Leopoldinenses nascidos em agosto de 1912

NASCIMENTO
PAI
MÃE
Orlando Levasseur Sabino
1 Agosto
João Baptista Sabino
Maria das Dores Levasseur
Amélia Bedin
2 Agosto
Gioacchino Bedin
Angelina Sardi
Rosa
5 Agosto
Giuseppe Pittano
Antonia Bergamasso
Maria
6 Agosto
Antonio Rodrigues Machado
Esmeraldina Ignacia de Moraes
Osvaldo José
9 Agosto
Everaldo de Bastos Freire
Sofia Gama de Castro Lacerda
Sebastião Rodrigues Barbosa
11 Agosto
Feliciano José Barbosa
Nelsina Augusto Rodrigues
Enedina
15 Agosto
Sebastião Lopes da Rocha
Maria Luiza de Oliveira
Maria da Conceição
24 Agosto
Joaquim Gama de Castro Lacerda
Maria da Conceição Monteiro de Barros
Filomena Lammoglia
29 Agosto
Antonio Lammoglia
Margaretha Lorenzetto

Celeste Bedin: centenário de nascimento

11 de agosto de 1911 – Nasce em Leopoldina, filha de Florindo ou Olímpio Bedin e Maria Carraro.

Família Ceoldo

Descendentes de Camilo Ceoldo, italiano de Padova, que chegou a Leopoldina no dia 4 de novembro de 1888

1 Camillo Ceoldo (1842 – )

+ Maria Baldan (1847 – )

…… 2 Angelina Ceoldo

…… + Giuseppe Estopazzale

…… 2 Domenico Ceoldo (1870 – )

…… 2 Luigia Ceoldo (1870 – 1942)

…… 2 Antonio Ceoldo (1872 – 1942)

…… 2 Filomena Angela Ceoldo (1874 – )

…… 2 Michele Archangelo Ceoldo (1876 – )

…… 2 Rodolfo Domenico Ceoldo (1879 – )

…… + Tereza Righetto (1881 – )

………… 3 Miguel Arcanjo Ceoldo (1905 – )

………… + Joana Carraro (1908 – )

………… 3 João Antonio Ceoldo (1907 – )

………… 3 Alcides Ceoldo (1909 – )

………… 3 Maria Ceoldo (1911 – )

………… 3 Regina Ana Ceoldo (1914 – )

………… 3 Filomena Ceoldo (1925 – )

…… 2 Anna Maria Ceoldo (1881 – )

…… + Luigi Marcatto (1884 – )

………… 3 Antonio Marcatto (1914 – )

…… 2 Teresa Ceoldo (1883 – )

…… + Verginio Meneghetti (1879 – 1942)

………… 3 Domingos Meneghetti (1904 – )

………… 3 Maria do Carmo Meneghetti (1906 – )

………… + Antonio Carlos Fofano (1904 – )

………… 3 Maria Isolina Meneghetti (1908 – )

………… + José Antonio Sangalli (1910 – )

………… 3 Regina Meneghetti (1911 – )

………… + José Fofano (1909 – )

………… 3 Santo Meneghetti (1919 – )

………… 3 Armindo Meneghetti (1924 – )

………… + Santa Bedin

………… 3 Dirceu Meneghetti (1928 – )

………… + Yeda Ferreira

………… 3 Orlando Meneghetti (1929 – )

………… + Jessy Ferreira (1929 – )

…… 2 Regina Margheritta Ceoldo (1886 – )

Imigrantes do Veneto

No início de nossas pesquisas, quase todos os descendentes referiam-se a duas “cidades” como origem de seus antepassados: Padova e Venezia.
Como já era esperado, na medida em consultávamos os registros de nascimento descobríamos que alguns nasceram no interior daquelas províncias e não em suas capitais. E uma parte significativa era de outras províncias do Veneto. Só conseguimos localizá-los após longas buscas, geralmente partindo dos sobrenomes encontrados nas Liste di Leva.

