Vista Alegre: 130 anos da criação de um distrito de paz em Leopoldina

Conforme já citado neste espaço, a Estação Vista Alegre, da Estrada de Ferro Leopoldina, foi construída em área que pertencera à Fazenda Santana dos Miranda, na margem direita do rio Pomba, município de Leopoldina. Foi inaugurada em julho de 1877.

Seis anos depois, em outubro de 1883 foi criado um distrito policial no povoado então denominado Porto da Barca do Miranda, em referência a Manoel da Silva Miranda, filho dos formadores da fazenda Santana que fazia o transbordo entre as duas margens do rio Pomba desde, pelo menos, 1855. Tal distrito policial se localizava na margem esquerda do Pomba, território que passou a compor o município de Cataguases em 1875.

E no dia 6 de março de 1891, conforme o Decreto 406 acima, foi criado um Distrito de Paz com o nome de Vista Alegre, na margem direita do Pomba, município de Leopoldina, exatamente no entorno da mencionada Estação.

Estação Ferroviária Vista Alegre, Leopoldina-MG. Sem autor, sem data.

Para marcar os 130 anos da criação do Distrito de Paz, convidamos o leitor a relembrar um pouco do que já foi publicado a respeito.

Estrada de Ferro Leopoldina chega a Leopoldina

O dia 10 de dezembro de 1874 representa a data oficial de inauguração da primeira estação em território do município de Leopoldina. Publicado 10/12/2015

157 – A Barca do Miranda e o distrito Vista Alegre

… no ano de 1880 aquele entreposto recebia produtos vindos de fazendas localizadas no outro lado do Rio Pomba… Publicado 19/10/2020

156 – Fazenda Santana do Rio Pomba e a família Miranda

…uma propriedade pouco comentada na história tradicional, a fazenda Santana do Rio Pomba, também conhecida como fazenda Santana dos Miranda. Publicado 25/08/2020

135 – Hospedaria Jacareacanga

…às margens do ribeirão que lhe empresta o nome, nas proximidades da estação ferroviária de Vista Alegre. Publicado 01/11/2019

101 – Pelos 164 anos de emancipação de Leopoldina: as Exportações da Produção do Feijão Cru

… houve um tempo no qual a produção partia do Feijão Cru por caminhos bem diferentes. Publicado 04/06/2018

Barca para atravessar o Rio Pomba

… autorizava a Câmara da Vila Leopoldina a construir uma barca para travessia do Rio Pomba… Publicado 24/05/2014

Muito mais já foi publicado. Para acessar a lista completa, clique aqui.

Sesquicentenário de Nascimento

No dia 1 de dezembro de 1867 nasceu em Leopoldina mais uma descendente do “comendador” Manoel Antonio de Almeida: Marieta Rodrigues de Almeida, filha de Francisco Martins de Almeida e Rita Garcia da Natividade.

Mais tarde seus pais transferiram residência para o distrito de Aracati, em Cataguases, onde Francisco Martins faleceu em dezembro de 1915. Em 1873 ele havia adquirido um pequeno lote da Fazenda Monte Redondo que, segundo a pesquisadora Joana Capela, localizava-se em Santana de Cataguases.

Além de Marieta, Francisco e Rita Garcia foram pais de outros treze filhos, todos com grande descendência. Alguns destes filhos também fixaram residência na margem esquerda do Rio Pomba, seja em Aracati ou em Vista Alegre, ambos distritos de Cataguases.

Os avós paternos de Marieta foram Maria Constança de Jesus e Antonio de Almeida Ramos, filho de Manoel Antonio de Almeida e Rita Esméria de Jesus. Os avós maternos foram José Joaquim Pereira Garcia e Mariana Esméria da Natividade, ambos provenientes de famílias da Serra da Ibitipoca.

Marieta casou-se com Honório Rodrigues de Lacerda, filho de Generosa Teodora de Jesus e de Ezaú Antonio de Lacerda, neto paterno de José Ferreira Brito e Mariana Paz de Lacerda. O casal teve, pelo menos, outros dez filhos,  alguns deles nascidos e batizados em Leopoldina.

