz, do Padre Antonio Luiz da Silva e do Padre José Carlos Ferreira Leite, o imponente altar, novamente instalado, constitui o patrimônio cultural maior da comunidade de Cataguarino. Nosso profundo agradecimento a todos que trabalharam neste projeto, bem como àqueles que, de alguma forma, contribuíram para a sua realização. a) Comissão de Restauração. Cataguarino, 30 de outubro de 2010.
Pesquisa de Maria Joana Neto Capella Revisão: Dilson Martins de Freitas Fontes Textuais: Livros de Notas 1870 a 1910, distrito de Espírito Santo do Empoçado. Livros Paroquiais 1875 a 1895, Matriz de Santa Rita de Cataguases. MARTINS, Antonio de Assis. Almanaque Administrativo, Civil e Industrial da Província de Minas Gerais – 1875. Ouro Preto: Imprensa Oficial, 1864-1875. Fontes Iconográficas: Acervo de Teócrito Abritta Acervo de Célia Abritta. Laiz de Assis Teixeira Maria Joana Neto Capela |
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Etiqueta: Miranda
Alistamento Militar de 1875
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O antigo Curato de Santana do Pirapetinga foi elevado à categoria de distrito através da Lei nº 1.240 de 29 de agosto de 1864, em território desmembrado do distrito de Conceição da Boa Vista, município de Leopoldina. Na época as divisas foram definidas a partir do rio Pirapetinga pelas fazendas de José Joaquim Ferreira Monteiro de Barros, Mateus Herculano Monteiro de Castro e Jacinto Manoel Monteiro de Castro, até atingir as divisas do distrito de Angustura que também estava subordinado a Leopoldina. No mesmo mês de agosto de 1864 a freguesia de São José do Paraíba, hoje Além Paraíba, foi desmembrada de Leopoldina e incorporada a Mar de Espanha, aí permanecendo até novembro de 1880 quando, através da Lei nº 2678, foi emancipada. Para a formação do novo município, Leopoldina perdeu o distrito de Pirapetinga. No Arquivo da Câmara Municipal de Leopoldina podem ser encontrados alguns documentos sobre Pirapetinga relativos ao período de 16 anos de subordinação. Entre eles, o Alistamento Militar de 1875, do qual foram extraídas as informações abaixo.
* – E = Excluído * – I = Incluído Fonte: Livro de Alistamento Militar do arquivo da Câmara Municipal de Leopoldina |
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Os Cafelistas de Leopoldina
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De forma geral é costume dizer que a ocupação do solo de Leopoldina se deu pelos plantadores de café. Discordo bastante desta posição. Segundo o Registro de Terras de 1856, dos 95 proprietários apenas um, Bernardo José Gonçalves Montes, declarou dedicar-se ao plantio de café. Outros 58 declaram atividade como lavoura em geral e 12 plantavam especialmente milho. Os demais 27 não declararam a quais atividades se dedicavam. Dentre estes já identificamos 13 proprietários de pequenas chácaras, localizadas na área urbana. É possível que alguns dos demais 14 fossem também chacareiros, mas pode ser que entre eles houvesse quem se dedicasse ao plantio do café, embora em propriedades de extensão diminuta. Nos livros de arrecadação fiscal do período subseqüente, o café começa a ser mencionado ainda de forma esporádica. Segundo o Almanaque Administrativo de Minas Gerais para o ano de 1864, 60 fazendeiros de Angustura dedicavam-se ao cultivo do café. Infelizmente não houve remessa do mapa relativo à cidade de Leopoldina como um todo e, por conta disso, não sabemos quantos fazendeiros haviam se tornado agricultores. É no período seguinte, 1865 a 1874, que o cultivo de café desponta como a principal atividade agrícola na região de Leopoldina. De acordo com os livros de arrecadação fiscal encontrados, comparados com o publicado no almanaque Administrativo de Minas Gerais para o ano de 1875, eram os seguintes os plantadores de café em Leopoldina e Piacatuba:
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Autoridades em Tebas
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Autoridades distritais de Tebas, município de Leopoldina, empossadas entre 1883 e 1892. TEBAS, atual distrito de mesmo nome, município de Leopoldina
FONTE: Arquivo da Câmara Municipal de Leopoldina, antigos códices 32 e 146 |
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Autoridades do distrito da Piedade
Autoridades distritais empossadas pela Câmara Munnicipal de Leopoldina, conforme códices 32 e 146.
PIEDADE, atual distrito de Piacatuba, município de Leopoldina

| Antonio Gonçalves de Castro | 2º Juiz de Paz | 07.01.1881 |
| Antonio Pereira da Silva | 4º Juiz de Paz | 07.01.1865 |
| Antonio Pinto de Carvalho | 1º Juiz de Paz | 16.02.1883 |
| Apolinário José de Carvalho | Fiscal | 11.07.1881 |
| Cândido José Batista | 2º suplente de Juiz de Paz | 29.01.1867 |
| Domingos Henrique Porto Maia | 3º Juiz de Paz | 16.02.1883 |
| Domingos Henriques de São Nicácio | 2º Juiz de Paz | 05.03.1861 |
| Francisco Casemiro da Costa | 1º Juiz de Paz | 05.03.1861 |
| Francisco José Barbosa
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4º Juiz de Paz | 21.03.1881 |
| Francisco Soares Valente Vieira | 3º Juiz de Paz | 09.01.1857 |
| 2º Juiz de Paz | 07.01.1865 | |
| 2º Juiz de Paz | 16.03.1867 | |
| João Antonio da Costa Coimbra | 1º suplente de Juiz de Paz | 29.01.1867 |
| 1º Juiz de Paz | 07.01.1881 | |
| Joaquim Antonio Cardoso | 3º Juiz de Paz | 20.07.1861 |
| Joaquim Fajardo de Melo | 4º Juiz de Paz | 16.02.1883 |
| Joaquim Honório de Campos | 1º Juiz de Paz | 09.01.1857 |
| José Furtado de Mendonça | 1º Juiz de Paz | 07.01.1865 |
| José Rodrigues de Miranda | 3º Juiz de Paz | 07.01.1881 |
| Lino João Mendes | 4º Juiz de Paz | 09.01.1857 |
| Luiz Pereira da Silva | 2º Juiz de Paz | 09.01.1857 |
| Mariano Henriques Pereira | 2º Juiz de Paz | 16.02.1883 |
| Vital Inácio de Moraes
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2º suplente de Juiz de Paz | 05.04.1890 |

Principais moradores da Piedade em 1875
| No tempo do Império, de acordo com as Leis que regiam a administração municipal, cada freguesia encaminhava ao governo provincial as listagens de seus moradores, identificando-os de acordo com os padrões de avaliação próprios da época. De modo geral, as informações eram extraídas dos livros de arrecadação fiscal de cada distrito, e reunidas no conjunto da freguesia. No ano de 1875, o distrito da Piedade encaminhou a relação a seguir.