Albertoni, Ambrosi, Anzolin, Artuzo, Baldo, Battisaco, Beatrice, Bedin, Bellan, Borella, Bronzato, Bullado, Calzavara, Cancelliero, Canova, Canton, Carraro, Cavallieri, Ceoldo, Chiata, Chinelatta, Coin, Colle, Dorigo, Farinazzo, Favero, Fazolato, Finotti, Fiorato, Fofano, Formenton, Gallito, Gallo, Gambato, Geraldini, Golinelli, Gottardo, Guarda, Guerra, Lamassara, Lazzarin, Lorenzetto, Magiollo, Maimeri, Malacchini, Manfrim, Maragna, Marangoni, Marcatto, Marchi, Marinato, Mattiazi, Meneghelli, Meneghetti, Modenese, Montagna, Montracci, Moroni, Netorella, Perdonelli, Perigolo, Pesarini, Pessata, Pighi, Pinzoni, Pradal, Principole, Rancan, Ranieri, Righetto, Rinaldi, Saggioro, Sampieri, Scantabulo, Simionato, Stefani, Toda, Togni, Tosa, Trevisan, Trombini, Venturi, Zaffani, Zamboni

Hoje sabemos que a informação de muitos descendentes estava equivocada, já que seus antepassados procediam de outras regiões da Itália. E ainda temos um grande número de famílias não localizadas. Até o momento podemos informar apenas os sobrenomes acima como procedentes de Venezia, Padova, Rovigo, Verona, Vicenza e Belluno.

Imigrantes do Marche

Desta região temos referência a imigrantes procedentes das províncias de Ancona e Macerata. Os sobrenomes até aqui identificados foram:
Bartoli, Bedin, Carboni, Gismondi, Griffoni, Marchesini, Marinozzi, Pelucci, Possenti, Toccafondo

Alexandre Bedin e Celeste Bartoli

Na postagem publicada em junho de 2007, citamos o casal Alexandre Bedin e Celeste Bartoli. Seus nomes foram identificados quando fizemos pesquisas que resultaram nos textos publicados em jornal de Leopoldina, comemorando os 90 anos da Colônia Agrícola da Constança. Agora, que se aproxima o ano do centenário da Colônia, voltamos a falar deste sobrenome, mas apenas em relação aos descendentes de Pasquale Bartoli. Agradecemos a colaboração da Thais Bartoli, que nos ofereceu cópias de documentos fundamentais para ampliarmos as buscas.

Pasquale Bartoli procedia de Ancona, Marche, de onde partiu com a esposa Adele Gismundi, em 1896. Viajaram pelo vapor Sud America e deram entrada na Hospedaria Horta Barbosa, em Juiz de Fora, no dia 18 de julho de 1896. Dali saíram contratados por Antonio Monteiro da Silva, para trabalharem Matias Barbosa, MG. Com o casal estavam os filhos Elvira, Alberto, Marinho, Celeste e Alfredo.

Alberto Bartoli, nascido a 13 de outubro de 1883 em Chiaravalle, Ancona, casou-se em Leopoldina com a também italiana Natalina Sardi, em 1902. Ela era filha de Giovanni Sardi e Giovanna Guelfi e faleceu em 1937 no distrito de Ribeiro Junqueira, Leopoldina, MG. No ano seguinte Alberto Bartoli casou-se com Generosa Pacheco, filha de Pedro José Pacheco e Dorcelina Amélia de Jesus

Celeste Bartoli, cujo nome original parece ter sido Celestina, nasceu em Ancona no dia 9 de setembro de 1892. Foi casada com o também italiano Alexandre Bedin com quem teve os filhos Rozina, João, Antonio, Maria, José, Alexandrina, Pedro, Santina, Nair, Wilda e Sebastião Bartoli Bedin.

Em 1942, Celeste Bartoli vivia na Colônia Agrícola da Constança, em Leopoldina, MG.

Tebas nos Recontos de um Recanto

Hoje o tema da coluna é o distrito de Tebas cujo nome, para nós, ainda não está devidamente explicado quanto a sua origem. Vamos falar sobre a terra de uma água especial que, no dizer da jornalista Silvia Fonseca,[i]“quem bebe da água tebana sempre volta à fonte.”