 

Estrada de Ferro Leopoldina chega ao município que lhe deu o nome

O dia 10 de dezembro de 1874 representa a data oficial de inauguração da primeira estação em território que ainda hoje pertence ao município de Leopoldina. Esta é a data informada por Xavier da Veiga, nas Efemérides Mineiras: 1664-1897 [Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 1998. 2 volumes. pag 1042]. Entretanto, uma nota no Jornal do Commercio de 18 de dezembro de 1874, edição 350, página 4, informa que a estação de Providência foi aberta ao tráfego no dia 9 de dezembro de 1874.

Como se sabe, a lei nº 1.826 da antiga província de Minas Gerais, datada de 10 de outubro de 1871, concedeu privilégio para a construção de uma primeira estrada de ferro entre Porto Novo do Cunha, na fronteira entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, e Leopoldina. Posteriormente o decreto do governo imperial nº 4.914, de 27 de março de 1872, modificou a concessão, estendendo o percurso até Cataguases, com uma estação em Vista Alegre – então um povoado às margens do Pomba em território de Leopoldina, e o centro de Leopoldina.

Dois meses antes da inauguração da estação em Providência começaram a funcionar as estações Porto Novo (Além Paraíba), Pântano (depois Antônio Carlos, atual Fernando Lobo) e Volta Grande. A estação de São José, localizada entre a Porto Novo e a Pântano, só foi construída mais tarde, com o objetivo de desafogar a estação Porto Novo que era o ponto de ligação da Estrada de Ferro Pedro II com a Leopoldina.

No mesmo dia em que Providência foi inaugurada, começou também a funcionar a estação São Luiz (Trimonte). No ano seguinte foi a vez de iniciarem as operações em São Martinho e ser concluído o assentamento dos trilhos até Santa Isabel (Abaíba), cuja estação foi inaugurada somente em 25 de maio de 1876. Entre junho e agosto de 1876 foi a vez das estações Recreio e Campo Limpo (Ribeiro Junqueira) e no dia 02 de julho de 1877 foram inauguradas as estações Vista Alegre e Leopoldina.

 

Barca para atravessar o Rio Pomba

Aos 24 de maio de 1855 o Presidente da Província de Minas Gerais sancionou a Lei número 734 que, em seu Art. 1º, autorizava a Câmara da Vila Leopoldina a construir uma barca para travessia do Rio Pomba, cobrando as taxas da Lei nr. 140.

Barca para atravessar o Rio PombaÉ possível encontrar determinações legais semelhantes para diversas outras municipalidades. Nem sempre, porém, fica estabelecido o ponto ou itinerário que tais embarcações poderiam explorar.

No caso de Leopoldina, sabe-se que a população do distrito de São Francisco de Assis da Capivara alegou, em 1866, que as taxas cobradas para travessia do Pomba eram muito altas e por ser mais perto de Muriaé, pediam a transferência de subordinação.

Sabe-se, também, que a origem do arraial que mais tarde recebeu o nome de Vista Alegre, distrito de Cataguases, foi um início de urbanização no local denominado Barca do Miranda. Waldemar de Almeida Barbosa, no Dicionário Histórico Geográfico de Minas Gerais, informa que o nome se deve ao barqueiro Manoel da Silva Miranda.

Outros pontos de travessia devem ter existido ao longo dos quase 100 km de território da então Vila Leopoldina que eram cortados pelo Rio Pomba. Nem todos, certamente, foram explorados e fiscalizados pela Câmara, que assim deixava de arrecadar taxas autorizadas pela legislação da época.

Efemérides Leopoldinenses: Outubro

O mês de outubro na história de Leopoldina.

1 de outubro

1874

Resultado do Recenseamento de 1872.

5 de outubro

1893

Publicados os Estatutos da Sociedade Anônima Arcádia Leopoldinense, destinada à instrução da mocidade.

8 de outubro

1873

A Assembleia Legislativa Provincial de Minas decreta que o Curato do Rio Pardo torna-se Freguesia. A Lei Mineira n. 2027, de 1 de dezembro do mesmo ano, em seu artigo 3º confirma a decisão.

