Autoridades do distrito de Dores do Monte Alegre do Pomba

O distrito de Dores do Monte Alegre do Rio Pomba, atual Itapiruçu, município de Palma, foi criado em território de Leopoldina.

No período em que esteve subordinado a Leopoldina, a Câmara Municipal empossou as autoridades abaixo, conforme constante nos códices 32 e 146 do Arquivo da Câmara Municipal de Leopoldina.

José Francisco de Amorim 1º suplente de Juiz de Paz 01.08.1890
Manoel Antonio da Mota Júnior 3º Juiz de Paz 14.01.1891
Manoel Inácio Gomes 2º suplente de Juiz de Paz 17.01.1891

Autoridades do Distrito da Capivara

Autoridades empossadas pela Câmara Municipal de Leopoldina entre 1857 e 1865, conforme códices 32 e 146 do Arquivo da Câmara.

CAPIVARA, atual município de Palma

Florisbelo Avelino Guimarães 1º Juiz de Paz 08.01.1857

Florisbelo Avelino Guimarães

Francisco da Silva Vieira 1º Juiz de Paz 07.01.1865
João Dias de Oliveira 4º Juiz de Paz 09.01.1865
Joaquim Moreira Faria Pinto 3º Juiz de Paz 08.01.1857
3º Juiz de Paz 15.04.1861
José Antonio Alves 3º Juiz de Paz 31.05.1862
José Carvalho da Costa 2º Juiz de Paz 02.03.1857
4º Juiz de Paz 09.03.1861
José Moreira de Faria e Silva 1º Juiz de Paz 15.04.1861
Lauriano Fernandes Lopes 2º Juiz de Paz 09.01.1865
Manoel Jacinto Rodrigues 3º Juiz de Paz 09.01.1865
Valeriano Honório Ferreira Leite 4º Juiz de Paz 08.01.1857

São Sebastião da Cachoeira Alegre

Freguesia de 1887, pertencente à Paróquia de São Paulo de Muriaé, São Sebastião da Cachoeira Alegre ocupava grande extensão territorial, com 470 fazendas e 4.000 habitantes na década de 1870.

No seu extremo sul apareceu, ao final dos anos de 1880, o povoado de Bom Jesus da Cachoeira Alegre com metade da extensão territorial e população. Quando Palma alcançou autonomia administrativa, a população somada de São Sebastião e Bom Jesus era 40% superior à de Palma. No processo de incorporação, os 4.200 habitantes de São Sebastião permaneceram vinculados a Muriaé e os de Bom Jesus passaram a Palma que teve, então, sua população aumentada de 5.000 para quase 8.000 habitantes.

Houve muita disputa política entre o final do século anterior e a primeira década do século XX, com os administradores de Palma querendo exercer o poder sobre São Sebastião da Cachoeira Alegre. Em 1911 veio a decisão a favor de Palma,  o que não agradou aos moradores. Prosseguiram as disputas até que, em 1920, São Sebastião da Cachoeira Alegre passou para o distrito de Silveira Carvalho, pertencendo a Muriaé. Entre os mentores desta nova divisão administrativa encontram-se, entre outros, os Silveira Carvalho, Duarte, Almeida, Rocha, Lammoglia, Meloni e Montovani.

Bom Jesus da Cachoeira Alegre permaneceu em Palma até 1962, quando o distrito de Morro Alto foi elevado a município com o nome de Barão de Monte Alto. O principal motivo da separação foi o abandono a que estava relegado o distrito de Morro Alto, ao qual Bom Jesus havia sido incorporado.

Na década de 1920 as localidades de Morro Alto, Bom Jesus e São Sebastião receberam muitos imigrantes portugueses, atraídos pelo baixo preço das terras esgotadas pela monocultura de café. Desde o final do século anterior já havia grande número de imigrantes, especialmente italianos, em São Sebastião da Cachoeira Alegre. A multiplicação de pequenas propriedades, onde outrora existiram verdadeiros latifúndios produzindo apenas café, modificou sensivelmente o panorama local. Muriaé, que foi o 16º município brasileiro em produção cafeeira  naquele 1920, aos poucos passou a dedicar-se a outras atividades, liberando grande extensão de terras para os neo-agricultores. Assim, portugueses e italianos atingiram o sonho da terra própria. Infelizmente, porém, foram os mais atingidos pela quebradeira de 1929.

Entre outras famílias que participaram desta retomada do crescimento está a do tio do poeta Miguel de Torga, que saiu de Leopoldina para comprar a Fazenda de Santa Cruz em São Sebastião da Cachoeira Alegre, na época distrito de Muriaé com o nome de Silveira Carvalho. Seus familiares estão profundamente vinculados ao movimento político que resultou na criação do município de Cachoeira Alegre e permaneciam em sua administração até a realização desta pesquisa, em 2001.

Quanto aos descendentes de italianos, a geração nascida a partir de 1930 conheceu dificuldades inomináveis. Embora a energia elétrica tenha chegado a Muriaé em 1910, seus distritos só a conheceram dez anos mais tarde. Por outro lado, Palma só teve energia elétrica a partir de 1920 e até 1964 este benefício não tinha chegado ao distrito de Morro Alto.

Da mesma forma teve influência a baixa escolarização dos habitantes. Apesar de Muriaé oferecer educação nos distritos desde o final do século XIX, as disputas políticas em São Sebastião da Cachoeira Alegre impediram a criação de escolas antes de sua re-anexação à antiga sede. Enquanto Muriaé contava com 36 núcleos de educação básica em 1916, o município vizinho atendia apenas a população da área urbana em suas 6 escolas.

Este texto foi composto a partir de informações obtidas em:

– entrevistas com descendentes dos Correia da Rocha;

– entrevistas com descendentes de italianos;

– relatórios da Presidência da Província de Minas Gerais;

– dados estatísticos fornecidos pelo Centro de Documentação da Fundação IBGE;

– dados estatísticos da Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais;

– Fundação Henrique Hastenreiter e sua Revista de Historiografia Muriaeense;

– Revista Municípios, número dedicado a Muriaé;

– FARIA, Maria Auxiliadora de. O que ficou dos 178 anos da história de Muriaé. Itaperuna, RJ: Damadá, 1985.