153 – Caminhos percorridos pelo homem livre

Conforme prometido no Trem de História anterior, os caminhos percorridos pelo homem livre formam a “bagagem” para a viagem de hoje.

Quando se fala em antigos caminhos é comum se pensar em rios como estradas. Mas é preciso observar que nem sempre estes cursos d’água se prestavam a isto, simplesmente porque muitas das vezes não eram navegáveis.

Na verdade, os caminhantes seguiam os rios, nos dois sentidos, muito mais como forma segura de orientação para avançar pelas matas, já que as águas correntes não retornam ao ponto de onde vieram e porque lhes dava a certeza da direção a seguir no retorno.

Agora, mergulhem num tempo em que a mão humana contava com poucos equipamentos que lhe facilitassem a jornada. Esqueçam o GPS – Global Position System, e se imaginem no meio de uma floresta. Imaginem quantas vezes estas pessoas terão seguido um curso d’água que seria afluente do que acabaram de deixar para trás? Esta era a realidade.

E saiba que estas observações se referem aos primeiros entrantes e não às famílias que viriam mais tarde se estabelecer na Mata Mineira. É lícito supor que os primeiros homens livres que exploraram a região chegaram a pé, por picadas muitas vezes abertas pelos nativos, porque não existiam estradas carroçáveis.

Conforme lembrou Sérgio Buarque de Holanda[1], mesmo para transporte de cargas os cavalos foram “de escasso préstimo, preferindo-se os carros de bois sempre que houvesse estrada capaz”. Embora o autor se referisse aos sertões de São Paulo no século XVIII, a situação na capitania mineira nos primeiros anos do século seguinte não era diferente. Somente quanto da mudança da “família estendida”[2] para o novo endereço, quando já havia caminho que o permitisse, eram utilizados carros de bois para o transporte da carga. E mesmo aí, as pessoas continuavam viajando a pé.

É ainda de Sérgio Buarque a indicação de que, em alguns casos, eram contratados indígenas, mamelucos ou escravos de carga. O que não justifica as histórias contadas de que os fazendeiros possuíam numerosa escravaria, contada às centenas.

Até porque pelo que foi apurado nas contagens populacionais de 1831, 1834 e 1843 do Feijão Cru, a média de escravos por unidade era de 4,45 nos dois primeiros censos e, no terceiro, por terem aumentado as famílias sem escravos, a média diminuiu para 2,91 escravos por fogo[3].

Numa visita à cidade de Descoberto (MG), na década de 1990, foi entrevistado um antigo morador, descendente de militar da tropa que encontrou o então denominado “Descoberto do Rio Novo”. Declarou ele que a tropa saiu do Rio Pomba na Cachoeira Alta, entrando por um riacho que nasce na Serra do Descoberto. Do sopé da Serra eles teriam seguido o córrego Pouso Alegre, afluente do Ribeirão do Descoberto que deságua no Rio Novo. Seu antepassado teria sido designado para ficar de guarda no Arraial do Descoberto.

No Encontro de Pesquisadores do Caminho Novo[4] de 2014, o pesquisador Geraldo Barroso apresentou uma comunicação sobre rotas a leste do Caminho Novo. Segundo ele, “os tropeiros do lado oriental do Caminho Novo enfrentavam dificuldades em suas viagens e tiveram que abrir novos caminhos que ficaram conhecidos por Caminhos de Dentro”. Um deles, que passa por Cipotânea, segue em direção a Mercês, depois vai aos municípios de Rio Pomba e Rio Novo de onde busca a cidade de Mar de Espanha.

Tropeiros do Caminho de Dentro

O pesquisador apresentou fotos de tropeiros do início do século XX que continuavam a fazer o mesmo trajeto, ressaltando que, apesar de mais tortuoso, desviava da trilha montanhosa e passava por várias localidades onde eles vendiam, compravam e trocavam produtos, reabasteciam e evitavam a exaustão de seus animais.

Os dois relatos indicam percurso que coincide, em parte, com o trajeto da primeira diligência chefiada por Galvão de São Martinho. A diferença básica é que depois de Roça Grande a diligência caminhou e tomou a direção do Terra Corrida, descendo pelo Ribeirão Aventureiro e atingindo o Paraíba do Sul.

Por hoje o Trem de História fica por aqui. Mas a viagem com Pioneiros de Leopoldina continuará na próxima edição do Jornal. Até lá!

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA

Publicado na edição 406 no jornal Leopoldinense de 16 de junho de 2020

Fontes consultadas:

[1] HOLANDA, Sérgio Buarque de. Caminhos do Sertão. In: Revista de História, São Paulo, v. 28 n. 57, pp-59-111, 1964. p.73

[2] O significado mais usual para ‘família estendida’ é grupo composto por pais, filhos, irmãos e outros parentes próximos.

[3] Fogo era o nome dado a cada unidade habitacional que podia ser composta de uma ou mais moradias.

[4] BARROSO, Geraldo. Caminhos de Dentro. In V Encontro de Pesquisadores do Caminho Novo, Juiz de Fora, junho 2014.

Primeiros momentos do IV Encontro de Pesquisadores do Caminho Novo

Relato dos primeiros momentos do 4º Encontro de Pesquisadores do Caminho Novo, realizado em Congonhas, nos dias 24 e 25 de maio de 2013

Os Caminhos do Povoamento e a Origem da Vila Leopoldina

Aspecto ainda não estudado da história de Leopoldina, os Caminhos do Povoamento da zona da mata mineira estão sendo pesquisados em parceria por Nilza Cantoni e Joana Capella e deste trabalho foi extraído o material utilizado em palestra realizada no Cefet, campus Leopoldina, na abertura do II Festival de Arte e Cultura, neste ano de 2012.