Lei Mineira nº 2027, Coleção de Leis Mineiras do Arquivo Público Mineiro.

Na mesma data a Assembleia autoriza a presidência da província a contribuir com a construção de uma estrada de rodagem entre a estação ferroviária de Santa Izabel (hoje Abaíba) e Dores do Pomba (hoje Itapiruçu).

1874

Inauguração das primeiras estações da Estrada de Ferro Leopoldina: Porto Novo (Além Paraíba), Pântano (depois Antônio Carlos, atual Fernando Lobo) e Volta Grande. A estação de São José, localizada entre a Porto Novo e a Pântano, só foi construída mais tarde, com o objetivo de desafogar a estação Porto Novo que era o ponto de ligação da Estrada de Ferro Pedro II com a Leopoldina.

Fonte: Jornal do Commercio, 10 de outubro de 1874, edição 281, pag. 3

9 de outubro

1831

Encaminhada para o governo provincial a primeira contagem populacional com moradores do Feijão Cru.

1895

José Feijó Monteiro de Rezende vende prédio do Bairro da Grama para a Casa de Caridade.

10 de outubro

1851

Criação de novos distritos que em 1854 viriam a compor o território da Vila Leopoldina.

1871

Companhia Estrada de Ferro Leopoldina, obtém concessão para a construção de uma linha de bitola de um metro, ligando Porto Novo do Cunha a Leopoldina. Posteriormente houve mudança na concessão e a Estrada de Ferro Leopoldina passou a ligar Porto Novo ao Meia Pataca, com o ramal Vista Alegre dando acesso à sede do município de Leopoldina.

Lei Mineira nº 1826, Coleção de Leis Mineiras, Arquivo Público Mineiro

1895

Primeira Sede do Colégio Imaculada Conceição.

12 de outubro

1894

Morre o Padre Muniz, sacerdote que dedicou seus últimos anos de vida aos paroquianos da Piedade, hoje Piacatuba.

13 de outubro

1817

Concedida a Fernando Affonso Correia de Lacerda, uma sesmaria com limite no Córrego do Feijão Cru, Distrito de Santo Antônio do Porto do Ubá, Termo de Barbacena.

14 de outubro

1817

Concedida a Jeronimo Pinheiro de Lacerda, uma sesmaria também com limite no Córrego do Feijão Cru, Distrito de Santo Antônio do Porto de Ubá, Termo de Barbacena.

16 de outubro

1861

Leopoldina é elevada a Categoria de Cidade pela Lei Mineira nº 1166.

17 de outubro

1895

Acervo da Câmara Municipal de Leopoldina: patrimônio cultural desaparecido.

18 de outubro

1883

Criação do distrito do Tapirussu que havia sido criado como distrito policial um ano antes.

1883

Criadas duas cadeiras de instrução primária em Thebas, sendo uma para o sexo feminino e outra para o masculino

Lei Mineira nº 3127, Coleção de Leis Mineiras do Arquivo Público Mineiro

19 de outubro

1866

A Secretaria da Presidência de Minas Gerais oficiou ao Ministério da Guerra, pedindo informações sobre a morte, na Guerra do Paraguai, do voluntário Candido Silva Brandão que ocupava o ofício de 2º tabelião em Leopoldina.

Diário de Minas, 9 de janeiro de 1867, edição 160, pag 1

20 de outubro

1882

Criada outra escola de instrução primária para o sexo masculino

Lei Mineira nº 2902, Coleção de Leis Mineiras do Arquivo Público Mineiro

23 de outubro

1882

Cedido território do então distrito da Piedade, hoje Piacatuba, para ampliar o território de Cataguases.

Lei Mineira nº 3049, Coleção de Leis Mineiras do Arquivo Público Mineiro

25 de outubro

1881

O então “districto dos Thebas, município de Leopoldina”, é elevado à categoria de Freguesia.

