Para complementar os estudos de José Capaz Dutra Cappai, reunimos informações sobre antigas famílias leopoldinenses que compõem a genealogia da segunda esposa de João Cappai de Oliveira.
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Sobrenome de família imigrante que viveu em Leopoldina.
Família Gottardo
No prosseguimento da atualização de informações sobre os passageiros do vapor Washington, que aportou no Rio no dia 30 de outubro de 1888, hoje abordaremos o grupo chefiado por Antonio Gottardo que passou pouco tempo no Brasil, voltou para a Italia e depois veio de forma definitiva. O que chama a atenção, neste caso, é que desembarcaram apenas o pai e as filhas Maria e Regina, e uma filha desta de nome Angelina, no retorno em 1896,
Segundo o casamento de Angelina, ela teria nascido em Leopoldina em março de 1894, o que remete a viagem de parte da família Gottardo para a Italia a partir desta data. Regina tinha outra filha, de nome Petrina Antonieta, nascida e batizada em Leopoldina em 1891, que não desembarcou com a mãe em 1896. E pelo casamento de Angelina, soubemos que o pai dela, Achille Meneghetti, teria falecido em São Paulo.
Considerando que Antonio, as filhas Maria e Regina, a neta Angelina e talvez o genro Achille tenham ficado na Italia entre meados de 1894 e fevereiro de 1896, realizamos buscas na localidade onde o grupo teria vivido no período: Dolo, província de Venezia, bem próximo de Vigonza, onde Antonio Gottardo vivia antes da primeira viagem ao Brasil. Esclareça-se, a propósito, que o pai de Antonio chamava-se Domenico Gottardo e é provavelmente aquele que faleceu em 1877 em Dolo, sendo natural de Arino di Dolo e residente em Cazzago di Pianiga, localidades entre Dolo e Vigonza. Por conta desta informação, estendemos as buscas por estes lugares. Infelizmente, nada encontramos.
Em março de 1896, Antonio Gottardo desembarcou novamente no porto do Rio e foi encaminhado para a Hospedaria Horta Barbosa, de onde saiu no dia 17, com destino a Ubá. Pouco tempo depois já estava novamente em Leopoldina, onde a filha Regina se casou pela segunda vez, com Aquilino Castagna, em fevereiro de 1898. Em Leopoldina também se casaram outros filhos: Maria em 1901, Michele e Giovanni Battista em 1904, e Domenico se casou duas vezes, a primeira em 1914.
Em 1910, Giovanni Battista Gottardo adquiriu o lote 26 da Colônia Agrícola da Constança. Em 1912, faleceu Antonio Gottardo. Pouco depois a filha Regina mudou-se para Belo Horizonte com o segundo marido e os filhos deste casamento. Em meados da década de 1930 foi a vez do filho Michele transferir-se para o estado do Rio. Domenico, Giobatta e Maria permaneceram em Leopoldina. Não temos notícias dos filhos mais novos: Giuseppe e Antonia. A descendência conhecida de Antonio Gottardo já está na sétima geração.
Da Toscana e da Sardegna
Da Sardegna temos Agus, Cadeddu, Cappai, Cucco, Duana, Fanni, Fois, Gessa, Lai, Mona, Picci, Porcu, Locci, Vargiolo e Zotti que foram encontrados em várias partes do território de Leopoldina.
Dois aspectos nos levam a reunir estas famílias. O primeiro é que parte delas se radicou no território de um distrito que hoje é o município de Argirita. O outro motivo é que os casamentos entre descendentes nos apontaram pelo menos um caso de vínculo nascido ainda na Italia, quando migrantes sardos se instalaram na Toscana e só mais tarde passaram ao Brasil.
Cappai, Capace ou Capaz
Este pequeno estudo genealógico sobre a família Cappai foi publicado em abril de 2001, como um dos capítulos da genealogia da família Gottardo.
AGUS GIUSEPPE CAPPAI nasceu por volta de 1852 em Villasalto, Cagliari, Sardegna, Italia. Foi casado com ANA MARIANICA GESSA, nascida por volta de 1862 também em Villasalto, conforme apuramos nos Livros da Hospedaria Horta Barbosa (Arquivo Público Mineiro), SA 920 fls 145.
O casal deu entrada na Hospedaria Horta Barbosa no dia 28 de junho de 1897, acompanhado de 6 filhos. Saíram no dia 4 de julho de 1897 para trabalhar na Fazenda Bela Vista, de Antonio Belizandro dos Reis Meireles, localizada no então distrito de Rio Pardo, hoje município de Argirita.
