7 – Periódicos e suas Histórias

Conforme prometido no artigo anterior o Trem de História traz um pouco da vida dos vinte e um periódicos publicados no município de Leopoldina entre 1879 e 1899. De alguns deles se falará um pouco mais em vagões posteriores.

01) O Leopoldinense, o mais antigo deles, circulou de 1879 a 1900. É o primeiro da lista e a ele se voltará em artigo posterior;

02) O Correio da Leopoldina veio em seguida, no ano de 1881. Deste se sabe apenas, por nota d’O Leopoldinense de 03.07.1881 que José de Souza Soares Filho e Manoel Teixeira da Fonseca Vasconcelos eram seus redatores e proprietários.  É possível que fossem moradores do então distrito de Bom Jesus do Rio Pardo, atual município de Argirita;

03) O terceiro periódico é O Povo, que segundo o já citado Xavier da Veiga teria circulado de 1885 a 1890 no distrito de Campo Limpo (atual Ribeiro Junqueira). Dele pouco se sabe. Foram encontradas três edições datadas de 1885 e 1886, ano em que o proprietário se transferiu para Cataguases, onde continuou publicando o periódico;

04) Princípio da Vida. Deste periódico se sabe apenas que foi lançado em 1885;

05) O Pássaro, lançado em 1886, do qual não foram encontradas edições;

06) Estrela de Minas teve sua data de lançamento – 29 de julho de 1887, registrada por José Pedro Xavier da Veiga na monografia A Imprensa em Minas Gerais, publicada em 1894 em fascículo do jornal Minas Geraes e republicada em 1898 na Revista do Arquivo Público Mineiro. Entretanto, nenhuma edição foi localizada;

07) Ideia Nova teve o lançamento informado também por Xavier da Veiga, e assim como do anterior não foram encontradas suas edições. No jornal A Província de Minas, edição 501, 24 de novembro de 1887, página 1, anuncia-se o aparecimento no dia 17 de novembro de 1887, sob direção de Jacobino Freire e Reynaldo Matolla, sendo de propriedade de Arnaldo Lessa;

08) Irradiação circulou entre 1888 a 1890. Sua história será um pouco mais detalhada em artigo posterior;

09) A Voz Mineira. Deste periódico tem-se o registro de que circulou em 1890. Está na lista dos desconhecidos;

10) Gazeta de Leste circulou entre 1890 e 1891. Trazia no subtítulo a informação de que era Órgão Popular. Seu redator e proprietário era José de Moura Neves Filho. É mais um periódico que terá sua história contada em artigo vindouro;

11) A Leopoldina registra na sua primeira edição a data de 16.02.1893. Também sobre este periódico se vai falar em artigo futuro;

12) A Phalena é uma publicação de 1894 da qual nada mais se conseguiu apurar;

13) A Voz de Thebas foi um periódico publicado entre 1894 a 1897 no distrito de mesmo nome. Deste periódico se vai falar mais adiante;

14) O Correio de Leopoldina é de 1894. Um pouco mais sobre a sua história virá em artigo posterior;

15) A Gazeta de Leopoldina, o décimo quinto jornal do período, foi lançada em 1895. Um vagão inteiro será pouco para contar a sua história, como adiante se verá;

16) O Mediador circulou entre 1895 a 1896. Mais adiante se dará mais detalhes sobre sua trajetória;

17) O Tiradentes, publicado em 1897, foi mencionado por Xavier da Veiga como jornal do arraial de Vista Alegre, em Leopoldina. Na única edição encontrada informa-se que o proprietário foi M. C. Machado Júnior, os redatores eram Francisco Gama e Alberto Guimarães e o local consta como Vista Alegre (Minas). Ocorre que o distrito cataguasense recebeu este nome por causa da Estação Vista Alegre que havia sido instalada anos antes no município de Leopoldina, donde é comum encontrar referência a Vista Alegre como se fosse distrito de Leopoldina;

18) O Arame, jornal que circulou entre os anos 1898 a 1899, do qual foram encontrados 23 exemplares em acervo particular. Sobre ele se falará um pouco mais em artigo posterior;

19) A Lyra teria circulado em 1898 no distrito de Campo Limpo, conforme noticiado no jornal O Arame, de 11.12.1898. Seu proprietário e redador foi Jorge de Albuquerque Júnior;

20) O Pelicano, consagrado à maçonaria, teve seu lançamento em 1898. Tinha José Werneck como seu diretor e circulou no distrito de Campo Limpo; e,

21)O Recreio, lançado em 1899 no então distrito do mesmo nome, conforme a Gazeta de Leopoldina de 08.01.1899.  Era editado por “A. Napoleão & C”.

