Encontro da Família Carminatti

Aelington Carminati, filho de Alda Carminati e neto de José Carminati e Ana Marchesi, convida para o Encontro de Família que ocorrerá no dia 11 de dezembro de 2011, na área de lazer do EAMES (MARINHA DO BRASIL), prainha de Vila Velha-ES a partir das 10 horas.

Contato pelos telefones (27)3035-1397 ou (27)9735-7480.

Consulta sobre os Carminatti

 O texto de 6 de outubro de 2008, sobre a família Carminatti, gerou ontem o seguinte comentário:

Olá onde estão estes registros de nomes e trajetórias, pois alguns nomes diferem dos nomes que tenho registros – Pietro -conheço como Pedro pois é pai da minha avó e -Dalva Maria – conheco como Dalia pois é mâe do meu avô.Por favor me retorna,obrigada desde já. Mariangela.

Optamos por responder através desta nova postagem porque acreditamos que seja de interesse de outros leitores.

Conforme temos esclarecido em outras oportunidades, foram utilizadas diferentes fontes de informação. A partir da identificação do imigrante nos relatórios da Colônia Agrícola da Constança ou citação em alguma fonte de Leopoldina, consultamos os seguintes documentos: livros de registro em hospedaria; manifestos de navios; processos de registro de estrangeiros; assentos paroquiais de batismo e casamento; registro civil de nascimento, casamento e óbito; registro de sepultamento; compra e venda de imóveis; recolhimento de tributos municipais; alistamento eleitoral; matrícula escolar de descendentes; e jornais da cidade. Sempre que conseguimos identificar o comune de origem dos italianos, consultamos o respectivo Archivio di Stato. Além disso, entrevistamos grande número de descendentes e antigos moradores, através dos quais obtivemos inúmeras cópias de documentos e fotografias.

Portanto, nem sempre é possível indicar uma única fonte para origem de determinada informação. O estudo da imigração em Leopoldina envolve um longo processo, iniciado em 1994. Na maioria dos casos, foi necessário realizar uma delicada comparação entre as diversas fontes, principalmente por conta das variações de grafia.  Para tornar viável a indexação, fundamental para um trabalho que envolve número tão elevado de personagens, adotamos o critério de registrar o formato de nomes e sobrenomes constante no registro documental mais antigo.

Assim é que o nome do bisavô de Mariângela foi registrado como Pietro Silvio Carminatti, em virtude da confirmação recebida de Ghisalba, Bergamo, Lombardia, Italia. Aqui no Brasil, Mariangela, você poderá consultar no Arquivo Nacional, o manifesto do vapor Colombo para viagem em que aportou no Rio de Janeiro no dia 3 de abril de 1896.

Já para Maria Dalia, indicamos uma fonte encontrável em Leopoldina: Igreja Nossa Senhora do Rosário, livro 5 de casamentos, folha 26.

Para outros dados sobre sua família você poderá consultar também:
– Relatório da Colônia Agrícola da Constança de 1911, disponível no Arquivo Público Mineiro,
– Gazeta de Leopoldina, abril de 1910;
– Livro SA  902 da Hospedaria Horta Barbosa, folha 4, disponível no Arquivo Público Mineiro.

Além disso, fizemos contato com descendentes de Arturo Carminatti, residentes em Belo Horizonte.

 

Imigrantes que vieram da Lombardia para Leopoldina

Leopoldina recebeu imigrantes procedentes de várias províncias da Lombardia. Entre eles podemos citar os sobrenomes:

Bernardi
Bolzoni
Campana
Carminatti
Cosini
Filipoli
Gobbi
Lupatini
Macchina
Mancastropa
Moroni
Sangalli
Sardi
Zanetti

Carminatti

A família chefiada por Giovanni Carminatti embarcou em Genova e aportou no Rio de Janeiro no dia 3 de abril de 1896, sendo transferida para a Hospedaria Horta Barbosa em Juiz de Fora, onde foi registrada no dia 05 de abril. Dali partiram, no dia 20 de abril, contratados por Joaquim Pereira de Sá para trabalharem em sua fazenda de Roça Grande, São João Nepomuceno, MG.

O vapor Colombo, nesta viagem, transportou 1002 passageiros na 3ª classe com destino ao Rio de Janeiro, sendo 904 contratados pelo Governo do Estado de Minas, com despesas pagas pelo Estado. Além dos 98 imigrantes espontâneos, consta do manifesto que outros 385 passageiros destinavam-se ao porto de Santos.

