185 – A família de Francisco da Silva Barbosa

Francisco da Silva Barbosa, proprietário da Fazenda Boa Vista dos Barbosa, nasceu em 1782 em São Mateus do Bunheiro, Porto, Portugal e faleceu no dia 20.09.1860. Casou-se em Bocaina de Minas, em 1812, com Ana Josefa da Silva, filha de José Gonçalves Neto e Ana Custódia da Cunha. Francisco já morava no Feijão Cru em 1831 com a mulher e sete filhos.

Ressalte-se que José Gonçalves Neto se casou com Ana Custódia da Cunha aos 08.11.1790 e o casal teve outros descendentes entre os pioneiros de Leopoldina. José era filho de Manoel Machado Neto e Ana Maria do Espírito Santo e nasceu na Vila Inhomirim, Magé, RJ.

Em 1835 a família de Francisco foi recenseada no 3º quarteirão do Feijão Cru que incluía a área onde formou a fazenda Boa Vista, registrada em 1856.

O casal Francisco e Ana Josefa teve os sete filhos a seguir discriminados.

1 – Ana Francisca, também conhecida por Ana Josefa da Silva, que teve três filhos: Vicência, que foi casada com Francisco da Costa Muniz; Carolina que se casou com Elias Carlos da Paixão; e, Domiciano, que se casou com Balbina Carolina de Jesus, filha de José Casemiro da Costa.

2 – Joaquina Francisca de Jesus se casou com Severino José de Santana com quem teve, pelo menos, os filhos José e Manoel.

3 – Maria do Rosário Neto se casou com Joaquim Luiz de Medeiros ou de Santana, filho de José Luiz de Medeiros e Ana Silvéria de São José. Ele faleceu a 06.08.1863 em Leopoldina. O casal teve dez filhos: Maria Messias do Espírito Santo cc Antônio Silveira Garcia; João Gualberto Luiz de Medeiros cc Maria Flausina de Jesus; José Maria de Medeiros cc Antônia Rita de Jesus; Francisco Luiz de Medeiros cc Ignacia Rosa Lina de Lacerda; Manoel Luiz de Medeiros cc Elidia Carolina de Lacerda; Rita Esméria da Conceição cc o italiano Felicio Bello; Umbelina Emiliana de Jesus casada primeira vez com Vicente Antonio de Rezende e segunda com Bento José Oliveira; Carlos, n. 05.10.1855 e f. 1864; Antonio Luiz de Medeiros cc Senhorinha Luiza da Conceição; e, Júlia Maria da Trindade casada primeira vez com o italiano Sebastiano Tambasco e segunda vez com Manoel Joaquim Soares, também conhecido como Manoel Carlos Soares.

Registra-se, aqui, os agradecimentos aos descendentes Maria José Ribeiro Queiroz e Rodrigo Fidelis Macedo que contribuíram com informações e documentos para o estudo da família.

4 – Rita Francisca ou Josefa da Silva cc Carlos José Luiz de Santana com quem teve nove filhos: Maria Inácia do Nascimento cc Carlos Machado Neto de Aguiar; Mariana Rita do Espirito Santo cc José de Rezende Barbosa; João Carlos Neto cc Porfiria Maria de Jesus; Antonio Carlos Neto cc Rita Romualda da Silva; Matilde Virginia do Rosario cc Manoel Francisco Barbosa Neto; Rita; José Carlos Neto cc Francisca Teodora de Bem; Carlos José Neto cc Maria Prudenciana de Jesus; e, Francisco Carlos Neto cc Laurinda de Souza Neiva.

5 – José Francisco Barbosa Neto cc Maria Antônia de Jesus com quem teve seis filhos: Francisco da Silva Neto cc Brígida Maria da Silva; José Francisco Neto cc Marciana Zeferina de Almeida; Domingos Francisco Neto cc Maria Justina de Jesus; Maria Cândida de Jesus cc José Francisco Ferraz; Barbara Maria de Jesus cc Joaquim Pedro Nolasco; e, Manoel Damasceno Neto cc Mariana Umbelina da Silva.

6 – Antonio Francisco Barbosa Neto casou-se duas vezes. A primeira com Prudenciana Josefa da Silva, filha de José Ferreira Brito Júnior e Brígida Joaquina Custódia da Silva. Ela faleceu em fevereiro de 1865 em Ribeiro Junqueira e Antonio casou segunda vez com Maria Amália de Souza Neiva, filha de Altino José de Souza Neiva e Gertrudes Maria da Conceição. Filhos do primeiro casamento: Manoel Francisco Barbosa Neto cc Matilde Virginia do Rosario; 6.2 – Rita Romualda da Silva cc Antonio Carlos Neto; 6.3 – Francisco Barbosa Neto; José Amaro Neto cc Maria Vidal Ferreira; Antonio José Neto cc Rita Francisca da Conceição; Maria Prudenciana de Jesus cc Carlos José Neto; e, Custódio Ferreira Neto cc Maria Ângela de Jesus. Filhos do segundo casamento: Maria Amélia de Souza Neto cc Alfredo de Souza Neiva; Francisca Amelia Neto cc José Nepomuceno Ferreira; Albino José de Souza Neiva; Gertrudes Maria da Conceição cc Augusto José de Souza Neiva; Laurinda Maria da Conceição cc Sebastião Carlos Neto; José Neiva; Cecilia Neiva; Sebastião; Pedro; Adelaide; e, Ana.

7 – Matilde, a última filha de Francisco da Silva Barbosa e Ana Josefa da Silva, faleceu antes de seu pai.

Uma questão interessante a respeito do grupo em análise adveio do sobrenome dos filhos do casal Francisco e Ana Josefa. Em Leopoldina, é bastante difícil separar as pessoas que usam Neto por sobrenome das que utilizam como partícula para se referir a um avô. Como foi dito, Ana Josefa era filha de José Gonçalves Neto e seus filhos, assim como os descendentes do pioneiro João Gonçalves Neto, adotaram Neto por sobrenome. Houve casamentos entre descendentes de Francisco e Ana Josefa com descendentes dos Ferreira Brito que, por serem homônimos de um avô, usavam Ferreira Neto como sobrenome.

