Os primeiros Carraro em Leopoldina

Entre os passageiros do vapor Washington que deram entrada na Hospedaria Horta Barbosa no dia 31 de outubro de 1888, constam três grupos do sobrenome Carraro.

O primeiro, que recebeu o número 82, era chefiado por Emílio Carraro, indicado como solteiro, com 16 anos, sua mãe Santa Bordin com 40 anos, e os irmão Vittorio com 15 anos e Massimiliano com 13 anos.  Saíram da Hospedaria no dia 4 de novembro com destino a São João Nepomuceno.

Descobrimos que o pai deles e marido de Santa Bordin foi Francesco Carraro, falecido em Pianiga no dia 4 de setembro de 1878. Massimiliano Angelo nasceu aos 9 de novembro de 1875 também em Pianiga. De Emilio e Vittorio não encontramos nascimento. Mas além destes filhos, localizamos uma filha de Santa e Francesco de nome Fortunata Marcolina, nascida por volta de 1877 e falecida no dia 11 de dezembro de 1878 em Pianiga.

Vittorio Carraro se casou com Elisabetta Carraro, de família que passou ao Brasil seis anos depois. Em 25 de novembro de 1911 o casal tomou posse do lote número 7 da Colônia Agrícola da Constança. Casados em Leopoldina no dia 30 de julho de 1898, tiveram os seguintes filhos : Elizia (1899-1899), Angelina (19800-1968), Maximiano (1903-906), Emilia (906), Maria (1908-967), Amelia (1912) e Rosa (1914-1973)

O segundo grupo, cujo número deveria ser 83 mas foi escrito 23, era chefiado por Eugenio Carraro, viúvo, 33 anos, com 4 filhas: Eleonora de 5 anos, Maria de 4 anos, Luigia de 2 anos e Angela com 1 ano. Saíram da Hospedaria no mesmo dia e para a mesma cidade.  Entretanto, assim como a família anterior, pouco tempo depois estavam vivendo em Leopoldina.

Eleonora Carraro, também referida como Honorina, casou-se em Leopoldina com Fiorindo Bedin, também referido como Olimpio, no dia 7 de setembro de 1901.  Ele nasceu dia 15 de janeiro de 1880 em Castegnero, Vicenza, filho de Domenico Bedin e Anna Todaro.  Eleonora/Honorina faleceu no dia 22 de junho de 1907, deixando, pelo menos, dois filhos: José, nascido em 1904 e Natal, nascido em 1906. Fiorindo casou-se pela segunda vez com a cunhada Maria, no dia 23 de junho de 1908. Deste casamento teve os filhos Amélia (1908), Celeste (1911), Welsina (1903), João (1915) e Cynira (1920). Fiorindo/Olimpio casou-se pela terceira vez,  no dia 31 de outubro de 1927, com Filomena Fernandes, nascida em Leopoldina em 1895, filha de Domingos Antonio Fernandes e Margarida do Nascimento.

O terceiro grupo de Carraros era composto por Federico, de 28 anos e sua esposa Rosa Giovanna Calzavara, com quem havia se casado no dia 27 de setembro em Pianiga. Ou seja, o casamento foi realizado poucos dias antes do embarque para o Brasil.

A esposa de Federico era filha de Gregorio Calzavara e Antonia Benfatto mas seus pais não teriam deixado a Italia. Os pais de Federico foram Andrea Carraro e Antonia Masuolo, ambos já falecidos quando o filho se casou. Federico e Rosa saíram da Hospedaria com destino a Leopoldina, no mesmo dia 5 de novembro em que outro grupo de passageiros do Washington , com o mesmo sobrenome de sua esposa, também foi para Leopoldina. Sob o número 143 eram Giuseppe Angelo  Calzavara, de 32 anos, a esposa Anna Maria Scantamburlo e os filhos Regina (6 anos), Pietro (2 anos) e um bebê de 2 meses que pode ser Amalia Calzavara, que em Leopoldina se casou com Otavio de Angelis. Giuseppe Angelo e Ana Maria foram pais, também, de Pedro Angelo e Genoveffa, nascidos em Leopoldina, onde ela se casou com Ermenegildo Meneghetti, que também veio na mesma viagem do Washington.

