Etiqueta: Colonização
Processo de ocupação e exploração de um determinado espaço territorial.
A emigração e a cultura Italiana
Se muitos de nós, brasileiros, gostamos da Tarantella e das óperas italianas, pode ser porque nos fazem pensar numa parte importante da nossa identidade, já que o sangue daqueles imigrantes está presente em muitas de nossas famílias. E não acreditamos ser possível fazer distinção entre cultura que seja verdadeira ou não. Se existem práticas, são sempre verdadeiras. Podemos gostar ou não, claro. Mas jamais diminuir-lhes o valor. Se o cinema italiano da década de 1960 não é mais tão cultuado, nem por isto deve ser desmerecido. Teve o seu momento, arrebanhou multidões e cumpriu o papel de disseminar a produção do país. E acreditamos que o povo brasileiro está aberto para novas manifestações que retratem a Itália e outros países da atualidade. Podendo gostar ou não, assimilar ou não, escolher é permanência na pessoa humana. Ou, filosoficamente pensando, a única permanência é a eterna mudança.
Se os “literatos profissionais” de que fala Ianni julgam “heresia misturar emigração com cultura”, só temos a lamentar. E agradecemos a este autor por nos trazer letras de antigas canções que se tornaram hinos dos que partiam. E homenageamos os imigrantes que viveram em Leopoldina com uma destas letras (página 242)
Mo me parto da qua per n’altro regno,
passo passo mi vado allontanando;
lascio gli amici miei, lascio gli spassi,
lascio chi tanto bene me volia.
La pietre che scarpiso ‘npasso ‘npasso
pure hanno pietà del piano mio.
Nossa forma de Comemorar
Continuaremos convidando os moradores de Leopoldina a comemorarem o Centenário da Colônia Agrícola da Constança. Que cada um realize o que julgar adequado para marcar a data! De nossa parte, fica a certeza de que estudar a vida daqueles imigrantes nos fez sentir a necessidade de reverenciá-los. E optamos por fazê-lo publicando os escritos que produzimos durante estes 15 anos de pesquisas.
Leopoldinenses com origem na Calábria
Da Toscana e da Sardegna
Da Sardegna temos Agus, Cadeddu, Cappai, Cucco, Duana, Fanni, Fois, Gessa, Lai, Mona, Picci, Porcu, Locci, Vargiolo e Zotti que foram encontrados em várias partes do território de Leopoldina.
Dois aspectos nos levam a reunir estas famílias. O primeiro é que parte delas se radicou no território de um distrito que hoje é o município de Argirita. O outro motivo é que os casamentos entre descendentes nos apontaram pelo menos um caso de vínculo nascido ainda na Italia, quando migrantes sardos se instalaram na Toscana e só mais tarde passaram ao Brasil.
Friuli-Venezia Giulia
Após informamos os sobrenomes encontrados em Leopoldina, relativos a imigrantes procedentes do Piemonte, recebemos algumas consultas sobre outras regiões da Itália. Hoje respondemos sobre Friuli-Venezia Giulia. Mas queremos deixar claro que não temos, ainda, o local de nascimento de todos os italianos que passaram pela cidade. Pelo que nos foi dado apurar até o momento, nasceram nesta região os seguintes:Augusto Miani
Pierina Galasso
Rosa Pasianot
Italianos procedentes do Piemonte
Filoti
Fontanella
Geraldi
Gronda
Lazzaroni
Misalulli
Vaula
Quais são os sobrenomes dos imigrantes?
Depois que postamos aqui os nomes dos proprietários dos lotes da Colônia Agrícola da Constança, diversos leitores enviaram comentários informando que determinado sobrenome não aparece na lista. Outros perguntaram quantos imigrantes viveram em Leopoldina.
Embora já tenhamos respondido diretamente para os visitantes que informaram o e-mail, esclarecemos a todos que a listagem inclui tão somente os imigrantes que adquiriram lotes da Constança. Muitos outros viveram no município, nas diversas fazendas que passaram a contratá-los na década de 1880.
Quanto ao número, é difícil quantificar com precisão. Em primeiro lugar porque nós levantamos dados apenas do período que vai de 1880 a 1930. Naquela época, 10% da população de Leopoldina era composta de imigrantes europeus. A maioria nascida na Itália.
Mas desde o início da publicação de nossos estudos, em 1999, recebemos consultas de leitores abordando outros imigrantes que não constam na contagem oficial por uma razão básica: os nomes e sobrenomes foram profundamente alterados, inviabilizando a identificação.
É importante salientar que nem sempre eram exigidos documentos probatórios do imigrante que quisesse realizar algum ato da vida civil. Os responsáveis pelos registros, quer seja o escrivão ou o padre, não conheciam a língua do imigrante. Nem sempre, também, o assentamento civil ou religioso incluía a indicação de procedência do imigrante. Disto resultou, por exemplo, que a família Maiello, de origem italiana, tenha se transformado na família Ismael. Por outro lado, encontramos fontes indicando que o cidadão era italiano mas com um nome que seguramente foi modificado, como um Severino de Souza e um Eurípedes da Rocha. Como descobrir os nomes originais?
Esta é uma das razões que nos levam a afirmar que é preciso pesquisar muito mais para medir quantitativamente a população imigrante em Leopoldina.
Comemorar o Centenário
A campanha pela comemoração do Centenário da Colônia Agrícola da Constança tem resultado em diversas sugestões de atividades. Entretanto, queremos deixar claro que nossa proposta é para que os moradores de Leopoldina realizem as atividades que julgarem adequadas. Nós não podemos assumir a organização porque não moramos em Leopoldina nem podemos ir até lá com a frequência que seria necessária.
Por esta razão, procuramos diversas pessoas e entidades com o objetivo de encontrar possíveis coordenadores. E a Secretaria de Turismo, Esporte e Lazer, na pessoa do Secretário Gilberto Tony, assumiu este compromisso. No último domingo, no Show do Marcus Vinicius pela Rádio Jornal, o Secretário informou que vai montar o projeto e cuidar das providências necessárias.
Valéria Benatti Abraçou a Ideia
Durante o Show do Marcus Vinicius neste domingo, Valéria Benatti participou por telefone, ocasião em que reafirmou seu total apoio à campanha Abrace Esta Ideia. Convidada, aceitou representar seus ancestrais italianos nas comemorações do Centenário, em 2010, para lembrar os núcleos coloniais das cidades vizinhas e irmãs de Leopoldina. Valéria procede de Visconde do Rio Branco, tendo ligações de parentesco com os Minicucci e Vitoi de Argirita.
Mais uma vez agradecemos pela adesão da Valéria. Trabalhando em estreitas relações com Lúcia Horta, Secretária de Educação, Valéria Benatti lembrou que Educação e Cultura estão prontas para contribuírem com o evento comemorativo do Centenário da Colônia Agrícola da Constança.




