De Fabiana Rodrigues Dias
Resumo
O presente artigo se propõe a investigar o papel da Revista do IHGB como veiculadora de uma postura consensual consoante os pressupostos políticos e disciplinares estabelecidos pelas comissões avaliativas e pela mesa diretora como paradigmáticos. Para alcançar tal coerência em suas publicações, os versáteis membros do Instituto, ora atuando nas Câmaras, ora nas reuniões quinzenais da agremiação, valiam-se do recurso da censura, o que gerava uma gama de textos aptos à publicação e outra de trabalhos não adequados aos moldes da Revista. O debate em torno da questão da mão de obra foi eleito para demonstrar, portanto, a polifonia cotidiana por de trás da aparente harmonia exteriorizada. A partir do cotejo entre as atas das sessões ordinárias, os originais de trabalhos não publicados e a Revista, tornou-se possível identificar elementos que reiteram o compromisso político do Instituto com o Império. Explorar esse uso pragmático da História em pleno momento de disciplinarização do conhecimento históricoconstitui, pois, o alvo desta investigação.