Colégio Fraebel

Conforme já mencionamos neste blog, o título de Atenas da Zona da Mata foi dado a Leopoldina pela expressiva quantidade de escolas e alunos existentes na cidade. Confirmando as palavras de Roberto Capri no livro Minas Gerais e seus Municípios [São Paulo: Pocai Weiss & Cia, 1916 p. 248], encontramos inúmeros anúncios de colégios em funcionamento na cidade desde meados do século XIX. Hoje acrescentamos mais um nome de instituição de ensino anunciada há 115 anos, como se vê abaixo.

Colégio Fraebel, Leopoldina, MGImportante recordar que a Rua Primeiro de Março compreendia as atuais ruas Gabriel Magalhães e Luca Augusto e que antes se chamou Rua Direita.

Ensino do Francês no século XIX

Um leitor deste blog pediu informações sobre o uso da língua francesa em Leopoldina no século XIX. Fornecemos o recorte abaixo, do jornal O Leopoldinense de 5 de maio de 1895, página 2. Ao agradecer ele informou ser a primeira vez que encontra uma demonstração tão clara como esta e que consideraria utilizar, a partir de agora, a imprensa periódica como fonte para seus trabalhos.

Será que esta fábula ainda é contada para as nossas crianças?

Uma fábula em Francês

Cuidados com a Infância

Duas notícias publicadas na mesma página do jornal O Leopoldinense, há 132 anos, indicam preocupação com o bem estar das crianças e cobrança de medidas das autoridades.

Notícias do jornal O Leopoldinense

Por um lado, Francisco de Paula Pereira Pinto e Joaquim de Azevedo doavam selos servidos para a campanha de proteção da infância, muito comum naqueles idos de 1882. Por outro, cobrava-se de um político uma solução para a falta de professores de instrução primária.

Estas notícias chamaram a atenção pelo fato de que, naquela época, a concepção de infância não era muito diferente do que ocorria no século XII, conforme defendeu Philippe Ariès em História Social da Infância e da Família (Rio de Janeiro: LCT, 1978). Para este autor, os problemas sociais que afetavam as crianças e adolescentes pobres da Idade Média permaneciam, de alguma forma, no século XIX.

A Igreja do Rosário em imagens externas

O entalhador, escultor e pintor português Ignacio de Castro Buena Flor, que viveu em Leopoldina a partir da década de 1870 e ali faleceu em 1920, deixou na cidade diversos exemplares de sua arte que, infelizmente, foram destruídos pelo descaso e a incúria dos dirigentes. Uma de suas obras, segundo Barroso Júnior, no livro Leopoldina e seus Primórdios, página 22, foi o Altar Mor da Igreja do Rosário, bem como os púlpitos e florões ornamentais do templo. O interior da Matriz estaria em construção no ano de 1882, conforme indica a doação de Tobias Lauriano Figueira de Mello abaixo anunciada.

Donativo para as obras da Igreja do Rosário, Leopoldina, MG

A Igreja do Rosário passou por diversas reformas, como pode ser observado nas fotografias abaixo. Não foram localizadas imagens antigas de seu interior.

Igreja do Rosário de Leopoldina, provavelmente na década de 1890

Igreja do Rosário no início do século XXIgreja do Rosário, Leopoldina, MGIgreja do Rosário, Leopoldina, MG

Rua João Neto

Há poucos dias relembramos um dos antigos logradouros públicos de Leopoldina, a Rua Primeiro de Março, que não tem mais este nome. Hoje vamos lembrar de outro, que permanece com a mesma denominação que recebeu no dia 5 de abril de 1889, conforme noticiou o jornal Irradiação, edição do dia 11 daquele mês. Vejam o histórico publicado em nosso livro ‘Nossas Ruas Nossa Gente’:



JOÃO NETO, rua

(Centro) - No passado esta rua era conhecida como Boa Vista. Começa no início da rua das Flores e termina na praça Professor Ângelo. É a subida para o Grupo Novo, caminho que o menino vindo do bairro da Onça trilhava para aprender as primeiras letras. Ali ficavam as vendas do Elias Veiga, do Lingordo, o botequim dos irmãos José e João Rodrigues de Andrade e a sapataria do Renato. Na esquina com a rua das Flores, em frente ao armazém do Joaquim Garcia de Oliveira, ficava o cavalo, aguardando o final da aula e o retorno ao sítio Puris (Onça).

