Memorial diário da história de Leopoldina, com acontecimentos do mês de novembro.
1 de novembro1860O ocaso da carreira política de Antonio José Monteiro de Barros. 1899A música em Leopoldina: Lyceu Musical Santa Cecília. Veja. 5 de novembro1866Assembleia Legislativa Provincial aprova a reforma das Posturas Municipais de Leopoldina que foram adotadas por Cataguases quando de sua emancipação. 6 de novembro1869A povoação do “Empossado” (mais tarde Empoçado), na época pertencente ao termo da Leopoldina, torna-se Distrito de Paz. Trata-se do atual distrito de Cataguarino, pertencente a Cataguases. 7 de novembro1855Criação do cargo de Juiz Municipal e de Órfãos em Leopoldina. 12 de novembro1878Criado o distrito de Campo Limpo, atual Ribeiro Junqueira. 18 de novembro1857Segundo o Decreto nº 2031 de 18 de novembro de 1857, o carcereiro de Leopoldina receberia sessenta mil réis anuais. Dentro da estrutura administrativa da época, a remuneração era um atrativo do cargo. 19 de novembro1875A Lei nº 2161 autoriza a Companhia Estrada de Ferro Leopoldina a estender-se até Santa Rita do Meia Pataca. Até então a concessão era para o trajeto Porto Novo a Leopoldina. 21 de novembro1890A Lei nº 241 cria os distritos de Santa Izabel, atual Abaíba e São Joaquim, atual Angaturama. 24 de novembro1813Concedidas duas sesmarias a Antônia Rodrigues Chaves e seu marido Domingos Gonçalves de Carvalho, irmão de Felisberto da Silva Gonçalves mencionado abaixo, dia 29 de novembro. Localização indicada na época da concessão: Mata geral do Sertão do Pomba, no Córrego da Fortaleza, Termo de Barbacena, onde se acha abrindo a estrada para o Porto de São Fidélis. Segundo estudos realizados nos livros paroquiais, as sesmarias de Antônia e Domingos ficavam localizadas em território que viria a constituir São João Nepomuceno, provavelmente no atual distrito de Taruaçu. Fonte: Códice SC 352 fls 76v e fls 73v respectivamente, Arquivo Público Mineiro. 25 de novembro1875O distrito do Meia Pataca emancipa-se de Leopoldina com o nome de Cataguases. Em consequência, Leopoldina perde também os distritos do Empoçado e Conceição do Laranjal, além de parte do território do distrito da Piedade. Fonte: Lei 2180, Coleção de Leis Mineiras do Arquivo Público Mineiro. 26 de novembro1813Concedida a Anna Bernarda da Silveira, uma sesmaria com limite no Córrego da Fortaleza, Mata Geral do Sertão do Pomba, Termo de Barbacena. Este córrego corresponde ao que mais tarde era conhecido como São Bento. Segundo registros do primeiro livro do Cartório de Notas de Bom Jesus do Rio Pardo, esta sesmaria ficava a sudoeste da sede do município de Leopoldina, na divisa com o atual município de Argirita. Esta informação é confirmada no Registro de Terras de 1856. Fonte: Códice SC 352 fls 81, Arquivo Público Mineiro. 1835O Juiz de Paz Manoel Ferreira Brito conclui o levantamento populacional do Curato de São Sebastião do Tesouro do Feijão Cru. Foram computados 135 fogos com 1.274 habitantes. 29 de novembro1813Concedida a Felisberto da Silva Gonçalves, marido de Anna Bernarda da Silveira citada no dia 26 de novembro acima, uma sesmaria também com limite no Córrego da Fortaleza, Sertão do Pomba, Termo de Barbacena. 30 de novembro1880A povoação de Thebas é elevada à categoria de Distrito de Paz e continua fazendo parte da Freguesia da Piedade. |
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Dona Euzébia e Cataguarino

O atual município de Dona Euzébia foi formado com uma parte do território de Cataguarino, distrito criado em Leopoldina pela Lei 1623 de 6 de novembro de 1869 e incorporado a Cataguases quando de sua emancipação administrativa em 1875.
Cataguarino
O antigo Empoçado é hoje o distrito de Cataguarino, pertencente a Cataguases. Quando de sua criação, o território pertencia a Leopoldina.
