Rosa Cândida e Virgínia Angélica Almeida Gama

Com o texto de número 52, publicado na edição do dia 16 de julho do jornal Leopoldinense, encerramos a série sobre Joaquim Antonio de Almeida Gama, iniciada em abril deste ano.

Estas duas últimas filhas do primeiro historiador de Leopoldina reforçaram diversas ligações com outras famílias locais, especialmente com os Castro, os Moreira, os Gama Cerqueira, os Lacerda e os Salgado Lima. Estes últimos permanecem representados na cidade em diversos âmbitos, especialmente nas denominações do Conservatório de Música e do Terminal Rodoviário.

Os textos seguintes trarão informações sobre outro historiador da cidade: Barroso Júnior.

Personagens Leopoldinenses

Na coluna Trem de História que escrevemos para o jornal Leopoldinense, atualmente estamos abordando famílias que viveram em Leopoldina e contribuíram para o desenvolvimento do município. São os Personagens Leopoldinenses. A partir de um deles, selecionamos algumas informações que o situem na história local e descrevemos a genealogia conhecida.

Na edição de 27 de abril deste ano nós começamos a tratar do mais antigo historiador de Leopoldina: Joaquim Antonio de Almeida Gama. Após falarmos de suas atividades, seus antepassados e seu casamento, passamos a trazer informações sobre seus filhos. Na edição do dia 1 de julho, traçamos a genealogia da segunda filha, que se casou com filho de um dos povoadores de Leopoldina: Romão Pinheiro Corrêa de Lacerda.

Esta série de textos confirma a intensa ligação entre as famílias povoadoras que, quando não existia na época em que se estabeleceram no então Feijão Cru, veio a se firmar pouco tempo depois. Os Almeida Gama são um exemplo, ao apresentar vínculos com os Moretzshon, Oliveira, Cortes, Cerqueira, Carneiro, Fontoura, Monteiro de Barros, Domingues, Tavares, Bastos, Macedo Freire, Sales, Nogueira e Salgado Lima.

52 – Rosa Cândida e Virgínia Angélica: filhas de Joaquim Antonio de Almeida Gama

O Trem de História encerra, com este vagão, a série sobre Joaquim Antonio de Almeida Gama, autor da mais antiga matéria, publicada em 1864, com notícias sobre Leopoldina. Fato que motivou os autores da coluna a dedicarem a este primeiro historiador de Leopoldina os seis últimos textos.

Hoje será abordado um pouco da genealogia das duas últimas filhas: Rosa Cândida e Virgínia Angélica, para cujo estudo foram consultados os livros de batismos 1 a 14 e o 4 de casamentos de Leopoldina, os livros 1 a 3 do Cemitério Nossa Senhora do Carmo, além das edições de 23 de abril de 1899 e 3 de junho de 2009 da Gazeta de Leopoldina.

Rosa Cândida da Gama nasceu dia 11.08.1855 e faleceu dia 01.05.1925. Casou-se com seu primo, João Evangelista de Castro Gama, filho de Caetano José de Almeida Gama e Carlota Teodora Castro, sendo neto paterno de Francisco Antonio de Almeida Gama e Maria Perpétua de Jesus e neto materno de Pedro Moreira de Souza e Feliciana Teodora de Castro.  João Evangelista nasceu por volta de 1851 e faleceu em Leopoldina no dia 11.02.1920. Como já mencionado, Francisco Antonio era irmão de Antonio Francisco, pai de Joaquim Antonio de Almeida Gama.

Rosa Cândida e João Evangelista tiveram, pelo menos, sete filhos:

1) Caetano, nascido dia 31.10.1878 e falecido dia 30.10.1880;

2) Carolina, nascida dia 28.10.1880 e casada em maio de 1899 com Álvaro da Gama Cerqueira, filho de Eduardo Ernesto da Gama Cerqueira e Matilde da Silva Reis, sendo neto paterno de Cesário Augusto da Gama e Emília da Gama Cerqueira. Foram pais de Matilde, nascida dia 25.12.1911, e de Mário da Gama Cerqueira que se casou com Maria da Conceição Gama Lacerda acima citada;

3) Joaquim, nascido em janeiro de 1884 e falecido dia 15.05.1885;

4) Nair da Gama, esposa de Américo de Castro Lacerda acima citado;

5) Rita de Cassia da Gama, nascida aos 30.11.1887 e casada com Lucas de Castro Lacerda, filho de Filomena Josefina Cândida da Gama acima citada;

6) Alcina de Castro Gama, nascida por volta de 1891, casada aos 14.12.1922 com o português Joaquim Teixeira de Carvalho, filho de João Teixeira de Carvalho e de Olinda de Jesus; e,

7) Antonio, nascido aos 07.04.1894.

A outra filha é Virginia Angélica da Gama nasceu dia 16.08.1866 e faleceu dia 23.12.1950. Casou-se no dia 29.07.1888 com Luiz Salgado Lima, nascido aos 24.05.1859 em Pindamonhagaba, SP e falecido dia 25.05.1941. Ele era filho de Francisco Joaquim de Lima e de Francisca de Paula Salgado. Foram encontrados os nascimentos de seis filhos em Leopoldina:

1) Luiz Salgado Gama, nascido no dia 19.04.1889;

2) Clovis, nascido a 14.02.1898 e provavelmente falecido antes de 1906, quando nasceu o irmão que recebeu o mesmo nome;

3) Gilberto Salgado Gama nascido a 19.07.1898 e falecido no dia 19.02.1988;

