O administrador municipal de 1895 fez publicar, no jornal de sua propriedade, uma série de artigos denominados Governo Local nos quais manifestava opinião sobre variados temas de interesse público. Uma destas colunas, publicada há exatos 119 anos, o tema era o então chamado Ensino Primário e a Escola Noturna.
Categoria: Educação
Categoria das postagens sobre escolas, colégios, educação e ensino.
Posturas Municipais
Na visita que fiz a Leopoldina no final do mês de março, ouvi algumas pessoas reclamando de calçadas interrompidas por mercadorias expostas pelos comerciantes ou por veículos leves estacionados sobre as calçadas. É incrível como uma prática tão absurda permaneça em vigor na cidade há 113 anos! Sim, desde 1891 já se reclamava do mesmo problema. Vejam a nota abaixo.
Segundo Reinhart Koselleck no livro Futuro Passado, edição da Contraponto de 2006, o futuro não é simples reprodução do presente, mas o reflexo do desenvolvimento de projetos e tendências. Será que a sociedade leopoldinense e seus dirigentes ainda se encontram no estágio de sociedade tradicional, em que a mudança era mal vista e que caminhar em direção a formas mais complexas de socialização era um pesadelo? Nós estamos batalhando pela modernização da nossa sociedade?
Cada um de nós, que vive ou visita Leopoldina, tem a responsabilidade de contribuir para o aprimoramento das práticas sociais. Não basta reclamar dos administradores municipais. É fundamental nos educarmos e educar os mais jovens para que todos respeitemos as normas de conduta.
Colégio Fraebel
Conforme já mencionamos neste blog, o título de Atenas da Zona da Mata foi dado a Leopoldina pela expressiva quantidade de escolas e alunos existentes na cidade. Confirmando as palavras de Roberto Capri no livro Minas Gerais e seus Municípios [São Paulo: Pocai Weiss & Cia, 1916 p. 248], encontramos inúmeros anúncios de colégios em funcionamento na cidade desde meados do século XIX. Hoje acrescentamos mais um nome de instituição de ensino anunciada há 115 anos, como se vê abaixo.
Importante recordar que a Rua Primeiro de Março compreendia as atuais ruas Gabriel Magalhães e Luca Augusto e que antes se chamou Rua Direita.
Cuidados com a Infância
Duas notícias publicadas na mesma página do jornal O Leopoldinense, há 132 anos, indicam preocupação com o bem estar das crianças e cobrança de medidas das autoridades.
Por um lado, Francisco de Paula Pereira Pinto e Joaquim de Azevedo doavam selos servidos para a campanha de proteção da infância, muito comum naqueles idos de 1882. Por outro, cobrava-se de um político uma solução para a falta de professores de instrução primária.
Estas notícias chamaram a atenção pelo fato de que, naquela época, a concepção de infância não era muito diferente do que ocorria no século XII, conforme defendeu Philippe Ariès em História Social da Infância e da Família (Rio de Janeiro: LCT, 1978). Para este autor, os problemas sociais que afetavam as crianças e adolescentes pobres da Idade Média permaneciam, de alguma forma, no século XIX.
Formação e evolução do território de Leopoldina.
No dia 27 de março de 2014, a um mês da data em que se comemoram os 160 anos da emancipação político administrativa de Leopoldina, fiz uma apresentação para as professoras participantes do projeto de Educação Patrimonial coordenado por Livia Muchinelli.
O tema escolhido foi a formação e evolução administrativa e teve como objetivo refletir sobre o espaço onde nossos antecessores se organizaram. Para entender tal espaço, consultei a legislação específica e um bom número de fontes documentais que me permitiram chegar a um desenho inédito: o território do antigo Curato de São Sebastião do Feijão Cru. Em seguida, analisei os desmembramentos que se iniciaram em 1863 e tiveram sua última etapa em 1962.
Durante a apresentação, mencionei algumas passagens da obra A Invenção do Cotidiano, de Michel de Certeau, assim como outros teóricos que nos ajudam a perceber as crenças que os indivíduos compartilham com os demais membros do grupo como sustentáculo da “mentalidade” ou “modos de pensar” da comunidade e, consequentemente, da identidade coletiva. Identidade que está na base da constituição de um patrimônio cultural que nos cabe preservar.