Lei Mineira nº 2848, Coleção de Leis Mineiras do Arquivo Público Mineiro

28 de outubro

1878

O empresário Custódio José Martins da Costa Cruz obtém concessão de privilégio para construção, uso e gozo de uma estrada de ferro entre Recreio e São Francisco do Glória.

Lei Mineira nº 2452, Coleção de Leis Mineiras do Arquivo Público Mineiro

29 de outubro

1874

Fuga de criminosos na Cadeia de Leopoldina, envolvendo o assassino de João José de Souza Lima, crime ocorrido em maio de 1874 na Freguesia do Espírito Santo do Empoçado, atual Cataguarino, distrito de Cataguases.

Movimento da Estrada de Ferro da Leopoldina

Atendendo consulta de um visitante deste blog, voltamos a mencionar a Estrada de Ferro da Leopoldina para explicar que nosso interesse encontra-se nos 112 km que ligavam a Estação Porto Novo, da Estrada de Ferro Pedro II, à cidade de Cataguases. Neste percurso funcionavam, em 1878, as seguintes estações: Porto Novo, São José, Pântano, Volta Grande, São Luiz, Providência, Santa Isabel, Recreio, Campo Limpo, Vista Alegre, Leopoldina e Cataguases.

Segundo a tabela publicada no Almanak Laemmert, as viagens do trem de carga obedeciam ao seguinte horário:

Chegada

Partida

Porto Novo

2h00

São José

2h06

2h08

Pântano

2h26

2h28

Volta Grande

2h58

3h03

São Luiz

3h23

3h28

Providência

3h40

3h47

Santa Isabel

4h19

4h23

Recreio

4h39

4h43

CampoLimpo

5h09

5h14

Vista Alegre

5h30

5h34

Cataguases

6h10

6h30

Vista Alegre

7h06

7h10

Campo Limpo

7h26

7h30

Recreio

7h56

8h00

Santa Isabel

8h16

8h20

Providência

8h50

8h55

São Luiz

9h07

9h12

Volta Grande

9h33

9h38

Pântano

10h08

10h12

São José

10h30

10h32

Porto Novo

10h40

Na parte da tarde, em alguns dias da semana havia uma segunda viagem.

A estrada era também percorrida pelo trem misto, de carga e passageiros. Além disso, entre as estações de Vista Alegre e Leopoldina circulavam composições saindo de Leopoldina nos horários de 6h30, 7h41, 11h32 e no percurso inverso, ou seja, saindo de Vista Alegre com direção a Leopoldina às 7h15 e às 11h00, tanto para carga como para o trem misto.

Desta forma, o que se pretendia é que a ferrovia atendesse à demanda pelotransporte de passageiros e carga entre as cidades da região e sua conexão com as composições que do Porto Novo seguiam para o Rio de Janeiro ou, a partir de Três Rios, para outras cidades mineiras.

Mudanças no traçado da Estrada de Ferro da Leopoldina

Pelo estudo realizado, observamos que os planos para a construção da Estrada de Ferro da Leopoldina foram modificados algumas vezes, com revisão do traçado inicialmente previsto. Os relatórios da presidência da Província deixam claro que o objetivo primordial da ferrovia era atender ao escoamento da produção agrícola, não se prendendo à localização das cidades. Como exemplo, citamos a seguinte fala: “o terreno é todo accidentado e improdutivo, oferecendo uma construcção para a estrada de grandes dificuldades e despezas”. Prosseguindo, a autoridade argumenta que a estrada deve favorecer diretamente as florescentes lavouras e que os poderes públicos não devem menosprezar as dificuldades e gastos exorbitantes, de modo a tornar “reaes os seos beneficios e reconhecidas vantagens, para que não esmoreça o espirito de iniciativa, que mal disperta na provincia”. Ou seja: ao apresentar projeto de alteração, que precisava de aprovação da Assembléia Legislativa, o orador chama a atenção para a necessidade de evitar onerar a empresa construtora.

Acreditamos que tais argumentos possam ser contestados pela vertente dos interesses políticos que cercaram a obra. De todo modo, percebe-se que a mudança de um percurso, como foi o caso entre Conceição da Boa Vista para o Arraial Novo, levou também em consideração as dificuldades do trajeto inicialmente previsto.

