Colônia Agrícola da Constança e Igrejinha da Onça

No artigo anterior o Trem de História falou de opinião e política e terminou prometendo mudar o rumo da viagem no vagão de hoje. A razão para a mudança foi o cansaço. Para quem não é do ramo, política é um tema pesado e cansativo.

Cumprindo o prometido, o Trem de hoje segue por outros trilhos e recolhe cargas da Colônia Agrícola da Constança que completa neste mês de abril seus 105 anos de criação. Já a Capela da Onça comemora o Centenário de inauguração em 2015.

De início é bom lembrar que a Colônia surgiu da combinação de diversos fatores como os econômicos e políticos. Não nos parece possível eleger um deles como proeminente, embora a proibição do tráfico de escravos, que estimulou a busca de alternativas para o aumento da produção agrícola, possa ser tida como importante para o surgimento do núcleo. Principalmente se considerado que a economia da região dependia de um número cada vez maior de trabalhadores e estes não existiam no território nacional.

Começaram a chegar os imigrantes, antes mesmo do fim do regime escravocrata. Algumas fazendas, segundo consta, passaram a contar com escravos e trabalhadores livres em suas terras, até que os primeiros migraram para a periferia da cidade.

Aos poucos surgiram e se propagaram os sistemas de parceria e colonato como reguladores da nova relação de trabalho. E a experiência do Senador Vergueiro, em São Paulo, deve ser considerada como elemento difusor do sistema.

Agregando experiências diversas surgiram, então, as primeiras colônias destinadas a imigrantes estrangeiros, que foram sendo aperfeiçoadas. É evidente que uma instituição, como uma Colônia, não provém de causa isolada. Ela surge, na maioria das vezes, como resultado de diversos fatores que perpassam a vida do grupo social na qual é criada. E as razões que levaram à criação da Colônia Agrícola da Constança não são muito diferentes das demais coirmãs. O estudo sobre ela ainda carece de mais pesquisas, uma vez que os trabalhos realizados até aqui sempre estiveram focados na vida dos colonos que nela se instalaram, motivados pela vontade de conhecer homens e mulheres comuns que viveram na Colônia e nos seus arredores. Gente que tinha muita história para contar e, como sugeriu o filósofo alemão Walter Benjamin, relatadas na medida certa possibilitou “escovar o passado” recoberto com a poeira do tempo e trazer para a luz do sol, a importância da Colônia Agrícola da Constança e dos italianos que constituíram o seu núcleo mais ativo e permanente. De importância tal que fez a cidade contar, em 1911, com um Agente Consular Italiano, o Sr. Angelo Maciello, representante de Sua Majestade Vittorio Emanuelle III, Rei da Itália na época.

Uma Colônia que não era pequena. Pois contava, segundo os relatórios anuais encaminhados pelo Administrador à Secretaria Estadual de Agricultura, inicialmente com 60 lotes demarcados. No ano seguinte, eram 65 e, em 1911, este número aumentou para 68. Lotes devidamente cercados e com uma casa de morada coberta de telhas, vendidos principalmente aos imigrantes que ali passaram a cultivar toda sorte de produtos, a maioria deles para serem comercializados na cidade ou na “venda de secos e molhados”, Casa Timbiras, que ficava na entrada do Bairro Boa Sorte e que se transformou num verdadeiro entreposto comercial para uma vasta região.

E quando se recorda a Colônia e a Venda do Timbiras é forçoso tomar o “Caminho do Imigrante” e chegar à Igrejinha da Onça. “Caminho do Imigrante”, um sonho que ainda persiste de dar este nome à via secundária que liga a Igrejinha à entrada do Bairro Boa Sorte.

 

Capela de Santo Antònio de Pádua na Colônia Constança

Igreja de Santo Antonio de Pádua que comemora 100 anos e foi escolhida como símbolo dos estudos sobre o Centenário da Colônia por ser a imagem a que sempre se referiam os entrevistados no curso daquelas pesquisas, quando abordados sobre a vida dos mais antigos. Símbolo a que todos se referiam com um misto de saudade e orgulho.