Ainda não foi possível estabelecer o parentesco entre Andrea Carraro, pai de Federico, com Angelo Carraro, pai de Eugenio e Francesco Carraro.

7 opiniões sobre “Os primeiros Carraro em Leopoldina”

  1. Bom dia, sou descendente de Demetrio di Lorenzi casado com Tereza Carraro os quais, no ano de 1911, se instalaram no lote 5 do mencionado assentamento de Leopoldina. Por ser no mesmo ano e praticamente vizinho ao lote 7 do Sr. Vittorio Carraro, suponho possa haver alguma ligação familiar. Sei que o referido Demétrio veio de Santa Maria di Sala e que ficaram pouco tempo no assentamento, vindo para o estado de SP.

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    1. Olá Rafael: pouco sabemos do casal Demetrio di Lorenzi e Tereza Carraro. Eles só passaram ao Brasil em 1911 e foram encaminhados para Leopoldina, tendo assinado contrato de compra de um lote da Colônia Agrícola da Constança três dias após deixarem a Hospedaria da Ilha das Flores. É possível que sejam parentes dos Lorenzi e Carraro que vieram em 1888, procedentes de Vigonza, onde nasceu pelo menos um filho de Demetrio e Tereza. Nossas consultas ao Archivio di Stato não foram respondidas e o casal desistiu da compra do lote três meses depois, não deixando qualquer tipo de fonte registrada em Leopoldina.

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  2. Oi!
    Minha mãe contou que a Rosa e o Federico tiveram 10 filhos: Cecília (minha avó); Jacomina, Virgínia, Amália, Maria, Ricardo, Emilio, Belizario, Jose e Marcelino. Alguns nomes coincidem com os nomes que vocês escreveram, outros não, gostaria de ajudar na formação da matéria, só não temos documentos, só os da minha avó Cecília, já falecida, 1985. Vou perguntar a minha tia se ela sabe mais sobre. A Vovó Cecília nasceu em Leopoldina-MG, casou com João Julião (que na verdade deve ser Giuliani) teve 6 filhos, Dionizio, Antonio, Darcy, Maria, Odete e Helena, apenas a Helena e a Odete são vivas.

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    1. Olá Adriana: Não temos sua avó no banco de dados. Talvez ela tenha nascido em data posterior ao fim do recorte temporal da pesquisa sobre os italianos.
      Quanto ao João Julião, tenho um João Giuliani, nascido em 1902, filho de Luigi Giuliani e Teresa Ermini. Se você tiver a data de casamento, farei uma busca.
      Em relação aos filhos de Rosa e Federico Carraro, os dados diferentes provavelmente decorrem do fato da família não conhecer os filhos falecidos na infância e em nossos registros constarem nomes e datas conforme fontes escritas, especialmente assentos paroquiais. Mas se você informar datas ainda que aproximadas, e locais de nascimento dos tios de sua mãe, talvez possam ser localizados os registros.

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  3. Sobre os Carraros em Leopoldina.
    Sou bisneta de “Frederico Caralo” e “Rosa Cachavara”, minha mãe conta que meus bisavós casaram e vieram para o Brasil, e isso coincide com o terceiro grupo de Carraros no Brasil. -O terceiro grupo de Carraros era composto por Federico, de 28 anos e sua esposa Rosa Giovanna Calzavara, com quem havia se casado no dia 27 de setembro em Pianiga. Ou seja, o casamento foi realizado poucos dias antes do embarque para o Brasil.- Vou pegar certinho com minha mãe os nomes dos irmãos da minha avó Cecilia “Caralo” nascida em Leopoldina-MG, ela é filha do “Frederico e da Rosa”, meus bisavós. Creio que o nome “Cachavara” está escrito como entendido aqui no Brasil, e são na verdade Federico e Rosa Calzavara.

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