137 – Propriedades pequenas e produtivas

 

Antes de tratar das propriedades vendidas aos imigrantes aqui no Brasil, é bom que se tenha uma ideia de como eram as propriedades, na época, na Itália.

Segundo a investigação agrária realizada por de Jacini[1], na segunda metade do século XIX as pequenas propriedades eram mais comuns do que o latifúndio na Emilia-Romagna. Em algumas partes da região encontravam-se unidades de 10 a 30 hectares, sendo o tamanho mais frequente em torno de 9 hectares ou, um pouco menos de dois alqueires mineiros.

Emilio Franzina[2] caracteriza como sendo mito a ideia sobre uma divisão de terras que teria ocorrido no Veneto, informando que nos arredores de Rovigo, Vicenza, Padova e Treviso as propriedades mediam entre 20 e 30 hectares.

Num extrato sobre o trabalho de Jacini, Giulio Gatti conclui que a propaganda da emigração comparava a diminuta extensão das propriedades rurais na Itália com a possibilidade de adquirir grandes fazendas no Brasil.

Tomando por base o tamanho dos lotes da Colônia Agrícola da Constança, com 25 hectares em média, verifica-se que a realidade encontrada aqui no Brasil estava longe de confirmar a propaganda que atraíra aqueles imigrantes. E se torna mais grave quando é sabido que antes do estabelecimento daquele núcleo colonial os imigrantes raramente tiveram oportunidade de adquirir uma boa propriedade que permitisse o rendimento necessário para o sustento de família numerosa.

Ressalte-se que as bases sobre as quais se assentou a nova sociedade brasileira fundada no trabalho livre incluíram modalidades diversas de relações sociais, não havendo um padrão único seguido por todos os fazendeiros e colonos. Pelo menos duas modalidades dessas relações são encontradas nas fazendas leopoldinenses. Na primeira delas estão os imigrantes que foram explorados nas fazendas, presas fáceis da marginalização e da miséria, mas que tomando atitudes muitas vezes impensadas, conseguiram se livrar do jugo dos fazendeiros que os contrataram na hospedaria e encontraram o caminho para o sucesso. Na segunda modalidade que se deduz de vários depoimentos colhidos de descendentes, está um grupo de imigrantes que contou com melhor sorte. Este teria tido ascensão econômica e n’alguns casos também a social porque contou com a ajuda dos fazendeiros contratantes. Neste caso ocorreu que os fazendeiros, grandes beneficiários do sistema de importação de mão de obra livre, sentiram necessidade de estabelecerem vínculos trabalhistas mais favoráveis aos colonos, a fim de evitar perderem aqueles novos braços que passaram a sustentar as suas lavouras. Sentiram que a falta dos imigrantes poderia trazer de volta aqueles tempos terríveis após a libertação dos cativos, quando a produção de muitas lavouras se perdeu no mato por falta de mão de obra para a colheita.

O mais comum, antes da criação das colônias, era que os imigrantes raramente tinham oportunidade de realizar o sonho de adquirir uma boa propriedade. Foi o caso, por exemplo, da família Casadio. Com a esposa Luigia Martinelli e pelo menos dois filhos, em 1897 Giuseppe Casadio foi contratado para uma fazenda no então distrito de Leopoldina chamado Rio Pardo, hoje o município de Argirita. Em 1910, o filho Giovanni Casadio adquiriu o lote número 35 da Constança, no qual também viveram seus pais. Outros imigrantes da mesma região, como os Minelli, de Bologna, que se radicaram no distrito de Ribeiro Junqueira e os Conti, de Marzabotto, que se tornaram proprietários na localidade de São Lourenço, também no município de Leopoldina, parecem ter percorrido caminho semelhante.