Eventualmente se comenta que existe diferença entre Neto e Netto. No entanto, esta diferença não os distingue pelo simples fato de que até 1911, quando a língua portuguesa teve seu primeiro Vocabulário Ortográfico, usava-se indistintamente letra simples ou dobrada. E considerando o pequeno estoque de nomes próprios aprovados pela igreja, pode-se imaginar a quantidade de Anas ou Annas, Josefas ou Josephas e, Netos ou Nettos em famílias que aqui viveram na mesma época.

Por hoje o Trem de História fica por aqui. Na próxima viagem um novo pioneiro ocupará este espaço. Até lá.

Luja Machado e Nilza Cantoni - Membros da ALLA 
Publicado na edição 437 no jornal Leopoldinense, 26 setembro de 2022

Fontes Consultadas:

Arquivo Distrital do Aveiro, Portugal, lv bat 1768-1783 
Arquivo Público Mineiro - Mapas da População do Curato de São José do Paraíba – 1831 e do Feijão Cru, 1835 
Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Aiuruoca, lv cas 1787-1814 fls 41verso 
Igreja N. S. da Piedade, Barbacena, MG, lv cas 1808 -1838 fls 43. 
Inventário de Francisco da Silva Barbosa. 
Registro de Terras de Leopoldina

170 – Bento Rodrigues Gomes

Logomarca Trem de História

O Trem de História de hoje fecha o ciclo dos dois irmãos pioneiros de Leopoldina trazendo Bento Rodrigues Gomes.

Bento casou-se aos 13 de julho de 1813, em Bom Jardim de Minas, com Ângela Joaquina de Jesus, filha do pioneiro Joaquim Ferreira Brito e de Catarina Esméria de Sene.

Em seu testamento [1], Bento declarou ter tido dezesseis filhos, mas relacionou apenas os nove que estavam vivos na ocasião.

Registre-se, por oportuno, que nas fontes consultadas até aqui foram encontrados doze filhos deste casal, sendo os dois mais novos nascidos no Feijão Cru. Bento faleceu aos 16 de março de 1862, na condição de viúvo.

Em 1856 ele declarou [2] ter comprado cerca de 300 alqueires de Francisco Manoel de Souza e Ana Rosa de São José, os quais faziam parte da propriedade denominada Fazenda Cachoeira Alta do Bagre quando de sua morte.

É importante registrar que talvez tenha havido engano na indicação do nome do vendedor, já que em uma Carta de Sesmaria [3] doando terras no “Ribeirão dos Bagres que deságua no Pomba por baixo do Feijão Cru”, o nome do beneficiário seria Manoel Francisco Corrêa. De todo modo, nem Francisco Manoel de Souza nem Manoel Francisco Corrêa são referidos na documentação ainda existente sobre os pioneiros do Feijão Cru.

Os vizinhos de Bento Rodrigues Gomes foram Genoveva Maria de Jesus, Marianna Pereira Duarte, José Thomaz de Aquino Cabral, Felisberto Antônio de Souza, Joaquim Dias Netto, Francisco Antônio de Almeida e Gama, Francisco Bernardino Machado, Antônio Joaquim Teixeira, Antônio Rodrigues Gomes e a propriedade limitava-se, ainda, com o Rio Pomba.

Conforme já se viu nesta série, Genoveva Maria de Jesus era proprietária da Fazenda Santana do Pomba, cuja sede ficava no local onde mais tarde foi construída a Estação Vista Alegre da Estrada de Ferro Leopoldina.

De Mariana Pereira Duarte era a Fazenda Recreio, vizinha dos Aquino Cabral da Fazenda Santa Cruz. Felisberto Antônio de Souza era proprietário de um pequeno sítio de 15 alqueires. Assim como Felisberto, o vizinho Joaquim Dias Neto também não declarou o nome da propriedade de 40 alqueires que levou a registro na mesma época. Francisco Antônio de Almeida Gama era vizinho de Bento Rodrigues Gomes pela propriedade que denominou Circuito, nome também da volta que o Rio Pomba faz pouco antes de atingir Vista Alegre, sendo aí também localizada a propriedade de Francisco Bernardino Machado. Os outros dois vizinhos citados por Bento foram Antônio Joaquim Teixeira, que registrou 200 alqueires no Ribeirão do Bagre e o seu irmão Antônio Rodrigues Gomes.

Na Divisão requerida por Antônio Sabino Damasceno Ferreira aos 07 de dezembro de 1889 para demarcação dos limites de sua fazenda Estrela [4], consta que

“Aos 25 dias de novembro de 1871, nesta fazenda dos Bagres, no alto de um espigão na divisa das fazendas dos Bagres e Fortaleza […] ordenou o Juiz que fosse cravado o marco para começo da divisa entre João Gualberto Damasceno Ferreira e Joaquim Antônio de Oliveira. […]”

Considerando que a Fazenda Fortaleza foi formada por João Gualberto Ferreira Brito, pai de João Gualberto Damasceno Ferreira, e que tal fazenda representou o legado paterno recebido por João Gualberto Damasceno, é possível concluir que a fazenda Cachoeira do Bagre, formada por Bento Rodrigues Gomes, estendia-se desde as proximidades do Rio Pomba, onde divisava com a fazenda Santana dos Miranda, até a altura da Fazenda Fortaleza.

Os filhos

Bento Rodrigues Gomes e Ângela Joaquina de Jesus tiveram os filhos a seguir.

