Patrimônio Cultural – II

Conforme mencionei ontem, na primeira postagem da série que pretendo publicar sobre preservação do patrimônio cultural, tenho lido e acompanhado o que tem sido publicado sobre o assunto. Na página do IPHN no You Tube encontrei um material muito interessante. Abaixo a primeira parte da entrevista com Sonia Regina, para o I Forum Nacional do Patrimônio Cultural, que ocorreu em Ouro Preto – MG, em 2009. A entrevista foi realizada em conjunto com a TVUfop (canal da Universidade Federal de Ouro Preto).

Patrimônio Cultural – I

Esta semana eu estive revendo o Plano Diretor Participativo de Leopoldina, realizado em 2006. Sei que existem iniciativas de Educação Patrimonial na cidade mas não tenho tido oportunidade de acompanhar o desenvolvimento de tais programas. Decidi compartilhar as mais recentes leituras sobre o assunto, como forma de contribuir com os demais interessados e receber retorno dos leitores, atualizando-me sobre o que vem acontecendo na cidade.
A partir da página 200 do referido documento, disponível no site da Câmara Municipal de Leopoldina, temos as principais diretrizes sugeridas pela equipe que realizou os estudos para o Plano Diretor Participativo. Dentre elas, destaco as que falam mais diretamente aos interesses deste blog:
6.1 HISTÓRIA E PATRIMÔNIO CULTURAL
[…] Prever ações para preservação e recuperação do patrimônio ferroviário, essencial na história da cidade;
[…] Identificar o potencial do patrimônio natural do município, integrando-o com a recuperação das fazendas de café existentes no município, com vistas ao eco-turismo;
[…] Remodelação o Arquivo Público Municipal e do Fórum, equipar a Biblioteca Pública Municipal, avaliar a possibilidade da criação de espaço para exposição sobre a história da cidade;
– Criação de programa de incentivo à pesquisa e produção de material de divulgação sobre a história da cidade; […]
Foi uma grande surpresa, quando li este documento pela primeira vez, encontrar a sugestão de Remodelação do Arquivo Público Municipal e do Fórum. Isto porque, no meu entender, só é possível remodelar aquilo que existe. Há 18 anos eu venho acompanhando de perto a deterioração do acervo documental que deveria estar no Arquivo. Na década de 1990, realizei um trabalho voluntário de higienização, digitalização, acondicionamento e indexação de uma pequena parte, algo em torno de 200 unidades. Mas isto é quase nada, talvez não chegue a 10% do que eu vi nos mais variados “depósitos”, sem qualquer cuidado.
Nos anos 2000 a professora Natania Nogueira fez outras tentativas, creio que frustradas pela falta de apoio do poder público. No mês passado, a mesma professora tomou mais uma iniciativa altamente louvável, realizando oficinas com seus alunos de uma escola particular da cidade e apresentando o resultado em uma palestra.
Se você que está lendo esta postagem tiver notícias, por favor, informe quais outras providências têm sido tomadas para que Leopoldina tenha, finalmente, o tão sonhado Arquivo Público Histórico Municipal.
Quanto ao citado Arquivo do Fórum, o que eu posso declarar é que fiz várias visitas, entre 1994 e 1999, buscando informações para meu projeto de pesquisa sobre a História de Leopoldina. Eu não diria que estive propriamente num arquivo, mas num ambiente de guarda. Menos mal porque ali existiam estantes de aço e os pacotes de documentos pareciam estar mais ou menos bem acondicionados. Entretanto, para localizar alguma coisa ali…
No ano passado eu procurei informações sobre este patrimônio fabuloso, que guarda processos do judiciário desde algo em torno de 1850. Por incrível que possa parecer, sequer consegui saber se permanece no mesmo lugar.
Reitero o pedido: se você tem notícias, por favor, repasse.
A seguir, trarei para este espaço outros aspectos das minhas leituras recentes sobre Patrimônio Cultural.

