190 – A origem da fazenda Dois Irmãos de Abaíba

A origem da Fazenda Dois Irmãos de Abaíba pode ser parcialmente contada a partir do primeiro processo de divisão da propriedade onde se formou tal Fazenda. Um processo datado de 1881, que permitiu esclarecer a origem do território e o nome da propriedade. E tomar conhecimento que a Dois Irmãos era composta de duas sesmarias e de frações de Terras de Posse[1].

A primeira sesmaria, concedida[2] a Jesuina Francisca de Paula, medindo meia légua em quadra, correspondia a 225 alqueires de 4,84 hectares cada; a segunda, concedida[3] ao alferes José Ignacio da Silva Maior Souto, cujo nome correto é José Ignácio da Silva Souto Maior, com os seus aproximados 225 alqueires; e, as frações de Terras de Posse que ocupavam 236 alqueires.

Essas terras de posse serão mais bem conhecidas a partir do que se segue.

Primeira Sesmaria

A primeira sesmaria foi concedida a Jesuina Francisca de Paula em 21 de fevereiro de 1818 e localizava-se entre as serras Bonita, Feia, Limoeiro e Conceição. A primeira hipótese foi a de que poderia estar em terras que atualmente pertenceriam aos municípios de Pirapetinga ou Estrela Dalva.  Isto porque encontramos a Carta de Sesmaria junto ao processo de divisão de propriedade[4] requerido por Joaquim Dias Ferraz em 1894. Nesse processo encontra-se uma escritura de 11 de abril daquele ano em que Antonio Joaquim Vieira Cardoso, morador de Pirapetinga, vende para Joaquim Dias Ferraz a fazenda Vigillância que fora comprada de Sabino José da Silveira, morador de Estrela Dalva, no mês anterior. Como as confrontações da área transacionada nada esclareciam, por terem sido citados nomes de propriedades comuns na região, ficou a dúvida se a Dois Irmãos poderia ser por ali.

Partimos, então, para investigar quem foi a beneficiária daquela Carta. Quem era a senhora Jezuina Francisca de Paula, também referida como Jesuína Cândida de Paula? E nessa busca, segundo estudo[5] sobre seu pai, descobriu-se que Jesuína nasceu por volta de 1788, sendo a última filha de José Joaquim Corrêa, nascido na freguesia da Candelária, no Rio de Janeiro, filho de Antônio Francisco Costa e Isabel Maria de Jesus.

José Joaquim se casou com Francisca Antônia de Paula aos 21 de agosto de 1774, em São João del Rei. Ela, filha de Josefa Joaquina da Câmara, natural do Rio de Janeiro, neta materna de Antônio Martins Branco e Josefa Caetana da Rosa. Josefa Joaquina foi casada com Manoel Caetano de Azedias.  Separou-se e foi morar em São João Del Rei onde teve dois filhos: Francisca Antônia e Manoel Joaquim Marreiros.

Ressaltamos ainda que o Sargento Mor José Joaquim Corrêa recebeu sesmaria[6] no dia 12 de dezembro de 1817, no sertão do Paraíba aquém da Serra Bonita, no caminho para o Canta Galo e a Carta também se encontra anexada ao processo[7] da segunda divisão da fazenda Dois Irmãos. Além de Jesuína, suas filhas Mariana, Bárbara e Bernardina também receberam sesmaria[8] na mesma localização.

Estudo do Projeto Compartilhar informa que Jesuína Cândida de Paula se casou com o Capitão Mor João Pereira Pimentel que recebeu sesmaria[9] no dia 16 de fevereiro de 1818 no sertão do Paraíba, aquém da Serra Bonita, no caminho para o Canta Galo, sendo que a sesmaria não foi requerida por ele, mas por Bárbara Marcelina de Paula que era irmã de sua mulher Jesuína Candida de Paula.

É bom registrar, também, que no Auto de Medição e Demarcação da sesmaria recebida por Jesuina, de 09 de agosto de 1825, é citado o Ribeirão Pirapetinga. E que além do Auto de Posse, o processo de 1894 traz o Auto de Arrematação da sesmaria concedida ao marido de Jesuina, por Jacinto Manoel Monteiro da Cunha aos 28 de novembro de 1836. Provavelmente o Jacinto antes citado seria Jacinto Manoel Monteiro de Castro, avô materno de Jacinto Manoel Monteiro de Barros, um dos requerentes do primeiro processo de divisão da fazenda Dois Irmãos.

Segunda Sesmaria

Segundo o processo[10] da primeira divisão da fazenda Dois Irmãos, a segunda sesmaria que constituía a fazenda foi a concedida[11] ao alferes José Ignácio da Silva Souto Maior aos 28 de fevereiro de 1818. E a indicação constante da carta informa que as terras ficavam no Sertão do Paraíba, entre as serras: Bonita, Feia, Conceição e Limoeiro.