1) João Rodrigues Ferreira cc Messias Esméria de Almeida, filha de Manoel Antônio de Almeida e Rita Esméria de Jesus. Tiveram quinhão da fazenda Feijão Cru do pai de Messias, e foram condôminos e confrontantes da Constança; 2) Mariana Vitoria de Jesus cc Francisco Izidoro Ferreira Brito, filho de Joaquim Ferreira Brito e Joana Maria Macedo; 3) Francisco Rodrigues das Chagas cc Francisca Cândida da Gama. Residiram na fazenda Cachoeira Alta do Bagre, do pai de Francisco, na divisa com terras de Francisco Antônio de Almeida e Gama que pode ter sido familiar de Francisca; 4) Rita Flausina de Jesus cc João Ferreira de Macedo que também pode ser meio irmão da sogra; 5) Maria nasceu entre 1817 e 1822, e faleceu na infância; 6) Joaquim Rodrigues Gomes cc Ana Flausina de Nazareth; 7) Fidelis Rodrigues Gomes cc Mariana Leopoldina de Lacerda, filha de Francisco Pinheiro Corrêa de Lacerda e Mariana Maria de Macedo; 8) Ana Catarina de Jesus cc Evencio José Fabrício da Fonseca, filho de Bernardo José da Fonseca e Ana de Souza da Guarda; 9) Vicente Rodrigues Ferreira cc Luciana Francelina da Anunciação, filha de Antônio Rodrigues Gomes e Rita Esméria de Almeida; 10) Calisto Roiz nasceu entre 1825 e 1827 e faleceu na infância; 11) Theodoro Roiz nasceu entre 1828 e 1833 e também faleceu na infância; e, 12) Bernardo Rodrigues Gomes cc Tereza Maria de Brito e segunda vez com Rita Silvéria de Almeida, filha de João Rodrigues Ferreira Brito e Messias Esméria de Almeida. No segundo casamento residia no Monte Redondo, em terras que teriam sido de Manoel Antônio de Almeida, avô materno de Rita. Talvez a primeira esposa fosse irmã da segunda.

O Trem de História encerra aqui a história conhecida dos dois irmãos pioneiros de Leopoldina que, entretanto, poderão vir a ser citados quando forem abordados seus vizinhos. Na próxima viagem um outro personagem virá. Até lá!

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA

Publicado na edição 422 no jornal Leopoldinense, julho de 2021

Fontes consultadas: 
1 - Inventário de Bento Rodrigues Gomes processo 38404388 COARPE – TJMG. 
2 - Registro de Terras de Leopoldina. Arquivo Público Mineiro, Seção Colonial, TP 114, termo 59. 
3 - Arquivo Público Mineiro. Carta de Sesmaria de 19 de setembro de 1821, SC 384 p. 107v. 
4 - Divisão amigável da Fazenda Estrela processo 38401585 COARPE-TJMG.

160 – Vizinhos e Sucessores da Fazenda Feijão Cru

Hoje o Trem de História acrescenta, à relação de confrontantes do artigo anterior, os proprietários[1] que citaram Manoel Antonio de Almeida como vizinho ao fazerem o registro de suas terras em 1856.

Foram eles: José Augusto Monteiro de Barros, fazenda da Constança; Antonio Bernardino Machado, que havia adquirido uma parte da fazenda Cachoeira; Custódio de Vargas Corrêa, fazenda Boa Esperança; Manoel Rodrigues da Silva, fazenda dos Purys; Domingos Dias Tostes, fazenda Barra; e, José Bernardino Machado que não declarou o nome de sua propriedade.

Quanto aos sucessores de Manoel Antonio, a história começa com o falecimento da sua esposa, Rita Esméria de Jesus, em janeiro de 1865.

Em setembro de 1868, no decorrer do inventário de Rita Esméria, o piloto[2] Carlos Pereira de Souza fez a medição da propriedade encontrando uma área[3] de oito milhões trezentos e quinze mil cento e oitenta e quatro braças quadradas [8.315.184], equivalente a 831,5 alqueires que foram divididos entre os herdeiros.

Como se observa, esta área encontrada pelo agrimensor era bem maior do que as duas sesmarias declaradas em 1856. Tal divergência se explica por um hábito social daquela época, hoje pouco comentado e que pode ser analisado da seguinte maneira.

Dos 13 filhos de Manoel Antonio e Rita Esméria, alguns chegaram ao Feijão Cru ainda solteiros e no estudo de suas trajetórias há indícios de que o pai adquiriu pequenas posses que formaram o dote de tais filhos. Embora não seja habitual denominar como dote o que os pais passavam para os filhos do sexo masculino ao se casarem, esta prática era bastante comum naquela época. E na visão de Nazzari[4], “o dote era claramente um instrumento de domínio dos pais sobre os filhos”.

Mesmo não fazendo doações equivalentes para filhas e filhos, parece não haver dúvida de que esta era uma forma do pai manter o controle sobre a família. E como nos inventários todos precisavam declarar o que haviam recebido, corrigiam-se aí as eventuais distorções.

No caso da família em análise, no inventário e partilha dos bens da matriarca são identificadas porções de terras não registradas em 1856 e que, somadas, perfazem total próximo do encontrado pelo agrimensor no tombamento da fazenda Feijão Cru.

Vale ressaltar que naquele momento Manoel Antonio dividiu também a sua meação entre os descendentes e ficou com uma pequena área da parte que lhe cabia. Assim, a partir desse momento a Fazenda do Feijão Cru se tornou um condomínio entre os seguintes sucessores e ou, proprietários:

1) Manoel Antonio de Almeida, com a sua “terça”, equivalente a 1/6 dos bens do casal;

2) Antonio de Almeida Ramos e sua mulher Rita Bernardina de Andrade, ele, filho de Manoel Antonio, proprietários da Fazenda Boa Vista, em Tebas, com 167 alqueires;

3) Antonio Venancio de Almeida, marido de Maria Inocência, filha de Manoel Antonio, com 51 alqueires da Fazenda Feijão Cru;