A capela foi construída com a participação e o trabalho dos habitantes da Colônia e das propriedades das imediações. A escritura pública de compra e venda de uma quarta de terra (12.100 m2), lavrada pelo 2º Ofício de Notas de Leopoldina em 21.08.1912, é testemunha inconteste da influência italiana, pelos sobrenomes dos vendedores e compradores: Jesus Salvador Lomba e sua mulher Maria Magdalena Lomba (Proprietários do lote nº 04 da Colônia). Luciano Borella, Otavio de Angelis, Luigi Giuseppe Farinazzo, Ferdinando Zaninello, Agostino Meneghetti e Fausto Lorenzetto. A compra teve a destinação registrada no livro do Cartório: – “imóvel para nele ser edificada uma Capela consagrada a Santo Antonio de Pádua”.

Terminado este breve passeio pelas lembranças desta parte da zona rural do município, o Trem de História volta ao perímetro urbano para, no próximo número do Jornal, falar de outra data importante para a nossa história, a da emancipação do Feijão Cru como Vila Leopoldina.

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA
Publicado no jornal Leopoldinense de 16 de abril de 2015

Há 100 anos

Leopoldinenses nascidos em novembro de 1914

Luzia                                1 nov 1914                filha de Abilio Moroni e de Ema Metilde Lupatini

Maria Santina                    1 nov 1914                filha de Egidio Sangirolami e de Pierina Mariana Borella

Joaquim                           5 nov 1914                filho de Joaquim Gama de Castro Lacerda e de Maria da Conceição Monteiro de Barros

Silvio Bedin                      6 nov 1914                filho de Gioacchino Bedin e de Angelina Sardi

Maria                                7 nov 1914                filha de João Evangelista F Neto e de Francisca Ramos de Melo

Marilia                              9 nov 1914                filha de Belizario Augusto Soares de Souza Filho e de Abigail Botelho Reis

Lourival Vieira d Oliveira    9 nov 1914                filho de Francisco Vieira de Oliveira e de Maria de Assis Pereira

Antonio                            14 nov 1914              filho de Galdino Cipriano de Carvalho e de Maria Silvana Soares

Caetano Zamboni             15 nov 1914              filho de Domenico Zamboni e de Assunta Campana

Gumercindo                      18 nov 1914              filho de Virgilio Garcia de Matos e de Virgilina Machado

Tereza                              21 nov 1914              filha de Francesco Zamboni e de Ursula Pagano

Vanor                               22 nov 1914              filho de Joaquim Martins de Almeida e de Laura Francisca Oliveira

Francisca                         25 nov 1914              filha de Jorge Elmaes e de Rosaria Maiello

Angelina                           27 nov 1914              filha de Paolo Samorè e de Carolina Honória de Jesus

Francisco                         27 nov 1914              filho de Custodio de Vargas Coimbra e de Maria das Dores Fontes

Centenário de Nascimento de leopoldinenses

Há 100 anos nasceram em Leopoldina:

5 ago 1913 Débora Guersoni  filha de Augusto Guersoni e de Altiva G. de Oliveira

9 ago 1913 José Lorenzetto filho de Emilio Lorenzetto e de Angela Saggioro

24 ago 1913 Odilon Domingues filho de Rafael Domingues e de Idalina Narcisa Gomes

31 ago 1913 Ema Sangirolami filha de Giovanni Sangirolami e de Giustina Borella

Antinarelli e Franzone: esboço genealógico

Estudo de duas famílias italianas que viveram em Leopoldina.

ANTINARELLI

1. Egidio Cesare Antinarelli-1 was born on 16 jun 1863 in Italia. Teresa Costantini was born on 16 jul 1863 in Italia.

Egidio Cesare Antinarelli and Teresa Costantini married. They had the following children:

i. Loreta Antinarelli was born between 1885-1886 in Italia. She married Alcides José Ferreira on 18 ago 1905 in Providência, Leopoldina, MG.

ii. Giovanni Antinarelli was born about 1889 in Italia.

iii. Alfredo Antinarelli was born about 1893 in Italia. He married Carmen Franzone in 1914 in Providência, Leopoldina, MG.

iv. Palmira Antinarelli was born about 1896 in Providência, Leopoldina, MG. She married Manoel Moreira de Carvalho filho between 29 abr 1910-1914 in Providência, Leopoldina, MG.

v. Rosa Antinarelli was born after 1896 in Banco Verde, Palma, MG. She married Genaro Castillago on 29 jun 1908 in Providência, Leopoldina, MG.

vi. Balbina Antinarelli was born on 15 mai 1898 in Providência, Leopoldina, MG.

vii. Roque Antinarelli was born on 22 mai 1904 in Leopoldina, MG.

viii. Helena Antinarelli was born on 25 jun 1908 in Providência, Leopoldina, MG; São Martinho.