Ao realizar os primeiros estudos sobre as sesmarias na região de Leopoldina, foi levada em consideração a informação[12] de Celso Falabella para quem Souto Maior está entre os que receberam sesmaria no Louriçal, Córrego Jacaré, Córrego Bom Jardim e no Sertão do Cágado. No entanto, no inventário[13] do beneficiado consta entre os bens de raiz “uma sorte de terras compradas ao Sargento Mor Antonio José de Barros e a seu filho Joaquim José de Barros, que se compõe de capoeiras e campos de criar 620$000”. 

Tais vendedores muito provavelmente eram os Monteiro de Barros e talvez tenha havido uma troca com terras de Manoel José Monteiro de Barros e seu filho José Joaquim Monteiro de Barros.

Interessante observar que Maria Vitória Ferreira de Jesus, primeira mulher de Souto Maior, também recebeu sesmaria no Sertão do Paraíba, entre Conceição e Serra Feia, no dia 02 de julho de 1818, fazendo divisa com a sesmaria recebida pelo marido quatro meses antes.

Medição da fazenda Dois Irmãos

No Memorial da medição da fazenda Dois Irmãos, em 1881, o agrimensor informou que a mesma compreendia duas Sesmarias e Terras de Posse, fazendo divisa com as fazendas da Soledade, Cachoeira, Harmonia, Santa Rosa e Moinhos. Mencionou os beneficiários originais das duas sesmarias e informou que a área delas era de 2.245 hectares e 77 ares, ou seja, aproximadamente 463 alqueires. E as Terras de Posse, segundo a medição, se estendiam por 1.147 hectares e 43 ares, o que corresponde a 236 alqueires, totalizando aproximados 699 alqueires. Considerou-se que o alqueire da região de Leopoldina equivalia a 4,84 hectares e que as sesmarias concedidas eram de meia légua em quadra ou 225 alqueires. A pequena diferença para mais nas terras da fazenda, medidas em 1880, pode ser creditada ao aprimoramento dos instrumentos de medição, e parece mais próximo da realidade dizer que a fazenda Dois Irmãos teria área equivalente a três sesmarias.

O nome Dois Irmãos

Os requerentes da divisão em 1881 foram Antônio José Monteiro de Rezende e Jacinto Manoel Monteiro de Barros. Mas eles não foram os formadores da propriedade, já que Antônio José nasceu por volta de 1830, Jacinto Manoel nasceu em 1852 e eles não eram irmãos.

Antônio José Monteiro de Rezende era filho de Manoel Pereira de Rezende Alvim e de Agostinha Carolina Monteiro de Barros Galvão de São Martinho, sendo neto materno de Inês de Castro Galvão de São Martinho e Manoel José Monteiro de Barros Filho e por este, bisneto de Manoel José Monteiro de Barros e Margarida Eufrásia da Cunha Matos.

            Jacinto Manoel Monteiro de Barros era filho de Maria da Conceição Monteiro de Castro e Vicente Ferreira Monteiro de Barros, sendo neto paterno de outra Maria da Conceição Monteiro de Castro e José Joaquim Monteiro de Barros e por este, bisneto dos mesmos Manoel José Monteiro de Barros e Margarida Eufrásia da Cunha Matos bisavós de Antônio José.

Sendo assim, a hipótese é a de que o nome da fazenda faz referência aos irmãos Manoel José Monteiro de Barros Filho e José Joaquim Monteiro de Barros.

Em 1880, no processo[14] de divisão da fazenda Harmonia, foi apresentada a certidão de venda feita por Jacinto Manoel Monteiro de Barros de um quarto de terras daquela fazenda em que ele declara que as terras foram havidas por herança de seu finado avô Jacinto Manuel Monteiro de Castro. E em 1881, no processo[15] de divisão das fazendas Cachoeira e Harmonia, há indícios de que ambas eram partes já desmembradas da fazenda Dois Irmãos.

A segunda Divisão

Em 1881 a fazenda Dois Irmãos pertencia a dois condôminos. Logo depois começaram as vendas de partes dos seus 700 alqueires. Muitas vezes eram partes bem pequenas, como os 6 alqueires vendidos a José Maria de Brito que os revendeu 1883, ou os 11 alqueires que Jacinto Manoel vendeu para Antônio José Monteiro de Rezende em 1882. Houve, também, adjudicação de parte da fazenda para pagamento de dívidas ao Barão de Porto Novo, hipoteca de outra parte para Macedo Sobrinho Abreu & Quartin e hipoteca ou venda de partes maiores pelos dois condôminos originais resultando em multiplicação dos condôminos que se tornaram 20 em 1894.

Além disso, durante a segunda divisão houve novas vendas de partes que foram devidamente delimitadas e registradas. Em 1896 restavam, por dividir, apenas as terras de 16 condôminos e os maiores quinhões passaram a ser o de Joaquim Dias Ferraz com 6.807.479 metros quadrados [680 hectares] e Marciana de Magalhães, viúva do Barão de Porto Novo, Luiz de Souza Brandão, com 5.420.800 metros quadrados [542 hectares]. Antônio José Monteiro de Rezende detinha 529.400 metros quadrados e Jacinto Manoel Monteiro de Barros dividia com Protásio Antônio Monteiro da Silva um quinhão de 2.906.419 metros quadrados.

