Sangirolami uniram-se aos Colle e Bonini

Quando publicamos os ancestrais de João Bonini, no dia 10 de julho, não incluímos os pais de Pierina Galasso por não termos outras informações além dos nomes. Hoje aproveitamos o pedido de descendente de José Colle, primo de João Bonini, para completar o quadro ascendente.

Tia Aline, educadora leopoldinense

Homenagem a uma professora que deixou saudades.

Em nosso trabalho Nossas Ruas, Nossa Gente, publicado pela Felizcidade, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público sediada em Leopoldina, um dos verbetes é o da rua Aline Monteiro Gomes, localizada no bairro Dona Euzébia, e que recebeu este nome através da lei nº 3.391, de 26.12.2001.

A tia Aline, como era carinhosamente conhecida, era filha de José Gonçalves Gomes e Francisca Monteiro Lobo. Por sua atuação à frente do Jardim de Infância que em tantos leopoldinenses mirins despertou a sensibilidade e a criatividade, foi uma professora dinâmica e inovadora. Entre manifestações de antigos alunos da tia Aline, destacamos um trecho da entrevista concedida por Maria Georgina Albuquerque a Vânia Diniz[i]

Você nasceu em Leopoldina. Guarda alguma lembrança da sua cidade?

R – Realmente nasci em Leopoldina, Vânia, uma pequena cidade da Zona da Mata Mineira. Apesar da minha pouca idade na época em que ali vivi, as recordações são inúmeras e claras. Trago comigo o cheiro de terra molhada após o prazer da chuva, o canto das cigarras e um esplêndido arco-íris embelezando o céu.

A minha mãe era muito católica, daí a lembrança dos cânticos religiosos e a chegada da imagem de Nossa Senhora em minha casa pra novena do mês de maio. Havia muita alegria na família, com inúmeras visitas e a diversidade de influências dos irmãos mais velhos, cada um com a sua peculiaridade. Aos meus quatro ou cinco anos, minha família mudou-se para o Rio de Janeiro. Como sete dos seus nove filhos já haviam concluído o colegial, meu pai optou por uma cidade maior, com Universidades e possibilidades profissionais que melhor lhes atendessem. Além dos meus avós maternos, tínhamos alguns tios que já moravam no Rio, o que tornou a coisa mais agradável.

Algum fato marcou nitidamente sua infância?

R – Chegando ao Rio, o ingresso no Colégio Assunção representou um divisor de águas. Estava acostumada ao microcosmo da cidade interiorana e embora este se situasse no tranqüilo bairro de Santa Tereza, onde fomos morar, um novo mundo descortinou-se. O espaço físico era excessivo e o refeitório acessado por um elevador panorâmico. Da imensa quadra de vôlei, avistava-se toda a cidade minimizada abaixo, o mar estendendo-se pelo horizonte como num belo cartão postal. Para completar, exigia-se o regime de semi-internato, com o relativo afastamento da minha família sendo compensado pela disciplina dos horários de estudo, biblioteca, aulas de música e esportes. Foi, portanto, uma mudança um tanto drástica, embora não me tenha absolutamente causado danos e perceba hoje o quanto me beneficiou.

Quando descobriu a literatura?

R-A escolinha em que estudava em Minas, já na época era bastante inovadora. Lembro-me muito bem da Tia Aline, professora e proprietária do pequeno estabelecimento. A proposta pedagógica do seu Jardim de Infância, por incrível que pareça, era muito mais avançada que a do tradicional Colégio Assunção, no Rio. Os pequenos alunos eram bastante estimulados e sem que percebêssemos ou tomássemos a aprendizagem como uma exigência a ser cumprida, desenvolvíamos uma imensa curiosidade pelo que havia em volta. A criatividade era incentivada através do vasto material que cobria as enormes mesas da escola e, ao lado das tintas e lápis coloridos, várias estantes repletas de livros faziam a festa dos alunos. Ao chegar no Rio já sabia ler  e a minha mãe, também professora, passou a incentivar o meu hábito de leitura, presenteando-me constantemente com livros infantis. Os irmãos mais velhos também enriqueceram muito essa experiência.

Tia Aline mantinha o seu Jardim de Infância no mesmo endereço onde residia, na rua Custódio Junqueira, junto de suas irmãs Corina e Ondina.

Outra de suas irmãs, Sebastiana Monteiro Gomes (apelido Babá), foi casada com o farmacêutico Guanahyro Fraga Mota. Dos irmãos de tia Aline temos ainda a informação de que em 1938 o João residia em Caratinga, MG e que o Osmar era farmacêutico. De Rita temos apenas o nome citado na Genealogia Mineira.[ii]

O pai da tia Aline, José Gonçalves Gomes, foi hoteleiro em Leopoldina. A mãe da tia Aline, Dona Francisca pertencia à tradicional família Monteiro Lobo que já foi objeto de nossos estudos. Casada a primeira vez com seu primo José Augusto Monteiro da Silva Filho, de cujo consórcio não houve descendência, Dona Francisca era filha de Marcos Monteiro da Silva e Maria da Conceição Lobo, cuja ascendência encontra-se no citado estudo


[i] Maria Georgina Albuquerque, psicóloga, radicada em Brasília, nascida em Leopoldina, filha de Wilson Albuquerque e Odívia Carrano. Textos publicados na Usina de Letras onde também se encontram textos de seu irmão, Pedro Wilson Carrano Albuquerque. Entrevista a Vânia Moreira Diniz.

[ii] REZENDE, Arthur Vieira de, Genealogia Mineira,  (Belo Horizonte, Imprensa Oficial, 1937), volume 2 – 2ª parte – fls 119 e seguintes.

Autoridades do distrito de Dores do Monte Alegre do Pomba

O distrito de Dores do Monte Alegre do Rio Pomba, atual Itapiruçu, município de Palma, foi criado em território de Leopoldina.

No período em que esteve subordinado a Leopoldina, a Câmara Municipal empossou as autoridades abaixo, conforme constante nos códices 32 e 146 do Arquivo da Câmara Municipal de Leopoldina.

José Francisco de Amorim 1º suplente de Juiz de Paz 01.08.1890
Manoel Antonio da Mota Júnior 3º Juiz de Paz 14.01.1891
Manoel Inácio Gomes 2º suplente de Juiz de Paz 17.01.1891