A filha MARIA CAPPAI, nascida entre 1883 e 1887 em Villasanto, faleceu em Leopoldina aos 28 de dezembro de 1969, conforme lápide do túmulo no Cemitério Nossa Senhora do Carmo, Leopoldina, MG. Foi a segunda esposa de Domenico Giuseppe Gottardo, filho de Antonio Gottardo e Tereza Luigia Guerra, com quem se casara no civil aos 30 de julho de 1921 (microfilme 1.285.228 Leopoldina, Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, item 4 fls 247 nr. 56) Segundo a Leva Militare delle province di Padova e Rovigo 1846 – 1902, o Registro de Estrangeiros da esposa realizado em Leopoldina e informações de parentes, ele nasceu aos 29 de março de 1871 em Vigonza, Padova, Veneto, Italia. Faleceu em Leopoldina no dia 27 de setembro de 1950, conforme lápide do túmulo no cemitério local.
No requerimento para seu Registro de Estrangeiros, realizado conforme artigo 149 do Decreto 3.010 de 1938, assinado em 30.01.1942, Maria Cappai declarou ser doméstica, residente no distrito de Santa Izabel, atual Abaíba. Declarou, também, que passou ao Brasil em 1893, informação que verificamos não ser correta, já que encontramos seu nome na lista de passageiros do Vapor Equitá, em 1897, junto com seus pais e irmãos.
ANTONIO CAPPAI, o segundo filho de Marianica e Agus, teria nascido por volta de 1884, conforme a lista de passageiros.
SALVATORE CAPPAI, o terceiro filho, nasceu por volta de 1889 em Villasalto e faleceu em Nova Venecia, ES, no dia 25 de março de 1958, conforme informações de parentes. Casou-se no distrito de Providência, Leopoldina, no dia 19 de julho de 1913, com Ersilia Pedrini, filha de Francesco Pedrini e Ermenegilda Vechi (Arquivo da Diocese de Leopoldina, MG, Secretaria Paroquial da Matriz do Rosário, Leopoldina, MG, lv 5 cas fls 267 termo 42). Segundo o assento paroquial, Ersilia teria nascido em 1892 em Marzabotto, Bologna, Emilia Romagna, Italia, informação parcialmente confirmada em Livros da Hospedaria Horta Barbosa (Arquivo Público Mineiro), Livro SA-920 pag 182 fam 107.
FILOMENA CAPPAI, a quarta filha de Marianica e Agus, nasceu por volta de 1891 em Villasalto. Não encontramos outros informes sobre ela.
RAFFAELE CAPPAI nasceu por volta de 1893 também em Villasalto. Casou-se com Izabel da Conceição, filha de Antonio Carlos de Oliveira e Ana Cecília da Conceição, aos 10 de novembro de 1917 em Leopoldina (microfilme 1.285.228 Leopoldina, Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, item 4 fls 84 reg. 100 e Cartório de Registro Civil de Leopoldina, MG, lv 6 fls 192 termo 50). Ela nasceu em Leopoldina, no dia 11 de março de 1899 (microfilme 1.285.225 Leopoldina, Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, item 2 termo 105 fls 11v.)
DANIELE CAPPAI, o filho caçula de Ana Marianica e Agus Cappai, nasceu por volta de 1894 em Villasalto, Cagliari, Sardegna, Italia.. Nada mais conseguimos apurar sobre este filho.
Encontramos descendência apenas do casal Raffaele Cappai e Izabel da Conceição. Ainda assim, estão confusos os registros de batismo e óbito de duas crianças nascidas em 1920. No livro 2 do Cemitério Nossa Senhora do Carmo, Leopoldina, MG, fls 97 nr 47, consta o sepultamento de um natimorto no dia 10 de março de 1920. Já no livro de batismos relativo ao mesmo período, consta o assento de Maria, batizada no dia 2 de maio de 1920, tendo nascido no dia 10 de abril do mesmo ano (microfilme 1.285.227 Leopoldina, Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, item 2 bat termo 162 fls 37verso). É possível que fossem duas crianças nascidas no dia 10 de março e o padre teria cometido um engano ao lançar a data de nascimento ao batizar a criança sobrevivente.
Um estudo mais amplo sobre os Cappai está disponível neste endereço.