Esclarecimentos adicionais

As duas sesmarias e as Terras de Posse que compuseram a original fazenda Dois Irmãos estavam em território do antigo distrito do Feijão Cru, segundo João José da Silva Teodoro[16].

Em 1851 o território da fazenda passou a constituir o distrito de Conceição da Boa Vista. Em 1856, não houve registro das terras da fazenda.

Em 1884, na primeira divisão, continuava pertencendo a Conceição da Boa Vista. Em 1890, com a criação do distrito de Santa Izabel, o que restava da Dois Irmãos ficou para o novo distrito. Sua área foi representada da forma abaixo por ocasião do segundo processo de divisão.

Em 1926 a sede da outrora fazenda foi marcada[17] em território de Santa Izabel, atual Abaíba.

Fontes Consultadas


[1] Processo 38401515 Divisão da fazenda Dois Irmãos, autuação em setembro de 1881

[2] Arquivo Público Mineiro – APM – SC 377 página 46

[3] APM – SC 377 página 51

[4] Processo 38405205 Divisão da fazenda Dois Irmãos, autuação em janeiro de 1894.

[5] SETTE, Bartyra e JUNQUEIRA, Regina Moraes. Projeto Compartilhar. Sargento Mor José Joaquim Corrêa. Disponível em http://www.projetocompartilhar.org/Familia/JoseJoaquimCorrea.htm. Acesso em 23 jul 2013.

[6] APM – SC 377  página 48

[7] Processo 38405205 Divisão da fazenda Dois Irmãos, autuação em janeiro de 1894.

[8] APM – SC 377 páginas 44, 45 e 47

[9] APM – SC 377 página 42

[10] Processo 38401515 Divisão da fazenda Dois Irmãos, autuação em setembro de 1881

[11] APM – SC 377 página 51

[12] CASTRO, Celso Falabella de Figueiredo. Os Sertões de Leste: Achegas para a história da Zona da Mata. Belo Horizonte:  Imprensa Oficial, 1987. pag. 57-58

[13] SETTE, Bartyra e JUNQUEIRA, Regina Moraes. Projeto Compartilhar. Inventário de José Inácio da Silva Souto Maior. Disponível em http://www.projetocompartilhar.org/DocsMgGL/joseinaciodasilvasoutomaior1838.htm.  Acesso 16. 09.16

[14] Processo 38404728, divisão da fazenda Harmonia requerida por Custódio de Souza Pinto e outros. Img 172

[15] Processo 38406061, divisão da sesmaria da Cachoeira e metade da Harmonia, requerida por Lucas Antônio Monteiro de Rezende

[16] TEODORO, João José da Silva, Carta Topográfica dos Termos do Presídio, Pomba e São João Nepomuceno. Acervo da Biblioteca Nacional: 1847

[17] Commissão Geographica e Geologica de Minas Geraes. Carta Geográfica de Cataguases Folha nº 20 S2 E3 (São Paulo, Cayeiras e Rio: Secção Cartographica da Companhia Melhoramentos (Weisflog Irmãos incorporada), 1926.).

167 – Fazendas Thezouro e Cachoeira da Boa Vista

Logomarca Trem de História

Percorrer os caminhos traçados pelos primeiros entrantes no território do atual município de Leopoldina tem sido o combustível e a razão de muitas viagens do Trem de História. Hoje, com estes mesmos ingredientes, ele visita a Fazenda Thezouro e a sua filha, a Fazenda Cachoeira da Boa Vista.

É bom lembrar, de início, que numa região montanhosa como este leste mineiro é natural que a maioria dos rios e ribeirões contem com quedas d’água ou cachoeiras que, por via de consequência, acabaram entrando na composição do nome de diversas fazendas. Fato que às vezes confunde um pouco a pesquisa em documentos da época, pela repetição do nome em vários pontos do município.

FAZENDA THEZOURO

A fazenda Thezouro foi formada no início do povoamento do Feijão Cru por Luciana Esméria de Almeida, filha de Manoel Antonio de Almeida e seu marido Joaquim Cesário de Almeida, que vinha a ser sobrinho materno do mesmo Manoel Antonio. Joaquim Cesário faleceu[1] aos 18 de março de 1855 e a propriedade passou a ser administrada por sua esposa que a registrou[2] em 1856 pelo tamanho de uma sesmaria, ou seja, mais ou menos 225 alqueires.

Divisava com Bernardo José Gonçalves Montes, José Ferreira Brito e Francisco José de Freitas Lima que mais tarde se tornaram sogros de filhos do casal Luciana-Joaquim Cesário. Eram também vizinhos da Fazenda do Tesouro: Manoel José Monteiro de Castro (1º Barão de Leopoldina) e Antonio Augusto Monteiro de Barros Galvão de São Martinho.