Na verdade, a propriedade de um pedaço de terra era uma das condições a que se impuseram os imigrantes para atingirem a igualdade e, ao mesmo tempo, a liberdade sonhada com a vinda para a América. Óbvio que para isto ainda precisavam reorganizar suas vidas na nova terra e resolver os problemas das dívidas eventualmente contraídas na viagem e nos primeiros anos junto ao armazém da fazenda.

Segundo levantamentos parciais nos registros existentes, num período de 8 a 12 anos trabalhando nas fazendas a maioria dos imigrantes se tornou proprietária. O que se traduz num feito extraordinário se consideradas as condições em que chegaram da Itália.

Basta lembrar que os desafios eram muitos. Começavam no embarque no porto italiano e não terminavam com a chegada a um lugar desconhecido chamado Leopoldina. Eram problemas de toda ordem: falta de recursos financeiros, exploração de intermediários, viagens cansativas, muitos casos de doença e até de perda de familiares ou separação nas hospedarias onde o fazendeiro escolhia as pessoas que lhe interessavam.

Superados ou absorvidos todos estes problemas, restava ainda, como muitos casos relatados pelos descendentes, o grande obstáculo oferecido na chegada, onde a língua e a cultura dessa nova pátria eram totalmente estranhas.

Os imigrantes venceram todas as dificuldades. Na medida do possível, procurando fixar-se junto a seus conterrâneos de modo a se sentirem mais confiantes e buscando a ajuda mútua para o amparo e para o aumento dos rendimentos. Ao evitar se dispersarem, em muitos casos surgiram parcerias entre famílias imigrantes que começaram no amanho da terra e se prolongaram em casamentos entre os filhos. E, acima de tudo, trabalhando muito.

Não se deve descartar a hipótese de algum imigrante ter vindo por influência de uma propaganda enganosa de que seria fazendeiro no Brasil, mas é inegável que estes numerosos colonos transformaram, assim que puderam, pequenos lotes em exemplos de produtividade e foram bastante operosos, conseguindo boa condição de vida para suas famílias.

Por hoje a conversa fica por aqui. Até a próxima edição!


Fontes consultadas:

1 – JACINI, Stefano. Inchiesta Agraria. Roma: s.n., 1884.

2 – FRANZINA, Emilio. A Grande Emigração: o êxodo dos italianos do Veneto para o Brasil. Campinas: Unicamp, 2006. p. 142-144

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA

Publicado na edição 390 no jornal Leopoldinense de 16 de outubro de 2019

 

136 – Imigrantes e a Hospedaria Jacareacanga

 

Na última edição o Trem de História se referiu ao engenheiro Eugenio Jordan como contratante de imigrantes na hospedaria de Juiz de Fora, informando como destino a localidade de Vista Alegre, no município de Leopoldina.

Este engenheiro, em 1896, recebeu ordem do presidente da província tratar da construção de um ramal férreo entre a estação Mariano Procópio e a hospedaria dos imigrantes, em Juiz de Fora. Neste mesmo ano ele fazia parte, do Corpo Consultivo das Estradas de Ferro e ainda em 1896, Jordan apresentou, Memória sobre as vantagens da tração elétrica em Minas e no ano seguinte foi dispensado do cargo de encarregado das obras das hospedarias do Estado. Registre-se que em 1896 a hospedaria de Leopoldina, na estação de Vista Alegre, posteriormente denominada Jacareacanga, estava em construção, segundo a mensagem do presidente Bias Fortes.

Segundo os registros da hospedaria de Juiz de Fora, o engenheiro Eugenio Jordan contratou, entre agosto e setembro de 1896, 29 famílias e, talvez até outras mais, provavelmente para as obras de organização da hospedaria Jacareacanga, em Leopoldina.

Alguns membros dessas famílias são mencionados, posteriormente, em assentos de batismos e casamentos nos livros paroquiais de Leopoldina, o que comprova que viveram no município.

