Emigração Temporária

Leoni Carpi, em Dell’Emigrazione Italiani all’Estero, publicado em 1871, apresenta dados semelhantes aos encontrados na obra de Franchetti e Sonnino, no que diz respeito à cultura de emigrar como um fenômeno que fazia parte da vida do italiano desde tempos remotos. Considerando que Carpi incluiu informações sobre as províncias do norte, enquanto Franchetti e Sonnino trataram da Sicilia, a similitude de informações respalda conclusões extraídas das entrevistas com descendentes de imigrantes italianos que viveram em Leopoldina. Trata-se de considerar que os nossos colonos viviam numa sociedade em que as fronteiras nacionais não impediam deslocamentos frequentes para trabalhar na colheita ou em obras públicas dos países vizinhos.

A emigração temporária era assimilada pelos trabalhadores como um fato natural, permitindo que eles formassem uma boa poupança que garantia o sustento de suas famílias, com as quais geralmente conviviam quase que somente durante o inverno. Entre outros números, os autores citados mencionam os cerca de 10.000 indivíduos da província de Belluno e os 2.000 de Bergamo que passaram a temporada de 1872 longe de suas famílias. Quase todos os autores que consultamos utilizam as antigas obras sobre o assunto para afirmar que a emigração temporária sempre foi considerada uma fonte de riqueza para o Estado italiano.

Sendo assim, não nos surpreende que descendentes das famílias Anzolin, Casadio, Conti, Gottardo, Guersoni, Marchesini, Minelli, Rancan, Tazzari e Zamagna tenham mencionado as temporadas de seus antepassados em outros países. Em algumas delas, parece que o fato dos arregimentadores exigirem que trouxessem a família para o Brasil não foi percebido como contratação do “pacote completo”, ou seja, que filhos e esposa aumentavam a força de trabalho disponível e seriam submetidos ao mesmo regime dos chefes de família. Por outro lado, a Itália negociou a vinda de seus habitantes no mesmo modelo praticado já de longa data, qual seja a de formação de colônias italianas no exterior.

2 opiniões sobre “Emigração Temporária”

  1. Bom dia!

    Sou da família Schettino e Lammoglia, estou tentando fazer a árvore genealógica e encontrei esse site. Não sei se somos parentes, pois meus antenatos foram para Carmo-RJ, mas achei muita coincidência entre as famílias, pois minha trisavó era Roza Lamoglia casada com Pepino Alite,e ficou viúva,não sei se contraiu outro matrimônio, minha bisa Maria Lamoglia e viveu com Domingos Schettino, antes era casada e ficou viúva,mas ainda não descobri nada sobre o marido anterior.Só conheço esse ramo da família.Pode me ajudar?Ouviu falar em alguns desses nomes que citei?
    Desde já agradeço,
    Tania

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    1. Olá Tania: os estudos do site foram extraídos de um projeto sobre a Imigração Italiana em Leopoldina que completou 130 anos em 2010. Na época, esbarramos em referências aos dois sobrenomes de seu interesse em Pirapetinga e Além Paraíba. Mas em virtude de existirem muitos homônimos e os personagens terem chegado a Leopoldina após o término de nosso recorte temporal, não aprofundamos as buscas. Se for de seu interesse, informe a época de nascimento dos seus familiares para que eu possa comparar com os homônimos coletados e analisar possíveis vínculos.

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