111 – As esposas e os filhos de Paulino Rodrigues

O Trem de História segue a viagem para reunir esposas e filhos do Paulino Augusto Rodrigues. E começa registrando que ele se casou a primeira vez aos 21.02.1891, com sua prima pelo lado materno, Umbelina Cândida Gouvêa, nascida em 11.11.1871 e falecida em 06.07.1919, com quem teve 14 filhos. Umbelina era a filha mais velha de Luiz José Gonzaga de Gouvêa e de Maria Carolina de Moraes, sendo por esta linha neta de José Vital de Moraes e Umbelina Cassiano do Carmo, avós maternos de Paulino.

Vale lembrar que o cunhado José, irmão de Umbelina e conhecido como Zeca Gouvêa, casou-se com Mariana, filha de Anna Venância da Silva, a segunda irmã mais velha do Paulino, tornando-se também sobrinho de Paulino.

Com a morte da primeira esposa e com filhos ainda pequenos, Paulino contraiu segundas núpcias em 20.11.1919, com Maria José Lacerda (Zezéca), nascida em 01.10.1884 em Providência, distrito de Leopoldina, filha de José Romão Tavares de Lacerda e Luiza Augusta de Lacerda, neta, portanto, de Romão Pinheiro Corrêa de Lacerda, um dos pioneiros do Feijão Cru.

Esta segunda união de Paulino permaneceu até o seu falecimento em 20 de setembro de 1947.  Zezéca faleceu em 1980, em Leopoldina.

Ressalte-se que parte destes filhos de fazendeiro, nascidos e/ou criados na zona rural, naturalmente se dedicou na vida adulta a alguma atividade ligada à lavoura e à pecuária. Alguns deles, inclusive, em terras herdadas do pai.

Novamente, por questão de espaço no Jornal, o Trem de História precisa parar por aqui. Mas fica acertado que ele continuará com o mesmo personagem no próximo encontro. Aguardem.


Fontes de Referência;

Arquivo da Diocese de Leopoldina, lv 02 bat fls 122v termo 1160 e  lv 4 cas fls 166 termo 94.

Cemitério Nossa Senhora do Carmo, Leopoldina, MG,.lv 2 fls 93 plano 1 sep 199 e lv de sepultamentos de 1947, termo 196

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA

Publicado na edição 363 no jornal Leopoldinense de 16 de setembro de 2018

86 – Romão Pinheiro Corrêa de Lacerda: descendentes do segundo casamento – Parte II

Para encerrar a família de Romão Pinheiro Corrêa de Lacerda, o Trem de História se ocupa hoje dos quatro filhos restantes.

f) HELIODORA PINHEIRO CORRÊA DE LACERDA nasceu a 07.01.1858 em Leopoldina. Algumas publicações informam erradamente que Heliodora seria filha de Francisco Pinheiro Corrêa de Lacerda, irmão de seu pai que faleceu cerca de dezesseis anos antes do nascimento da sobrinha. Pesquisa no livro de batismo, no entanto, deixa clara a paternidade de Heliodora, ao informar que era filha do casamento de Romão Pinheiro Corrêa de Lacerda com Maria de Nazareth Pereira.

Heliodora se casou com Felix Martins Ferreira, que dá nome à praça principal de Leopoldina, filho de Joaquim Martins Ferreira e Maria Esméria de Carvalho Leite, nascido por volta de 1852 em Providência, Leopoldina e falecido em data próxima a fevereiro 1901, em Conselheiro Lafaiete (MG). Félix Martins foi proprietário da fazenda Araribá, na divisa de Leopoldina com Angustura, delegado de polícia, vereador na cidade e acionista do Banco de Leopoldina. Eles tiveram seis filhos: Rafael Felix, Jorge Martins, Maria Magdalena Martins, Georgina Martins, Joaquim Martins e Lafayette Martins.