Dentre elas estariam:

1) Calogero Sbrazzato, nascido em 1857 em Grotte, Agrigento, Sicilia, que chegou em agosto de 1896 com a esposa Michela Infantino, nascida em 1858 e os filhos Angela (1879), Lorenza (1881), Mario (1882), Gaetana (1884) e Francesco (1889). Em julho de 1897 a filha mais velha, Angela, casou-se em Leopoldina com Michele de Vito, natural de Fóggia, na Puglia, que havia chegado em julho de 1896 e fora trabalhar em fazenda do distrito de Providência. Em 1905, Calogero e Michela foram padrinhos de batismo de Maria, filha de Daniele Congiu e Teresa Fanni, casal procedente de San Vito, Cagliari, Sardegna, que havia chegado em abril de 1897 e fora trabalhar em Providência, mas já havia se transferido para o arraial de São Lourenço, onde foi realizado o batismo. Calogero Sbrazzato e outros imigrantes que vieram de Grotte para Leopoldina, eram profissionalmente identificados como ‘zalfataro’, grafia siciliana para ‘salfataro’, que significa mina de enxofre. A extração de enxofre era a principal atividade econômica na província de Agrigento, que atualmente é importante ponto turístico.

2) Calogero Arnone e a esposa Maria Antonia Bellavia foram padrinhos de batismo de Concettina, filha de Domenico Bonnano e provavelmente pais de criança batizada em Leopoldina mas com os nomes muito alterados que impedem afirmação;

3) Domenico Bonanno e Palma Gaetana Ruggeri tiveram pelo menos a filha Concettina nascida em Leopoldina;

4) Calogero Busuito e a esposa Pietra Arnone, que chegou grávida do filho Antonino que nasceu e foi batizado em Leopoldina;

5) Calogero Nicolini e Calogera Caltigirone, que tiveram, pelo menos, o filho Jeronimo nascido em Leopoldina.

Além das acima citadas, foram identificadas nos livros paroquiais duas outras contratadas por Eugenio Jordan. A primeira era composta por

6) Gaetano Armaroli que chegou com a esposa Giuseppina e os filhos Enrico e Ercole. Provavelmente trata-se de família proveniente da província de Modena, Emilia-Romagna, que se transferiu para o estado de São Paulo por volta de 1910.

A outra família era chefiada por

7) Luigi Zannini que chegou acompanhado pelo filho Nazzareno Zannini com a esposa Albina e os filhos Giovanni e Guerino. Segundo informação de descendente, Luigi faleceu no distrito de Abaíba em data desconhecida.

Na mesma época chegou um provável parente de Luigi Zannini,

8) Celso ou Cesare Zannini e a esposa Maria que foram trabalhar em São Martinho. Procediam de Marzabotto, província de Bologna, Emilia-Romagna.

Há, também, nos livros paroquiais, menção ao sobrenome Brucculeri e variadas grafias, mas que não foi possível identificar uma vez que todos adotaram o Calogero como prenome, sendo que o nome e o sobrenome eram muito frequentes no Agrigento no período pesquisado.

Um registro importante a ser feito é o de que o número de imigrantes que chegou a Leopoldina a partir de 1900, vindo diretamente da Europa, é bem pequeno. O último livro da hospedaria Horta Barbosa que foi preservado confirma a informação de Norma de Góes Monteiro a respeito de só se encontrarem na instituição pessoas procedentes do Rio Grande do Norte, da Paraíba e de Pernambuco.

Como curiosidade vale registrar algumas situações encontráveis em alguns grupos que viveram em Leopoldina. A primeira delas, é o fato de mudarem de trabalho com certa frequência, como é o caso dos Sbrazzato, que inicialmente estiveram em Vista Alegre, em seguida teriam se transferido para Providência, onde a filha Angela conheceu e se casou com Michele, um imigrante de outra região da Itália que ali chegara no mesmo ano de 1896. Angela e Michele não viajaram no mesmo vapor, não chegaram juntos a Leopoldina nem se estabeleceram na mesma localidade. Um exemplo de que, ao contrário do que o senso comum acredita, os casamentos entre imigrantes não significavam que fossem do mesmo lugar nem que tivessem viajado juntos. Da mesma forma, o apadrinhamento em 1905 se dá entre famílias que não procediam da mesma localidade, não viajaram juntas nem se estabeleceram inicialmente no mesmo lugar.