O convite para encontrar-me com os profissionais da Educação que atuam em Leopoldina foi um grande presente. Ao longo do tempo eu venho colhendo dados e buscando interpretá-los à luz do conhecimento produzido pelos especialistas de diversas áreas, tendo chegado a algumas conclusões que gostaria de dividir com vocês. Hoje falarei sobre um estudo inédito que acredito ser importante para ampliar o conhecimento sobre a então Vila Leopoldina.

Localização de Leopoldina pelo Google Earth
Localização de Leopoldina pelo Google Earth

Neste recorte, destaquei os pontos importantes para o assunto de hoje: a localização de Ouro Preto, Mariana, Barbacena, Cataguases, Leopoldina, Cantagalo, Campos dos Goitacazes e Rio de Janeiro.

Agora viajaremos para 1847.

Cartografia de 1847
Cartografia de 1847

Esta cartografia[1] foi produzida por João José da Silva Teodoro e concluída em 1847. O original encontra-se na Biblioteca Nacional. Fazendo um recorte no mapa, verifica-se que a cartografia detalha os termos do Pomba, Presídio de São João Batista (atual Visconde do Rio Branco) e São João Nepomuceno:

Os Termos do Pomba em 1847
Os Termos do Pomba em 1847
No território do Termo de São João Nepomuceno, o distrito do Feijão Cru em destaque.
No território do Termo de São João Nepomuceno, o distrito do Feijão Cru em destaque.

No território do Termo de São João Nepomuceno encontra-se em destaque o distrito do Feijão Cru.

Procurando saber quem foram as pessoas que se estabeleceram no Feijão Cru[2], verifiquei que, à exceção de uma das primeiras famílias que aqui se fixaram, todas as que consegui identificar procediam de região agrícola. Donde se derruba um dos mais arraigados mitos da história de Leopoldina, ou seja, de que os povoadores eram deserdados do ouro.

Voltemos ao mapa completo de João José da Silva Teodoro.

Bacia do Paraíba do Sul na Zona da Mata Mineira

Rio Paraíba do Sul na zona da mata mineira, recebendo o Pomba e seus dois principais afluentes: o Novo e o Xopotó

Paraíba do Sul, Pomba, Novo e Xopotó, além do Caminho Novo à esquerda e das localidades de Ouro Preto, Presídio, Campos dos Goitacazes e Cantagalo

Além dos rios Paraíba do Sul, Pomba, Novo e Xopotó, e do Caminho Novo à esquerda, acima destacamos as localidades de Ouro Preto, Presídio, Campos dos Goitacazes e Cantagalo.

Caminho do Cantagalo

Acrescentado o provável percurso do Caminho do Cantagalo [na cor vinho] mencionado em diversas Cartas de Sesmaria[3] e aberto pelas tropas de Pedro Afonso Galvão de São Martinho nas investidas de 1784[4] e 1786[5]. Pelo que nos foi dado apurar, o Caminho do Cantagalo foi o trajeto utilizado pela maioria dos povoadores do Feijão Cru e serviu de base para uma estrada de rodagem de São João del Rei a Cantagalo[6].

Estrada Presídio-Campos
Em verde a estrada Presídio-Campos

Prosseguindo, temos agora a Estrada Presídio – Campos dos Goitacazes[7], aberta por volta de 1812[8]. O trajeto desta estrada foi definido a partir de anotações colhidas em correspondência de Guido Marliére, referências em Cartas de Sesmarias[9], em Spix & Martius[10] e em Burmeister[11].

Segundo Helena Guimarães Campos[12],

O estudo dos caminhos é determinante para a compreensão dos processos históricos, pois eles estão associados à exploração, ocupação e povoamento dos territórios [...] A existência, a inexistência ou as condições dos caminhos traçam os rumos dos limites e das possibilidades da história dos povos, que tem ou não seus territórios articulados com outros.

Abordando as pesquisas realizadas sobre o Caminho Novo, o professor Ângelo Alves Carrara[13] informou que os Diários de Viagem dos Soldados Dragões demonstram que havia um caminho “vertebrador” e uma boa quantidade de variantes, sendo de notar que os soldados eventualmente faziam o percurso de ida por um trecho e na volta utilizavam outra variante, dando notícia precisa da distância entre cada parada que faziam.

Embora não tenhamos “diários de viagem” sobre os nossos caminhos, as referências encontradas na cartografia que pesquisamos indicam que o Caminho do Cantagalo e a Estrada Presídio-Campos dos Goitacazes também não eram uma via de percurso único. No caso do acesso a Cantagalo, temos referências sobre alternativas existentes em 1858, quando a viajante Ida Pffeifer o atingiu na altura da Aldeia da Pedra, hoje Itaocara[14].

Trilhando e abrindo novos caminhos, os povoadores do Feijão Cru foram ampliando sua área de influência, conforme podemos verificar no mapa seguinte.

Leopoldina segundo Tschudi e Halfeld

Aí está um trecho de cartografia produzida pelos engenheiros Halfeld e Tschudi[15] e publicada em 1855, no qual destaquei o território que formou a Vila Leopoldina em 1854.

Pensar os nossos antigos caminhos é fundamental para compreendermos a nossa história. Por esta razão eu convido a todos para refletirem sobre a ocupação das áreas cortadas pelo Caminho do Cantagalo e pela Estrada Presídio-Campos dos Goitacazes. De onde vieram as pessoas que implantaram em nossa terra a lógica colonial? Quais eram as suas práticas culturais? Como se alimentavam? Como supriam as necessidades básicas de suas famílias? Por onde escoavam a produção? De que forma produziam riqueza?