4) Custódio de Vargas Corrêa e sua mulher Maria Messias de Sene, ela, filha de Maria Venancia, filha falecida de Manoel Antonio. Junto com sua filha Ana Tereza de Vargas e o marido dela Francisco Antonio Coimbra, eram sócios na Fazenda Monte Alegre, em Tebas, com 26 alqueires;

5) Gervásio Antonio Monteiro de Castro que havia adquirido 35 alqueires de Manoel Antonio de Almeida;

6) Honório Evangelista de Almeida e sua mulher Maria Candida de Almeida, filha do primeiro casamento de Antonio de Almeida Ramos e neta de Manoel Antonio, com 24 alqueires da Fazenda Boa Vista;

7) Joaquim Francisco de Assis e sua mulher Teresa Balbina de Vargas, com 20 alqueires adquiridos de Manoel de Antonio de Almeida;

8) João Rodrigues Ferreira Brito e sua mulher Messias Esmeria de Jesus. Ela, filha de Manoel Antonio. Na partilha constam três partes somando 113 alqueires, as quais ficaram conhecidas como Fazenda Conceição ou, sítios Caeté, Palmeira e Serra, todos em Tebas;

9) Joaquim Antonio de Almeida Ramos e sua mulher Maria Luiza. Ele, filho de Manoel Antonio. Além de uma faixa da Fazenda Feijão Cru, o casal tinha a fazenda Santa Fé, em Tebas, com 108 alqueires;

10) Joaquim Camilo Villas Boas e sua mulher Rita Tereza de Jesus, ela filha de Joaquim Antonio de Almeida Ramos, de quem recebera como dote 9 alqueires da Fazenda Feijão Cru;

11) Joaquim Ignacio de Moura e sua mulher Eufrasia Maria, com 7 alqueires provavelmente adquiridos de algum descendente de Manoel Antonio e Rita Esmeria;

12) Justino Marques de Oliveira e sua mulher Mariana Carolina de Oliveira que detinham 16 alqueires provenientes do dote da primeira esposa de Justino que era uma sobrinha neta de Manoel Antonio;

13) Manoel Marques e sua mulher Maria Barbosa de Toledo, proprietários de 12 alqueires da Fazenda Feijão Cru, provavelmente comprados de descendentes de Manoel Antonio e Rita Esméria; e,

14) Venancio José de Almeida Costa e sua mulher Ana Paula de Sena. Ele, filho de Manoel Antonio, com 220 alqueires, sendo 138 da Fazenda Bela Aurora que divisava com a Feijão Cru.

Registre-se que entre a data da medição em setembro de 1868 e o requerimento para a divisão judicial em abril de 1869, José Rodrigues Carneiro Ferreira e sua mulher Mariana Esmeria de Sena, ela, filha de Maria Venância e neta de Manoel Antonio, teriam vendido sua parte mas o comprador não foi identificado.

Observe-se, ainda, que entre junho de 1867 e setembro de 1868 foi realizada a medição e tombamento da fazenda Monte Alegre e pelo menos oito dos condôminos da Feijão Cru foram citados ora como adquirentes de partes da Monte Alegre ora como seus vizinhos. Confirmando, portanto, a declaração no Registro de Terras de 1856 de que a fazenda formada pelo pioneiro Manoel Antonio de Almeida fazia divisa com a fazenda formada por Manoel Joaquim Ferreira, mais frequentemente referido como Manoel Joaquim de Tebas.

E é sobre esta Fazenda Monte Alegre, de Manoel Joaquim, a bagagem para a próxima viagem do Trem de História. Até lá.

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA

Publicado na edição 413 no jornal Leopoldinense de 12 de novembro de 2020


Fontes consultadas:

[1] Registro de Terras de Leopoldina. Arquivo Público Mineiro, Seção Colonial, TP 114, termos 31, 44, 54, 68, 70 e 73.

[2] Piloto era o termo correspondente a engenheiro agrimensor de nossos dias.

[3] Divisão amigável da fazenda Feijão Cru, processo 38402789 COARPE – TJMG imgs 19/20.

[4] NAZZARI, Muriel. O Desaparecimento do Dote. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. p.66.

Descendentes de Manoel José Pinto da Costa

Com a chegada de novas fontes relativas à família do correspondente Alberto Siqueira, atualizamos a genealogia deste que foi o maior colaborador para a composição deste relatório. A família de Manoel José tinha bastante proximidade com o Alferes Francisco José de Almeida Ramos, do 4º Regimento de Milícias da Corte conforme Ordens Régias 1817-1818 SC 375 P 59. Francisco havia se transferido para o Feijão Cru no início do povoamento, tendo formado a fazenda Santa Maria em território que mais tarde compôs o distrito de Nossa Senhora da Piedade.

1-Manoel José Pinto da Costa, falecido em 1891, casou-se com Ana Francisca de Jesus, falecida em 1895. Segundo o inventário do casal, processo 38404171 da Comarca de Leopoldina autuado em 1896, tiveram os filhos: Leopoldina, Maria, Felisbina, Teresa, Francisca, Candido, Carlota, João Batista, Joaquim, José e Ana.

1-1 – Leopoldina cc Elias Alves Ferreira

1-2 – Felisbina cc João Batista Filgueiras

1-3 – Maria nasceu cerca de 1852 em Piacatuba, Leopoldina, MG [1] e foi batizada a 27 Dez 1852 em Piacatuba, Leopoldina, MG. Padrinhos de batismo: Custódio Dias Moreira e Francisca Maria de São José. Casou-se com Apolinário José de Carvalho, falecido antes dos sogros.

1-4- Teresa nasceu a 12 Fev 1855 em Piacatuba, Leopoldina, MG [2] e foi batizada a 17 Fev 1855 em Piacatuba, Leopoldina, MG. Padrinhos de batismo: Alferes Francisco José de Almeida Ramos e Thereza, mulher de Hypolito Pereira da Silva. Faleceu solteira, antes de seus pais.