A carga de hoje do Trem de História termina aqui. Na próxima viagem, seguirá por outro rumo. Aguardem!


Fontes de referência:

Correio de Minas, Juiz de Fora, 07.06.1896, p. 1; Estado de Minas Geraes, 5 jul 1896, ed. 468, p. 1 e 6 maio 1897, ed. 484, p. 4; La Rivitalizzazione di alcune comunità della valle del fiume Alcantara in Sicilia, Italia. Projeto da Vitaurbis, abril 2005, por Robero Ruschel; Livros da Hospedaria Horta Barbosa (Arquivo Público Mineiro), SA-910 p.7 e seguintes; Mensagem do presidente do estado Chrispim Jacques Bias Fortes, 15.07.1896. p. 31; MONTEIRO, Norma de Góes. Imigração e Colonização em Minas 1889-1930. Belo Horizonte: Itatiaia, 1994. p.111 e Revista Industrial de Minas Gerais, edição nº 18, de 1896, p. 40.

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA

Publicado na edição 389 no jornal Leopoldinense de 1 de outubro de 2019

 

Italianos em Leopoldina

Para a composição da história da imigração em Leopoldina foram consultadas diversas fontes documentais encontradas na própria cidade, bem como os requerimentos para registros de estrangeiros preenchidos em cumprimento ao Decreto 3010 de 1938, disponíveis no Arquivo Nacional.

Também foi realizado um levantamento nos livros da Agência Nacional de Imigração, da Hospedaria da Ilha das Flores, da Hospedaria do Pinheiro e da Hospedaria Horta Barbosa. Entre os diversos resultados deste trabalho, aqui apresentamos a listagem de sobrenomes italianos localizados na região de Leopoldina entre 1872 e 1924.

SOBRENOME
COMUNE
PROVINCIA
REGIONE
Albertoni
 
Venezia
Veneto
Ambrosi
Anghiari
Arezzo
Toscana
Andrea
Roccagloriosa
Salerno
Campania
Anzolin
Portogruaro
Venezia
Veneto
Arleo
Maratea
Potenza
Basilicata
Artuzo
 
Treviso
Veneto
Baldo
San Mauro di Saline
Verona
Veneto
Barbaglio
 
 
Toscana
Bartoli
 
Ancona
Marche
Battisaco
 
Venezia
Veneto
Bedin
 
Vicenza
Veneto
Bellan
Porto Tolle
Rovigo
Veneto
Bernardi
 
Brescia
Lombardia
Bertulli
 
Ravenna
Emilia Romagna
Bertuzi
 
Bologna
Emilia Romagna
Bisciaio
Gualdo Tadino
Perugia
Umbria
Bolzoni
Sesto ed Uniti, Pizzighettone
Cremona
Lombardia
Bosetti
Castrezzato
Brescia
Lombardia
Brambati
Pizzighettone
Cremona
Lombardia
Bronzato
Anghiari
Arezzo
Toscana
Bronzato
Legnago
Verona
Veneto
Cadeddu
Villanova Monteleone, Alghero
Sassari
Sardegna
Calzavara
Pianiga
Venezia
Veneto
Campana
Castrezzato, Coccaglio
Brescia
Lombardia
Cancelliero
Murelle di Villanova Di Camposampiero
Padova
Veneto
Canova
Codevigo
Padova
Veneto
Cappai
Villasalto
Cagliari
Sardegna
Carboni
Fano
Pesaro
Marche
Carminatti
Ghisalba
Bergamo
Lombardia
Carnevali
San Francesco
Cosenza
Calabria
Carraro
Pianiga
Venezia
Veneto
Casadio
Massa Lombarda
Ravenna
Emilia Romagna
Cavallieri
Mirándola
Treviso
Veneto
Ceccon
Begosso de Terrazzo
Verona
Veneto
Ceoldo
Vigonza
Padova
Veneto
Cobucci
Roccagloriosa
Salerno
Campania
Colle
Cesarolo, San Michelle al Tagliamento
Venezia
Veneto
Consoli
Mirándola
Treviso
Veneto
Conti
 