No processo[3] de Derrota[4], em 1868, consta que a Fazenda Thezouro divisava com “um corrigo chamado da Independencia”; com Domiciano Antonio Monteiro de Castro; com os vizinhos originais, Bernardo José Gonçalves Montes (que veio a ser sogro de João Basílio de Almeida), José Ferreira Brito e Francisco José de Freitas Lima. Divisava, ainda, com Prudente Vital de Oliveira que havia comprado 8.512 braças quadradas de Domiciano Antonio Monteiro de Castro, conforme escritura transcrita no processo de Derrota; e com o filho do casal João Basílio e seus cunhados Antonio Venancio de Almeida e Antonio Augusto de Almeida.

Nessa ocasião, Francisco José de Freitas Lima já havia comprado a legítima de Ignacio Ferreira Brito, que era genro do casal formador da fazenda. E o 1º Barão da Leopoldina havia comprado a legítima da esposa de Francisco Gonçalves Neto, que era filha do casal formador da fazenda.

Luciana Esméria de Almeida faleceu[5] dia 1 de agosto de 1864 e foi sucedida na administração dos bens do casal pelo filho mais velho, João Basílio de Almeida.

FAZENDA CACHOEIRA DA BOA VISTA

A história da fazenda Cachoeira da Boa Vista começa alguns anos antes de 30 de outubro de 1868, quando o piloto agrimensor Carlos Pereira de Souza apresentou o Memorial da Derrota[6] da “Fazenda Thezouro”. E, em linha gerais, a partir dos documentos a que se teve acesso, pode ser contada assim.

Algum tempo depois do falecimento de Luciana a fazenda Thezouro foi dividida. Na época, os condôminos eram João Basílio de Almeida e Antonio Augusto de Almeida que eram herdeiros da Tesouro; Antonio Venâncio de Almeida, João Ferreira de Almeida e Antonio de Freitas Lima (genros dos formadores da Tesouro), Francisco José de Freitas Lima (sogro de uma filha dos formadores da Tesouro) e o 1º Barão da Leopoldina, que havia comprado uma parte da fazenda.

A partir daí uma parte da Thezouro recebeu o nome de Fazenda da Cachoeira da Boa Vista e como tal funcionou por aproximadamente duas décadas.

Vinte anos depois, em 1884, Antonio José de Siqueira, um dos condôminos, requereu a divisão[7] da Fazenda Cachoeira da Boa Vista. Nessa ocasião eram condôminos: Antonio José de Freitas Lima; Bernardo Rodrigues Gomes e sua mulher Augusta Leopoldina de Rezende Montes; Manoel José de Siqueira Araújo e sua mulher Maria Virgilina de Almeida Siqueira, residentes na Corte; Romualdo Rodolfo Rodrigues Montes e sua mulher Blandina Leopoldina de Almeida; Antonio Pedro de Almeida; Joaquim Martins de Almeida; Filomena Ludovina de Almeida, filha do finado João Basílio de Almeida; Elisa de Almeida com seu tutor Bernardo Rodrigues Gomes; Dorcelina, Luciano e Eurico filhos de João Basilio de Almeida.

A Fazenda Cachoeira da Boa Vista divisava com as terras de: João Baptista Guimarães e sua mulher; Emidio Manoel Victorio da Costa; João Ferreira de Almeida e sua mulher Maria Cesaria de Almeida; Lucas e João, filhos de João Ferreira de Almeida; Antonio Augusto de Almeida e sua mulher Virginia Pereira Werneck; Antonio Venancio de Almeida e sua mulher Rita Virginia de Almeida; Antonio José de Freitas Lima e sua mulher Honorina Antonia de Almeida; José Antonio de Moraes e sua mulher; Francisco de Souza Guerra e sua mulher; José Luiz Machado e sua mulher; José de Moraes Lima e sua mulher Mariana Augusta de Almeida; Francisco de Moraes Lima e sua mulher; Miguel de Faria Coutinho e sua mulher Felicidade Perpétua de Freitas; Ana Eufrosina de Freitas Lima; Francisco José de Freitas Lima e sua mulher Francisca Margarida.

Em 04.07.1883 Augusta Leopoldina Rezende de Almeida vendeu[8] a Antonio José de Siqueira sua meação na Fazenda da Cachoeira da Boa Vista, que fazia divisa com herdeiros de Francisco José de Freitas Lima, com João Batista Guimarães, João Ferreira de Almeida, Antonio Augusto de Almeida, Antonio Venancio de Almeida e Emidio Manoel Victorio da Costa, num total de 137 hectares e 94 ares. E em 24.09.1883 nova escritura ratifica os termos da anterior registrando que a meação de Augusta Leopoldina Rezende de Almeida foi dada em pagamento a Antonio José de Siqueira.

Augusta Leopoldina Rezende de Almeida, viúva de João Basilio de Almeida, casou-se a segunda vez com Bernardo Rodrigues Gomes que passou, então, a ser condômino da fazenda.