1-5 – Francisca cc Antonio Pinto da Silva

1-6 – Candido nasceu cerca de 1862 em Piacatuba, Leopoldina, MG [3] e foi batizado a 13 Out 1862 em Piacatuba, Leopoldina, MG. Padrinhos de batismo: Candido José Baptista e Constança Maria de Jesus. Faleceu solteiro, antes dos pais.

1-7- Carlota nasceu cerca de 1864 em Piacatuba, Leopoldina, MG [4] foi batizada a 12 Dez 1864 em Piacatuba, Leopoldina, MG, e faleceu em Nov 1929 em Leopoldina, MG [5] Padrinhos de batismo: Francisco Soares Valente Vieira e Francisca Rosa do Sacramento. Carlota casou com João Alves de Souza Machado. Eles tiveram oito filhos: Antenor, Manoel, José, Judith Alves de Souza, Isabel, Olga, Cacilda e Maria. Em sociedade com Sinfrônio Maurício Cardoso, João Alves de Souza Machado inaugurou o Colégio Piedade, a 1 Out 1882, em Piacatuba, Leopoldina, MG [6] Foi professor de Escola Estadual, em 1911, em Abaíba, Leopoldina, MG [7]

1-8 – João Batista nasceu a 14 Jul 1867 em Piacatuba, Leopoldina, MG [13] e foi batizado a 29 Jul 1867 em Piacatuba, Leopoldina, MG. Padrinhos de batismo: José Henrique da Matta e Francelina Maria do Sacramento

1-9 – Joaquim nasceu por volta de 1872 e teria vivido no então distrito de Itamarati, hoje município de Itamarati de Minas.

1-10 – José Serapião faleceu antes dos pais, deixando dois filhos: Maria e José.

1-11 – Ana também faleceu antes dos pais e deixou um filho menor.


Citações de fontes
     1.  Igreja N. S. da Piedade, Piacatuba, Leopoldina, MG, lv 1 bat fls 19.

     2.  Igreja N. S. da Piedade, Piacatuba, Leopoldina, MG, lv 1 bat fls 29.

     3.  Igreja N. S. da Piedade, Piacatuba, Leopoldina, MG, lv 1 bat fls 47.

     4.  Igreja N. S. da Piedade, Piacatuba, Leopoldina, MG, lv 1 bat fls 60v.

     5.  Correio da Manhã (Rio de Janeiro, RJ), 13 nov 1929 ed 10698 pag 11 coluna 4.

     6.  O Leopoldinense (Leopoldina, MG; 1879 - ?), 12 nov 1882 pag 1.

     7.  LAEMMERT, Eduardo e Henrique, Almanak Laemmert (Rio de Janeiro: 18--;), 1911 pag 3127.

     8.  Conclusão por análise de outras fontes, obituário da mãe.

     9.  Conclusão por análise de outras fontes, casamento.

     10.  Arquivo da Diocese de Leopoldina, lv 6 cas termo 27 fls 6v.

     11.  Arquivo da Diocese de Leopoldina, lv 04 bat fls 140 termo ordem 1366.

     12.  Arquivo da Diocese de Leopoldina, lv 21 bat fls 99v termo 15.

     13.  Igreja N. S. da Piedade, Piacatuba, Leopoldina, MG, lv 1 bat fls 86.

Há 100 anos

Em junho de 1919, nasceram em Leopoldina

Dia 3 jun:

Dinalda Rezende Montes e Pedro Machado Vargas

Dia 6 jun:

Climeria Gouvêa e Sebastiana Nogueira da Silva

Dia 24 jun:

Honorio Fofano, Ignacia Pardal e Maximiano Sangirolami

Dia 26 jun:

Joaquim Machado

Dia 28 jun:

Geraldo Zulian

110 – Os irmãos de Paulino Augusto Rodrigues

Nas viagens anteriores, o Trem de História falou um pouco sobre o ambiente onde nasceu Paulino Rodrigues e trouxe para os dias atuais os seus antepassados que estavam esquecidos pela história da cidade. A viagem de hoje traz seus irmãos como passageiros.

Folha da caderneta de Paulino Rodrigues

Mas antes de falar deles é bom lembrar que, em parte pela situação econômica mais cômoda e muito por ser uma característica marcante em diversos parentes, Paulino foi sempre apoio e elo catalisador da família. Traço bem nítido quando se tem conhecimento da existência, entre seus guardados, de caderneta onde anotava nomes de afilhados e datas de nascimento, batismos e casamentos dos parentes que não eram poucos.

A irmã mais velha de Paulino recebeu o nome de Maria, nasceu aos 16 de abril de 1859 e foi batizada dez dias depois, tendo por padrinhos Luiz Ignacio de Moraes e a avó paterna, Ana Bernardina de Almeida. Talvez esta filha tenha falecido na infância, já que não foram encontradas referências sobre ela na idade adulta.

A segunda filha de João Rodrigues da Silva e Mariana Custódia de Moraes foi Ana Venância da Silva, a “Mãe Sinhana”, que ajudou a criar os irmãos. Nascida a 02 de março e batizada a 29 de abril de 1861, sendo seus padrinhos o casal Francisco de Vargas Corrêa Filho e Venância Esméria de Jesus, Ana Venância se casou aos 25 de agosto de 1880 com seu primo João José Machado, filho de Maria Antonia de Jesus e Severino José Machado que era irmão de Ana Bernardina de Almeida, avó paterna da noiva.

João Ignacio da Silva foi o terceiro filho. Ele nasceu a 25 de novembro de 1862 e foi batizado no mês seguinte, sendo padrinhos o avô paterno, Manoel Rodrigues da Silva, e Maria Augusta de Jesus. João Ignacio se casou dia 25 de abril de 1883, em Conceição da Boa Vista, com Maria Clara de Jesus, filha de José Maria Machado Neto e Ana Martinha de Jesus. Faleceu em Leopoldina aos 07 de março de 1907.

