IX Seminário Imigração Italiana em Minas Gerais

“Breve documentário retratando o evento realizado em setembro de 2019 na cidade de Andradas, no Sul de Minas. Região com grandes atrativos turísticos, caraterizada pela agricultura familiar, com enfase na cafeicultura e vitivinicultura. A porcentagem de ítalo descendentes em toda a região é muito alta, chegando a 70% em Andradas, que faz divisa com o estado de São Paulo. O trasbordamento destes imigrantes italianos do estado de São Paulo para Minas escapa dos registros oficiais das hospedarias de imigrantes ou dos registros portuários, portanto os novos dados levantados no estudo de caso de Andradas pelo historiador Dr. Carlos Eduardo Rovaron contribuem para valorar a tese de que o número de imigrantes italianos que se estabeleceram em Minas Gerais é bem maior daquele contabilizado até hoje”.

Veja mais informações, fotos e noticias no site Ponte Entre Culturas
Os trabalhos estão disponíveis na Revista Virtual da Imigração Italiana em MG.

Documentário ‘Imigrantes Italianos – a trajetória dos colonos que viveram em Leopoldina’.

SINOPSE:

O historiador e genealogista José Luiz Machado Rodrigues (Luja), fala sobre os resultados dos estudos realizados em conjunto com Nilza Cantoni, explicando detalhes sobre a chegada dos imigrantes no Brasil e no município de Leopoldina, onde foi formada a Colônia Agrícola da Constança. Nestes primeiros episódios, o entrevistado relata como ocorreu a imigração, demonstrando a trajetória que os colonos tiveram até chegar em Leopoldina. Também são esclarecidos detalhes de locais onde funcionaram instituições, fazendas, colônias, lotes, entre outros.

FICHA TÉCNICA:

Produção: Jornal Leopoldinense

Pesquisa: Nilza Cantoni e José Luiz Machado Rodrigues

Diretor: Luiz Otávio Meneghite

Filmagem e edição: João Gabriel Baía Meneghite

Revisão: Luciano Baía Meneghite

Publicidade: Sérgio Barbosa França

PATROCÍNIO:

Energisa

ACIL – Associação Comercial de Leopoldina

Hotel Minas Tower

Semar Assessoria Contábil

Colégio Equipe

Fonte Supermercados

APOIO CULTURAL:

Secretaria Municipal de Cultura de Leopoldina

http://www.cantoni.pro.br

AGRADECIMENTOS:

Nilza Cantoni

José Luiz Machado Rodrigues

Júlio Antonio Carraro Mendonça

José Lindionor Rocha

Pedro Augusto Machado Monteiro

Victor Guilherme Pereira Fernandes

Eduardo Mantovani

Luciana Monteiro

Rodrigo Ramos

Luciano Baía Meneghite

Sérgio Barbosa França

Té Bonin

Geraldo Guedes Couto

Alberto Ramos de Oliveira

Jairo Seoldo

Amanda Almeida

Cristiano Fófano

Jeverson Carelli

Welington Bonin Caetano

Aparecida Tigre

Luzia Tigre

Odilon Rodrigues Machado

REPRODUÇÃO DE IMAGENS

BFI – Film Forever

cantoni.pro.br

Museu da Imigração

Memorial do Imigrante

Arquivo Público Mineiro

Instituto Agrônomico de Campinas

Editora Unesp

Coleção Leopoldino Brasil

Jornal Minas Geraes

Jornal O Leopoldinense

Acervo IMS

Acervo Família Levy

Estadão.

Livro “Immigrants on the land”

Instituto Nacional do Cinema Educativo

TRILHAS SONORAS

‘Mérica, Mérica’, de Angelo Giusti Interprete: Jeverson Carelli Bateria: Diego Spilmann Baixo: Giovani Fistarol Violão: Sandro Pedroni Acordeon: Nelcir Carelli

Audio Library do Youtube

Trieste

St Francis

Spanish Rose

Fresh Fallen Snow

Os Meneghelli em Leopoldina

Por solicitação de visitante deste blog, republicamos informações sobre esta família, com atualizações.