Tebas, distrito de Leopoldina, MG - +/- 1894
Tebas, distrito de Leopoldina, MG – +/- 1894

Começamos pelo Relatório da Presidência da Província de Minas Gerais de 1894 que nos informa ter a febre amarela atingido a nossa região de forma alarmante.[ii] Uma epidemia que causou, inclusive, um lapso nas anotações de óbitos da cidade entre agosto de 1894 e janeiro de 1898, embora exista um livro iniciado a 01.01.1896,[iii] onde foram anotados “a posteriori” sepultamentos ocorridos entre agosto/94 e dezembro/1895.

Foi esta epidemia de febre amarela que motivou a mudança temporária da administração municipal para o distrito de Tebas o que, no mínimo, é muito curioso quando se sabe que o distrito de (Piedade) Piacatuba é bem mais antigo.

Mas, como surgiu o nome e o lugar chamado Tebas?

Se consultarmos o dicionário veremos que Tebas pode referir-se à cidade grega, a uma pessoa forte e desembaraçada ou, ao nosso distrito.[iv] Autores existem que registram a origem do topônimo na língua tupi, com o sentido de desembaraçado, forte, graúdo[v]. Outros dizem que distrito herdou o nome de um ribeirão local, sem informar de onde surgiu o nome do tal ribeirão..

Hoje sabemos, no entanto, que existiu por ali um Manoel Joaquim Thebas que, entre outros, foi vizinho da fazenda Feijão Cru, que pertencia a Manoel Antonio de Almeida. E como esta informação sobre este Manoel J. Thebas é de 1856 e a paróquia data de 1881, acreditamos ser possível que o patrimônio tenha sido doado por este senhor e dele surgiu o nome do distrito.

Quanto ao povoado, tudo leva a crer ser ele bem antigo. Francisco de Paula Ferreira Rezende[vi] a ele se refere quando afirma que por ocasião de sua vinda para Leopoldina, pelos idos de 1860 ainda encontrou remanescentes dos Puris na estrada de Tebas para Rio Pardo.

É certo que a povoação foi elevada a distrito pela lei provincial nº 2675, de 30.11.1880. A confirmação eclesiástica veio com a lei nº 2848 de 25.10.1881 que elevou o distrito a Freguesia. E a lei nº 3113, de 1882, registra o nome do distrito como Santo Antônio de Tebas.

Vale lembrar que a lei que criou o distrito autorizou a câmara municipal de Leopoldina a estabelecer a divisas. Para este fim a câmara nomeou comissão de vereadores que estudaram o assunto e apresentaram parecer conclusivo. E, segundo consta, o parecer desta comissão foi aprovado em plenário com a ressalva apenas de que o nome do lugar passou a ser Santo Antonio dos Thebas, ao invés de Santo Antonio do Monte Alegre como anteriormente era conhecido.

O distrito de Tebas foi constituído por terras antes pertencentes a Leopoldina (sede), Piedade (Piacatuba) e Rio Pardo (atual Argirita). Assim, pela lei nº 2938, de 23.09.1882, algumas fazendas da Piedade foram transferidas para Thebas. Em 06.10.1883 foi a vez de Rio Pardo perder algumas propriedades que passaram para o novo distrito. E em 18 do mesmo mês, através da lei nº 3171, a fazenda de João Pereira Valverde foi transferida de Thebas para a freguesia de Piedade.[vii]

Mas vamos retroagir um pouco e começar nossa busca pela venda de seis alqueires da fazenda Monte Alegre, em julho de 1841.