Registre-se que o processo ora analisado menciona o ribeirão São Lourenço em algumas passagens e, comparando-se com outras informações do mesmo processo, conclui-se que a fazenda se localizava em território que pertenceu ao distrito de Conceição da Boa Vista sendo desmembrado para a formação do distrito de Abaíba, criado em 1890.

Por hoje o Trem de História fica por aqui. Mas fique certo o eventual leitor que na próxima edição do Jornal um pouco mais da história da cidade ocupará este espaço. Até lá!

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA

Publicado na edição 419 no jornal Leopoldinense, abril de 2021

Fontes consultadas:


[1] Cartório de Notas de Leopoldina, MG - 1º Ofício, Maço 20
[2] Arquivo Público Mineiro, Seção Colonial, TP 114, Registro de Terras de Leopoldina, nr 40
[3] Processo COARPE – TJMG 38405817. Divisão da Fazenda Cachoeira da Boa Vista.
[4] Derrota era o termo usado para denominar o processo de medição de uma propriedade rural.
[5] Cartório de Notas de Leopoldina, MG - 2º Ofício, Maço 64.
[6] Processo COARPE/TJMG 38405817. Divisão da Fazenda Cachoeira da Boa Vista.
[7] Idem
[8] Idem

136 – Imigrantes e a Hospedaria Jacareacanga

 

Na última edição o Trem de História se referiu ao engenheiro Eugenio Jordan como contratante de imigrantes na hospedaria de Juiz de Fora, informando como destino a localidade de Vista Alegre, no município de Leopoldina.

Este engenheiro, em 1896, recebeu ordem do presidente da província tratar da construção de um ramal férreo entre a estação Mariano Procópio e a hospedaria dos imigrantes, em Juiz de Fora. Neste mesmo ano ele fazia parte, do Corpo Consultivo das Estradas de Ferro e ainda em 1896, Jordan apresentou, Memória sobre as vantagens da tração elétrica em Minas e no ano seguinte foi dispensado do cargo de encarregado das obras das hospedarias do Estado. Registre-se que em 1896 a hospedaria de Leopoldina, na estação de Vista Alegre, posteriormente denominada Jacareacanga, estava em construção, segundo a mensagem do presidente Bias Fortes.

Segundo os registros da hospedaria de Juiz de Fora, o engenheiro Eugenio Jordan contratou, entre agosto e setembro de 1896, 29 famílias e, talvez até outras mais, provavelmente para as obras de organização da hospedaria Jacareacanga, em Leopoldina.

Alguns membros dessas famílias são mencionados, posteriormente, em assentos de batismos e casamentos nos livros paroquiais de Leopoldina, o que comprova que viveram no município.

Dentre elas estariam:

1) Calogero Sbrazzato, nascido em 1857 em Grotte, Agrigento, Sicilia, que chegou em agosto de 1896 com a esposa Michela Infantino, nascida em 1858 e os filhos Angela (1879), Lorenza (1881), Mario (1882), Gaetana (1884) e Francesco (1889). Em julho de 1897 a filha mais velha, Angela, casou-se em Leopoldina com Michele de Vito, natural de Fóggia, na Puglia, que havia chegado em julho de 1896 e fora trabalhar em fazenda do distrito de Providência. Em 1905, Calogero e Michela foram padrinhos de batismo de Maria, filha de Daniele Congiu e Teresa Fanni, casal procedente de San Vito, Cagliari, Sardegna, que havia chegado em abril de 1897 e fora trabalhar em Providência, mas já havia se transferido para o arraial de São Lourenço, onde foi realizado o batismo. Calogero Sbrazzato e outros imigrantes que vieram de Grotte para Leopoldina, eram profissionalmente identificados como ‘zalfataro’, grafia siciliana para ‘salfataro’, que significa mina de enxofre. A extração de enxofre era a principal atividade econômica na província de Agrigento, que atualmente é importante ponto turístico.

2) Calogero Arnone e a esposa Maria Antonia Bellavia foram padrinhos de batismo de Concettina, filha de Domenico Bonnano e provavelmente pais de criança batizada em Leopoldina mas com os nomes muito alterados que impedem afirmação;

3) Domenico Bonanno e Palma Gaetana Ruggeri tiveram pelo menos a filha Concettina nascida em Leopoldina;

4) Calogero Busuito e a esposa Pietra Arnone, que chegou grávida do filho Antonino que nasceu e foi batizado em Leopoldina;

5) Calogero Nicolini e Calogera Caltigirone, que tiveram, pelo menos, o filho Jeronimo nascido em Leopoldina.

Além das acima citadas, foram identificadas nos livros paroquiais duas outras contratadas por Eugenio Jordan. A primeira era composta por

6) Gaetano Armaroli que chegou com a esposa Giuseppina e os filhos Enrico e Ercole. Provavelmente trata-se de família proveniente da província de Modena, Emilia-Romagna, que se transferiu para o estado de São Paulo por volta de 1910.

