As divisas do distrito da Piedade

O distrito da Piedade, atual Piacatuba, teve os seus primeiros limites fixados em 10 de outubro de 1851 pela Lei nr. 533 que criou o distrito:

Art. 5 – O novo Distrito de Nossa Senhora da Piedade do Município do Mar de Hespanha, divide com o do Feijão Cru pelas águas vertentes do Ribeirão da Samambaia, e córrego do Nery; dali em direção às Laranjeiras e à fazenda de João Pedro de Souza no Rio Pomba; por este acima à fazenda do Capitão David; e dali em direção à Serra da Pedra Branca, atravessando o Ribeirão do Pires, até alcançar a fazenda da Graminha, compreendidas as vertentes do Rio Novo; e com o distrito do Rio Novo, divide pela maneira seguinte: ficam pertencendo ao novo Distrito de Nossa Senhora da Piedade as vertentes do Ribeirão da Independência, desde a sua foz no Rio Pardo até a Serra da Parapetinga, e da Barra do mesmo Ribeirão, Rio Pardo acima, ficam compreendidas as fazendas de D. Antônia Maria da Luz, Francisco Tavares e Francisco Mendes da Silva.

No estudo acima, a área em laranja corresponde ao distrito da Piedade em 1851 e a área em cinza não lhe pertencia. A área azul na parte inferior era do distrito do Senhor Bom Jesus do Rio Pardo, hoje Argirita. A linha azul, pelo centro e à direita do mapa, mostra a atual divisa do distrito com Tebas ao sul, a sede do município de Leopoldina a leste e Cataguases a norte-nordeste, demonstrando a área que Piacatuba perdeu entre a criação do distrito e as divisas atuais. Conforme verificado na imagem, a linha divisória sofreu algumas alterações, ora aumentando, ora diminuindo a área do distrito.

Será sempre oportuno buscar novos documentos que possam esclarecer, exatamente, quais eram os limites entre os distritos da Piedade, Rio Pardo e Monte Alegre. Especificamente sobre o Distrito do Rio Pardo (Argirita), sabemos que ele se limitava, pela serra Dourada e vertentes do rio Angu, com o Distrito de Madre de Deus do Angu (Angustura); com o então Curato do Espírito Santo (Guarará), pela serra da Prata e vertentes do ribeirão de mesmo nome; pelas vertentes do rio São João, com São João Nepomuceno e, partindo da serra de Santa Rita, seguia o córrego de São Bento até encontrar, novamente, a serra Dourada, também chamada de serra da Boa Vista.

Lei 1198 de 9 de agosto de 1864

A lei 2027 de 1º de dezembro de 1873 aborda os limites distritais e indica, como pertencentes ao Distrito de Nossa Senhora da Piedade, as fazendas Graminha, a de Manoel Antônio Dutra e a de José Maria Gonçalves Coelho, que marcavam os limites com São João Nepomuceno.

Ainda nesta lei de 1873, encontramos a primeira menção a Francisco de Paiva Campos como freguês da Piedade, sendo ali esclarecido que, até então, sua fazenda pertencia ao Distrito de Dores do Monte Alegre.

Dois anos depois, com a criação da Vila de Cataguases em novembro de 1875, foram retirados do território de Piacatuba, os terrenos da margem esquerda do rio Novo, na parte que hoje pertence a Dona Eusébia. No entanto, na jurisdição eclesiástica, aqueles terrenos continuaram com a Igreja de Nossa Senhora da Piedade.

Em 1880, nova lei vinha tratar dos limites entre Piacatuba e Cataguases. Agora estabelecendo que, do ponto do Rio Novo, onde é a atual divisa entre Itamarati, Cataguases e Dona Eusébia, seguindo pelo córrego Pirapetinga e até encontrar a foz do Rio Pardo, todos os terrenos ao norte ficariam pertencendo a Cataguases. Mas, esta ainda não seria a divisão definitiva. Em setembro do ano seguinte, o trecho compreendido entre a serra da Pedra Branca, em Astolfo Dutra, e o rio Novo, passaria também para Cataguases. Desta forma, as fazendas de João Antônio de Araújo Porto e de José Henriques da Mata, deixaram de pertencer à Piedade. Pouco depois, em outubro de 1882, foi a vez de passarem para Cataguases as fazendas de David Alves Ferreira e Pedro Antônio Furtado de Mendonça. Finalmente, em 1884, nova transferência acrescenta a Cataguases a fazenda de Cândido da Silva Ladeira.