Giovanni Carminatti e sua esposa Angela Pagano chegaram ao Brasil acompanhados dos filhos Dalva, Guglielmo, Arturo, Gregorio e Pietro Silvio. Segundo o documento de desembarque, todos eram naturais de Ghisalba, Bergamo, Lombardia. Já morando na região de São João Nepomuceno nasceram os filhos Assunta, Belmira e Conceição.

Há indicações de que a família tenha vivido em território do atual município de Argirita, que na época era distrito de Leopoldina com o nome de Rio Pardo. Porém, em nossas buscas por documentos em Argirita nada foi encontrado.

Por informações de descendentes soubemos que, em 1909, em Argirita, Dalva Maria Carminatti casou-se com Virgilio Gruppi, procedente da Bologna, Emilia Romagna, filho de Cesare Gruppi e Enrica Bertuzi. A mesma fonte informa, também, que o casal faleceuem São JoãoNepomuceno, sendo que o óbito de Virgilio ocorreu em 1961 e Dalva teria falecido em 1970.

Foram filhos de Dalva e Virgilio: Genésio, Hélia, Helio, Ida, Onésimo, Sebastião, e Ivo Gruppi, sendo que este último nasceu em Piacatuba, também distrito de Leopoldina.

De um outro filho de Giovanni Carminatti e Angela Pagano, Pietro Silvio Carminatti, descobrimos referências em um trabalho de resgate histórico de Argirita, compilação realizada pela Biblioteca Municipal. E embora a data de nascimento ali esteja registrada como 29 de junho de 1894, acreditamos que o ano tenha sido 1895 porque Pietro contava 7 meses no desembarque. De todo modo, Pietro deixou Roça Grande, o distrito de São João Nepomuceno onde seus pais moravam inicialmente, e radicou-se em Argirita onde faleceu no ano de 1969. Foi casado com Maitana Lopes.

A ligação dos Carminatti com a Colônia Agrícola da Constança está ainda em aberto. Pelos Relatórios da Colônia descobrimos que Giovanni Carminatti candidatou-se ao financimento dos lotes 58 e 59, deles tomando posse em junho de 1910. Mas depois desta data não encontramos referências à presença dos Carminatti naquele núcleo agrícola.

A evolução da Colônia nos primeiros anos

Inicialmente foram demarcados 60 lotes. No ano seguinte contavam-se 65 e, em 1911, o número aumentou para 68. Com a aquisição da fazenda Palmeiras, a colônia passou a somar 73 lotes. Destes, ao final do exercício de 1912, apenas 64 estavam ocupados, sendo apenas um por título definitivo.
Devidamente cercados e com uma casa de morada coberta de telhas, os lotes foram vendidos principalmente aos imigrantes que ali passaram a cultivar toda sorte de produtos, a maioria deles para serem vendidos na cidade ou, na “venda de secos e molhados”, que ficava na entrada da Boa Sorte e que se transformou num verdadeiro entreposto comercial para uma vasta região.
As casas da Colônia tiveram como modelo (planta) as da Colônia Vargem Grande, uma colônia que já existia nas proximidades de Belo Horizonte.
Sabemos que entre novembro e dezembro de 1909, com 15 lotes preparados, foram instaladas na Constança onze famílias, sendo 8 alemãs (38 pessoas), 1 austríaca (7), 1 portuguesa (3) e 1 brasileira (8 pessoas). Essa população era formada por 31 pessoas do sexo masculino e 25 do feminino.
A Gazeta de 17.04.1910 informa que no mesmo mês da criação da Colônia foram deferidos os pedidos de lotes dos colonos Friederich (Fritz) Zessin, August Kraucher (Krauger), Karl Thiers, Franz Havier, August Schill, João Gerhim, Hermann Richter, Bruno Troche, Hermann Kunse (Krause) e Erust (Ernest) Lang. Informa ainda que o lote nº 41 foi cedido a Augusto Mesquita, que João Carminatti pretendia os de números 58 e 59 e que o lote 64 havia sido adquirido por Manoel Gomes Pardal.
Dos 16 colonos assentados no primeiro ano, 7 a abandonaram, tendo sido inscritos como devedores. Outros dois abandonaram a Colônia no ano seguinte.