A outra família era chefiada por

7) Luigi Zannini que chegou acompanhado pelo filho Nazzareno Zannini com a esposa Albina e os filhos Giovanni e Guerino. Segundo informação de descendente, Luigi faleceu no distrito de Abaíba em data desconhecida.

Na mesma época chegou um provável parente de Luigi Zannini,

8) Celso ou Cesare Zannini e a esposa Maria que foram trabalhar em São Martinho. Procediam de Marzabotto, província de Bologna, Emilia-Romagna.

Há, também, nos livros paroquiais, menção ao sobrenome Brucculeri e variadas grafias, mas que não foi possível identificar uma vez que todos adotaram o Calogero como prenome, sendo que o nome e o sobrenome eram muito frequentes no Agrigento no período pesquisado.

Um registro importante a ser feito é o de que o número de imigrantes que chegou a Leopoldina a partir de 1900, vindo diretamente da Europa, é bem pequeno. O último livro da hospedaria Horta Barbosa que foi preservado confirma a informação de Norma de Góes Monteiro a respeito de só se encontrarem na instituição pessoas procedentes do Rio Grande do Norte, da Paraíba e de Pernambuco.

Como curiosidade vale registrar algumas situações encontráveis em alguns grupos que viveram em Leopoldina. A primeira delas, é o fato de mudarem de trabalho com certa frequência, como é o caso dos Sbrazzato, que inicialmente estiveram em Vista Alegre, em seguida teriam se transferido para Providência, onde a filha Angela conheceu e se casou com Michele, um imigrante de outra região da Itália que ali chegara no mesmo ano de 1896. Angela e Michele não viajaram no mesmo vapor, não chegaram juntos a Leopoldina nem se estabeleceram na mesma localidade. Um exemplo de que, ao contrário do que o senso comum acredita, os casamentos entre imigrantes não significavam que fossem do mesmo lugar nem que tivessem viajado juntos. Da mesma forma, o apadrinhamento em 1905 se dá entre famílias que não procediam da mesma localidade, não viajaram juntas nem se estabeleceram inicialmente no mesmo lugar.

A carga de hoje do Trem de História termina aqui. Na próxima viagem, seguirá por outro rumo. Aguardem!


Fontes de referência:

Correio de Minas, Juiz de Fora, 07.06.1896, p. 1; Estado de Minas Geraes, 5 jul 1896, ed. 468, p. 1 e 6 maio 1897, ed. 484, p. 4; La Rivitalizzazione di alcune comunità della valle del fiume Alcantara in Sicilia, Italia. Projeto da Vitaurbis, abril 2005, por Robero Ruschel; Livros da Hospedaria Horta Barbosa (Arquivo Público Mineiro), SA-910 p.7 e seguintes; Mensagem do presidente do estado Chrispim Jacques Bias Fortes, 15.07.1896. p. 31; MONTEIRO, Norma de Góes. Imigração e Colonização em Minas 1889-1930. Belo Horizonte: Itatiaia, 1994. p.111 e Revista Industrial de Minas Gerais, edição nº 18, de 1896, p. 40.

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA

Publicado na edição 389 no jornal Leopoldinense de 1 de outubro de 2019

 

Descendentes de Manoel José Pinto da Costa

Com a chegada de novas fontes relativas à família do correspondente Alberto Siqueira, atualizamos a genealogia deste que foi o maior colaborador para a composição deste relatório. A família de Manoel José tinha bastante proximidade com o Alferes Francisco José de Almeida Ramos, do 4º Regimento de Milícias da Corte conforme Ordens Régias 1817-1818 SC 375 P 59. Francisco havia se transferido para o Feijão Cru no início do povoamento, tendo formado a fazenda Santa Maria em território que mais tarde compôs o distrito de Nossa Senhora da Piedade.

1-Manoel José Pinto da Costa, falecido em 1891, casou-se com Ana Francisca de Jesus, falecida em 1895. Segundo o inventário do casal, processo 38404171 da Comarca de Leopoldina autuado em 1896, tiveram os filhos: Leopoldina, Maria, Felisbina, Teresa, Francisca, Candido, Carlota, João Batista, Joaquim, José e Ana.

1-1 – Leopoldina cc Elias Alves Ferreira

1-2 – Felisbina cc João Batista Filgueiras

1-3 – Maria nasceu cerca de 1852 em Piacatuba, Leopoldina, MG [1] e foi batizada a 27 Dez 1852 em Piacatuba, Leopoldina, MG. Padrinhos de batismo: Custódio Dias Moreira e Francisca Maria de São José. Casou-se com Apolinário José de Carvalho, falecido antes dos sogros.

1-4- Teresa nasceu a 12 Fev 1855 em Piacatuba, Leopoldina, MG [2] e foi batizada a 17 Fev 1855 em Piacatuba, Leopoldina, MG. Padrinhos de batismo: Alferes Francisco José de Almeida Ramos e Thereza, mulher de Hypolito Pereira da Silva. Faleceu solteira, antes de seus pais.