Lei nr 2700 de 30 de novembro de 1880

Em virtude de tantas alterações dos limites entre Cataguases e a Piedade, até hoje continuam a ser mal informados os leitores de jornais e livros publicados na própria região. Especialmente no que se refere ao Museu da Eletricidade, é comum ler que a Usina Maurício está localizada naquele município. Acreditamos que caiba ao morador de Piacatuba, assim como a todos aqueles que amam este belo distrito, lutarem para que seja preservada adequadamente a sua história.

Foi no ano de 1880, com a criação do distrito de Santo Antônio de Tebas, no lugar antes denominado Aplicação de Monte Alegre, que começaram as modificações nos limites da Piedade pelo sudoeste. Ali, num primeiro momento, passaram para o novo distrito as fazendas de Francisco José Barbosa de Miranda, Francisco Paulino Ramos e Francisco Xavier Augusto. Na outra margem do rio Pardo, continuaram, na Piedade, as fazendas de Manoel Ferreira de Souza, Francisco Antônio Nogueira, Eleotério Gonçalves Pereira e João Paulino Barbosa.

Dois anos depois, com a elevação de Tebas a Freguesia, em 1882, passou a contar, em seu território, com as seguintes fazendas desmembradas da Piedade: Valverdes, Manoel Lopes de Carvalho, Rafael Teixeira, Pedro José de Novaes, Francisco Antônio Nogueira da Gama, Francisco Paulino Dias de Oliveira, Luiz José Gonzaga de Gouvêa, Paulo José Ribeiro e Joaquim Rodrigues da Silva.

Este texto foi atualizado em novembro de 2023.

Primeiro Livro de Atas das Assembleias Eleitorais de Leopoldina: 1859

Códice 93 – Eleitores presentes à Assembléia de 06.11.1859, do 18º distrito Eleitoral da Província de Minas Gerais, realizada na sede do distrito, a cidade de Leopoldina, Minas Gerais.

Compunham o colégio eleitoral os cidadãos com renda superior a 200$000 anuais, moradores das seguintes localidades: Vilas Leopoldina e Mar de Espanha; Freguesias da Meia Pataca, Conceição da Boa Vista, São José do Paraíba, Santo Antonio do Aventureiro, Rio Novo e São Paulo do Muriaé; Distritos: Espírito Santo, Bom Jesus do Rio Pardo, Madre de Deus do Angu, Nossa Senhora da Piedade, Capivara e Laranjal.

Folha 26 verso

Primeiro Livro de Atas das Assembleias Eleitorais de Leopoldina

  • Antonio José Monteiro de Barros
  • Padre Francisco Julio dos Santos
  • José Vieira de Resende Silva
  • Joaquim Antonio de Almeida Gama
  • Lucas Augusto Monteiro de Barros
  • José Antonio Penna
  • Bento José de Freitas
  • Joaquim José da Costa Cruz

Folha 27

Primeiro Livro de Atas das Assembleias Eleitorais de Leopoldina

  • João Gualberto Ferreira Brito
  • Anacleto da Costa Cordeiro
  • José Carlos da Fonseca e Silva
  • Severino Ribeiro de Rezende
  • José Carvalho da Costa
  • Jacinto Pereira da Silva
  • Custódio Dias Moreira
  • Antonio José Bastos Pinto
  • Gervasio Antonio da Silva
  • Pedro Rodrigues Xavier da Silva Chaves
  • Francisco Barbosa Valente
  • Candido José de Barros
  • João Vieira da Silva
  • Hipolito Pereira da Silva
  • Joaquim Antonio dos Santos
  • José Garcia de Mattos
  • Francisco de Cerqueira Carvalho
  • Joaquim José da Silva Ribeiro
  • José Antonio Ribeiro Duana
  • José Antonio de Mattos
  • Pedro Marçal da Costa
  • Antonio Teixeira Alves
  • João Rabello Teixeira
  • Miguel Rodrigues Pereira
  • Manoel Coelho Guimarães
  • José Joaquim de Resende
  • Romualdo C.M.de Miranda Ribeiro
  • Fortunato José Pereira de Souza
  • Antonio Bernardes Rocha
  • Antonio Luis de Moraes
  • Domingos Custodio Neto

Folha 27 verso

Primeiro Livro de Atas das Assembleias Eleitorais de Leopoldina

  • Antonio José de Menezes
  • José Bernardes Rocha
  • Emidio José de Barros
  • Manoel Jacinto Nogueira da Gama
  • Antonio Prudente de Almeida
  • Valeriano Coelho dos Santos Monteiro
  • Joaquim Vieira da Silva Pinto
  • Manoel Pereira da Silva Torres
  • Pedro Moreira de Souza
  • Domiciano Mateus Monteiro de Castro
  • Luiz Lobo Leite Pereira
  • Francisco Joaquim de Resende