Educação Patrimonial em Leopoldina
Dilermando Cruz funda um colégio
Conforme já foi mencionado algumas vezes neste blog, a cidade de Leopoldina teria recebido o epíteto de Atenas da Zona da Mata em função da grande quantidade de escolas em funcionamento. Para lembrar esta característica, temos publicado as notícias dos jornais da época, sempre mantendo a data como indicador da efeméride.
Aqui temos a informação de que há 115 anos, em janeiro de 1899, o poeta Dilermando Cruz fundou um externato.
O Jornal e o Ensino de História
Artigo publicado na Revista Historien (Petrolina). ano 4 , n. 9. Jul/Dez 2013: 113 – 129 sob o título O Jornal como suporte documental e/ou recurso didático para aliar transmissão e produção de conhecimento no ensino de História.
Autor: Luciano Everton Costa Teles
Resumo:
Recentemente, a ideia de um ensino de história assentado estritamente na transmissão de conteúdo tem sido alvo de críticas ferrenhas. Tais críticas têm buscado romper com esta perspectiva que percebe a educação básica, seja ela pública ou privada, como espaço por excelência da reprodução do conhecimento, destacando as possibilidades e potencialidades da produção do conhecimento neste âmbito do ensino. Buscando contribuir com esta discussão, o presente artigo tem como objetivo demonstrar como os jornais podem ser utilizados no processo de ensino/aprendizagem como suporte documental e/ou recurso didático para promoção de um ensino de história inovador, pautado num entrelaçamento entre transmissão e produção de conhecimento.
A Manipulação dos saberes na construção de uma História Local
Artigo de Iranilson Pereira de Melo publicado na Revista Historien (Petrolina). ano 4, n. 9. Jul/Dez 2013: 158 – 169.
Resumo:
O presente trabalho teve por objetivo discutir como a história da cidade de João Câmara vem sendo apresentada na sociedade camaraense, seja ela no legislativo, nas esquinas, e principalmente, nas escolas, que após a institucionalização (obrigatoriedade) do ensino de história local na rede municipal de ensino da cidade regida pela Lei nº 283/2009; tomam como base para a construção dos discursos, as escritas memorialistas, com predominância do autor Aldo Torquato da Silva com três livros publicados e aproximadamente 3 mil obras em circulação; sendo entendidas como verdades absolutas, verdadeiros manuais sobre a história da cidade. Conclui-se, então, que a utilização destes livros sem que haja uma problematização do seu conteúdo, rompem com os princípios que norteiam o ato de se pensar e ensinar história que se propõem a construção de conhecimento crítico reflexivo, que possibilitaria a compreensão e intervenção do indivíduo na sociedade.
Leia o artigo na íntegra aqui.
Ensino de História Local e Preservação do Patrimônio
Artigo publicado na Revista Historien (Petrolina). ano 4 , n. 9. Jul/Dez 2013: 113 – 129 sob o título Interações entre o Ensino de História Regional e Local e a Preservação do Patrimônio Cultural.
Autor: Moisés Amado Frutuoso
Resumo: O artigo discute como o ensino da história regional e local pode contribuir no ambiente escolar para a preservação do patrimônio cultural, a partir da construção da memória social e da elaboração das identidades coletivas. Realizamos um estudo de caso para mostrar a situação atual da igreja do Divino Espírito Santo e de seu terreiro, ambos localizados numa das primeiras aldeias jesuítas do Brasil – a Aldeia do Espírito Santo, em Vila de Abrantes (município de Camaçari, no Estado da Bahia). Ao relacionar a preservação do patrimônio material com o ensino da história regional e local, o texto aborda dois pontos: o papel do poder público enquanto promotor, ora da preservação, ora do esquecimento, do patrimônio material no processo de construção da memória social; e, por outro lado, como a escola pode se tornar o espaço para fortalecimento das identidades regionais e locais.