Bologna
Emilia Romagna
Corradini
Mizzole
Verona
Veneto
Corradini
Ferrazza
Vicenza
Veneto
Cosenza
 
Cosenza
Calabria
Cosini
 
Mantova
Lombardia
Dal Canton
Parrochia Malavne
Venezia
Veneto
Damiani
Maratea
Potenza
Basilicata
De Angelis
 
Terni
Umbria
De Marchi
 
Treviso
Veneto
Doppin
Villanova Monteleone
Sassari
Sardegna
Dorigo
Porto Tolle
Rovigo
Veneto
Duana
 
Cagliari
Sardegna
Fanni
San Vito
Cagliari
Sardegna
Farinazzo
Casale di Scodosia, Montagnana
Padova
Veneto
Fazolato
Campolongo Maggiore
Venezia
Veneto
Fermadi
 
Napoli
Campania
Filoti
Candia
Torino
Piemonte
Finamori
Roccagloriosa
Salerno
Campania
Finotti
Porto Tolle
Rovigo
Veneto
Fiorato
 
Verona
Veneto
Fofano
Mogliano Veneto
Treviso
Veneto
Fois
Villanova Monteleone, Alghero
Sassari
Sardegna
Fontanella
Strona
Biella,
Piemonte
Formenton
 
Venezia
Veneto
Franzone
Candia
Torino
Piemonte
Galasso
Latisana
Udine
Friuli-Venezia Giulia
Gallito
Montagnana
Padova
Veneto
Gallo
 
Vicenza
Veneto
Gambato
Campodarsego
Padova
Veneto
Gattis
 
Brescia
Lombardia
Geraldi
 
 
Piemonte
Geraldini
 
Padova
Veneto
Gigio
 
Bologna
Emilia Romagna
Gismondi
 
Ancona
Marche
Golinelli
Mirándola
Treviso
Veneto
Gottardo
Vigonza
Padova
Veneto
Graziosa
Mizzole
Verona
Veneto
Griffoni
 
Ancona
Marche
Gruppi
 
Bologna
Emilia Romagna
Guerra
Vigonza
Padova
Veneto
Guersoni
 
Bologna
Emilia Romagna
Helio
 
 
Piemonte
Iennaco
Maratea
Potenza
Basilicata
Lamarca
Maratea
Potenza
Basilicata
Lami
Lugo
Ravenna
Emilia Romagna
Lammoglia
Maratea
Potenza
Basilicata
Lazzaroni
Felizzano
Alessandria
Piemonte
Longo
 
Cosenza
Calabria
Lorenzetto
 
Padova
Veneto
Lucchi
Cesena
Forli
Emilia Romagna
Luiza
 
Mantova
Lombardia
Lupatini
Castrezzato
Brescia
Lombardia
Macchina
Travagliato
Brescia
Lombardia
Maciello
Muro Lucano
Potenza
Basilicata
Maimeri
Tregnago
Verona
Veneto
Malacchini
Nogarole Rocca
Verona
Veneto
Mancastroppa
Grumello Cremonese
Cremona
Lombardia
Manza
 
Napoli
Campania
Maragna
 
Verona
Veneto
Marangoni
Porto Tolle
Rovigo
Veneto
Marcatto
Campodarsego
Padova
Veneto
Marcatto
Pianiga
Venezia
Veneto
Marchi
 