Firmino Augusto Rodrigues, o quarto filho, nasceu aos 23 de março de 1867 e foi batizado em maio. Seus padrinhos foram José Maria de Menezes e Ana Paula de Almeida. Casou-se dia 05 de março de 1889 com Francisca de Assis Pires, filha de Joaquim Garcia de Matos e Emerenciana Maria de Jesus.

A seguir, Maria Custódia de Moraes nascida aos 03 e batizada aos 28 de março de 1869, tendo por padrinhos seu tio paterno Ignacio Rodrigues da Silva e sua irmã Ana Venância da Conceição. Casou-se com seu tio materno Germano Rodrigues da Silva.

O sexto filho foi Paulino e, o sétimo, Manoel Ignacio Rodrigues, “Neca”, que se casou com Vitalina Rodrigues de Gouvêa, nascida aos 11 de dezembro de 1875 em Piacatuba, filha de Luiz José Gonzaga de Gouvêa e de Maria Carolina de Moraes. Vitalina era irmã da primeira esposa de Paulino.

Ignacia Virginia da Conceição veio a seguir. Ela se casou dia 29 de fevereiro de 1892 com Manoel de Andrade Neto, filho de Manoel Andrade Oliveira e Rita Tereza de Jesus.

O nono filho foi Antonio Augusto Rodrigues, “Totônio”, nascido a 30 de agosto e batizado a 25 de setembro de 1881, tendo por padrinhos José Ignacio Carvalho de Rezende e Maria Custódia da Silva. Antônio se casou dia 26 de julho de 1905 com Maria Antonia de Oliveira, “Mariquinha”, filha de Antonio Justino de Oliveira e Ignacia Carolina de Almeida. Faleceu aos 08 de julho de 1941.

O penúltimo filho de João e Mariana foi Martiniano Rodrigues Moraes que se casou com Maria Zeferina Rodrigues.

E a última, Emilia Maria da Conceição, nasceu dia 02 de março e foi batizada dia 12 de abril de 1884, tendo por padrinhos Emigdio Sales Pereira e Balbina Justina de Jesus. Emilia se casou aos 09 de julho de 1901 com Antônio Rodrigues Ferreira, filho de Antônio Vicente Ferreira e Ana José Rodrigues. Ela faleceu em Angaturama no dia 17 de maio de 1922.

A história de Paulino não terminou. Na próxima viagem o Trem de História trará as esposas e os seus filhos. Aguarde.


Fontes de Referência:

Arquivo da Diocese de Leopoldina: lv 01 bat fls 45 termo 237, fls 73 termo 384,  fls 92 termo 499, fls 223 termos 1068 e 1069; lv 1 cas fls 40 termo 110, fls 337 termo ordem 1301 e  lv 2 cas fls 54 termo 276.

Cemitério Nossa Senhora do Carmo, Leopoldina, MG, lv 2 fls 15 plano 3 sep 398.

Igreja N. S. Conceição da Boa Vista, Recreio, MG, lv 1 cas fls 199 termo 599.

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA

Publicado na edição 362 no jornal Leopoldinense de 1 de setembro de 2018

109 – Informações sobre alguns antepassados de Paulino Rodrigues

No artigo anterior o Trem de História trouxe a ascendência paterna de Paulino. A viagem de hoje segue pelos mesmos trilhos e caminhos para trazer um pouco mais sobre estes antepassados que ocuparam as terras das fazendas Purys e da Onça, algumas delas entrelaçadas por uniões matrimoniais que gravitaram pelo entorno destas duas fazendas e da Bela Aurora, mais tarde adquirida pelo Paulino Rodrigues.

A Fazenda Purys, cuja sede ficava às margens do Córrego da Água Espalhada, no atual leito da BR 116, Rio-Bahia, no km 771, nas proximidades da ponte ali existente, pertenceu a Manoel Rodrigues da Silva e Ana Bernardina de Almeida, avós de Paulino.

Recorde-se que Ana era filha de Bernardino José Machado e Maria Rosa de Almeida, proprietários da vizinha fazenda da Onça, que em 1856 contava com cento e cinquenta alqueires de terras[3] que  deram origem ao bairro de mesmo nome.

É bom recordar, também, que o casamento de Ana e Manoel foi realizado[1] na Matriz de Santa Rita de Ibitipoca aos 08 de janeiro de 1828 e que em 1843 eles já residiam em terras do então  Feijão Cru.

Nestas duas fazendas, por algum tempo viveram ou transitaram os filhos de Bernardino e Maria Rosa [2] listados a seguir:

1) José Bernardino Machado c/c Maria Antonia do Nascimento; 2) Maria Bernardina de Almeida c/c Manoel Lopes da Rocha; 3) Francisco Bernardino Machado c/c/ Maria Candida Souza; 4) Ana Bernardina de Almeida c/c Manoel Rodrigues da Silva; 5) Joaquina Rosa ou, Bernardina c/c José Lopes da Rocha; 6) Rita Bernardina de Almeida c/c Joaquim Garcia de Oliveira; 7) Antonio Bernardino Machado c/c Joaquina Ferreira Brito; 8) Manoel Bernardino Machado; 9) Felicidade Bernardina Machado;  10) Severino José Machado c/c Maria Antonia de Jesus/ 11) Joaquim José Machado c/c Maria da Glória Pereira; e, 12) João Bernardino Machado.

Destes filhos do casal destaque-se Severino José Machado, pai de João José Machado que se casou com Anna Venância da Silva, Mãe Sinhana, irmã de Paulino Augusto Rodrigues, que durante algum tempo residiu em terras da fazenda Purys. Além do filho Severino pelo menos dois outros genros merecem ser lembrados pelos fatos seguintes.

Segundo o Registro de Terras de 1856, quando Bernardino José já havia falecido, a propriedade[3] dele foi registrada por seus genros Manoel Lopes da Rocha e José Lopes da Rocha, que para lá haviam se transferido no final de 1847.

