Lançamento: “O índio virou pó de café?”

O índio virou pó de café, de Marcelo Sant'Ana Lemos

15 de julho de 2016, de 18 às 20h, na Casa da Ciência da UFRJ, Rua Lauro Muller nº 3, Botafogo, Rio de Janeiro.

18 h – Abertura com a Exposição “Retirando o índio do pó de café”.

18:30 h – Debate: A presença indígena no Vale do Paraíba, no século XIX. Com Marco Morel – Doutor em História, professor da UERJ e do Conselho Editorial da Paco Editorial; Marcelo Sant’ Ana Lemos – Mestre em História e autor do livro “O Índio virou pó de café?”; e José Ribamar Bessa Freire – Doutor em Letras, professor da Pós-Graduação em Memória Social da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNI-Rio) .

19:00 h – Lançamento do livro “O Índio virou pó de café? Resistência Indígena frente a expansão cafeeira  no Vale do Paraíba” com sessão de autógrafos.

Releituras: Sérgio Buarque de Hollanda

Bastou falar em livros e alguns seguidores deste blog escreveram pedindo sugestões. Então, hoje indico um pequeno livro da coleção Sabor Literário, editora José Olympio.

Refiro-me a Vale do Paraíba: velhas fazendas, de Sérgio Buarque de Hollanda, com desenhos de Tom Maia. A primeira edição saiu em 1975 pela Companhia Editora Nacional. Este que acabo de reler foi publicado em 2010.

Vale do Paraiba: Velhas FazendasE como sempre faço quando indico livros, seguem dois trechos:

“Segundo a versão mais geralmente acreditada, do café que por volta de 1760 levou do Maranhão ao Rio de Janeiro o desembargador João Alberto Castelo Branco, procedem as plantações do padre João Lopes e depois do padre Antônio do Couto, na fazenda do Mendanha, situada na freguesia de Campo Grande”. (pag. 59-60)

“O pintor Rugendas, que conhecia bem essa província [São Paulo], escreveu, com efeito, que já podiam então ser consideradas importantes as fazendas com 34 escravos e outros tantos cavalos e bois”. (pag. 68)

Considerando que o período abordado é o século XIX, ressalto que em alguns municípios da zona da mata mineira, na mesma época, fazendas importantes contavam com quantidade semelhante de escravos. E quanto à origem do café, a referência ao Maranhão consta em alguns estudos recentes, posteriores à primeira edição desta obra de Sérgio Buarque de Hollanda. Antes, em obras históricas sobre a zona da mata sul, constava que as sementes vieram diretamente de outros países para o Vale do Paraíba e dali adentraram o território mineiro.