Com o Recreio encerra-se a relação dos 21 periódicos publicados em Leopoldina entre 1879 a 1899. Mas seguindo a História da Imprensa em Leopoldina, a partir do vagão seguinte o leitor conhecerá um pouco mais sobre alguns destes periódicos. “Aguardem a próxima composição”, diria o agente da estação.

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA
Publicado no jornal Leopoldinense de 12 de setembro de 2014

Continuação do trabalho A Imprensa em Leopoldina (MG) entre 1879 e 1899

Efemérides Leopoldinenses: Janeiro

Memorial Diário da História de Leopoldina, com acontecimentos do mês de janeiro.

1 de janeiro

1879

Sai a primeira edição do mais antigo jornal de Leopoldina: O Leopoldinense [1]

1899

Um soneto do poeta leopoldinense Dilermando Cruz é publicado na Gazeta de Leopoldina desta data.


2 de janeiro

1868

As fazendas Morro Alto e Bom Destino passam a ser subordinadas à paróquia de Leopoldina.

1875

Assembleia Legislativa Provincial autoriza o governo da província a reconstruir ponte na estrada geral de Leopoldina para Meia Pataca. (Lei Mineira 2095).


5 de janeiro

1883

Morre a senhora Maria do Carmo Monteiro de Barros que, com seu marido, formou a Fazenda Desengano em terras que fizeram parte de sesmaria doada aos irmãos Fernando Afonso e Jerônimo Pinheiro Corrêa de Lacerda.

1883

A população servil da Província atinge a 311.666 indivíduos. A cidade com maior número de escravos é Juiz de Fora, com 21.808, em seguida Leopoldina, com 16.001, em terceiro Mar de Espanha, com 15.183, em quarto Muriaé com 7.775 e os demais municípios em ordem decrescente. [7]


8 de janeiro

1882

Nesta data Alberto Jackson era professor no então distrito de Campo Limpo[2].

1899

Circula a primeira edição de O Recreio, periódico do então distrito de Leopoldina, editado por A. Napoleão & Co.


9 de janeiro

1881

Leopoldina é sede do 9º Distrito Eleitoral da Província. [3]


11 de janeiro

1882

Onças atacam fazendas em Leopoldina.


19 de janeiro

1883

Inaugurava-se um local de espetáculos em Leopoldina, denominado Theatro Alencar. Localizado na atual Rua Cotegipe, segundo noticiou o jornal O Leopoldinense dois dias depois, a cerimônia aconteceu às 20:30, “sem o menor aparato” e a comissão encarregada da construção foi composta por Chagas Lobato, Marciano Guimarães e Santa Cecília.


20 de janeiro

1855

Instalação solene do município de Leopoldina[4].

1883

Anúncio do início das atividades do Colégio Leopoldina, filial do Colégio Venerando estabelecido na Corte.[5]


21 de janeiro

1861

Assento paroquial de casamento dos escravos Agostinho e Tereza, pertencentes a Vicente Ferreira Monteiro de Barros é o mais antigo registro deste tipo, encontrado na página 10 do Livro número 1. Entretanto, a data de abertura deste livro é 21.1.1857, o que pode indicar que houve registros anteriores e que o livro de casamentos de pessoas livres foi aberto na mesma data. Conforme declarou o padre Aristides de Araújo Porto já na década de 1910, quando iniciou a transcrição dos antigos livros paroquiais de Leopoldina, o livro de casamentos de pessoas livres não foi encontrado.


22 de janeiro

1899

O poeta leopoldinense Dilermando Cruz inaugura um externato em Leopoldina, conforme anúncio publicado na Gazeta de Leopoldina.


23 de janeiro

1874

Maria Augusta de Freitas Malta foi uma das primeiras professoras públicas em Leopoldina.


31 de janeiro

1874

Fernando Pinheiro de Souza Tavares é nomeado Juiz Municipal e de Órfãos.


[1] Editorial na página 1 da edição de 1 janeiro 1883.

[2] Anúncio publicado ‘O Leopoldinense, 8 de janeiro de 1882, página 3.

[3] VEIGA, José Pedro Xavier da. Efemérides Mineiras: 1664-1897. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 1998. 2 volumes, pag 139.

[4] Primeiro Livro de Atas da Câmara Municipal de Leopoldina, página 1.

[5] Anúncio n’O Leopoldinense, 1 de janeiro de 1883, página 4.

[7] Fala do Presidente da Província em 2 de agosto de 1883, página 66 e 67.