Sobre esta família o Trem de História trouxe informações quando, em sete artigos publicados no Leopoldinense entre dezembro de 2016 e março de 2017, falou sobre o escritor modernista leopoldinense, Francisco MARTINS DE ALMEIDA, um dos netos de Heliodora e Félix Martins.

g) SOFIA CÂNDIDA DE LACERDA nasceu a 09.05.1860 em Leopoldina. Casou-se com João Caetano Almeida Gama, filho de Joaquim Antonio de Almeida e Gama e Maria Josefina Cândida de Jesus. Eles tiveram oito filhos: Américo de Lacerda Gama (1877); Otávio (1878); Adalgisa (1880); Raul (1883 – 1903); Vasco da Gama (1884 – 1885); Maria (1886 – 1887); Vasco (1888); João (1889 – 1891). Esta família foi abordada em artigo do Trem de História publicado em 16 de junho de 2016.

h) LUIZ ANTONIO CORRÊA DE LACERDA nasceu a 12.04.1863 em Leopoldina, onde era eleitor em 1892 e fundou o Centro Espírita Beneficiente em 1904. Assim como seus irmãos, Luiz Antonio também estudou no Colégio Caraça. Foi professor de português e latim do Ginásio Leopoldinense. Em 1886 foi citado entre os proprietários rurais e de escravos em Leopoldina. Casou-se com Isabel Maria de Lacerda Werneck, filha de Luiz Boaventura Peixoto de Lacerda Werneck e Isabel Augusta de Lacerda Werneck, sendo neta paterna do Barão do Pati de Alferes Francisco Peixoto de Lacerda Werneck. Isabel nasceu na Suíça, na época em que seu pai era Consul Brasileiro naquele país. Luiz Antonio e Isabel tiveram nove filhos nascidos em Leopoldina: Izabel (1885 – 1887); Maria Francisca (1887); Mario Vito (1889); Pedro das Chagas (1891); Paulo (1894); Luis Pio (1897); Romão (1900); Maria Nazareth (1902 – 1909); e, Maria da Glória Werneck (1904 – 1909).

O sétimo filho do casal chamou-se Romão Pinheiro Corrêa de Lacerda em homenagem ao avô paterno. Casou-se com Maria José de Lacerda Werneck, filha de José Ignacio de Lacerda Werneck e Sophia Selma Güenter. José Ignacio era natural de Pati do Alferes e se casou em Leopoldina em 1893. Em 1896 ele inaugurou “à rua do Tiradentes um novo estabelecimento de fazendas, armarinho roupas feitas e calçados”, conforme noticiou o jornal O Mediador de 6 de setembro daquele ano.

Romão Neto e Maria José tiveram, pelo menos, quatro filhos: Selma Izabel, José Luiz, Maria Aparecida e Paulo Antônio Werneck de Lacerda.

Conclui-se, aqui, o relato sobre filhos e netos de Romão Pinheiro Corrêa de Lacerda que, conforme registrado no texto nr 82 que iniciou esta série, era filho de Ana e Álvaro Pinheiro Corrêa de Lacerda. Sua mãe faleceu antes de fevereiro de 1797, quando seu pai se casou pela segunda vez com Ângela Maria do Livramento. Mas Álvaro morreu pouco mais de cinco anos depois e, ao que tudo indica, Ângela ficou como tutora de todos os filhos dele, transferindo-se para o Feijão Cru por volta de 1931, na companhia de Romão.

A próxima viagem do Trem de História abordará esta transferência, cuja origem está no “Registro Civil do Feijão Cru”, em dois documentos emitidos há 200 anos, nos dias 13 e 14 de outubro, a favor de dois tios paternos de Romão: Fernando e Jerônimo Corrêa de Lacerda.

Até lá!

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA

Publicado na edição 340 no jornal Leopoldinense de 1 de outubro de 2017

49 – Joaquim Antonio de Almeida Gama: o casamento

A viagem continua e o Trem de História fala hoje sobre o casamento de Joaquim Antonio. Antes, porém, quer dar notícia do Registro de Terras(1) de 1856, cujo item 6 se transcreve com a ortografia original.

