Etiqueta: Historiografia
Escrita da história.
Retrodição (1). Um pequeno vício do fazer historiográfico
“O que é Retrodição? Saiba mais sobre este aspecto da elaboração historiográfica que, por vezes praticado inconscientemente por historiadores, tem merecido críticas relevantes de historiadores e filósofos do período contemporâneo.”
Teoria da História – Volume IV. Acordes Historiográficos
José d’Assunção Barros:
“A Crítica Documental foi uma conquista historiográfica cujas origens remetem ao trabalho de filólogos e teólogos do início do período moderno que começam a desenvolver uma criteriosa preocupação com a autenticidade e outros aspectos pertinentes aos diversos documentos que dizem respeito às suas instituições.”
Teoria da História – Volume IV. “Acordes Historiográficos” – Rede Histórica
Regras de edição de documentos no Brasil dos Oitocentos
Com o subtítulo O trabalho de Francisco Adolfo Varnhagen como editor, este artigo de Jussara Rodrigues da Silva foi publicado na Revista de Teoria da História Ano 3, Número 7, jun/2012.
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo discutir a edição de documentos no Brasil no século XIX tomando como base de análise o trabalho de um dos principais historiadores do período: Francisco Adolfo de Varnhagen. A partir do estudo das edições críticas desse autor é possível conhecer um pouco o processo de edição documental nos oitocentos entrevendo não apenas as suas regras como também as mudanças operadas na erudição histórica no período. Assim, pretende-se percorrer o caminho traçado por Varnhagen na execução de seu trabalho como editor tentando estabelecer um sistema que definiria as regras de edição documental no Brasil oitocentista.
Ver e tocar o passado: emoção e sentimento na História do Brasil de John Armitage
Artigo de Flávia Florentino Varella publicado no número 8 da Revista História da Historiografia, disponível neste endereço.
Segundo a autora, Ver o Tocar o Passado “tem como principal objetivo analisar como a História do Brasil, escrita em 1836 pelo comerciante inglês John Armitage, pode ser entendida dentro dos parâmetros de uma historiografia de presença, e que espécie de práticas caracterizariam esse tipo de historiografia.”
Um trecho:
“a teatralidade e profusão na descrição das cenas, foi mobilizado por Armitage, na narrativa da história nacional brasileira, principalmente na caracterização da relação da Imperatriz Maria Leopoldina com D. Pedro I como um casamento repleto de desgostos causados pela infidelidade de seu marido e sofridos injustamente por ela. Ao invés de focar a narrativa do sofrimento em D. Pedro I, no qual a priori seria mais difícil estabelecer empatia com seus leitores, Armitage transferiu essa narrativa patética para a traída e indefesa Imperatriz. A temática do casamento, como fonte infinita de sofrimento e desgosto, não passou despercebida na História do Brasil, e a fragilidade feminina foi o espaço encontrado para a criação de empatia através da piedade.”
Cultura Popular: revisitando um conceito historiográfico
Roger Chartier
As diferentes definições sobre cultura popular podem ser divididas em dois grandes modelos: o que a concebe como um sistema simbólico autônomo, e o que a percebe como dependente de referência a uma cultura dominante. O contraste entre essas duas perspectivas fundamentou todos os modelos cronológicos que contrastam uma suposta “idade do ouro” da cultura popular e um tempo de censura e de constrangimentos que a desqualificam. O artigo se propõe a articular esses dois modelos ao invés de utilizá-los separadamente. É uma tarefa difícil, mas a única possível nos dias de hoje.
Peter Burke: trajetória de um historiador
Memória e identidade regional: historiografia, arquivos e museus em Minas Gerais
Artigo de Álvaro de Araujo Antunes e Marco Antonio Silveira
Resumo
O presente artigo tem por objetivo analisar algumas das relações estabelecidas entre a produção historiográfica, as práticas de pesquisa e as instituições museológicas tomando como referência o caso de Minas Gerais na primeira metade do século XX. Para isso, são recuperados aspectos concernentes ao debate historiográfico do período e à criação de instituições como o Arquivo Público Mineiro (1895) e o Museu da Inconfidência (1944). Por fim, são propostas algumas considerações sobre a constituição da memória nos dias de hoje.
Brasileiros ilustres no tribunal da posteridade: biografia, memória e experiência da história no Brasil oitocentista
RESUMO
O artigo analisa a escrita de biografias como tarefa integrante do projeto historiográfico do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro ao longo do século XIX, com base nos discursos de Joaquim Manoel de Macedo e nos estudos biográficos de Joaquim Caetano Fernandes Pinheiro. Para os sócios da agremiação, a biografia deveria cumprir os propósitos de fixação da memória dos brasileiros ilustres, compartilhando com a escrita histórica das ambições de verdade e imparcialidade na representação do passado. Por outro lado, a evocação reiterada de um “tribunal da posteridade”, em nome do qual se justificavam o trabalho de memória e a escrita biográfica, vinculava-se à experiência da história como foro de justiça e moralidade.
Varia Historia – Brasileiros ilustres no tribunal da posteridade: biografia, memória e experiência da história no Brasil oitocentista