Voltando o olhar para estes aspectos, as informações acumuladas nos fizeram chegar à imagem seguinte, montada a partir de topografia disponível no Arquivo Público Mineiro[16].

Vila Leopoldina em 1854

Segundo Bloch[17], “textos ou documentos […] não falam senão quando sabemos interrogá-los”. Para Le Goff[18] a “memória, na qual cresce a história, que por sua vez a alimenta, procura salvar o passado para servir ao presente e ao futuro”. Nosso trabalho tem tido como objetivo resgatar textos e documentos sobre a história de Leopoldina, analisando-os e divulgando-os para que todos tenham acesso.

a) Nilza Cantoni

NOTAS E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] TEODORO, João José da Silva. Carta Topographica dos Termos do Presidio, Pomba e S. João Nepomuceno. 1847. Disponível na Biblioteca Nacional, Seção de Mapas, 2617.

[2] CANTONI, Nilza. Povoadores do Feijão Cru. In: História Social através da Genealogia. Comunicação apresentada no 2º Encontro de Pesquisadores do Caminho Novo. São João del Rei: 21 agosto 2011.

[3] Carta de sesmaria consultada no Arquivo Histórico Municipal Professor Altair Savassi, de Barbacena: MACHADO, José Joaquim Machado, Fundo PJ, Grupo 1SVC, Série AC. Caixa 42, Ordem 12.

Sesmarias consultadas no Arquivo Público Mineiro: Códice SC 275 [BRANDÃO, Manoel Carvalho / p. 164]; Códice SC. 352 [CARVALHO, Domingos Gonçalves de/ p. 73 v; MATTOS, Marcelino Pereira de/ p. 74 v; NICACIO, Antonio Dutra/ p. 78 v]; Códice SC. 377 [ANNA Margarida/p. 119; AZEVEDO, Manoel Ferreira de/p. 95; BAPTISTA, Joanna/p. 123; BARROS, Francisco Xavier de/p. 5; CARNEIRO, João Nepumuceno – sac/p. 136; CASTRO, Antonio José de/p. 93; CASTRO, Clara Maria de Sá e/p. 106; CASTRO, Jacintho Manoel de/p. 126; CASTRO, Maria do Carmo de/p. 121; CONCEIÇÃO, Maria Joanna da/p. 97; CONSTANCIA, Francisca/p. 107; CORREA, Je. Joaquim – sgt mor/p. 48; FERREIRA, José Lopes/p. 149; FIGUEIREDO, Luiza Alexandrina da Mota e/p. 80; GAMA, Francisco Xavier Monteiro da/p. 125; GAMA, Maria Balbina Monteiro da/p. 108; JOZÉ, Maria/p. 103; MARGARIDA, Eufrásia/p. 96; MATTOS, Matheus Herculano Monteiro da Cunha e/p. 124; MONTEIRO, Francisca de Assis/p. 129; MONTEIRO, José Maria/p. 105; MONTEIRO, Lucas Antonio/p. 92; MONTEIRO, Miguel Antonio/p. 102; MOTTA, José Luiz da/p. 81; OLIVEIRA, João José/p. 138; PAULA, Barbara Marcelina de/p. 47; PIMENTEL, Alexandre Pereira/p. 43; PIMENTEL, João Pereira alf./p. 42; SÁ, Ana Maria de/p. 120; SILVA, Francisco Antunes da/p. 140; SILVA, Joaquim José da (tem.)/p. 137; SOARES, João Teixeira/p. 139; SOUZA, Fernando José de Almeida e/p. 41].

[4] CARTAS do sargento-mor Pedro Afonso Galvão de São Martinho para Luiz da Cunha Meneses, de São Manuel do Pomba, 12 de maio e 7 de agosto de 1784; da Margem do Paraíba, 22 de maio e 10 de junho de 1784; do Porto Novo do Cunha,  5 e 18 de junho de 1784; do Sertão do Rio Novo, 24 de junho de 1784. Disponíveis no Arquivo Público Mineiro, Coleção Casa dos Contos, caixa 13, item 10266; caixa 3, itens 10060, 10061, 10071, 10072.

[5] CASTRO, Celso Falabella de Figueiredo. Os Sertões de Leste: achegas para a história da zona da mata. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1987.

[6] PLANTA da Estrada de Automóvel São João del Rei a Canta Galo, 1928. Disponível no Arquivo Público Mineiro, Fundo Secretaria de Agricultura, SA – 263(10) e MAPA de saída dos gêneros alimentícios de Cantagalo para Baependi, Sabará, Tamanduá, Barbacena, Pitangui, São João, Jacuí, Vila Rica, Caeté, Vila do Príncipe e Campanha, 30 de setembro de 1819, Coleção Casa de Contos, caixa 37, item 30094.

[7] PINTO, A. P. Mapa Topográfico do Povoamento da Ex-Vila do Presídio. 1854. Disponível no Arquivo Público Mineiro, Fundo Presidência da Província, PP 012.

[8] Em correspondência. ao Presidente do Conselho da Província, datada de 07.01.1826, Revista APM, vol. XI, pag 123, Guido Tomaz Marlière declara, sobre a Estrada de Minas aos Campos de Goytacazes: “Esta utilissima Estrada desde que se abrio em 1812, pela authoridade do Exmo. Governador e Capitão General Conde de Palma, não vio o menor concerto […] desde a Serra da Onça, no Prezidio de S. João Baptista, até o Registro da Pomba nossa fronteira em hua extenção de 33 leguas.” Afirma ainda que a estrada era utilizada pelos tropeiros para aprovisionar colonos dosTermos de Mariana, Barbacena e Caeté.