Espírito Santo do Empoçado
Compor a carteira de identidade do distrito de Cataguarino foi um trabalho extremamente delicado. Delimitar a área que ocupavam os antigos distritos, no momento de sua criação, é quase tão difícil quanto encontrar fontes documentais sobre os primeiros habitantes. No caso do Espírito do Santo do Empoçado, faz alguns anos que as informações estão sendo reunidas pela pesquisadora Joana Capella, co-autora deste texto. As divisas do Empoçado foram traçadas no mapa de 1927 com base nos seguintes normativos legais: 1) Lei 533 – 10.10.1851 – Artigo 17, sobre as divisas de Santa Rita do Meia Pataca; 2) Lei 1623 – 06.11.1869 – Artigo 1, elevação do povoado do Empoçado a distrito de paz; 3) Lei 1847 – 12.10.1871 – Artigo 7, divisa da Freguesia do Sapé (Ubá), com o distrito do Empoçado da Leopoldina.
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Igreja do Divino Espírito Santo
Sob a invocação do Divino Espírito Santo, em meados dos anos 1800, foi construída a primeira capela de pau-a-pique e, certamente em torno dela, surgiu o arraial do Empoçado, hoje Cataguarino. Em 6 de novembro de 1869, quando ainda pertencia ao município de Leopoldina, o povoado foi elevado a Distrito de Paz pela Lei 1.623, com a denominação de Espírito Santo do Empoçado, passando a Paróquia em 1º de dezembro de 1873.
Uma bela Igreja, em estilo colonial, foi construída no mesmo local da primeira capela, sendo capelão do distrito, em 1874, o Reverendo Padre Mariano.Nesta época, aqui já residiam as famílias Pereira de Souza, Teixeira de Siqueira, Souza Lima, Afonso Rodrigues, Cardoso Abranches, Silva Spíndola, Gomes de Santana, Andrade, Silva Pinto, Fialho Garcia, Lopes Nascimento, Henriques, Assis, Gomes de Barros, Moreira da Silva, Azevedo, Pinto, Cardoso, Medeiros, Marlière, Oliveira Brasil, Alves Ferreira, Ferreira dos Santos, Miranda, Ribeiro da Silva, Fernandes Vieira, Barros, Soares, Ribeiro do Vale, Lopes de Faria, Barroso, Serrotinho, Vieira, Souza Reis, Barroso, Esteves dos Santos, Fonseca Viana, Rodrigues Nascimento, Pereira, Rodrigues, Silva, Marques de Oliveira, Ferreira, Vieira de Souza, os italianos Aliano e Spina, dentre outras. A Comissão Eclesiástica, encarregada das obras, era composta pelos Srs. José Joaquim de Oliveira, comerciante, Antonio Carlos de Mello e Antonio José Pinto, ambos fazendeiros, todos residentes no distrito. A Assembléia da Província de Minas Gerais, sediada em Ouro Preto, fez a doação de 2.500$000 (dois contos e quinhentos mil réis) para a conclusão das obras, valor equivalente, na época, a 52 alqueires de terras na região. Com esta verba, o oficial Antonio Fernandes Ramos, residente no distrito de Meia Pataca, hoje Cataguases, foi contratado para construir o altar, conforme a escritura pública de contrato, assinada em 23 de outubro de 1874, que previa: “fazer um altar mor lizo porem com alguma talha no Sacrario, Tarja e capulus, colunnas xatas e degraus do trono lizo e guarnecido, e levantar o lugar do biobiterio e formar escada de entrada, e forrar o tecto da capella mór, e uma semalha por dentro abacho do fôrro ” Das matas virgens então existentes no distrito do Empoçado, sairam, por certo, as madeiras para a construção, madeiras estas que já se achavam “ tiradas e lavradas, e parte serradas”, conforme cita o referido contrato. Sob este altar foram enterrados os corpos de João José de Souza Lima, fazendeiro, falecido em 27 de abril de 1874; de Carlota Rachel de Souza Lima, viúva de João José, fazendeira, falecida aos 54 anos, em 06 de dezembro de 1894, e o de José Fabiano de Souza, o comerciante e vereador Zeca Fabiano, falecido em 19 de outubro de 1904. As primeiras cerimônias realizadas na nova Igreja, até agora conhecidas, são:
A celebração de batizados e casamentos em oratórios particulares, prática comum na época, justifica estes registros tardios. A bela igreja colonial serviu à comunidade de Cataguarino até 1965, quando foi demolida para a construção de uma outra, no mesmo local. O majestoso altar foi guardado, por quarenta anos, no porão da casa do então Coordenador da igreja, Sr. Sebastião Rodrigues Pinto, e sua esposa, Maria Nascimento Rodrigues, até que, em outubro de 2005, a partir das informações de Marcelino Abritta Pinto, que primeiramente identificou as peças, e da professora Célia Abritta, esta por muitos anos dedicada catequista, o altar foi localizado por Maria Joana Neto Capella e a comunidade, então, conhecedora do fato, se mobilizou para que o mesmo fosse recuperado, de forma que retornasse à Igreja.