Segunda Geração

2. Alfredo Antinarelli-2 (Egidio Cesare-1) was born about 1893 in Italia.  Carmen Franzone daughter of Luigi Franzone and Emilia Filoti was born after 1895.

Alfredo Antinarelli and Carmen Franzone were married in 1914 in Providência, Leopoldina, MG. They had the following children:

i. Raimundo Antinarelli was born on 11 jun 1916 in Providência, Leopoldina, MG.

ii. Helena Antinarelli was born on 25 abr 1917 in Providência, Leopoldina, MG.

iii. José Antinarelli.

iv. João Antinarelli Sobrinho.

v. Antonio Antinarelli.

vi. Maria Antinarelli.

vii. Euclides Antinarelli.

viii. Aparecida Antinarelli.

ix. Geraldo Antinarelli.

x. Irani Antinarelli.

xi. Gloria Antinarelli.

Terceira Geração

3. João Antinarelli Sobrinho-3 (Alfredo-2, Egidio Cesare-1). He had the following children:

i. Alexandre Touzo Antinarelli.

FRANZONE

1. Giuseppe Franzone-1 was born in Italia.  He had the following children:

2. i. Luigi Franzone was born on 05 out 1864 in Candia, Torino, Piemonte, Italia.

Segunda Geração

2. Luigi Franzone-2 (Giuseppe-1) was born on 05 out 1864 in Candia, Torino, Piemonte, Italia. Emilia Filoti was born on 22 set 1869 in Candia, Torino, Piemonte, Italia. Luigi Franzone and Emilia Filoti had the following children:

i. Cecilia Franzone was born about 1887 in Candia, Torino, Piemonte, Italia.

ii. Fiorenzo Franzone was born about 1890 in Candia, Torino, Piemonte, Italia.

4. iii. Maria Franzone was born about 1894 in Candia, Torino, Piemonte, Italia. She married Antonio Carlos Bittencourt on 13 jul 1911 in Providência, Leopoldina, MG; São Martinho.

5. iv. Carmen Franzone was born after 1895. She married Alfredo Antinarelli in 1914 in Providência, Leopoldina, MG.

6. v. Hercilia Franzone was born on 20 jan 1901 in Abaíba, Leopoldina, MG. She married César Augusto Borella on 02 fev 1918 in Leopoldina, MG.

vi. José Franzone was born on 17 fev 1903 in Leopoldina, MG. He married Anatilde Spinola on 06 mai 1926 in Leopoldina, MG.

Terceira Geração

3. Maria Franzone-3 (Luigi-2, Giuseppe-1) was born about 1894 in Candia, Torino, Piemonte, Italia.  Antonio Carlos Bittencourt son of Deolindo Carlos Bittencourt and Regina Batista da Silva was born about 1889.  Antonio Carlos Bittencourt and Maria Franzone were married on 13 jul 1911 in Providência, Leopoldina, MG; São Martinho. They had the following children:

i. Deolindo was born on 09 set 1912 in Leopoldina, MG.

4. Carmen Franzone-3 (Luigi-2, Giuseppe-1) was born after 1895.  Alfredo Antinarelli son of Egidio Cesare Antinarelli and Teresa Costantini was born about 1893 in Italia.  Alfredo Antinarelli and Carmen Franzone were married in 1914 in Providência, Leopoldina, MG. They had the following children:

i. Raimundo Antinarelli was born on 11 jun 1916 in Providência, Leopoldina, MG.

ii. Helena Antinarelli was born on 25 abr 1917 in Providência, Leopoldina, MG.

iii. José Antinarelli.

iv. João Antinarelli Sobrinho.

v. Antonio Antinarelli.

vi. Maria Antinarelli.

vii. Euclides Antinarelli.

viii. Aparecida Antinarelli.

ix. Geraldo Antinarelli.

x. Irani Antinarelli.

xi. Gloria Antinarelli.

5. Hercilia Franzone-3 (Luigi-2, Giuseppe-1) was born on 20 jan 1901 in Abaíba, Leopoldina, MG.  César Augusto Borella son of Luciano Borella and Lucia Lorenzetto was born on 28 fev 1896 in Leopoldina, MG.  César Augusto Borella and Hercilia Franzone were married on 02 fev 1918 in Leopoldina, MG. They had the following children:

i. Luzia Borella was born on 13 dez 1918 in Leopoldina, MG.

ii. Umberto Borella was born on 21 mar 1936 in Manhuaçu, MG.