[9] Sesmarias consultadas: Códice 352 [ARAUJO, Manoel (Marçal) José de/p. 39; CABRAL. Francisco de Assis Ferreira/p. 60; CANDIDO, Antonio Gomes/p. 62; CANDIDO, Francisco de Paulo/p. 61; COSTA, Antonio Pereira da/p. 43 v; COSTA, Salvador Pereira da/p. 44 v; FRANCISCO, Antonio/p. 63; GODOY, Anna Joaquina de/p. 41 v; JARDIM, Manoel Roiz – sac./p. 39 v; MACHADO, Antonio da Cruz/p. 55; MELLO, Manoel Ignacio de/p. 33 v; MONTEIRO, Francisco de Assis Lopes/p. 34 v; MONTEIRO, João Procópio Lopes/p. 36; PICADO, José Marinho Lopes/p. 57 v; PINTO, Luiz Maria da Silva/p. 38; RIBEIRO, Diogenia Pereira (Izabel Dioguina Ribeiro Pereira de Vasconcelos)/p. 46; RIBEIRO, Joaquim José Lopes Mendes – padre/p. 35; ROCHA, Candido Joaquim da – sac./p. 32 v; SACRAMENTO, Joanna Umbelina Clara do/p. 37; UMBELINA, Anna Roza/p. 62 v; VASCONCELLOS, Fernando Pereira de/p. 49; VASCONCELLOS, Joanna Jacintha Pereira Ribeiro de Vasconcellos/p. 42 v; VELASCO, Francisco José Pereira de/p. 56]; Códice SC 363 [ARAUJO, Lucas José de/p. 114; COSTA, Joaquim Marques da/p. 137 v; FONSECA, Manoel Escorcia da/p. 9 v; GOMES, Antonio José/p. 15; MOREIRA, Antonio Marques/p. 178; MOREIRA, Francisco Antunes/p. 76 v; PIRES, Joaquim Correa/p. 73; VASCONCELLOS, Antonio Francisco/p. 8]; Códice SC 377 [ALMEIDA, Manoel Carlos de/p.202; COURA, Manoel Barbosa/p.85; FERREIRA, Joaquim de Freitas/p.165 ]. Disponíveis no Arquivo Público Mineiro.

[10] SPIX, Johann Baptista von e MARTIUS, Carl Friedrich von . Viagem pelo Brasil: 1817-1826. São Paulo: Melhoramentos, 1976

[11] BURMEISTER, Herman. Viagem ao Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia, 1980

[12] CAMPOS, Helena Guimarães. Caminhos da História: Estradas Reais e Ferrovias. Belo Horizonte: Fino Traço, 2012. p. 15

[13] CARRARA, Ângelo Alves. O Caminho Novo em 3D. Comunicação apresentada no 3º Encontro de Pesquisadores do Caminho Novo. Conselheiro Lafaiete: 30 jun 2012

[14] LAMEGO, Alberto Ribeiro. O Homem e a Serra. Rio de Janeiro: IBGE, 2007. p. 223

[15] HALFELD, Henrique Guilherme Fernando e TSCHUDI, Johann Jakob von. A Província Brasileira de Minas Gerais. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 1998

[16] Cartas Topográficas das cidades de Cataguases, Além Paraíba e Ubá, produzidas pela Comissão Geográfica e Geológica de Minas Gerais, publicadas pela Seção Cartográfica da Companhia Melhoramentos, de São Paulo, em 1926 e 1927, folhas 18, 19, 20, 22 e 23.

[17] BLOCH, Marc. Apologia da História ou O Ofício de Historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. p. 79-80, 102-104

[18] LE GOFF, Jacques. História e Memória. 5. ed. Campinas, SP: Editora Unicamp, 2003. p. 471Os Caminhos do Povoamento e a Origem da Vila Leopoldina

As Instituições Preservacionistas e seus Papéis Soltos

Integração incompleta das instituições preservacionistas e culturais de Minas Gerais foi a comunicação de Alex Guedes dos Anjos no 3º Encontro de Pesquisadores do Caminho Novo, sobre As Instituições Preservacionistas e seus Papéis Soltos. Transcrição: Nilza Cantoni. Revisão: Joana Capella.

Transcrição Documental: oportunidade de trabalho e desenvolvimento cultural

3º Encontro de Pesquisadores do Caminho Novo

Com o subtítulo Da transcrição de fontes históricas à Pesquisa Acadêmica, a comunicação do professor Sheldon Augusto Soares de Carvalho versou sobre a transcrição documental com o enfoque da oportunidade de trabalho e desenvolvimento cultural que a atividade oferece. Ao iniciar a apresentação, o palestrante lembrou que não há como falar da árvore e de seus frutos sem se referir à terra onde a semente foi depositada e, portanto, ele não poderia discorrer sobre o própria trajetória acadêmica sem mencionar três grande ícones da sua formação: a professora Edna, de História Local, no início de sua vida universitária; o professor Luiz Mauro, que o encaminhou para os primeiros passos na transcrição documental; e o professor Francisco Oliveira, também, contratante de seus serviços desde o início. Os três representam, portanto, a ancestralidade acadêmica do hoje Mestre e Doutorando Sheldon Carvalho.

Em razão do investimento destes três personagens em sua formação profissional, o professor Sheldon sentiu necessidade de abordar o ofício do transcritor neste 3º Encontro de Pesquisadores do Caminho Novo. E declarou fazê-lo partindo de um conceito de Cristóvam Buarque em Revolução Educacionista que é a produção do capital conhecimento por meio da educação e da produção intelectual. Esta questão envolve a pesquisa e a transcrição documental, intimamente envolvidas com a geração do capital conhecimento.