Esta argumentação se repete quando, em 1875, é analisada outra mudança que levaria os trilhos para Vista Alegre. Diz o relatório que a modificação, importando um afastamento de cerca de 6km da cidade da Leopoldina, em nada prejudica a zona que tinha de ser precorrida e procura o natural prolongamento da estrada. E diz mais: “cumpre attender que este facto traz lucros à lavoura, à empreza e aos cofres publicos, e não estamos ainda em circumstancias de fazer estradas de ferro que prefirão o commercio das cidades aos interesses da lavoura; porquanto esta é quase que a nossa unica fonte de rendas, e não temos e nem poderemos ter tão cedo cidades que por sua industria possão, não digo sustentar por si caminhos de ferro, mas obrigar estes a deixar em seo proveito, aliás incerto e fallivel, os productos conhecidos de uma agricultura já feita e que se augmentrá infallivelmente com as facilidades de transporte e de consumo”.

 

Do quartel do Porto dos Diamantes a Cataguases: Uma cronologia histórica

Comemoramos, neste ano de 2011, os 136 anos de criação do município de Cataguases, de acordo com a Lei Provincial n. 2.180, de 25 de novembro de 1875, tendo o mesmo sido oficialmente instalado em 07 de setembro de 1877.

Cataguases, 1923

A ocupação, pelo homem branco, do território que pertenceria ao futuro município, ocorreu no início anos 1800 com a concessão de sesmarias distribuídas pelo Governo Imperial. Neste período, as sesmarias mediam meia légua em quadra, área então equivalente a 1.068 hectares ou 225 alqueires mineiros.

Os primeiros sesmeiros receberam suas terras situadas, sobretudo, às margens dos rios, ribeirões e córregos, assim como ao longo da estrada que ligava São João Batista do Presídio (hoje Visconde do Rio Branco) a Campos dos Goitacazes, no estado do Rio de Janeiro, concluída em 1812. Vinda do Passa Cinco, a estrada passava, num percurso atualizado, pela Rua Alferes Henrique de Azevedo, Praça Santa Rita, ruas Coronel Vieira e Professor Alcântara, seguindo sempre pela margem esquerda do rio Pomba.

Cumprindo a política governamental de Civilização e Catequese dos Índios, foram criadas as 7 Divisões Militares, comandadas, a partir de 1826, por Guido Thomaz Marlière. Até então, Guido era o Diretor Geral dos Índios da Pomba, cargo assumido em 1813.

Pertencente ao município de Mariana, a área do futuro arraial de Porto dos Diamantes fez parte das Freguesias do Mártir São Manoel da Pomba e Peixe dos Índios Croatos e Cropós (atual Rio Pomba, criada em 1765, e, posteriormente, da de São João Batista do Presídio, criada em 1810.

A seguir, a evolução do primitivo aldeamento, o Curato, a Freguesia, a Paróquia – instâncias administrativas e eclesiásticas – até a criação do município, com alguns fatos históricos do período.

23.05.1817 – Concessão de uma sesmaria a João Antonio da Cruz, no ribeirão Passa Cinco, no sertão do Caminho que se abriu para os Campos.

17.12.1817 – Concessão de uma sesmaria a Lucindo Pereira Passos, nas cabeceiras do ribeirão Meia Pataca, na nova estrada para Campos dos Goitacazes.

07.04.1818 – Concessão de uma sesmaria a Manoel Barbosa Coura, no ribeirão Passa Cinco, na nova estrada para Campos dos Goitacazes.

01.07.1818 – Concessão de uma sesmaria a Joaquim de Freitas Ferreira, no ribeirão Passa Cinco, na nova estrada para Campos dos Goitacazes.

15.02.1819 – Concessão de uma sesmaria a Ana Teresa de Jesus, no lugar chamado Porto dos Diamantes.

20.09.1822 – Criação do Aldeamento de Meia Pataca pelo Diretor Geral dos Índios.