4) Clóvis Salgado Gama nascido dia 20.01.1906 e falecido em Belo Horizonte no dia 25.06.1978. Casou-se com Lia Portocarrero de Albuquerque, que dá nome ao Conservatório de Música. Clóvis era médico e deixou alguns livros publicados. Sua história de vida é bem conhecida pela atuação política. Segundo o Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro Pós 1930, foi eleito vice-governador do estado de Minas Gerais em 1950, junto com Juscelino Kubitschek, a quem substituiu em março de 1955, quando este se lançou candidato à Presidente do país. Em 1956 assumiu o Ministério da Educação e Cultura. Em 1967 assumiu a Secretaria de Saúde de Minas Gerais e em 1973 a direção da Faculdade de Medicina da UFMG. Empresta seu nome a uma avenida e uma praça em Leopoldina;

5) Jairo Salgado Gama nascido dia 26.07.1907 e falecido dia 24.07.1970. Era médico respeitado. Foi prefeito de Leopoldina no final da década de 1950. Empresta seu nome ao Parque do CEFET e ao Terminal Rodoviário da cidade. Casou-se com Rita Miranda, com quem teve quatro filhos;

6) Jório Salgado Gama nascido dia 27.08.1909.

Por hoje o Trem de História fica por aqui. A promessa, agora, é que no próximo número ele traga uma outra personalidade leopoldinense. Até lá.

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA

Publicado no jornal Leopoldinense de 16 de julho de 2016

Efemérides Leopoldinenses: Fevereiro

O mês de fevereiro na história de Leopoldina.

3 de fevereiro

1889

Nasce em Leopoldina, Manoel Funchal Garcia, patrono da cadeira nº 12 da Academia Leopoldinense de Letras e Artes. [Arquivo da Diocese de Leopoldina, Livro 3 de batismos, fls 80]


11 de fevereiro

1900

Inaugurada a iluminação a gás em Leopoldina.


12 de fevereiro

1868

Criado Comando da Guarda Nacional em Leopoldina.

1874

Gama Cerqueira e Joaquim Barbosa de Castro são nomeados inspetores de instrução pública em Leopoldina. [Diário de Minas, edição 206, 12 fev 1874, página 2]


13 de fevereiro

1857

Notícias do Correio Oficial de Minas, 23 fev 1874, página 4:

– Ângelo Lopes dos Reis é nomeado como professor substituto de primeiras letras em Leopoldina;

– José Augusto Monteiro de Barros e Francisco José de Freitas Lima são nomeados juízes municipais substitutos.

1891

O Distrito de Nossa Senhora das Dores do Monte Alegre do Pomba, atual Itapiruçu, é transferido de Leopoldina para Palma, conforme Decreto Provincial 374 desta data.


18 de fevereiro

1855

Aberto o Primeiro Livro de Batismos, com o assento relativo a Cristina, filha de Francisco de Vargas Corrêa e Venância Esméria de Jesus, neta paterna de Francisco de Vargas e Teresa Maria de Jesus e neta materna de Antonio Rodrigues Gomes e Rita Esméria de Almeida. Há, porém, uma questão ainda não solucionada sobre este assento. Segundo a lápide do túmulo de Cristina, ela nasceu aos 21 de janeiro de 1853. Teria sido um engano da época do óbito, em 1907?

Quando se procura pelos primeiros livros de batismos em Leopoldina, verifica-se que o volume tido oficialmente como número 1 é uma transcrição iniciada pelo Padre José Francisco dos Santos Durães no dia 10 de abril de 1885 e concluída pelo Cônego José Ribeiro Leitão aos 28 de dezembro de 1958. O original não foi preservado e as datas demonstram que o trabalho não parece ter sido realizado com os devidos cuidados. Neste volume não há referência ao Termo de Abertura do original e o primeiro batismo é de 1852, de uma criança da família Monteiro de Barros. Os seis assentos seguintes, na mesma página, são de batismos dos anos de 1861, 62 e 63. No verso, o primeiro é de 1863 e a seguir vem a transcrição do batismo de Cristina, acima citado, acrescentando que ela teria nascido em dezembro de 1854.
A propósito, esclareça-se que os batismos realizados ao tempo do ainda Curato de São Sebastião do Feijão Cru devem ter sido lançados nos livros da Freguesia, que ainda não foram localizados. Estariam no arquivo da Arquidiocese do Rio de Janeiro, a cujo bispado o Feijão Cru estava subordinado.

1856

Iniciado o Registro de Terras em Leopoldina.

1883

Notícias sobre Libertação de Escravos em Leopoldina.

1915

Matéria paga publicada no jornal Correio da Manhã desta data, página 5, traz um conjunto de informações do município de Leopoldina naquele momento.


20 de fevereiro

1848

O mais antigo batismo registrado em livro da Paróquia de São Sebastião do Feijão Cru.

21 de fevereiro

1851

Aberto o Alistamento dos Votantes do Curato de São Sebastião do Feijão Cru, então distrito de São João Nepomuceno, constando de 8 quarteirões nos quais foram computados 357 votantes. [Arquivo Público Mineiro, PP 11 cx 36 pacote 29].


22 de fevereiro

1895

Autorizada a compra de um prédio para a Câmara Municipal de Leopoldina.


24 de fevereiro

1882

Juízes de paz multados por não terem presidido as respectivas juntas de alistamento eleitoral.


25 de fevereiro

1875

Nasce em Abaíba, Custódio Monteiro Ribeiro Junqueira, patrono da cadeira nº 16 da Academia Leopoldinense de Letras e Artes.  [Cemitério Nossa Senhora do Carmo, Leopoldina, MG, data na lápide no túmulo]


27 de fevereiro

1945

Nasce em Leopoldina Luiz Raphael Domingues Rosa, patrono da cadeira nº 14 da Academia Leopoldinense de Letras e Artes.