1-5 – Francisca cc Antonio Pinto da Silva

1-6 – Candido nasceu cerca de 1862 em Piacatuba, Leopoldina, MG [3] e foi batizado a 13 Out 1862 em Piacatuba, Leopoldina, MG. Padrinhos de batismo: Candido José Baptista e Constança Maria de Jesus. Faleceu solteiro, antes dos pais.

1-7- Carlota nasceu cerca de 1864 em Piacatuba, Leopoldina, MG [4] foi batizada a 12 Dez 1864 em Piacatuba, Leopoldina, MG, e faleceu em Nov 1929 em Leopoldina, MG [5] Padrinhos de batismo: Francisco Soares Valente Vieira e Francisca Rosa do Sacramento. Carlota casou com João Alves de Souza Machado. Eles tiveram oito filhos: Antenor, Manoel, José, Judith Alves de Souza, Isabel, Olga, Cacilda e Maria. Em sociedade com Sinfrônio Maurício Cardoso, João Alves de Souza Machado inaugurou o Colégio Piedade, a 1 Out 1882, em Piacatuba, Leopoldina, MG [6] Foi professor de Escola Estadual, em 1911, em Abaíba, Leopoldina, MG [7]

1-8 – João Batista nasceu a 14 Jul 1867 em Piacatuba, Leopoldina, MG [13] e foi batizado a 29 Jul 1867 em Piacatuba, Leopoldina, MG. Padrinhos de batismo: José Henrique da Matta e Francelina Maria do Sacramento

1-9 – Joaquim nasceu por volta de 1872 e teria vivido no então distrito de Itamarati, hoje município de Itamarati de Minas.

1-10 – José Serapião faleceu antes dos pais, deixando dois filhos: Maria e José.

1-11 – Ana também faleceu antes dos pais e deixou um filho menor.


Citações de fontes
     1.  Igreja N. S. da Piedade, Piacatuba, Leopoldina, MG, lv 1 bat fls 19.

     2.  Igreja N. S. da Piedade, Piacatuba, Leopoldina, MG, lv 1 bat fls 29.

     3.  Igreja N. S. da Piedade, Piacatuba, Leopoldina, MG, lv 1 bat fls 47.

     4.  Igreja N. S. da Piedade, Piacatuba, Leopoldina, MG, lv 1 bat fls 60v.

     5.  Correio da Manhã (Rio de Janeiro, RJ), 13 nov 1929 ed 10698 pag 11 coluna 4.

     6.  O Leopoldinense (Leopoldina, MG; 1879 - ?), 12 nov 1882 pag 1.

     7.  LAEMMERT, Eduardo e Henrique, Almanak Laemmert (Rio de Janeiro: 18--;), 1911 pag 3127.

     8.  Conclusão por análise de outras fontes, obituário da mãe.

     9.  Conclusão por análise de outras fontes, casamento.

     10.  Arquivo da Diocese de Leopoldina, lv 6 cas termo 27 fls 6v.

     11.  Arquivo da Diocese de Leopoldina, lv 04 bat fls 140 termo ordem 1366.

     12.  Arquivo da Diocese de Leopoldina, lv 21 bat fls 99v termo 15.

     13.  Igreja N. S. da Piedade, Piacatuba, Leopoldina, MG, lv 1 bat fls 86.

130 – Primeiros impactos: a chegada do Trem e o desenvolvimento

O Trem de História hoje vai falar do Trem real e dos impactos provocados com a sua chegada.

É evidente que o braço escravo contribuiu muito para o desenvolvimento das fazendas da região. Mas é certo, também, que na década de 1870 começaram a ocorrer modificações estruturais importantes no processo de urbanização da região, desencadeadas com a abertura da Estrada de Ferro Leopoldina.

Segundo o Recenseamento de 1872[1], no município de Leopoldina, que na época incluía Angustura e os atuais municípios de Argirita, Cataguases, Laranjal, Miraí, Pirapetinga e Recreio, existiam 4.853 propriedades rurais com uma população total de 46.900 pessoas. Entre as freguesias que compunham o município, São Sebastião da Leopoldina tinha a maior área territorial, a maior população e fontes[2] de 1856 mostram que era também onde se encontrava o maior número de grandes propriedades.

É bom lembrar que os trilhos da Estrada de Ferro começaram a chegar pelas estações ferroviárias de Porto Novo (Além Paraíba), Pântano (depois Antônio Carlos e atual Fernando Lobo), Volta Grande, São Luiz (Trimonte) e Providência, em 1874; São Martinho, em 1875; Santa Isabel (Abaíba), Recreio e Campo Limpo (Ribeiro Junqueira), em 1876; Vista Alegre, Leopoldina e Cataguases, em 1877; São Joaquim (Angaturama), Aliança (Cisneiros) e Palma, em 1883; Banco Verde, em 1884; e, Morro Alto (Barão de Monte Alto), em 1885. E foi a partir daí que chegaram a essas comunidades urbanas os serviços de água encanada, esgoto e energia elétrica, o que provocou grandes mudanças.