CANDIDO MENEGHELLI e LUIGIA MARCOMINI foram pais de GIOVANNI MENEGHELLI nascido a 21 de julho de 1858 em Gazzo Veronese, Verona, Veneto, Italia, conforme Certificato di Famiglia emitido pelo Ufficio Anagrafe de Gazzo Veronese. Ele passou ao Brasil casado com LAVINIA ZAFFANI que, segundo a mesma fonte, nasceu no dia 21 de abril de 1863 em Casaleone, Verona.

A família chegou ao Brasil em 1895, tendo sido registrada na Hospedaria Horta Barbosa, em Juiz de Fora, no dia 31 de outubro, como passageiros desembarcados do Vapor Sempione, conforme livro SA 884 fls 6 família 48. No dia 4 de novembro, deixaram a Hospedaria com destino a Leopoldina, para trabalhar em fazenda do distrito que hoje tem o nome de Abaíba.

Dos filhos do casal sabemos que:

– CORINA MENEGHELLI nascida a 09 de julho de 1885 em Gazzo Veronese, casou-se com Elias Piccoli, filho dos italianos Luigi Piccoli e Maria Borella, no dia 30 de janeiro de 1904, conforme registro no Cartório de Registro Civil de Providência, Leopoldina, MG, lv 1 cas fls 168 termo 1;

– EVARISTO MENEGHELLI nasceu no dia 03 de outubro de 1886 em Gazzo Veronese. Casou-se com Giuseppina Battisaco, filha dos italianos Antonio Francesco Battisaco e Antonietta Stefani, no ano de 1909, também no distrito de Providência, conforme lv 2 fls 71 daquele Cartório;

– SALMISTA SECONDO MENEGHELLI nasceu no dia 02 de setembro de 1888 em Gazzo Veronese;

– ARISTEA REGINA MENEGHELLI nasceu no dia 23 de outubro de 1890 em Gazzo Veronese. Casou-se no dia 17 de fevereiro de 1912 com Giuseppe Conti, filho dos italianos Vincenzo Conti e Antonia Artuzo, conforme Arquivo da Diocese de Leopoldina, Secretaria Paroquial da Matriz do Rosário, Leopoldina, MG, lv 5 cas fls 197 termo 14 e Cartório de Registro Civil de Leopoldina, MG, lv 5 fls 104 termo 8;

– APOSTOLO ANGELO MENEGHELLI nasceu no dia 28 de agosto de 1892 em Gazzo Veronese, conforme indica o citado Certificato di Famiglia. Mas não desembarcou com a família, o que nos leva a crer que tenha falecido antes de 1895; e,

– CROCILLA MARIA MENEGHELLI nasceu no dia 03 de maios de 1895 em Gazzo Veronese.

Já vivendo no distrito de Providência, o casal Giovanni Meneghelli e Lavinia Zaffani teve os filhos:

– JORGE nascido no dia 23 de abril de 1902 conforme Cartório de Registro Civil de Providência, Leopoldina, MG, lv 3 fls 52; e,

– ANA MARIA nascida no dia 09 de abril de 1907 conforme Cartório de Registro Civil de Providência, Leopoldina, MG, lv 3 fls 120.

Quando escrevíamos a história da Colônia Agrícola da Constança e da Imigração em Leopoldina, publicada em abril de 2010 e disponível neste endereço, recebemos mensagem de descendente dos Meneghelli informando que o casal teve mais dois filhos no estado do Espírito Santo: MARIA e CIRILO MENEGHELLI.

Segundo este correspondente, em 1920 Giovanni Meneghelli era proprietário rural no município de Alegre, ES. Esta informação veio se somar a muitas outras que apuramos sobre as migrações internas dos italianos que inicialmente se estabeleceram no município de Leopoldina.