Após esta introdução o palestrante discorreu sobre sua trajetória iniciada na disciplina História Local, com a leitura e análise do inventário de uma preta forra de nome “Vitória da Silva” datado de 1805. Logo depois veio a primeira oportunidade e experiência de trabalho como leitor e transcritor de fontes históricas com o “livro de contas de José Aires Gomes”. Em continuidade ao seu processo de profissionalização vieram as transcrições de sesmarias e de registros paroquiais de Terras para os historiadores e escritores de história local e Regional: Luiz Mauro Andrade da Fonseca e Francisco Rodrigues de Oliveira.

Lembrando o desafio que é uma transcrição, informou que estes trabalhos lhe permitiram financiar sua formação acadêmica, o que lhe faz declarar que a leitura e a transcrição documental representam um setor promissor de investimento, tanto por parte do escritor, quanto por parte do pesquisador e transcritor. Hoje, informou Sheldon Carvalho, há uma equipe técnica que trabalha sob sua orientação e este grupo vem produzindo novas bibliografias. Surgiu, também, a função de consultor de transcrições por ele realizada para diversos autores que o procuram.

Foi destacado que a atividade de transcrever documentos para terceiros deixou de ser um trabalho eventual para se transformar num negócio que representa, também, desenvolvimento para a cidade, conforme está ocorrendo com a nova coleção da História da Vida Privada, cujo representante procurou a equipe de Barbacena para encomendar transcrições. Ou seja: o arquivo de Barbacena estará registrado nesta grande coleção acadêmica.

As transcrições para terceiros ampliam o manancial de conhecimentos teóricos e metodológicos do pesquisador, forçando-o a se aperfeiçoar cada vez mais. Importante destacar que é um setor com pouca concorrência e de extrema peculiaridade. Quem domina este conhecimento tem um poder nas mãos.

A atividade, que financiou o mestrado e hoje financia o doutorado do professor Sheldon, gera desenvolvimento cultural e acadêmico por meio do avanço de pesquisas em diversos campos do saber, bem como por meio de consultorias sobre fontes históricas regionais.  Foi lembrado, ainda, que a maior parte das transcrições para outras pesquisas serviram de complemento empírico ou também acrescentaram volume às fontes utilizadas em suas pesquisas de doutorado.  Como exemplo citou a pesquisa em dois livros de registros de terras a pedido de Francisco de Oliveira, cujas transcrições estão arquivadas em seu acervo pessoal e atualmente estão sendo utilizadas para escrever o primeiro capítulo de sua tese de doutorado.

Sheldon Carvalho mencionou também a formação de um campo econômico e lucrativo de trabalho somado à esfera de qualificação profissional especializada, como também à produção cultural consoante ao trabalho com as fontes arquivísticas. Tal situação acelera e gera um maior desenvolvimento no volume de pesquisas e situações novas como as oficinas que realizará com seus alunos de Lafaiete e que nasceram da atividade de um deles, pesquisador do arquivo dos mórmons (Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias).

A comunicação foi concluída com a apresentação da síntese a seguir:

  • Pesquisador/Transcritor + Equipe programadora e revisora + escritor = agilidade e redução de tempo na conclusão de trabalhos;
  • Utilização de grande parte das fontes pesquisadas para particulares em pesquisas de mestrado e doutorado;
  • Fornecimento de documentos transcritos para outros pesquisadores gerando ganho financeiro duplo ou triplo;
  • O ofício de transcritor testemunha ao mesmo tempo a necessidade do pesquisador estar dentro dos arquivos tendo contato com as fontes em razão do diálogo com as mesmas, surgindo daí novos métodos, novos problemas, novas hipóteses e novos objetos.

A coleta de dados, lembrou Sheldon Carvalho, é bastante peculiar. Se a pessoa não estiver envolvida intimamente com a documentação e com a metodologia da pesquisa, será aberta uma lacuna intransponível. Portanto, trata-se de uma área que envolve investimento econômico, cultural e educacional. O ofício de transcrição é um setor promissor da economia, que gera outras atividades também de viés econômico como vem ocorrendo em Conselheiro Lafaiete com o trabalho realizado no Arquivo Perdigão.

Paleografia e dificuldades da leitura documental

Paleografia na Pesquisa Histórica foi a comunicação de Jairo Braga Machado sobre Leitura Documental, realizada no dia 29 de junho de 2012 em Conselheiro Lafaiete, por ocasião do 3º Encontro de Pesquisadores do Caminho Novo. Transcrição: Nilza Cantoni. Revisão: Joana Capella.

Abertura do 3º Encontro de Pesquisadores do Caminho Novo

Luiz Mauro e Francisco Oliveira na abertura do 3º Encontro de Pesquisadores do Caminho NovoO professor Luiz Mauro Andrade da Fonseca iniciou sua fala lembrando que o Encontro de Pesquisadores é uma confraria de amigos, profissionais, pesquisadores e memorialistas para a qual não é necessária muita formalidade. O mais importante, disse ele, é o contato entre os participantes, apresentando pesquisas e novas fontes bibliográficas.

Passou a palavra ao professor Francisco Rodrigues de Oliveira, também organizador do evento, que deu as boas vindas aos presentes e agradeceu à professora Mauricéia Maia pela boa vontade, hospitalidade e acolhida, bem como pela estrutura que ofereceu para o Encontro.

Em seguida a professora Mauricéia dirigiu algumas palavras ao grupo, agradecendo a presença de todos e desejando que tivessem um bom dia de trabalho, bastante frutífero, com uma rica troca de informações. Falou de sua satisfação pelo 3º Encontro realizar-se em Conselheiro Lafaiete e colocou-se à disposição.