Com o trem começou, também, a chegar a nova força de trabalho, representada pelos imigrantes, o que modificou profundamente a economia local. No início, através do sistema de colonato implantado nas fazendas, com a circulação de mercadorias ainda sob o poder dos mesmos comerciantes do período escravista que logo tiveram que mudar de postura, forçados pela demanda do imigrante que chegara com outros valores e outra socialização.

A partir de então, não era mais somente o feitor que se dirigia ao ponto de venda em busca dos suprimentos que mantivessem em funcionamento a fazenda. Com trabalhadores remunerados, os fazendeiros não podiam mais determinar a aquisição de certos produtos de fornecedores previamente acordados, porque o imigrante passou a decidir onde e quando comprar. E em sua ânsia de fare l’America, impunha todo tipo de sacrifício para sua família, tendo por catecismo a necessidade de poupar sempre. E se o preço cobrado ou as condições do negócio lhe pareciam inadequadas, era o imigrante que decretava o fim do consumo daquele produto, o que obrigava o comerciante e rever seus conceitos.

Outra novidade que trouxe grande contribuição para a rápida mudança do panorama foi o sistema de contratação. Os trabalhadores realizavam um sem número de tarefas extras, sempre remuneradas à parte. Por vezes o chefe da família imigrante alugava sua própria força de trabalho para atividades extraordinárias como a derrubada da mata, o fabrico de móveis ou a construção de casas, enquanto a esposa e os filhos cuidavam da manutenção das “ruas de café” pelas quais assumira compromisso com o proprietário da fazenda.

Além disto, ao ser contratado o colono passava a ter direito a um pedaço de terra onde podia plantar os víveres de que necessitasse, o que possibilitava vender o excedente.

A forma de encarar o trabalho e a ferrenha vontade de vencer do imigrante modificaram substancialmente a economia do município. Mudanças com reflexos evidentes, principalmente no modo de produção e nas relações de trabalho e consumo que resultaram, nos anos seguintes, em profunda alteração na vida sócio-econômica de Leopoldina e, acredita-se, de todas as cidades que receberam grande número de trabalhadores livres naqueles últimos anos do século XIX.

No final dos oitocentos, em Leopoldina alguns imigrantes já não trabalhavam em propriedades particulares, mas numa colônia organizada pela Câmara Municipal[3]. Se no início eram colonos lavradores, logo passaram a atuar como pequenos artesãos e comerciantes de verduras, legumes e frutas. A consequência desta modificação no sistema de produção parece ter se refletido na cidade, abrindo novos mercados de trabalho e oportunidades para o estabelecimento de uma relação de emprego e renda que influenciou diretamente a economia local.

Não são poucas as obras que abordam o crescimento das periferias, promovido pela migração interna conhecida como êxodo rural. A família que deixa a área rural vai residir em áreas no entorno do núcleo do povoado e passa a atender às necessidades dos moradores locais, exercendo atividades tão variadas quanto a construção de pequenos artefatos em madeira, o plantio e venda de frutas e verduras, atividades da construção civil etc.

Tais práticas indicam a junção de vários fatores que promoveram, no caso de Leopoldina, o crescimento de áreas como o bairro Ventania ou, Quinta Residência, que surgiu às margens do antigo leito da Rio-Bahia, desenvolveu-se com a instalação da Residência do DER-MG e transformou-se num bairro bastante populoso, embora antes mesmo da abertura da antiga rodovia ali já estivessem residindo diversas famílias de imigrantes.

A história não para, mas o Trem precisa fazer uma pausa. Ele volta com nova carga no próximo número do Jornal. Aguardem!


Fontes de referência:

1 – Recenseamento do Brasil em 1872. Segunda Parte: Província de Minas Gerais. Publicação do Serviço Nacional de Estatística.

2 – Arquivo Público Mineiro, Seção Colonial, Registros de Terras TP 97, 114, 120, 121, 151 e  155 ; Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro,  Registro de Terras da Paróquia de Santo Antônio de Pádua.

3 – Os livros contábeis da Câmara Municipal de Leopoldina, relativos ao último decênio do século XIX, registram pagamentos de víveres e objetos adquiridos de imigrantes da Colônia Santo Antônio.

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA

Publicado na edição 383 no jornal Leopoldinense de 28 de junho de 2019

 

Fazendas de Leopoldina

O município de Leopoldina estendia-se por um território muito vasto e até hoje, apesar de muitos desmembramentos, sua área ainda é uma das maiores na região sul da zona da mata, num total de 942,31 km² conforme o site da Prefeitura Municipal.

Inúmeras foram as fazendas formadas no decorrer do século XIX. Muitas já não existem mais, quer por terem sido divididas em propriedades menores que por terem se tornado área urbana. Algumas delas foram analisadas e localizadas no texto “Antigas Cartas de Leopoldina” apresentado em Seminário realizado em 2004.