Entre as 1867 pessoas de sobrenome italiano que identificamos no início do projeto, conseguimos informações mais detalhadas de apenas 406. Entre as demais, expressivo foi o número dos que saíram em busca de terras mais baratas e melhores condições de sobrevivência em outras localidades, principalmente depois de instalada a Colônia Constança, em 1910. Muitos por não terem conseguido um lote. Alguns por não terem alcançado boa produtividade na terra que lhes foi financiada.

Mais detalhes sobre a migração interna podem ser vistos na obra acima indicada.

Resta-nos, para concluir, informar que nasceram em Leopoldina alguns netos do casal Giovanni-Lavínia:

– ELENA, filha de Elias Piccoli e Corina Meneghelli, nasceu no dia 04 de dezembro de 1911, conforme Cartório de Registro Civil de Providência, Leopoldina, MG, lv 4 fls 6;

– MARIA LUIZA, irmã de Elena, nasceu no dia 06 de fevereiro de 1914, conforme Arquivo da Diocese de Leopoldina, Secretaria Paroquial da Matriz do Rosário, Leopoldina, MG, lv 15 bat fls 17 termo 163. O registro civil foi feito algum tempo depois no Cartório de Registro Civil de Providência, lv 4, fls 42-v, no qual consta nascimento a 06.12.1914, data incompatível já que a criança foi batizada no dia 26 de abril de 1914;

– ANTONIO, filho de Evaristo Meneghelli e Giuseppina Battisaco, nasceu no dia 10 de janeiro de 1910 conforme Cartório de Registro Civil de Providência, lv 3 fls 190;

– JOSÉ PASCOAL, irmão de Antonio, nasceu no dia 13 de abril de 1911 conforme Cartório de Registro Civil de Providência, lv 3 fls 51;

– JORGE, irmão de Antonio e José Pascoal, nasceu no dia 02 de julho de 1914 conforme Cartório de Registro Civil de Providência, lv 3 fls 167.

Também nasceram em Leopoldina os filhos de ARISTEA REGINA, a única filha do casal Meneghelli que permaneceu no município. Casada com Giuseppe Conti, Aristea teve os filhos:

– EMILIO nascido no dia 11 de maio de 1913 [Arquivo da Diocese de Leopoldina, Secretaria Paroquial da Matriz do Rosário, Leopoldina, MG, lv 14 bat fls 83 termo 351];

– ANAYR nascida no dia 25 de julho 1914 [Arquivo da Diocese de Leopoldina, Secretaria Paroquial da Matriz do Rosário, Leopoldina, MG, lv 15 bat fls 60v termo 59];

– ABILIO nascido no dia 25 de junho de 1916 [Arquivo da Diocese de Leopoldina, Secretaria Paroquial da Matriz do Rosário, Leopoldina, MG, lv 16 bat fls 58v termo 486];

– JOÃO nascido no dia 23 de julho de 1918 [Arquivo da Diocese de Leopoldina, Secretaria Paroquial da Matriz do Rosário, Leopoldina, MG, lv 17 bat fls 64 termo 3;

– MARIA nascida no dia 05 de outubro de 1919 [Arquivo da Diocese de Leopoldina, Secretaria Paroquial da Matriz do Rosário, Leopoldina, MG, lv 18 bat fls 39v termo 182] e falecida no dia 11 de março de 2012 conforme Obituário 2012 publicado em 22.03.2012 no Leopoldinense On Line . Era casada com EMILIO BARBOSA DE OLIVEIRA;

– ANTONIA nascida por volta de 1924; e,

– LUIZ CONTI nascido por volta de 1928.

Da geração seguinte sabemos apenas da bisneta Maria Emília de Oliveira, filha de Maria Conti e Emílio Barbosa de Oliveira. Maria Emília é casada com ANTONIO CARLOS DE ALMEIDA TAVARES com quem tem três filhos: Alexandre, Heloisa e Eliana.

