– busca responder a uma questão ou problema levantado a partir de um tema;– tem uma justificativa;– pretende atingir um ou mais objetivos;– é realizada através de determinada metodologia.
Sobrenome de família imigrante que viveu em Leopoldina.
– busca responder a uma questão ou problema levantado a partir de um tema;– tem uma justificativa;– pretende atingir um ou mais objetivos;– é realizada através de determinada metodologia.
Segundo a Inchiesta Agraria de Jacini, na segunda metade do século XIX as pequenas propriedades eram mais comuns do que o latifúndio na Emilia-Romagna. Em algumas partes da região encontravam-se unidades de 10 a 30 hectares mas o tamanho mais frequente ficava em torno de 9 hectares. Num extrato sobre a Inchiesta Agraria de 1878, Giulio Gatti informa que a propaganda da emigração comparava a diminuta extensão das propriedades rurais na Italia com a possibilidade de adquirir grandes fazendas no Brasil.
Tomando por base o tamanho dos lotes da Colônia Agrícola da Constança, com 25 hectares em média, verifica-se que a realidade encontrada estava longe de confirmar a propaganda que atraíra aqueles imigrantes. Sabemos que antes do estabelecimento daquele núcleo colonial os imigrantes raramente tiveram oportunidade de adquirir uma boa propriedade, que permitisse o rendimento necessário para o sustento de família numerosa. Foi o caso, por exemplo, de Giovanni Casadio. Com a esposa Luigia Martinelli e pelo menos dois filhos, em 1897 Giuseppe foi contratado para uma fazenda no então distrito de Leopoldina chamado Rio Pardo, hoje o município de Argirita. Em 1910, o filho Giovanni Casadio adquiriu o lote número 35 da Constança, no qual também viveram seus pais. Assim como tantos outros, os Casadio foram bastante operosos e conseguiram uma boa condição de vida.
Outros imigrantes da mesma região, como os Minelli de Bologna, radicaram-se no distrito de Ribeiro Junqueira. Já os Conti, de Marzabotto, tornaram-se proprietários na localidade de São Lourenço, também no município de Leopoldina. Ao que se sabe, estes e os demais imigrantes estão entre os numerosos colonos que transformaram pequenos lotes em exemplo de produtividade.
Arleo, Bianco, Brando, Campagna, Conti, Cunto, Damiani, Domarco, Esposito, Falabella, Gesualdi, Iennaco, Lamarca, Lammoglia, Lingordo, Maciello, Marchetti, Panza, Rinaldi, Schettini e Viola são sobrenomes de ancestrais de muitos leopoldinenses.
A emigração temporária era assimilada pelos trabalhadores como um fato natural, permitindo que eles formassem uma boa poupança que garantia o sustento de suas famílias, com as quais geralmente conviviam quase que somente durante o inverno. Entre outros números, os autores citados mencionam os cerca de 10.000 indivíduos da província de Belluno e os 2.000 de Bergamo que passaram a temporada de 1872 longe de suas famílias. Quase todos os autores que consultamos utilizam as antigas obras sobre o assunto para afirmar que a emigração temporária sempre foi considerada uma fonte de riqueza para o Estado italiano.
Sendo assim, não nos surpreende que descendentes das famílias Anzolin, Casadio, Conti, Gottardo, Guersoni, Marchesini, Minelli, Rancan, Tazzari e Zamagna tenham mencionado as temporadas de seus antepassados em outros países. Em algumas delas, parece que o fato dos arregimentadores exigirem que trouxessem a família para o Brasil não foi percebido como contratação do “pacote completo”, ou seja, que filhos e esposa aumentavam a força de trabalho disponível e seriam submetidos ao mesmo regime dos chefes de família. Por outro lado, a Itália negociou a vinda de seus habitantes no mesmo modelo praticado já de longa data, qual seja a de formação de colônias italianas no exterior.