As terras vendidas localizavam-se na “cabeceira” ou nascente do córrego hoje chamado Tebas e a sede da fazenda era residência de Elias da Silva Espíndola. Os compradores dessas terras foram Honório Alves Ferreira e João Vieira Machado de Freitas. Por esta fazenda passava uma estrada que, vindo de Bom Jesus do Rio Pardo (Argirita), atingiria as terras de Antônio José Monteiro de Barros (fazenda Paraíso).[viii]

Sete meses depois o mesmo Elias da Silva Espíndola vende outros oito alqueires da mesma fazenda para José Miguel Dias da Silva e registra que estas terras limitam-se com as vendidas anteriormente e estão localizadas na serra entre o Rio Pardo e o Rio Pirapetinga.[ix]

Sabe-se que um dos vizinhos da fazenda Monte Alegre era o capitão Felisberto da Silva Gonçalves, um dos primeiros sesmeiros do lugar que, juntamente com sua esposa, Ana Bernarda da Silveira, recebeu duas sesmarias entre os córregos Glória e Fortaleza (nomes que desapareceram da toponímia local). Podemos acrescentar, ainda, que estas duas sesmarias limitavam-se com as terras recebidas, também em novembro de 1813,[x] por seu irmão e cunhada, Domingos Gonçalves de Carvalho e Antonia Rodrigues Chaves. E, segundo consta, uma das fazendas de Felisberto ficava no Monte Redondo, no caminho de Tebas para Argirita.

Entre os vizinhos de Felisberto surge, ainda, o nome de Joaquim Manoel Coimbra, algumas vezes citado como Manoel Joaquim Coimbra, provavelmente ancestral do vereador Antonio da Costa Coimbra que fez parte da comissão que estudou os limites do distrito de Tebas. As terras deste Manoel Coimbra, por sua vez, limitavam-se com o já mencionado Felisberto da Silva Gonçalves, com os Valverdes e com Elias da Silva Espíndola. Em função dessas informações, passamos a suspeitar que a tal fazenda “Campo Alegre” seja a mencionada por Manoel Antônio de Almeida, em 1856, como propriedade dos “herdeiros de Manoel Joaquim Thebas”,[xi] possivelmente um homem destemido e que recebeu dos puris o nome de “teba”.

Vale registrar que pela análise do movimento de compra e venda de bens de raiz no então distrito de Bom Jesus do Rio Pardo, atual Argirita, observa-se que a fazenda Campo Alegre foi citada como local em que o Escrivão realizou diversos registros entre 1841 e 1853.

Para encerrarmos por hoje, registramos que entre 1862 e 1864, os eleitores do distrito de Tebas pertenciam às famílias Almeida, Braga, Carvalho, Coimbra, Cunha, Dias, Dornelas da Costa, Freitas, Gonçalves, Lemos, Moraes, Pereira, Policiano, Reis, Ribeiro, Santos e, Silva.[xii] E dentre os italianos que viveram em Leopoldina um bom número deles residiu temporária ou definitivamente em Tebas, dos quais destacamos os sobrenomes Albertoni, Angeli, Bedin, Ceoldo, Gruppi, Marsola, Meneghetti, Stefani e Zotti.

Até a próxima edição, com novos recontos.

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Fontes utilizadas:

[i] Jornal O Globo, 16.02.1989.

[ii] Mensagem do Presidente da Província de 1895, p. 10

[iii] Arquivo da Prefeitura Municipal de Leopoldina, livros do Cemitério Público.

[iv] Novo Dicionário da Língua Portuguesa, Aurélio Buarque de Holanda Ferreira.

[v] Toponímia de Minas Gerais, Joaquim Ribeiro Costa.

[vi] Minhas Recordações, p. 386.

[vii] Artigo da Gazeta de Leopoldina, de 1922, assinado por J. Botelho Reis.

[viii] Livro 1 de Compra e Venda de Bens de Raiz de Bom Jesus do Rio Pardo, fls. 8 v.

[ix] Livro 1 de Compra e Venda de Bens de Raiz de Bom Jesus do Rio Pardo, fls. 11.

[x] Cartas de Sesmarias emitidas pelo Presidente da Província.

[xi] Registro de Terras de Leopoldina, TP 114, número 18.

[xii] Alistamento Eleitoral de Bom Jesus do Rio Pardo, 4º quarteirão.