Ressaltamos que os sobrenomes deste grupo familiar, como de resto de todos os descendentes de imigrantes que viveram em Leopoldina, sofreu alterações. Algumas tão profundas que impedem reconhecê-los nos descendentes atuais. Para tornar viável nosso trabalho, conforme explicamos no livro acima indicado, definimos como procedimento metodológico que manteríamos a ortografia encontrada no mais antigo documento, preferencialmente obtido no país de origem.

Zambenedetti ou Sanbenedeto

PIETRO ZAMBENEDETTI, nascido por volta de 1863 na Itália, filho de Tiziano Zambenedetti, passou ao Brasil em 1897 pelo vapor Espagne. A família foi registrada na Hospedaria Horta Barbosa em setembro daquele ano, tendo saído sob contrato com Antonio Augusto de Almeida, com destino ao distrito de Santa Izabel, hoje Abaíba, em Leopoldina, Minas Gerais. A esposa de Pietro, CATTERINA NOALE, nasceu na Itália por volta de 1868, filha de Vincenzo Noale.

O casal chegou com três filhos:

1 – Vincenzo Tiziano Zambenedetti, nascido em Spresiano, Treviso, Veneto no dia 27 de setembro de 1893;

2 – Guglielmo Zambenedetti, nascido por volta de 1895; e,

3 – Antonietta Maria Zambenedetti, nascida no dia 10 de março de 1897 em Spresiano.

Pouco mais de um ano depois da chegada, nasceu a filha seguinte:

4 – Maria Antonieta Zambenedetti, nascida no dia 19 de novembro de 1898, batizada no povoado de São Lourenço, em Leopoldina, MG. No batismo, o sobrenome paterno é Sanbenedeto.

Segundo informações de um descendente, em Leopoldina o casal teria tido mais três filhos: Angelina em 1899, Santina Maria em 1902 e Pedro Benedito por volta de 1906.

Até o momento não foram encontradas outras informações sobre esta família em Leopoldina.

Italianos no noroeste fluminense

Indicação de Maria da Conceição Vargas, a tese de Rosane Aparecida Bartholazzi de Carvalho será de grande ajuda para os que estudam a imigração italiana.

Tese (Doutorado) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Ciências Humanas e Filosofia, Departamento de História, 2009.

RESUMO

“A tese privilegia o estudo da imigração italiana no quadro da expansão cafeicultora, no noroeste fluminense, particularmente, no município de Itaperuna, onde inúmeras famílias italianas, originárias de diferentes regiões, fixaram-se como colonas em grandes propriedades rurais, sobretudo na fazenda Bela Vista, nos anos de 1897 e 1898. Através dos registros privados e cartorários, verificou-se que muitas destas famílias, eram oriundas da região do Lazio, Província de Roma, o que imprime ao presente trabalho expressiva particularidade no que diz respeito à origem dos imigrantes italianos que afluíram para a região sudeste do Brasil, no último quartel do século XIX. Neste sentido, optou-se por acompanhar a trajetória dos imigrantes, que deixaram aquela região da Itália, sobretudo os municípios de Proceno e Graffignano, buscando compreender, através da análise da documentação dos arquivos italianos, o contexto econômico, social e político vivido no país de origem e colocando em discussão a questão da miserabilidade do imigrante frente às remessas originadas dos municípios. Na região de acolhida, este estudo buscou analisar a mobilidade social dos imigrantes, que utilizaram diversas estratégias para conquistarem a posse da terra, transformando-se de colonos e parceiros em proprietários rurais e ou comerciantes. Para o estudo da inserção e ocupação do espaço pelas famílias imigradas, o universo de pesquisa ampliou-se. Além dos grupos oriundos do Lazio, foram incluídos, também, as famílias emigradas de outras partes da Itália, considerando que chegaram no mesmo período, trabalharam juntas na mesma fazenda e participaram da rede de solidariedade estabelecida entre eles para demarcarem seu espaço e ascenderem socialmente. Por último, estudou-se a herança da terra, bem como as formas adotadas na transmissão dos negócios, fundamentais para que a maior parte das propriedades continuasse, ainda hoje, nas mãos dos descendentes.”

Leia a íntegra neste endereço.