A seguir divulgaremos o conteúdo das comunicações realizadas no dia 29 de junho de 2012, em Conselheiro Lafaiete, por um grupo de pesquisadores que estuda temas relacionados ao Caminho Novo.

Sesmarias do Caminho Novo

Primeiras Sesmarias do Caminho Novo em Minas Gerais, tema apresentado por Francisco Rodrigues de Oliveira e Luiz Mauro Andrade da Fonseca no 3º Encontro de Pesquisadores do Caminho Novo.

Encontro de Pesquisadores do Caminho Novo

III Encontro de Pesquisadores do Caminho Novo

Sexta-feira, 29 de junho de 2012
Auditório da Secretaria de Educação e Esportes, Praça Queluz, 11, Centro
PARTE TEÓRICA – Comunicações de 30 minutos cada
08:00h – Inscrição no local – Início de  venda de  livros pela Livraria Quarup (Juiz de Fora)
08:30h – Abertura / Apresentação
09:00h – “Primeiras sesmarias do Caminho Novo” – Prof.s Francisco Rodrigues de Oliveira e Luiz Mauro Andrade da Fonseca (Barbacena).
Sinopse: os autores apresentam uma relação de primeiros sesmeiros do Caminho Novo, em Minas Gerais, de Simão Pereira até Conselheiro Lafaiete, na primeira metade do século XVIII, baseada em relato de viajantes, mapas antigos e documentos tributários.
Autores: Francisco Rodrigues de Oliveira, engenheiro agrônomo (UFV, 1956). Mestre em Matemática (UnB) e Meteorologia (UFV). Memorialista. Membro da Associação de Apoio ao Arquivo Público de Barbacena e Centro de Memória Belisário Pena (Barbacena) / Luiz Mauro Andrade da Fonseca: médico (UFJF, 1973), memorialista, professor de Patologia Geral e de História da Medicina (Faculdade de Medicina de Barbacena). Membro do Instituto Mineiro de História da Medicina e da Sociedade Brasileira da História de Medicina. Membro da Fundação Casa de Cabangu (Santos Dumont) e do Centro de Memória Belisário Pena (Barbacena).
 09:30h – “A paleografia na pesquisa histórica” – Prof.s Jairo Machado Braga (São João Del Rei) e Sheldon de Carvalho (Barbacena)
“Leitura Documental” – Professor Jairo Braga Machado
Sinopse: Apresentação de um breve estudo sobre leitura documental, conceituando de maneira breve o que é paleografia, conceito de documento, documento público e privado. Na oportunidade, será também apresentado a compreensão da paleografia enquanto instrumento fundamental para a realização e desenvolvimento d pesquisa histórica, tendo como suporte a documentação cartorária dos séculos XVIII, XIX e XX.
Autor:  Professor Jairo Braga Machado: Graduado em História , especialista em Metodologia da História, Brasil República e Arquivologia, diretor do Arquivo Histórico do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. de São João del-Rei- MG
-“Transcrição Documental: oportunidade de trabalho e desenvolvimento cultural” .
Sinopse: Apresentação de uma reflexão sobre as possibilidades do ofício de transcritor/pesquisador consoante à formação de oportunidades de trabalho e geração de um setor promissor para o mercado, bem como uma alavanca ao desenvolvimento da produção cultural pela facilitação e acessibilidade na divisão do trabalho de pesquisa entre o transcritor/pesquisador e o autor de uma pesquisa.
Apresentação: Sheldon Augusto de Carvalho é graduado em História pela Universidade Presidente Antonio Carlos de Barbacena (UNIPAC). Mestre em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Doutorando em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Professor do quadro efetivo do município de Conselheiro Lafaiete.
10:00h – Café / pausa
10:30h – “A integração incompleta das instituições preservacionistas e culturais de Minas Gerais” – Prof. Alex Guedes dos Anjos (Barbacena).
Sinopse:  apresentação das principais instituições de preservação de bens culturais e a forma como se relacionam.
Autor: Alex Guedes dos Anjos é advogado (UNIPAC-2002), conselheiro do Patrimônio Histórico e Artístico de Barbacena, membro honorário do Movimento pela Defesa da Cidadania, coordenador da Comissão de Defesa de Prerrogativas dos Advogados da Subseção de Barbacena da OAB-MG.
10:00h – “Os Índios Carijós nos primórdios de Conselheiro Lafaiete” – Prof.a Mauricéia Maia (Conselheiro Lafaiete).
Sinopse: abordagem geral de fontes que discutem a vida dos índios carijós que deram origem a Conselheiro Lafaiete.
Autora:  Mauríceia Maia, professora, responsável pelo Conselho de Patrimônio Cultural e secretária municipal de Cultura de Conselheiro Lafaiete.
11:30h – “Santeiro, além da matéria” –Escultor Luciomar de Jesus (Congonhas).
Autor: Luciomar Sebastião de Jesus, natural de Congonhas (1964), escultor (arte aprendida no Seminário Caraça), desenhista, publicitário, funcionário da Fundação Cultural de Congonhas.
 12:00h – almoço
14:00h – “A Teoria das Assinaturas e o Caminho Novo” – Prof. Geraldo Barroso de Carvalho
Sinopse: Comentário sobre uma estranha teoria, criada no início do século XVI, por Paracelso, sobre analogias existentes entre certos sinais apresentados pelos seres da terra (que estariam ocultos ou camuflados) e as suas virtudes. Essa Teoria das Assinaturas chegou a ser usada no Brasil para descobrir as virtudes curativas de certas plantas e misturou-se à pratica médica popular e à de um cirurgião-barbeiro português.
Autor:  Geraldo Barroso de Carvalho é titulado em Dermatologia (SBD) e Hansenologia (ABH), ex-professor de dermatologia da Faculdade de Medicina de Barbacena, membro efetivo da Academia Mineira de Medicina, do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, da Sociedade Brasileira de História da Medicina, da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, do Centro de Memória Belisário Pena e das academias barbacenense e valenciana de letras.
14:30h – “A Genealogia no Século XXI: metodologia de pesquisa” – Prof. Gustavo Almeida Magalhães de Lemos (Rio de Janeiro – Colégio Brasileiro de Genealogia – Gen-Minas).
Sinopse: O grande desafio a ser enfrentado pelos genealogistas do presente é adequar as suas pesquisas aos métodos utilizados pela História e Ciências Sociais. A Genealogia pode prestar uma grande contribuição para a História, na medida em que o enfoque do passado, do ponto de vista da família, ajuda a entender melhor os processos históricos e os caminhos de penetração.
Autor: Gustavo Almeida Magalhães de Lemos: Graduado em Ciências Econômicas, com ênfase na área de pesquisa social. Dedicou-se, nos últimos dez anos, a desenvolver uma metodologia de pesquisa mais científica em uma atividade praticada por leigos em História na sua maioria.