A Gazeta de Leste, de 11.10.1890 diz que o oitavo quarteirão era formado pela rua das Flores até a rua da Boa Vista e por esta, atravessava a ponte até o Alto da Ventania.

Consta que este João Neto seria, em verdade, João Gonçalves Neto, bisavô de Olyntho Gonçalves Netto, também nome de rua na cidade.

João Gonçalves Neto era genro de Manoel Antônio de Almeida, casado com Mariana Flauzina de Almeida. Já estava no Feijão Cru por volta de 1828 e aqui nasceram seus filhos: Rita Tereza de Jesus segunda esposa de João Gualberto Ferreira Brito, Ana e Mariana nascida e falecidas entre 1838 e 1843, Francisco Gonçalves Neto c/c Joaquina Eucheria de Almeida, Zeferina de Jesus c/c João Gualberto Damasceno Ferreira Brito (filho do primeiro casamento do João Gualberto Ferreira Brito), Joaquim Eleotério Gonçalves Neto c/c Maria Presceliana de Sena, João Izidoro Gonçalves Neto c/c Cristina Vargas Corrêa e 2ª vez com Ambrosina Martins de Carvalho, Maria Teodora Neto c/c Antônio Ferreira Neto, e Pedro Gonçalves Neto c/c Maximiana Ferreira de Almeida e 2ª vez com Ana Esméria de Almeida a 04.09.1882.

João Gonçalves Neto transferiu-se para o Feijão Cru junto com seu sogro e demais familiares, tendo formado a fazenda Residência. Em 1859 foi eleito 3º juiz de paz, em 1862 foi eleito vereador, em 1865 foi reeleito vereador, em 1868 foi eleito 4º juiz de paz.

Banco de Leopoldina

A história do Banco de Leopoldina ainda está para ser escrita. Para quem se interessa pelo desenvolvimento econômico da região, faz falta conhecer os meandros da formação da mais antiga casa bancária da cidade, que teve vida breve mas abriu caminho para que outra instituição do gênero viesse atuar no município. Segundo o jornal O Leopoldinense de 4 de abril de 1895, naquele momento os acionistas estavam sendo convocados para uma assembleia extraordinária que trataria da liquidação do Banco de Leopoldina.

Conforme se verifica na convocação acima, eram diretores do Banco de Leopoldina os senhores Francisco Ferreira Neto, Augusto de Souza Lobo e Francisco Olympio do Carmo. Faziam parte do conselho fiscal: Bernardino Coelho da Rocha, João Izidoro Gonçalves Neto e José Teixeira da Silva.

Exame de Advogado

Este pequeno extrato de um jornal de Leopoldina de 1891 indica que, naquela época, o exame de proficiência dos advogados era realizado de forma bem diferente dos atuais, promovidos pela Ordem dos Advogados do Brasil. Após esta data, Baldoíno Teixeira Lopes Guimarães atuou como advogado em diversas ações na comarca de Leopoldina.Exame de Advogado em Leopoldina

Leopoldina em 1891

Conforme anúncios publicados na Gazeta de Leste, há 123 anos, no dia 1 de março de 1891 duas novas instituições passaram a funcionar em Leopoldina. Uma delas, o Banco de Leopoldina, foi instalado solenemente naquela data, após meses de negociação entre os proprietários de terras e negociantes do município, com a finalidade de constituir o capital da casa bancária.

Segundo notícia do jornal O Minas Gerais de 4 de agosto de 1892, seu primeiro presidente foi Francisco de Vargas Corrêa Filho, falecido em 1892, quando foi substituído por Francisco Ferreira Neto.

Em 1891 foi inaugurado o Banco de LeopoldinaNo mesmo dia as senhoras Isabel Maria Werneck de Lacerda e Eugenia de Lacerda Werneck inauguraram o Colégio Werneck, internato e externato para meninas.

Em 1891 foi inaugurado em Leopoldina o Colégio Werneck

Iluminação a gaz em Leopoldina

Há 114 nos inaugurava-se a iluminação a gaz acetileno no jardim do Largo Visconde do Rio Branco, atual Praça Professor Botelho Reis. Este local, que em meados do século XX passou a ser conhecido como “pracinha do Ginásio”, foi o jardim central da cidade antes da urbanização do Parque, hoje Praça Félix Martins.

Esta modernização havia sido anunciada no dia 24 de dezembro de 1899, como se verá no anúncio a seguir.

Conforme se vê nesta notícia, Leopoldina teria sido pioneira na instalação deste tipo de iluminação pública.