6. João Antinarelli Sobrinho-4 (Carmen-3, Luigi-2, Giuseppe-1).  João Antinarelli Sobrinho had the following children:

i. Alexandre Touzo Antinarelli.

Construção da Capela de Santo Antônio de Pádua

Nesta fotografia vemos a comunidade reunida no pátio da Capela, para cuja construção os imigrantes se organizaram de várias maneiras. A escritura pública lavrada pelo 2º Ofício de Notas de Leopoldina, datada de 21.08.1912 informa que o terreno foi vendido por Jesus Salvador Lomba (Colono do lote nº 4) e sua mulher Maria Magdalena Lomba, constando de uma quarta ou, cento e vinte e um ares de terreno, que fora adquirido do Tenente Francisco Pimenta de Oliveira e sua mulher, confrontando com as terras da Colônia e as que pertenciam a Lino Gonçalves e sua mulher Maria das Dores Netto. 
 
Pela escritura ficamos sabendo que os compradores foram Luciano Borella, Otavio de Angelis, Luigi Giuseppe Farinazzo, Ferdinando Zaninello, Agostino Meneghetti e Fausto Lorenzetto, além da esclarecedora informação de que pagaram quatrocentos mil réis pelo imóvel para nele ser edificada uma Capela consagrada a Santo Antonio de Pádua. Parece evidente que estas pessoas foram apenas os líderes de um grupo que se dispôs a investir na aquisição do terreno e na construção da igrejinha de Santo Antonio de Pádua.

Genealogia dos nossos Imigrantes

Onde eu encontro a genealogia do sobrenome X?

Esta é mais uma questão que demanda algumas explicações. Em primeiro lugar, lembramos de uma afirmação de Rivers, em O Método Genealógico na Pesquisa Antropológica, em que ele declara que

“as genealogias incluem enorme quantidade de informações valiosas para um estudo exato de vários problemas”.

De fato, o conjunto de genealogias dos imigrantes que viveram em Leopoldina comprovou que o método permite conhecer uma quantidade expressiva de informações importantes para resgatar a memória daquele grupo social. Entretanto, é preciso ter em mente que a “árvore genealógica” é construída a partir de indivíduos e não a partir de sobrenomes. Para atendermos consultas sobre as genealogias, é preciso que nos informem o nome do personagem e nos forneçam algumas pistas como datas e locais de nascimento, casamento ou óbito. Para os que nasceram em Leopoldina antes de 1930, provavelmente teremos alguma informação.

Como temos feito nas demais respostas, aqui citamos como exemplo a consulta sobre um personagem de sobrenome Franzone. No desenrolar da troca de mensagens, o leitor descobriu que seu antepassado não pertencia à família do imigrante Luigi Franzone. Isto só foi possível porque nosso leitor construiu a sua própria “árvore de costado”, ou seja, coletou informações de seus pais e avós e nos informou a data e o local de nascimento do personagem que acreditava ser filho do imigrante. De imediato levantamos a hipótese de pertencer a outro grupo familiar, já que a pessoa nasceu em outra região brasileira e em data incompatível com a idade da mãe.

Segundo as fontes que basearam a inclusão do personagem em nosso banco de dados, em sua maioria documentais, Luigi Franzone passou ao Brasil em 1895, com a esposa Emilia Filoti e os filhos Cecilia, Fiorenzo e Maria. Foram contratados para trabalhar numa fazenda em Recreio e tiveram, pelo menos, mais 3 filhos: Carmen, Hercilia e José. Estes dois últimos nasceram, respectivamente, em 1901 e 1903, em Leopoldina. Pelo registro de entrada no Brasil, Luigi nasceu em 1864 e Emilia em 1869, ambos em Candia, Torino, Piemonte. Outras datas importantes: o casal é mencionado como residente em Leopoldina em assentos paroquiais dos anos de 1911, 1912, 1914, 1918 e 1926. Portanto, é pouco provável que tenham tido um filho na Bahia, em 1926. Ainda mais se considerarmos que, nesta época, Emilia Filoti estaria com 57 anos.