15:00h – “Arquivologia: técnicas de preservação e conservação” – Prof.a Andréia de Freitas Rodrigues (Juiz de Fora)

Sinopse: A apresentação trata de uma breve introdução à conservação de documentos, apontando fatores de deterioração e ressaltando os aspectos mais importantes na realização da conservação de um acervo, visando a preparação contínua das pessoas envolvidas e preocupadas com a formulação e execução de políticas de proteção e promoção do patrimônio cultural e salvaguarda de documentos em papel.

Autora: Andréia de Freitas Rodrigues: Restauradora da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), atuando como conservadora na Coordenação de Preservação do Arquivo Histórico/Arquivo Central – UFJF, desde 2010. Graduou-se em Artes e Design pela UFJF em 2005. É mestre em História, pelo Programa de Pós-graduação em História (UFJF – 2009). Possui diversos cursos de aperfeiçoamento em Conservação e Restauro, pela Universidade Santa Úrsula e Restaurart, no Rio de Janeiro. Tem atuação na área de Artes, com ênfase em Artes plásticas, trabalhando principalmente com os seguintes temas: articulações entre arte, história, memória; representações da melancolia; preservação, conservação e restauração em diferentes suportes, especialmente papel.

15:30h – “Inscrições latinas nos monumentos de Minas Gerais” – Prof. Aldo Eustáquio Assir Sobral (Ouro Preto).
16:00h – Café / pausa
16:30h – “O Caminho Novo entre o Arraial dos Carijós e Conselheiro Lafaiete por meio da cartografia e de outras iconografias” – Prof. Antônio Gilberto da Costa (Belo Horizonte)
Sinopse:  Apresentação do traçado e de algumas transformações envolvendo o Caminho Novo na região de Conselheiro Lafaiete, do início do século XVIII (Arraial dos Carijós) ao início do XX, quando então Queluz de Minas passou a se chamar Conselheiro Lafaiete.
Autor: Antônio Gilberto é natural de Conselheiro Lafaiete, geólogo pela UFMG, Doutor pela Universidade de Clausthal Zellerfeld, Alemanha, foi Diretor do Instituto de Geociências da UFMG, de 1998 a 2006 e atualmente coordenada o Centro de Referência em Cartografia Histórica da UFMG e a Rede de Museus e Espaços de Ciência e Cultura da UFMG. Entre outras, organizou e é co-autor das obras: – Os Caminhos do Ouro e a Estrada Real (Premio Jabuti 2006); – Roteiro Prático de Cartografia: da América portuguesa ao Brasil Império (Premio Jabuti 2008) e As Rochas e Histórias do Patrimônio Cultural do Brasil e de Minas.
17:00h – “Album Chorographico Municipal de Minas Geraes (1927)” – Fundamar – Fundação 18 de Março – Prof.a Maria Lúcia Prado Costa (Belo Horizonte) – http://www.albumchorographico1927.com.br
Sinopse: esta obra rara da cartografia brasileira está disponível na web acompanhada de estudos críticos de especialistas em cartografia histórica; história; linguística e planejamento urbano. São 178 mapas aquarelados acrescidos de desenhos a bico de pena dos principais bens ambientais e arquitetônicas dos municípios de Minas Gerais. O site dispõe de um índice de localização dos atuais 853 municípios nos territórios apresentados no álbum corograico. E apresenta em verbetes a toponímia de cada localidade. E traz breve biografia dos realizadores desta obra de 1927, realizada em comemoração ao centenário da Independência do Brasil.
Autora:  Maria Lúcia Prado é graduada em História e Mestre em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável pela UFMG. É assistente social e coordenadora das oficinas de arte-educação e artesanato da Fazenda-Escola Fundamar, da Fundação 18 de Março, em Paraguaçu/MG.
17:30h – “Vias de Minas – Caminho Novo e Ferrovias” – Prof.a Helena Guimarães Campos (Belo Horizonte).
Sinopse: Apresentação de um breve estudo comparativo entre as estradas coloniais do século XVIII que integram o roteiro do Programa Estrada Real – com ênfase no Caminho Novo – e as ferrovias que serviram Minas Gerais nos séculos XIX e XX. Aborda-se de forma comparativa o traçado, as técnicas construtivas e aspectos históricos ligados à economia, ao trabalho, às relações sociais, ao imaginário e às práticas culturais.
Autora: Helena Guimarães é graduada em História, Especialista em História da América Latina e em Educação Ambiental, Mestre em Ciências Sociais, Coordenadora do Núcleo Educação, Cultura e Cidadania da ONG Trem – Transporte e Ecologia em Movimento, Integrante do Movimento de Preservação Ferroviária e da Academia Ferroviária de Letras.
18:00h – “Caminho Novo em 3D” – Prof. Ângelo Alves Carrara (UFJF).
