Após analisar registros de Trento e Pavia, na Itália; de Leopoldina, Cataguases e Belo Horizonte em Minas Gerais; Curitiba-PR; Cantagalo, Cordeiro e Miracema no Rio de Janeiro-RJ; assim como consultar o arquivo da Catedral Metodista em Petrópolis e a imprensa periódica das localidades por onde passou, foi possível ampliar as informações sobre Giovanni Francesco Ziller, frade católico que foi enviado pela sua diocese, no Alto-Adige na Itália, em 1903, para educar novos frades em São Paulo.
Pouco tempo depois, deixou o serviço religioso e se estabeleceu no Rio de Janeiro, onde trabalhou no Jornal do Comércio. Transferiu-se para o município de Cantagalo e trabalhou para o Colégio Barros. Ainda no estado do Rio, era diretor do Colégio Moderno, em Cordeiro, quando foi convidado para lecionar no então já afamado Ginásio Leopoldinense, em Leopoldina, MG, cidade onde nasceram a quarta e a quinta filhas de seu casamento com a lombarda Maria Luigia Gazzonis.
Quatro anos depois estava de volta ao estado do Rio e ali permaneceu até 1919, quando abjurou da religião românica e adotou o metodismo, assumindo como pastor da Igreja Metodista em Muriaé-MG no ano de 1920. Seu retorno a Minas Gerais foi bastante tumultuado, causando desagrados nos encontros protestantes de que participou em algumas cidades. Articulista inflamado em periódicos contrários aos dogmas da Igreja Católica, transferiu-se para o interior de São Paulo e em 1926 tornou-se pastor da Igreja Presbiteriana em Franca.
Faleceu em Belo Horizonte, de onde se disseminou sua fama como exímio conhecedor da língua portuguesa, tendo publicado, pelo menos, três obras importantes para o estudo da língua vernácula.
Agradecemos às colaborações das descendentes Albina Ziller Fagundes e Juliana Garamboni Merege que nos deram informações preciosas, através das quais pudemos melhor direcionar nossa buscas.
Versão original da postagem:
Nos livros de batismos números 14 e 15, de Leopoldina, identificamos um casal imigrante que permanece com poucas informações. Trata-se de Giovanni Trentino Ziller e Luigia Gazzoni, pais de:
– Angelina, nascida no dia 18 de janeiro de 1913 e batizada aos 16 de março do mesmo ano;
– Abigail, nascida aos 11 de março de 1914 e batizada no dia 8 de setembro do mesmo ano.
Em contato com pesquisadores do Rio Grande do Sul, soubemos que por volta de 1825 nasceu Giovanni Battista Ziller no Trento, região Trentino Alto-Adige. Era filho de Giuseppe Ziller e Orsola Dattalini.
No dia 15 de setembro de 1847 Giovanni casou-se com Maria Cattarina Zamboni em Arsio, comune da província do Trento. Ela nasceu no dia 26 de junho de 1825 em Brez, na província do Trento. Sabe-se que descendentes de Giovanni Battista Ziller e Maria Cattarina Zamboni passaram ao Brasil, provavelmente Rio Grande do Sul, e que o casal teve um filho homônimo do pai que foi mandado ao seminário, ainda na Itália.
Por coincidência, no batismo da Angelina, após o nome da mãe consta a expressão: “Nota: Pater est sacerdos catholicus secularisatus”. No batismo da filha Abigail, após o nome do pai consta a expressão: “sacerdos catholicus secularisatus”
O casal Giovanni Battista Ziller e Luigia Gazzoni foi padrinho de batismo de Luiz, filho de Pedro Leonello e Virginia Sellegerin, em dezembro de 1914. Pelos sobrenomes, parece que os pais de Luiz também eram imigrantes italianos.
Reunindo outras informações, observamos que a provável mãe do Giovanni Battista Ziller que viveu em Leopoldina tinha o sobrenome Zamboni, que é o mesmo do padrinho de Angelina Ziller, batizada em Leopoldina: Rochi Zamboni. Este personagem pode ser da família de Pietro Zamboni que passou ao Brasil em 1896, radicando-se em Mar de Espanha.
Parece que Giovanni Battista Ziller, ex-padre, foi professor do Ginásio em Leopoldina, onde era tido como austríaco. Mas até o momento nada mais conseguimos apurar.
Desde já agradecemos se algum leitor puder nos fornecer pistas para ampliar as informações sobre esta família.