Loja Raphael Domingues

Anúncio publicado em jornais do início do século XX informavam:

RAPHAEL DOMINGUES

Armazem de mantimentos, seccos e molhados, sal, cal e kerozene

Vendas por Atacado e a Varejo

Completo sortimento de fazendas, armarinho, modas, calçados, chapéos de sol e de cabeça, louça, ferragens, etc., etc.

Largo da Estação

Telephone-12

LEOPOLDINA – E. de Minas
Loja Raphael Domingues em anúncio de jornal.
Praça General Osório com a Loja Raphael Domingues à esquerda. Acervo Espaço dos Anjos, de Luiz Raphael.

Na última foto ainda se vê parte da fachada do prédio histórico. Nos anos 2000 ela desapareceu atrás de uma construção que deveria ser provisória, instalada em espaço público.

Preservação de Bens Culturais

Até quando vamos continuar assistindo a destruição dos bens culturais?

Em Divino, MG, é a destruição do piso da igreja, como pode ser visto nesta matéria

Portal Caparaó

Em Cabo Frio é a diocese mandando derrubar, num fim de semana, uma construção protegida por leis municipais.

E assim sucessivamente, vamos tomando conhecimento do desprezo que algumas pessoas devotam ao nosso patrimônio.

Como está a educação patrimonial nas escolas de Ensino Fundamental?

Preservação de Bens Culturais

A organização não governamental Escudo Azul chegou a Minas Gerais. Vejam entrevista com Bethania Reis Veloso sobre a organização que tem por objetivo a proteção e preservação das coleções e bens culturais.

Pontes que duram uma vida

Muitas cidades do interior convivem com equipamentos que serviram a estradas de ferro sem se darem conta de seu valor como bem cultural. Escolho esta postagem de um dos grandes entusiastas da preservação da memória ferroviária como convite para que conheçam seu trabalho.

Leopoldina pelo olhar de visitantes

Em novembro de 2010 os fotógrafos Luciane & Alexandre, da Sociedade Petropolitana de Fotografia – SOPEF, visitaram diversas cidades da zona da mata mineira. De Leopoldina fizeram os registros abaixo.

Pórtico na entrada, vindo de Muriaé.
Matriz de Nossa Senhora do Rosário
Matriz do Rosário
Escola Estadual Botelho Reis, antigo Ginásio Leopoldinense
Prefeitura Municipal de Leopoldina
Catedral de São Sebastião
Catedral de São Sebastião
Praça Nossa Senhora da Paz, ao lado da Catedral
Catedral de São Sebastião vista da Praça Nossa Senhora da Paz
Catedral vista do Hotel Minas Tower
Igreja Matriz de São José
À direita, trecho do Ribeirão Feijão Cru, na Avenida Getúlio Vargas

Antiga imagem do distrito de Tebas, Leopoldina, MG

Do álbum do João Batista, esta fotografia de Tebas. A legenda indica o ano de 1880.

Patrimônio e Memória: revista do CEDAP

O volume 6, número 2, da Revista Eletrônica do Centro de Documentação e Apoio à Pesquisa da Universidade Estadual Paulista está disponível neste endereço. Abordando fundamentalmente dois temas – museus e mulheres, o periódico traz artigos que tratam os assuntos de forma bastante variada. No primeiro a autora Célia Helena de Salles Oliveira dá o tom já no resumo, citando ‘a noção banalizada de que nos museus de História é possível “visualizar” o passado.’
 
É uma ótima leitura para todos os que se preocupam com a preservação da memória.

Memória Ferroviária

No momento em que tantos se unem em prol do resgate da memória ferroviária, é com muita tristeza que leio a postagem de Ralph Mennucci Giesbrecht: Anta Perde seu Trem.
Todos nós, que nos interessamos pela fase da Grande Imigração, nos sentimos afetados com a notícia. Na zona da mata mineira é conhecida a opinião sobre a região dever seu desenvolvimento ao braço escravo, ao café e à ferrovia. Pelos trilhos chegaram os imigrantes que substituíram a mão de obra cativa. O café perdeu o lugar de principal ícone da economia. E a ferrovia, marco de uma época, desaparece da memória.