Sinopse: apresentação do projeto “O Caminho Novo em 3D”, que busca relacionar os aspectos históricos (econômicos e sociais, principalmente), às modernas tecnologias de difusão do conhecimento. O objetivo fundamental é apresentar um modelo de reconstituição do Caminho Novo capaz de permitir ao usuário do programa uma aproximação consistente dos principais elementos condicionantes das viagens no século XVIII.
Autor: Angelo Alves Carrara é professor da Universidade Federal de Juiz de Fora, doutor em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; responsáveis pelo projeto Thiago Berzoini e Gáyan Justo de Moraes.
18:30h – “Mapeamento Interativo da Estrada Real -Caminho Novo” – Prof. Altino Caleira (PUC-BH)
Sinopse: apresentação do multimídia contendo informações sobre os bens culturais tombados em níveis federal, estadual e municipal nos municípios que fazem parte do Caminho Novo da Estrada Real. Esta pesquisa foi elaborada no Laboratório de Estudos Urbanos e Regionais do programa de Pós-graduação em Geografia/Tratamento da Informação Espacial da PUC-Minas e contou com o apoio financeiro da FAPEMIG.
Autor: Altino Barbosa Caldeira, Ph.D. Graduado em Arquitetura pela UFMG. Especialista em Cultuar e Arte Barroca pela UFOP. Doutor em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Sheffield, Inglaterra. Pós-Doutor pela Universidade de Bolonha, Itália. Professor do curso de Arquitetura e Urbanismo e Coordenador-Adjunto do Programa de pós-graduação em Geografia da PUC-Minas. Cel: (31) 8471- 7229 // Tel: (31) 3413-6370
20:30hCoquetel, restrito aos participantes do encontro, apresentação de violeiros do local, sediado e patrocinado pela Casa de Cultura de Conselheiro Lafaiete. A Casa de Cultura “Gabriella Mendonça”, situada à rua Comendador Baeta Neves, 68 –Centro, é uma construção do final do século XVIII em pedra e pau-a-pique, coberta de telhas. O sobrado onde funciona a Casa de Cultura, situado na antiga Rua Direita, é um dos poucos marcos, ainda de pé, da história queluziana. As “Violas de Queluz” são instrumentos musicais de origem portuguesa, introduzidas no cenário cultural brasileiro através da colonização e catequização jesuítica. Existem dezenas de modelos de violas no Brasil, sendo a viola caipira a mais conhecida, no entanto, a “viola de Queluz” é a que representa Minas Gerais no universo musical.
Sábado, 30 junho 2012 –
PASSEIO CULTURAL (por adesão)
09:00h – saída
09:30h – Alto das Bandeirinhas– Monumento aos Inconfidentes.
– Monumento criado para reverenciar os inconfidentes da antiga Carijós e da Real Vila de Queluz, considerando o Alto das Bandeirinhas o local para homenagear os inconfidentes de Queluz e a Tiradentes.
10:00h – Passeio pelo Caminho Novo dentro da cidade de Conselheiro Lafaiete.
-Trajeto a ser apresentado pela Prof.a Mauricéia Maia.
10:30h – Visita à Matriz de Nossa Senhora da Conceição.
Templo construído a partir de 1732. O painel do altar-mor, os retábulos e altares possuem características das três classes barrocas do Brasil Colonial e de outras estéticas posteriores, que configuram o processo histórico de mais de duzentos e cinquenta anos.
11:00h às 13:00h – Restaurante Moinho Velho
 Bate-papo e almoço.
14:00h – Visita à Estalagem do Lourenço, com monumento a Tiradentes e trecho do Caminho Novo.
-Trata-se de visita ao sítio arqueológico da Varginha (MG129, km2, junto à Estrada Real), no município de Conselheiro Lafaiete, onde se encontram as ruínas da Estalagem da Varginha do Lourenço (local de reunião de inconfidentes), a Gameleira (de 500 anos, onde se pendurou uma perna de Tiradentes) e o Monumento a Tiradentes (feito pelo Raul Amarante Santiago).
15:00h – Visita ao Museu Municipal para conhecer o seu acervo e também apreciar a exposição especial de cartografia histórica intitulada “Dos Sertões das Minas de Ouro a Minas Gerais”, organizada pelo Prof. Antônio Gilberto da Costa.
-O acervo consta de centenas de documentos do século passado, livros da Câmara, hemeroteca, obras de artes, coleções de variedades, vestuário, porcelanas, jornais, revistas e literatura informativa.
INFORMAÇÕES GERAIS:
– A inscrição será feita na hora, no local.
– A inscrição será de R$30,00 para os assistentes, não sendo cobrada dos palestrantes.
– A taxa da inscrição não cobre as despesas com almoço, jantar e passeio cultural.
– Outras informações: Prof. Luiz Mauro –(32)3331-7590 – email lmkultur@hotmail.com
– A escolha de hotéis poderá ser feita livremente pela internet (Hotéis de Conselheiro Lafaiete). Algumas sugestões:
. HOTEL CARUMBÉ- (31) 3763-1555
. RHUDS HOTEL – (31) 3763-4199
. VILLA REAL HOTEL – (31) 3763-4042 –
. MINAS APART HOTEL – (31) 3763- 1920

 www.minasaparthotel.com.br