Interessante observar que nesse ano de 1847 a família Lopes da Rocha vendeu[4] a propriedade onde moravam, na região de Piacatuba, para os irmãos Feliciano e José Joaquim Barbosa. Feliciano vem a ser o pai de Feliciano José Barbosa, que se casou com Nelsina Rodrigues, a filha mais velha de Paulino Augusto Rodrigues. E José Joaquim foi pai de Antônio Maurício Barbosa, proprietário das terras onde foi erguida a Usina Maurício, em Piacatuba, geradora da energia elétrica consumida em Leopoldina.

Ainda sobre estes mesmos genros de Bernardino é importante registrar que a primeira esposa de Manoel Lopes da Rocha, Maria Bernardina de Almeida, faleceu antes de 1847, visto que neste ano Manoel Rocha aparece ao lado de sua segunda esposa, Ana Rita de Almeida, filha de Manoel Rodrigues da Silva e Ana Bernardina de Almeida, sobrinha portanto da sua primeira mulher. E deste mesmo Manoel ainda merece registro o fato de que na década de 1870, segundo Fernando Destefani, pesquisador capixaba que descende dos Lopes da Rocha, ele se transferiu com a família para a atual Conceição do Castelo (ES).

José Lopes da Rocha, irmão de Manoel, também no ano de 1847 era casado com Joaquina Euqueria de Jesus, referida em alguns trabalhos como Joaquina Rosa ou Joaquina Bernardina, outra filha de Bernardino José Machado. Joaquina esta que já havia falecido em 1867, quando José Rocha era casado com Maria Candida de Jesus[5].

O Trem de História faz aqui mais uma parada na viagem sobre Paulino Augusto Rodrigues. Mas no próximo Jornal ela continuará. Trará ao conhecimento dos leitores da coluna os irmãos dele que espalharam o sobrenome Rodrigues pela cidade. Até lá.


Fontes de Referência:

[1] Igreja de Santa Rita de Ibitipoca, lv cas 1828-1849 fls 3

[2] FONSECA, Raymundo da. A Saga de Machados e Fonsecas. Valença-RJ: do autor, 2000. p. 49

[3] Registro de Terras de Leopoldina, termo 52

[4] Cartório de Notas de Bom Jesus do Rio Pardo. Lv de compra e venda de Bens de Raiz 1841-1854, folhas 85

[5] Arquivo da Diocese de Leopoldina, lv 2 cas fls 84v termo 34, casamento do filho homônimo.

 

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA

Publicado na edição 361 no jornal Leopoldinense de 16 de agosto de 2018

Outubro 1918

Nascimentos em Leopoldina:

1 Out 1918,

Maria Tripoli

pais: Umberto Tipoli e Elvira Teixeira da Conceição


3 Out 1918,

Hermes

pais: Virgilio Garcia de Matos e Virgilina Machado

Iolanda

pais: Pedro José Pacheco e Dorcelina Amélia de Jesus


9 Out 1918,

Eugenio Fofano

pais: Carlo Batista Fofano e Amabile Stefani


13 Out 1918,

Antonio Minelli

pais: Giulio Minelli e Maria da Conceição Lopes de Barros


14 Out 1918,

Geraldo

pais: Manoel Francisco da Silva e Francisca Rodrigues de Souza


25 Out 1918,

Graciema

pais: Raimundo de Vargas Ferreira Brito e Horácia Machado da Silva

108 – Ascendentes paternos de Paulino Augusto Rodrigues

O vagão do Trem de História de hoje carrega os antepassados de Paulino pelo lado de seu pai, João Rodrigues da Silva, que foi casado com Mariana Custódia de Moraes.

Por este ramo, Paulino era neto de Manoel Rodrigues da Silva e Ana Bernardina de Almeida, casal que teve ao menos seis filhos: 1) Ana Rita de Almeida c/c Manoel Lopes da Rocha; 2) João Rodrigues da Silva c/c Mariana Custódia de Moraes; 3) Antonio Rodrigues da Silva c/c Rita Ignacia de Moraes; 4) José Rodrigues da Silva Neto c/c Joaquina Maia de Jesus; 5) Inácio Rodrigues da Silva c/c Maria Custódia de Jesus e, em segundas núpcias, com Zeferina Jerônima do Carmo; e, 6) Eduardo Rodrigues da Silva c/c Augusta Tereza da Anunciação.

De Manoel Rodrigues da Silva pouco ainda se conseguiu apurar além do fato de ter sido o proprietário da Fazenda Purys[1], que fazia divisa com as terras da fazenda da Onça, pertencentes a seu sogro, Bernardino José Machado casado com Maria Rosa (ou, Ribeiro) de Almeida, pais da esposa de Manoel, Ana Bernardina.

De Bernardino José Machado sabe-se que nasceu[2] por volta de 1786 em Santa Rita de Ibitipoca (MG) e que em 1843 já residia[3] no Feijão Cru. Era filho de Antonio José Machado, nascido por volta de 1730 na freguesia de São Pedro de Serva, arcebispado de Braga, Portugal e de Izabel Correa de Moraes, natural da Vila de São José del Rei, hoje Tiradentes. Neto paterno dos portugueses Martinho Jorge e Serafina Gaspar. E neto materno do português Domingos Lopes Chaves, natural de São Tiago, arcebispado de Braga e da mineira Anna Correia de Moraes.

Sua esposa, Maria Rosa, nasceu em Santa Rita de Ibitipoca (MG) onde foi batizada[4] aos 15 de agosto de 1786. Era filha de Francisco Gonçalves Pereira e Ana Teodora de Almeida, sendo sobrinha do lendário Manoel Antonio de Almeida, um dos povoadores do Feijão Cru.

Antes de se transferir para o Feijão Cru, Bernardino, Maria Rosa, filhos e genro foram recenseados[5], em 1831, na paróquia de Santo Antônio que mais tarde deu origem ao município de Juiz de Fora.

O quadro a seguir resume os antepassados de Paulino pelo ramo familiar de seu pai.