É possível que Luigi Franzone e Emilia Filoti tenham tido um filho homônimo do pai e que, por coincidência, tenha se casado com homônima de sua mãe. Tal personagem, entretanto, não aparece nas fontes que consultamos. Tampouco encontramos genros ou noras de mesmo nome. Pelo que nos foi dado apurar, Maria Franzone casou-se no povoado de São Martinho com Antonio Carlos Bittencourt; Carmen casou-se em Providência com Alfredo Antinarelli; Hercilia casou-se com César Augusto Borella e José Franzone casou-se com Anatilde Spinola em Leopoldina.

A última notícia que tivemos de nosso leitor talvez explique as informações desencontradas. Segundo ele, um seu primo copiou a árvore genealógica da internet e não sabia as fontes utilizadas pelo autor do trabalho. Aí está um ponto fundamental: é preciso analisar a procedência da informação, preferencialmente fazendo uma comparação entre diversas fontes e analisando a lógica dos acontecimentos, antes de assumir que fulano é filho de beltrano.

130 anos da Imigração Italiana em Leopoldina

Após a distribuição do Projeto Conhecendo suas Raízes, elaborado pelas secretarias de Cultura e Esporte e Lazer de Leopoldina, recebemos diversas consultas que versam sobre o mesmo tema. Optamos por respondê-las através do blog por acreditarmos que podem interessar a outras pessoas. Vamos reuni-las sob o marcador “A pesquisa em Leopoldina”.
Considerando que 2010 marca os 130 anos da imigração italiana em Leopoldina, dois tipos de pedidos são muito incidentes:
1 – enviar tudo sobre a Imigração Italiana em Leopoldina;
2 – informar todos os italianos que viveram no município.
Prezados amigos, leitores e seguidores: infelizmente não temos como atender a estes pedidos em uma simples mensagem ou postagem. O volume de informações é de tal monta que tornaria inviável a leitura em pouco tempo, além de constituir um arquivo maior do que o permitido para trânsito em programas de e-mail.
Se nos permitem a brincadeira, toda pesquisa tem um “o quê”, um “por quê”, um “para quê” e um “como”.Ou seja, uma pesquisa
– busca responder a uma questão ou problema levantado a partir de um tema;
– tem uma justificativa;
– pretende atingir um ou mais objetivos;
– é realizada através de determinada metodologia.
Ao preenchermos estes quatro itens, e alguns outros que são igualmente necessários, formulamos nosso projeto de pesquisa. Uma sugestão: quando buscarem ajuda, procurem indicar claramente estes quatro itens. Estabeleçam a ideia chave que identifique cada um deles e nos enviem. Desta forma poderemos consultar nosso banco de dados e responder mais rapidamente.
Deixamos um exemplo de pedido recebido há dois dias. O correspondente pediu “tudo sobre a imigração em Leopoldina”. Após trocarmos algumas mensagens, descobrimos que a pessoa queria saber se os Zaffani estavam incluídos entre os imigrantes que viveram no município. E assim pudemos informar que, segundo as fontes consultadas, Lavinia Zaffani, nascida em Casaleone, Verona, aos 21 de abril de 1863, filha de Rinaldo Zaffani e Regina Bonvicini, passou ao Brasil em 1895, desembarcando do vapor Sempione no porto do Rio de Janeiro no dia 31 de outubro. Era casada com Giovanni Meneghelli, filho de Candido Meneghelli e Luigia Marcomini, nascido aos 21 de julho de 1858 em Gazzo Veronese, Verona. O casal deixou a hospedaria Horta Barbosa no dia 4 de novembro de 1895, com destino à estação Santa Isabel, atual Abaíba.
Não temos conhecimento de outros Zaffani em Leopoldina e os filhos de Lavinia, conforme é habitual entre os italianos, não usavam o sobrenome materno.  Sabemos que Giovanni Meneghelli migrou para Alegre, no Espírito Santo, por volta de 1920, provavelmente indo ao encontro de parentes de sua esposa. Pelo menos uma das filhas permaneceu em Leopoldina. Dos filhos do casal, Corina (1885), Evaristo (1886), Salmista (1888), Aristea (1890), Angelo (1892), Crocilla (1895), Jorge (1902), Ana Maria (1907), Maria e Cirilo, só os quatro últimos nasceram no Brasil.
Através do casamento dos filhos, os Meneghelli se uniram aos Piccoli e Borella pela filha Corina, aos Battisaco e Stefani por Evaristo e também aos Conti e Artuzo pelo casamento de Aristea.
Se tivesse sido possível enviar tudo o que apuramos nestes 15 anos de pesquisa,  nosso correspondente precisaria de um tempo relativamente longo para a leitura do material.  Mas quando informou o tema, o objetivo e a justificativa, em poucos minutos localizamos os dados e enviamos um relatório sobre a família.
Continuaremos respondendo as perguntas mais frequentes através deste blog. Reiteramos nossa disposição de contribuir com o que estiver ao nosso alcance.