O trabalho de marcenaria, que utilizou madeiras de lei (cedro e vinhático) para recompor as peças danificadas, coube às seguintes empresas: – Fábrica de Móveis Duarte, dirigida pelos irmãos Manoel Pereira Boia e Welington Pereira Boia, sendo os serviços executados pelos competentes artesãos Milton Gomes de Oliveira e João Batista de Oliveira; – Nagimerito Móveis e Esquadrias, de propriedade de Márcio José Duarte, cuja execução ficou a cargo de sua equipe, composta dos habilidosos profissionais Aloísio Cláudio Rios Rodrigues, Luis Alvino Fontoura e Leandro de Souza Andrade. A instalação foi um trabalho de arte dos marceneiros Alexandre da Costa Martins e Célio de Souza Landes, gentilmente cedidos pela Prefeitura Municipal de Cataguases. O trabalho de base da pintura foi de José Luiz Eugênio Monteiro e Gérson Bento Rodrigues. A pintura de arte e sua delicada douração, na forma original, foram realizadas por Laiz de Assis Teixeira e o acabamento na douração da mesa e dos vasos foi um trabalho gracioso de Maria Antonia Rodrigues Correia. O projeto de ambientação, de forma que a Igreja ficasse mais condizente com o altar restaurado, foi graciosamente realizado pela conceituada decoradora cataguasense, Maria Heliana Lourenço Machado, atualmente radicada em Belo Horizonte. As obras do piso ficaram a cargo de João Batista Justino e seu ajudante, Joel Gonçalves Marques. O projeto de reforma do telhado para a instalação do altar, cuja altura excedia à do antigo telhado, foi elaborado pela equipe do Programa de Arquitetura Pública, sob a coordenação do arquiteto Paulo Henrique Alonso, através do convênio entre a Universidade Federal de Minas Gerais, Prefeitura Municipal de Cataguases e o Instituto Cidade de Cataguases. A execução da obra coube à empresa Empreendimentos CATAUÁ Ltda, sob a direção de César Ferreira da Cruz. Hoje, 136 anos após o início de sua construção, sob as bençãos do Bispo Dom Dario Campos, do atual pároco Monsenhor Alexandre dos Santos Ferraz, do Padre Antonio Luiz da Silva e do Padre José Carlos Ferreira Leite, o imponente altar, novamente instalado, constitui o patrimônio cultural maior da comunidade de Cataguarino. Nosso profundo agradecimento a todos que trabalharam neste projeto, bem como àqueles que, de alguma forma, contribuíram para a sua realização. a) Comissão de Restauração. Cataguarino, 30 de outubro de 2010. Pesquisa de Maria Joana Neto Capella Revisão: Dilson Martins de Freitas Fontes Textuais: Livros de Notas 1870 a 1910, distrito de Espírito Santo do Empoçado. Livros Paroquiais 1875 a 1895, Matriz de Santa Rita de Cataguases. MARTINS, Antonio de Assis. Almanaque Administrativo, Civil e Industrial da Província de Minas Gerais – 1875. Ouro Preto: Imprensa Oficial, 1864-1875. Fontes Iconográficas: Acervo de Teócrito Abritta Acervo de Célia Abritta. Laiz de Assis Teixeira Maria Joana Neto Capela |