Sobre a ascendência do Paulino Augusto Rodrigues ainda se falará um pouco mais no próximo Jornal. Mas uma pausa se faz necessária para melhor organizar as informações para a próxima viagem do Trem de História. Aguardem!


Fontes de Referência:

[1] Registro de Terras de Leopoldina, termo 54

[2] Igreja de N. S. Piedade de Barbacena, lv bat 1740-1816, transcrição na folha 73

[3] Mapa da População do Feijão Cru, 1843, fam 26

[4] Igreja de N. S. Piedade de Barbacena, lv bat 1782-1788, fls 267/268 e lv bat 1740-1816, transcrição na folha 73

[5] Mapa da População de Santo Antônio, 1831, fam 16

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA

Publicado na edição 360  no jornal Leopoldinense de 1 de agosto de 2018

106 – Paulino Augusto Rodrigues: O início

Esta nova viagem do Trem de História será capitaneada por Paulino Augusto Rodrigues, personagem representativo de uma família que chegou ao Feijão Cru em sua primeira década de existência como povoado.

Seus pais, Mariana Custódia de Moraes e João Rodrigues da Silva, viviam na Fazenda dos Purys, formada por seu avô paterno, Manoel Rodrigues da Silva, nas imediações da Fazenda da Onça, que pertenceu a Bernardino José Machado, bisavô paterno de Paulino.

Para melhor compreensão de como tudo se passou, antes de chegar ao ano de 1870 em que Paulino nasceu, é importante recolher a bagagem relativa a alguns fatos e passageiros que lhe antecederam.

No ano de 1831, quando começava a se formar o povoado do Feijão Cru, a Vila de Barbacena abrangia diversos outros distritos também em formação, alguns deles criados em território que antes pertencia a Santa Rita de Ibitipoca. Num daqueles distritos, então identificado apenas como Santo Antônio, morava a família de Bernardino José Machado e Maria Rosa de Almeida (algumas vezes referida como Maria Ribeiro), ambos naturais de Santa Rita de Ibitipoca. Ele, filho(1) de Antonio José Machado e Izabel Corrêa de Moraes. Ela, filha(2) de Francisco Gonçalves Pereira e Ana Teodora de Almeida.

Sabe-se, hoje, que o distrito de Santo Antônio é a origem do atual município de Juiz de Fora e que a família de Bernardino Machado vivia em território entre os atuais distritos de Rosário de Minas e Paula Lima; que ele era identificado como lavrador e proprietário de 13 escravos e que morava com a esposa, 13 filhos e o genro Manoel Rodrigues da Silva.

Pouco tempo depois, Bernardino José Machado transferiu-se para o Feijão Cru, para onde vieram também parentes seus e de sua mulher. Aqui formou a Fazenda da Onça e seu genro Manoel Rodrigues da Silva, a Fazenda Purys(3).

Segundo o Registro de Terras, as duas propriedades ficavam entre a Fazenda do Feijão Cru Pequeno, de Manoel Antônio de Almeida; a Fazenda Paraíso, então pertencente a Antônio José Monteiro de Barros; a Fazenda Floresta, de Joaquim Antonio de Almeida Gama; e, a Fazenda do Desengano, de Maria do Carmo Monteiro de Barros.

Por hoje acrescenta-se apenas que a Leopoldina que viu nascer Paulino Augusto Rodrigues estava envolvida em mudanças econômico-sociais que seriam determinantes na trajetória deste personagem.

Seis anos antes dele nascer, o município contava(4) com 25.009 habitantes sendo que 2.120 deles habilitados a votar. Em 1862, o município era composto pela sede municipal e pelos distritos da Piedade (Piacatuba), Rio Pardo (Argirita), N.S. das Dores do Monte Alegre (Taruaçu), Madre de Deus do Angu (Angustura), São José do Parahyba e Porto Novo do Cunha (Além Paraíba), Conceição da Boa Vista, Conceição do Parahyba e Santana do Pirapetinga (Pirapetinga), Santa Cruz e Dores do Rio Pomba (Itapiruçu), Santa Rita do Meia Pataca (Cataguases), Santo Antônio do Muriaé (Miraí), São Francisco de Assis da Capivara (Palma) e Nossa Senhora da Conceição do Laranjal (Laranjal). Na sede havia duas escolas públicas equivalentes ao atual Ensino Fundamental I, uma para cada sexo, e doze estabelecimentos comerciais. O café se tornou a principal atividade econômica na década de 1860.

Em função do desenvolvimento do município, foi criado um comando(5) da Guarda Nacional, em Leopoldina e a segurança pública era exercida por um Destacamento Policial(6) que, em 1873, contava com 1 oficial, 1 adjunto e 10 soldados. No Censo de 1872, na Paróquia de São Sebastião da Leopoldina, ou seja, na sede do município, foram computados 7.899 moradores(7).

Na primeira infância de Paulino, foi criada a Estrada de Ferro Leopoldina que recebeu este nome por ter sua origem na inversão de capitais dos fazendeiros de café do município.

No próximo trecho desta viagem, o Trem de História trará a família materna de Paulino. Até lá!


Fontes de Referência

1- Igreja de Nossa Senhora da Piedade de Barbacena, lv bat 1740-1816, fls 73

2 – Idem, lv bat 1782-1788, fls 267[268] e lv bat 1740-1816, fls 73

3 – Arquivo Público Mineiro, Seção Colonial, TP 114, Registro de Terras da Villa Leopoldina.

4 – MARTINS, Antonio de Assis. Almanak Administrativo, Civil e Industrial da Província de Minas Gerais. 1864 p.311-313; 1865 p.78; 1874 p.451

5 – Diário de Minas, 1873, ed 92 p.1

6 – Diário de Minas, 1873, ed 656, p.2

7 – BRAZIL – Diretoria Geral de Estatística. Recenseamento Geral do Império do Brasil em 1872, p.745

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA

Publicado na edição 358 no jornal Leopoldinense de 1 de julho de 2018