Juizes de Paz: 1º Francisco Esmério de Paiva Campos 2º Francisco Soares Valente Vieira 3º José da Costa Matos 4º José Fajardo de Melo Senhores de Engenho:
Criador de gado:
Carpinteiros:
Sapateiro:
Fazendeiros de Café:
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Eleitores residentes na Piedade em 1882
Relação dos moradores da Piedade inscritos como eleitores conforme o livro de Alistamento Eleitoral de Leopoldina relativo ao ano de 1882.
- Adolfo Gustavo Guilherme Hufnagel
- Agostinho de Souza Campos
- Antônio Alves Tavares
- Antônio da Silva Tavares
- Antônio David Alves Ferreira
- Antônio de Souza Almada
- Antônio Fajardo de Melo
- Antônio Gonçalves de Castro
- Antônio Gonçalves Filgueiras
- Antônio Joaquim de Nazareth
- Antônio Maurício Barbosa
- Antônio Pereira Valverde
- Antônio Pinto de Carvalho
- Antônio Pires Veloso de Sá
- Antônio Romualdo de Oliveira
- Antônio Teixeira de Mendonça
- Antônio Teixeira Reis
- Antônio Vieira da Silva
- Bernardo Tolentino Cisneiros da Costa Reis
- Camilo Alves Ferreira
- Cândido José Batista
- Custódio Dias Moreira
- David Alves Ferreira
- Domingos Henriques Porto Maia
- Domingos José Barbosa de Miranda
- Domingos Vieira da Silva
- Eleotério Gonçalves Pereira
- Elias Gonçalves Filgueiras
- Francisco Antônio Nogueira
- Francisco Casemiro da Costa Filho
- Francisco de Paula Ladeira
- Francisco Esmério de Paiva Campos
- Francisco Fajardo de Melo
- Francisco Henriques Porto Maia
- Francisco José Barbosa de Miranda
- Francisco Luiz Pereira
- Francisco Martins Pacheco
- Francisco Soares Valente Vieira
- Higino Dutra de Rezende
- Jacob Antôno Furtado de Mendonça
- João Antônio da Costa Coimbra
- João Antônio de Araújo Porto
- João Antônio Valverde
- João de Souza Almad
- João Desidério da Silva Durães
- João Francisco Vieira da Silva
- João Henrique da Costa Ramos
- João José Alves Ferraz
- João Paulino Barbosa
- João Pereira Valverde
- João Rodrigues Gomes
- Joaquim Constâncio Loures
- Joaquim de Souza Almada
- Joaquim Fajardo de Melo
- Joaquim Fidélis Marques
- Joaquim Gomes de Araújo Porto
- Joaquim José Medina
- Joaquim Rodrigues Gomes Corujinha
- Joaquim Vieira da Silva
- Joaquim Wenceslau de Campos
- José Carlos de Oliveira Pires
- José de Rezende Montes
- José Fajardo de Melo
- José Fajardo de Melo Júnior
- José Fernandes da Silva
- José Francisco de Paiva Campos
- José Francisco Vieira
- José Furtado de Mendonça
- José Henriques da Mata
- José Joaquim Furtado de Mendonça
- José Justino de Carvalho
- José Martins Pacheco
- José Maximiano de Moura e Silva
- José Rodrigues Barbosa de Miranda
- José Rodrigues Carneiro de Souza
- José Rodrigues Gomes
- José Teixeira de Oliveira Guimarães
- José Vieira da Silva
- Laurindo Gonçalves de Castro
- Luiz Teixeira Machado
- Manoel Antônio da Mota
- Manoel Antônio Dutra
- Manoel Ferreira Ribeiro
- Manoel Ferreira Ribeiro Filho
- Manoel Henriques Porto Maia
- Manoel Henriques Porto Maia Filho
- Manoel Luiz Pereira
- Manoel Muniz de Azevedo Coutinho
- Manoel Rodrigues de Oliveira
- Mariano Henriques Pereira
- Olímpio Rodrigues de Mendonça
- Olímpio Sinfrônio de Souza
- Pedro Antônio Furtado de Mendonça
- Pedro Rodrigues Gomes
- Roberto de Souza Almada
- Silvério Gomes Filgueiras
- Silvério José Barbosa de Miranda
- Teotônio Joaquim de Araújo Porto
- Urbano Otoni de Andrade Rezende
- Vicente Alves Ferreira
- Vital Inácio de Moraes
- Vital Rodrigues de Oliveira
- Wenceslau José de Campos
- Wenceslau Martins Pacheco Filho