Conforme se verá a seguir, é relativo ao fazendeiro em estudo e a uma fazenda cujas terras chegavam a uma parte do que é hoje o centro da cidade. Diz o registro:

“Joaquim Antonio de Almeida e Gama he senhor e possuidor da fazenda denominada Floresta, sita nesta Freguesia adequeridas por titulo de compra, levará dusentos e vinte alqueires de planta de milho e divide por um lado com Romão Pinheiro Correia de Lacerda, José Zeferino de Almeida, José Joaquim Cordeiro, D. Maria do Carmo, com os herdeiros do finado Bernardino, com o Dr Antonio José Monteiro de Barros. Villa Leopoldina em trez de Março de mil oitocentos e cincoenta e seis. Joaquim Antonio de Almeida e Gama. O Vigº José Mª Solleiro”

Quanto às núpcias de Joaquim Antonio é de se registrar que não se sabe quando exatamente elas ocorreram porque ainda não foram encontrados os livros paroquiais com os eventos realizados no então Curato do Feijão Cru antes de 1850. Pode-se, entretanto, supor que ele e Maria Josefina Cândida de Jesus tenham se casado logo depois da Contagem Populacional de 1843, já que o filho mais velho do casal nasceu por volta de 1845.

Maria Josefina era filha de José Thomaz de Aquino Cabral e de Rosa Cândida da Gama, cujo sobrenome faz acreditar ser parenta de Joaquim Antonio.

Vale registrar que o casamento de Joaquim Antonio com Maria Josefina aproxima o Trem de História de outro antigo morador de Leopoldina, o senhor José Thomaz de Aquino Cabral que, em 1856, era proprietário da Fazenda Santa Cruz(2) cujas terras, cerca de 265 alqueires, divisavam com João Gualberto Ferreira Brito (Fazenda Fortaleza), Antonio Rodrigues Gomes (Fazenda Águas Vertentes do Córrego do Moinho), José Ferreira Brito (Fazenda Dois Irmãos), Francisco da Silva Barbosa (Fazenda Boa Vista) e Mariana Luiza ou Tereza Pereira Duarte (Fazenda Recreio).

Registre-se, ainda, que o casal José Thomaz e Rosa Cândida teve pelo menos mais um filho, Carlos Augusto de Aquino Cabral, cujas terras recebidas por herança dos seus pais foram transformadas na Fazenda Natividade, localizada na divisa(3) do Distrito de Paz de Vista Alegre(4).

Aqui vale a explicação de que este antigo Distrito de Paz pertencia a Leopoldina, em 1891, e ficava nas proximidades do córrego Jacareacanga, na margem direita do Rio Pomba. O atual distrito de Vista Alegre, pertencente ao município de Cataguases, fica na margem esquerda.

Outra informação que pode ser interessante é a de que, possivelmente, a esposa de Joaquim Antonio era meia-irmã de Antonio e Joaquim Thomaz de Aquino Cabral, cuja mãe é indicada nas fontes como sendo Maria Benedita de Almeida e o pai, José Thomaz de Aquino Cabral. Antonio Thomaz foi alistado(5) no mesmo distrito eleitoral de Carlos Augusto e foi casado com Rosa Vitalina, provavelmente de sobrenome Gama. Teve nove filhos em Leopoldina, entre 1878 e 1893 e uma filha que teria nascido no estado do Espírito Santo. O irmão Joaquim Thomaz de Aquino Cabral casou-se(6) em Leopoldina, no dia 19.02.1881, com Luiza Augusta da Gama, filha de Joaquim Antonio de Almeida Gama e Maria Josefina Cândida de Jesus.

Joaquim Antonio e Maria Josefina tiveram, pelo menos, 13 filhos nascidos em Leopoldina São eles: Teófilo Antonio, Filomena Josefina, João Caetano, Rosa Cândida, Antonio Francisco, Maria, Luiza Augusta, Carlota, Virginia Angélica, José Joaquim, Elisa, Joaquim e Ernestina, que lotarão o próximo vagão do Trem de História. Aguardem!


Notas:

1 – Arquivo Público Mineiro, Seção Colonial, TP 114, Registro de Terras de Leopoldina, nr  6

2 – idem, nr 3

3 – Leis Mineiras, Arquivo Público Mineiro, Decreto 406 de 6 de março de 1891

4 – idem, Lei 3171 de 18 de outubro de 1883

5 – Alistamento Eleitoral de Leopoldina século XIX, lv 37 fls 14v nr 21

6 – Secretaria Paroquial da Matriz do Rosário, Leopoldina, MG, lv 2 cas fls 52 termo 143

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA

Publicado no jornal Leopoldinense de 01 de junho de 2016