26.05.1828 – Doação do terreno para constituir o patrimônio da Capela de Santa Rita, ao Comandante Guido Thomaz Marlière, feita pelo Sargento de Ordenanças Henrique José de Azevedo, no Quartel General de Porto dos Diamantes. Assinam como testemunhas José Gomes de Barros, Joaquim de Souza Lima, Antonio Roiz. de Mello, Manoel Carlos de Almeida, José Antonio Roiz., Antonio Borges e Joaquim José da Silva.

15.07.1828 – Comunicação de Guido ao governo de Minas Gerais, informando a criação do novo arraial de Santa Rita do Porto dos Diamantes, com 38 fogos (casas), por onde atravessava a Estrada Nova ( estrada Presídio – Campos),  filial da Freguesia de São João Batista do Presídio.

13.10.1831, Decreto sem número – Criação da Vila de São Manoel da Pomba, cujo território abrangia todo o curso do rio Pomba até sua foz, no rio Paraíba.

19.11.1831 – A primeira Lista de Habitantes foi encaminhada ao Governo pelo Juiz de Paz Henrique José de Azevedo. No território de Santa Rita de Meia Pataca havia 112 fogos (casas) e 753 habitantes.

21.01.1839 – A segunda Lista de Habitantes foi encaminhada ao Governo pelo Juiz de Paz Antonio Vicente da Silva Viana. Na área do distrito de Santa Rita do Meia Pataca havia 120 fogos (casas).

23.03.1839, Lei n.134 – Elevação da Freguesia de São João Batista do Presídio à categoria de Vila, à qual fica pertencendo Santa Rita de Meia Pataca.

07.04.1841, Lei 209 – Eleva a Paróquia o Curato de São Januário do Ubá, desmembrado da Paróquia  do Presídio, compreendendo a Capela de Santa Rita do Meia  Pataca.

10.10.1851, Lei n. 534 – Elevação do Curato de Santa Rita do Meia Pataca a Freguesia, compreendendo os curatos de São Francisco de Assis do Capivara e de N. Sra. da Conceição do Laranjal.

A Lei n. 533, da mesma data, estabeleceu que sua área seria composta do território situado às margens do Chopotó até sua foz, no rio Pomba, e, por este abaixo, até o córrego São Joaquim, afluente do mesmo rio.

17.06.1853, Lei n. 654 – Elevação da Paróquia de São Januário de Ubá a Vila, suprimindo a Vila de Presídio.

27.04.1854, Lei n. 666 – Elevação da Freguesia de São Sebastião do Feijão Cru (atual Leopoldina) à categoria de Vila, sendo a ela incorporado o distrito de Santa Rita de Meia Pataca, desmembrado da Vila de Ubá.

25.04.1855 – Iniciado o Registro de Terras da Freguesia de Santa Rita de Meia Pataca, que  no Livro 1 traz 197 registros. A menor propriedade tem 1 alqueire e a maior, 2.100 alqueires.

25.11.1875, Lei n. 2.180 – Criação o município de Cataguases, composto das freguesias de Meia Pataca, Laranjal e Empoçado (hoje Cataguarino), desmembradas do município de Leopoldina; da de Santo Antonio do Muriaé, desmembrada de Ubá; e da de Capivara, também desmembrada de Muriaé.  Fica anexado à nova vila o território da margem esquerda do rio Novo e o da fazenda de Manoel Fortunato Ribeiro, desmembrado do curato da Piedade.

Hoje o município de Cataguases é composto dos distritos da Sede (cidade), Cataguarino, Glória, Sereno, Vista Alegre e Aracati.

As alterações no território, a criação, incorporação e emancipação de distritos dando origem a diversos municípios, e outros fatos históricos ocorridos a partir de 1875, merecem ser tratados oportunamente.

Joana Capella

Cataguases, 12 de novembro de 2011.

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Texto elaborado a partir de pesquisas no Catálogo de Sesmarias, Coleção das Leis Mineiras, Registro de Terras de Meia Pataca e Correspondência de Guido Marlière, disponíveis no Arquivo Público Mineiro.

Este texto foi publicado na edição de 25 de novembro de 2011 no jornal Cataguases, página 2.