 

De volta aos Anzolin

O sobrenome #Anzolin motivou diversas consultas, razão pela qual apresentamos um resumo do histórico desta família.

Secondiano Anzolin nasceu por volta de 1845 na Itália e chegou a Santos, SP, aos 21 de janeiro de 1901, segundo para Piracicaba, SP.

Mas na zona da mata mineira já viviam as famílias de Giacomo e Giuseppe Anzolin, ambos imigrados em 1894, vivendo em São João Nepomuceno e Rio Novo respectivamente.

Secondiano era casado com a italiana Maria Amadio com quem teve, pelo menos, os seguintes filhos:

1 – Giovanni Ottavio Anzolin.

2 – Basilio Anzolin.

3 – Elisabetta Anzolin nascida por volta de 1885.

4 – Osvaldo Antonio Anzolin nascido por volta de 1887, radicou-se em Brotas, SP, onde deixou descendentes.

5 – Stela Anzolin nascida por volta de 1892.


Alguns filhos de Secondiano e Maria voltaram à Itália logo após a primeira viagem ao Brasil. Este é o caso de Giovanni Ottavio Anzolin, nascido aos 23 de março de 1878 em Portogruaro, Venezia, Veneto, Italia. Em 1910 Giovanni residia em território austríaco onde obteve passaporte no mês de março, chegando ao Rio no dia 4 de novembro daquele ano.

No dia 11 de janeiro de 1911 Giovanni Ottavio Anzolin instalou-se na Colônia Agrícola da Constança, lote 55.

Giovanni casou-se com Rosa Pasianot, filha de Antonino Pasianot e Mariana Corali, em 26 dezembro 1899 em Cinto Caomaggiore, Portogruaro, Venezia, Veneto, Italia. Rosa nasceu cerca de 1879 em Pravisdomini, Pordenone, Friuli-Venezia Giulia, Italia.

Giovanni e Rosa tiveram os seguintes filhos:

a) Maria Anzolin nasceu em 1904 em Pramaggiore, Venezia, Veneto, Italia. Casou-se com João Batista Gallito, filho de Giovanni Gallito e Elisa Borella, em 26 julho 1922 em Leopoldina, MG. João nasceu aos 30 de agosto de 1896 em Leopoldina, MG.

b) Antonia Anzolin nasceu em 1906 em Pramaggiore, Venezia, Veneto, Italia. Casou-se com Balthazar Gallito, filho de Giovanni Gallito e Elisa Borella, em 16 maio 1923 em Leopoldina, MG. Balthazar nasceu em 1901 em Leopoldina, MG.

c) Otavio Anzolin nasceu em 1902 em Pramaggiore, Venezia, Veneto, Italia. Casou-se com Cecília Mariana Gallito, filha de Giovanni Gallito e Elisa Borella, em 16 maio 1923 em Leopoldina, MG. Cecília nasceu em 16 março 1905 em Leopoldina, MG.

d) Costantino João Anzolin nasceu no dia 20 de agosto de 1914 em Leopoldina, MG.

e) Eleonor Veronica Anzolin nasceu em 9 fevereiro 1917 em Leopoldina, MG.

f) Genoveva Anzolin.

g) Geraldo Anzolin.

O segundo filho de Secondiano Anzolin e Maria Amadio foi Basilio Anzolin, nascido aos 3 de junho de 1881 em Portogruaro, Venezia, Veneto, Italia. No dia 11 de janeiro de 1911 Basílio instalou-se no lote 57 da Colônia Agrícola da Constança.

Basilio era casado com Antonia Ramanzi, filha de Luigi Ramanzi. Antonia nasceu por volta de 1884 na Itália e faleceu aos 22 de março de 1919 em Leopoldina, MG.

