O uso político da Conjuração Mineira

“Um dos ideais apresentados n’O Arauto de Minas era que os inconfidentes tinham lutado com afinco pela independência do Brasil, e mesmo tendo falhado, o germe de suas aspirações à liberdade tinha permanecido latente entre seus contemporâneos.”

Declaração de Augusto Henrique Assis Resende no artigo publicado na Revista Expedições: Teoria da História & Historiografia V. 4, N.2, Agosto-Dezembro de 2013.

Resumo: Esta pesquisa propõe analisar a maneira como políticos conservadores e republicanos do último quartel do século XIX utilizaram a imagem dos conjurados mineiros para legitimar seus ideais. Monarquistas e republicanos buscariam em um passado pouco conhecido de fato, a Conjuração Mineira, um alento e uma inspiração, respectivamente a seus projetos. Do lado monarquista, um jornal de São João del-Rei – O Arauto de Minas – ligado ao partido Conservador assume a tarefa de difundir entre seus leitores e correligionários a ideia da conectividade entre o elemento simbólico da Inconfidência Mineira e o Império Brasileiro. Tal associação era baseada nos difundidos pressupostos dos conjurados: independência e liberdade; e que foram concretizados em 1822. Relativo à República, A Patria Mineira, jornal da mesma cidade defende a suposta orientação republicana dos inconfidentes. Daí surge a vindoura associação entre os inconfidentes e o novo regime, que surgiria em 1889 e que faria destes um de seus mais importantes sustentáculos. Há ainda a utilização de um terceiro jornal desta cidade mineira, O Tribunal, que é utilizado para um contraponto das ideias apresentadas nos dois primeiros.

Leia aqui a íntegra do artigo.

Entre a cruz e a espada: religião, política e controle social nas Minas do Ouro (1693-1745)

Renato da Silva Dias

RESUMO

O objetivo central deste artigo é tratar das implicações políticas concernentes à implantação do catolicismo no hinterland mineiro, em sua fase de organização (1693-1745), assinalando as principais dificuldades encontradas pela coroa para estabelecer a vida religiosa nesse território. Percebe-se que o político não pode ser esquadrinhado somente em seu registro mais aparente, uma vez que ele também jaz em causas mais profundas que se radicam no imaginário religioso. Destarte, diante da complexidade do “real”, torna-se necessário verificar as suas mediações, seus limites e o coeficiente de dependência/independência entre essa instância e o religioso. A análise do político via “questão religiosa” demanda reflexão e esforço maiores para se entender os homens em seu próprio tempo, como agentes sociais ativos, embora muitas vezes atuando sob circunstâncias extremamente adversas. Para tal, este estudo se realizou à luz da documentação coeva, notadamente aquela produzida pela Secretaria do Governo.

Palavras-chave religião, política, resistência, Minas Gerais.

Varia Historia – Entre a cruz e a espada: religião, política e controle social nas Minas do Ouro (1693-1745)