História, Memória e Identidade

Nos últimos meses cresceu o número de pessoas que nos procuram em busca de informações sobre seus antepassados italianos. Muitos deles querem apenas os dados que lhes permitirão requerer o reconhecimento de cidadania. Outros se interessam pela história da família e se surpreendem quando percebem que a memória de seus parentes próximos não corresponde ao que se encontra em outras fontes.

Nem sempre é possível desenvolver o assunto numa troca de e-mails. Até porque, nossas convicções se baseiam em pressupostos teóricos que nem todos compreendem ou aceitam. É o caso, por exemplo, de uma pessoa que desejava saber data e local de nascimento de um antepassado e não concordou com nossa resposta porque em sua família sempre disseram que os parentes vieram para o Brasil para fugir da Segunda Guerra. Oras, como aceitar que o personagem em questão havia nascido no Brasil e que os pais dele aqui chegaram solteiros, na década de 1910?

Para nós, a divergência indica como o assunto Segunda Guerra foi assimilado pela família e descortina outros aspectos da memória familiar e da identidade construída a partir das representações do passado. Para melhor compreensão, sugerimos a leitura de “História, Memória e Identidade: aspectos metodológicos de pesquisa”, de Anne Emilie Souza de Almeida Cabral, apresentado no Encontro Internacional de Formação de Professores e Fórum Permanente de Inovação Educacional de 2015 e está disponível neste endereço.

Eis o resumo:

Este trabalho tem como escopo compreender a relação entre história, memória e identidade e busca compreender como se pode fazer estudos que envolvem a memória. Através de análises das obras de Le Goff (2003); Maurice Halbwachs (1990) e Jeanne Marie Gagnebin (2006), Ecléa Bosi (2003) e Balandier (1990) verificaremos a importância da memória para a compreensão da nossa identidade e também, a história como o meio da narração dessas memórias. E em seguida, faremos uma discussão sobre como se faz pesquisa que envolve a memória dos sujeitos que estão presentes e daqueles que não estão mais no meio de nós, para isso trabalharemos com as pesquisas feitas por Marizete Lucini (2007), a qual aborda sobre o processo de identificação e de Ibarê Dantas que faz um estudo focado na história de vida.

Imigração Polonesa

O sentimento identitário representado nas imagens da revista “Gazeta Polaca no Brasil”
Por Jonathan de Oliveira Molar e Roberto Edgar Lamb
Resumo: o presente artigo tem por objetivo investigar as representações do sentimento identitário do grupo imigrante polonês nas imagens do periódico “Gazeta Polaca no Brasil”, de 1937. A revista, cuja publicação era direcionada para os imigrantes que desembarcavam na América Platina, apresentava imagens de diversificados campos que compõe a vida social desse grupo; caracteriza-se, principalmente, como um elo identitário das tradições dos poloneses seja na educação, religião, etc. Imprimi-se à interpretação da análise desse conjunto iconográfico a noção de representações culturais, isto é, compreender a imagem não como fidedigna ao real, mas inserida em um processo de construção histórica, assim, as imagens contidas na “Gazeta Polaca” carregam consigo um poder de representação do sistema identitário dos poloneses, interagindo com variantes históricas e sociais.

Memória e identidade regional: historiografia, arquivos e museus em Minas Gerais

Artigo de Álvaro de Araujo Antunes e Marco Antonio Silveira

Resumo
O presente artigo tem por objetivo analisar algumas das relações estabelecidas entre a produção historiográfica, as práticas de pesquisa e as instituições museológicas tomando como referência o caso de Minas Gerais na primeira metade do século XX. Para isso, são recuperados aspectos concernentes ao debate historiográfico do período e à criação de instituições como o Arquivo Público Mineiro (1895) e o Museu da Inconfidência (1944). Por fim, são propostas algumas considerações sobre a constituição da memória nos dias de hoje.

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