Verona
Veneto
Marinato
Pianiga
Venezia
Veneto
Maroni
 
Venezia
Veneto
Marsola
 
 
Sicilia
Martinelli
 
Ferrara
Emilia Romagna
Mattiazi
Pressana
Verona
Veneto
Mauro
Marina di Camerota
Salerno
Campania
Mazzei
Marina di Camerota
Salerno
Campania
Meloni
Monserrato
Cagliari
Sardegna
Meneghelli
Gazzo Veronese
Verona
Veneto
Meneghetti
 
Padova
Veneto
Meneghetti
Campolongo Maggiore
Venezia
Veneto
Mescoli
 
Modena
Emilia Romagna
Miani
 
Trieste
Friuli Venezia Giulia
Minelli
 
Bologna
Emilia Romagna
Minicucci
 
Lucca
Toscana
Misalulli
Felizzano
Alessandria
Piemonte
Montagna
 
Rovigo
Veneto
Morelli
Malvito
Cosenza
Calabria
Moroni
Ghisalba
Bergamo
Lombardia
Nuvoli
Villanova Monteleone
Sassari
Sardegna
Pagano
 
Salerno
Campania
Pagano
Ghisalba
Bergamo
Lombardia
Panza
Maratea
Potenza
Basilicata
Pasianot
Pravisdomini
Pordenone
Friuli-VeneziaGiulia
Pazzaglia
Mazzoloto (?)
Bologna
Emilia Romagna
Pellucci
 
Ancona
Marche
Perdonelli
 
Vicenza
Veneto
Perotti
 
Firenze
Toscana
Pessata
Spinea
Venezia
Veneto
Picci
San Vito
Cagliari
Sardegna
Pinzoni,
 
Verona
Veneto
Porcu
Villanova Monteleone, Alghero
Sassari
Sardegna
Pradal
 
Treviso
Veneto
Prete
Sarno
Salerno
Campania
Prosperi
Careggine
Lucca
Toscana
Ramiro
 
Vicenza
Veneto
Rancan
Mizzole
Verona
Veneto
Ranieri
Parrochia Altissimo
Vicenza
Veneto
Righetto
Camponogara
Venezia
Veneto
Rinaldi
Maratea
Potenza
Basilicata
Riu
Villanova Monteleone
Sassari
Sardegna
Rosa
San Massimo
Verona
Veneto
Saggioro
 
Verona
Veneto
Samori
Brisighella
Ravenna
Emilia Romagna
Sangalli
 
Milano
Lombardia
Sangirolami
Montagnana
Padova
Veneto
Santi
 
Bologna
Emilia Romagna
Scaramucci
Torraca
Salerno
Campania
Scatambulo
 
Venezia
Veneto
Sellani
Lanciano
Chieti
Abruzzo
Sellani
Nocera Umbra
Perugia
Umbria
Simionato
Pianiga
Venezia
Veneto
Sparanno
 
Napoli
Campania
Stefani
Burgio, Sardes
Siracusa
Sicilia
Stefani
 
Rovigo
Veneto
Stocco
Spinea
Venezia
Veneto
Tassari
Lugo
Ravenna
Emilia Romagna
Tiloca
Alghero
Sassari
Sardegna
Toccafondo
San Severino Marche
Macerata
Marche
Togni
 
Rovigo
Veneto
Tosa
 
Venezia
Veneto
Trombini
Porto Tolle
Rovigo
Veneto
Vaula
 
Torino
Piemonte
Vechi
 
Cremona
Lombardia
Venturi
 
Verona
Veneto
Vitoi
Barga
Lucca
Toscana
Zaffani
Casaleone
Verona
Veneto
Zamagna
Cesena
Forli
Emilia Romagna
Zamboni
Mizzole
Verona
Veneto
Zampieri
Monselice
Padova
Veneto
Zanetti
Castrezzato
Brescia
Lombardia