Basilio e Antonia tiveram os seguintes filhos:

a) Maria Anzolin nasceu em abril 1912 em Leopoldina, MG onde faleceu a 11 abril 1912.

b) Antonio Anzolin nasceu  em 12 maio 1913.

c) José Luiz Anzolin nasceu  em 26 julho 1915.

d) Maria Luiza Anzolin nasceu em 21 dezembro 1916 em Leopoldina, MG. Casou-se com Abilio Moroni.

Basilio casou-se a segunda vez com Luiza Gallito, filha de Giovanni Gallito e Elisa Borella, em 4 julho 1921 em Leopoldina, MG. Luiza nasceu em aos 23 de agosto de 1892 em Leopoldina, MG.

Basilio e Luiza tiveram os seguintes filhos:

e) Germano Lucas Anzolin nasceu por volta de 1922.

f) Carolina Regina Anzolin nasceu por volta de 1924. Casou-se com Antenor Maria de Oliveira.

g) Maria Santina Anzolin nasceu por volta de 1927.

h) Faustino Secondiano Anzolin nasceu por volta de 1930.

i) Donatila Julieta Anzolin.

j) Carmita Isabel Anzolin que se casou com Custódio Ávila de Oliveira.

Giovanni e Basilio Anzolin

Parece-nos haver um engano entre os descendentes dos Anzolin. Recebemos pedido para publicar os nomes dos pais de Giovanni Basilio e da mulher Luiza quando, segundo o que pudemos apurar, na Colônia Agrícola da Constança residiram os irmãos Giovanni Ottavio Anzolin e Basilio Anzolin. Conforme se vê abaixo, o primeiro foi casado com Rosa Pasianot e Basilio Anzolin foi casado duas vezes, a primeira com Antonia Ramanzi e a segunda com Luiza Gallito.


Giovanni Sangirolami

Conforme texto que publicamos em dezembro de 2007, o sobrenome Sangirolami sofreu inúmeras variações entre os descendentes de Giovanni Battista Sangirolami. Ao pesquisarmos os documentos disponíveis em Leopoldina, encontramos Sangirolami, Zangirolami e Zanzirolani. Mas acreditamos que outras variações possam ser encontradas, especialmente entre os nascidos em meados do século XX, cuja trajetória não fez parte de nossas buscas. Sendo assim, sempre que recebemos consultas de prováveis descendentes, sugerimos que localizem as certidões de nascimento de seus pais e avós para que seja possível analisar cada caso.

Esta semana um leitor escreveu perguntando se Giovanni Sangirolami e Giustina Borella seriam os avós de um João Batista Ferreira. Nada podemos comentar sem analisar o registro de nascimento de João Batista. De todo modo, lembramos que os Sangirolami da Colônia Agrícola da Constança são eventualmente referidos como Ferreira. A origem deste hábito não estaria num sobrenome de família. Segundo alguns de nossos entrevistados, o patriarca exercia a função de ferreiro e os filhos ficaram conhecidos como “os ferreiros”.

Pelo que pudemos apurar, Giovanni Sangirolami, filho de Giovanni Battista Sangirolami e Modesta Carmelim, nasceu em 1883 em Montagnana, Padova, Veneto, Italia. A família passou ao Brasil em 1895 e foi inicialmente contratada para trabalhar na fazenda de Antonio Mauricio Barbosa, no distrito de Piacatuba, Leopoldina, MG. Algum tempo depois foram trabalhar na Fazenda Paraíso, onde em 1908 faleceu Modesta Carmelim.

Em 1906 o filho Giovanni Sangirolami casou-se com a italiana Giustina Borella, filha de Luciano Borella e Lucia Lorenzetto. O casamento civil foi realizado no distrito de Providência, Leopoldina. Destaque-se que naquele distrito foram realizados muitos eventos relativos aos colonos da Fazenda Paraíso, por ser mais perto do que a sede municipal.

Em 1907 nasceu a primeira filha do casal: Maria Genebra, que se casou em 1923 com Getomir Pereira da Bella. É possível que Giovanni e Giustina tenham tido outros filhos entre o nascimento de Maria Genebra (1907) e o de Ema (1913). Entretanto, nos registros paroquiais de Leopoldina só encontramos, além destas duas, o nascimento de Geraldo em 1916 e de Maria Natalina em 1917. Também nada sabemos sobre casamento de Ema, Geraldo e Natalina, já que só verificamos os casamentos ocorridos até 1923.