114 – A formação da família Funchal Garcia

O Trem de História segue por sua linha principal cujo objetivo é trazer para os dias de atuais os personagens leopoldinenses que contribuíram para o desenvolvimento da cidade.

A partir de hoje, numa sequência de vagões, pretende trazer a vida e obra de um renomado pintor e professor leopoldinense. Do autor do mural do conjunto da concha acústica da Praça Félix Martins que retrata a lenda do Feijão Cru. Do conterrâneo que empresta seu nome a uma avenida do bairro São Cristóvão. E, do também jornalista e escritor, patrono da cadeira nº 12 da Academia Leopoldinense de Letras e Artes – ALLA, (Manoel) Funchal Garcia, nascido[1] a 03.02.1889 em Leopoldina e falecido no Rio de Janeiro (RJ) em 1979.

E começa trazendo um pouco sobre a sua família, iniciada em 31 de janeiro de 1880, em Leopoldina, com o casamento[2] dos portugueses Alfredo Garcia Ribeiro e Mariana dos Prazeres Funchal.

Alfredo, filho de Francisco Garcia Monteiro e Ana Ribeiro Borges, segundo descendentes, procedia de Midões, em Portugal. Importante registrar que esta informação sobre o local de origem de Alfredo não foi, ainda, devidamente documentada. Sabe-se que Midões é designação geográfica que remete o pesquisador a três diferentes locais: o primeiro deles, pertencente à freguesia de Sazes do Lorvão, Concelho de Coimbra; o segundo, à freguesia de Tábua, também no Concelho de Coimbra; e, o terceiro, a uma freguesia do Concelho de Barcelos, extinta em 2013. Daí não se saber o exato local do nascimento de Alfredo.

Alfredo Garcia Ribeiro faleceu por volta de 1900, possivelmente em Leopoldina. Foi sócio[3] da empresa Araújo & Ribeiro até janeiro de 1882 quando desfez a sociedade e assumiu todo o negócio. Segundo notícia de jornal da época, a empresa funcionava na Rua do Rosário nº 49. Ao que tudo indica, o mesmo endereço[4] da Casa de Pensão que em 1896 funcionava na já então nomeada Rua Tiradentes nº 30. Endereço de moradia da família e onde funcionava a padaria[5] de Alfredo, que após sua morte ficou sob administração da esposa e, mais tarde, do filho mais velho.

Mariana, filha de José Antonio Funchal e Francisca Inácia Mendes, tem como origem provável a cidade de Funchal, capital da Região Autônoma da Madeira, uma das ilhas atlânticas de Portugal.

Sobre Mariana, conta-se que no dia 11 de outubro de 1933 ela foi atropelada[6], na rua Tiradentes, pelo automóvel dirigido por José Vilela. Segundo algumas fontes, a partir daí passou por sucessivos problemas de saúde até 1939 quando, bastante doente, os filhos a levaram para o Rio de Janeiro, onde faleceu[7] no dia 30 de novembro daquele ano.

Registre-se, por fim que, segundo Luiz Rousseau Botelho[8], Dona Mariana participava do mais antigo Centro Espírita de Leopoldina[9].

A carga de hoje termina aqui. Mas no próximo Jornal tem mais Funchal Garcia. Aguardem.


Fontes consultadas:

1 – Arquivo da Diocese de Leopoldina, lv 3 bt fls 80 termo s.nº

2 – Arquivo da Diocese de Leopoldina, lv 1 cas fls 31 termo 79.

3 – O Leopoldinense. Leopoldina, MG,. 22 jan. 1882, ed. 7, p. 3.

4 – O Mediador. Leopoldina, MG,. 28 jan. 1896, ed. 21, p. 3

5 – idem, 1 nov. 1896, ed 50, p. 1

6 – Gazeta de Leopoldina. Leopoldina, MG, 14 out 1933 ed 143 p. 2 coluna 2.

7 – Diário Carioca. Rio de Janeiro, RJ, 1 dez 1939 ed 3522 p. 11.

8 – BOTELHO, Luiz Rousseau. Dos 8 aos 80. Belo Horizonte: Vega, 1979. p. 44.

9 – Almanack do Arrebol. Leopoldina-MG, 1984-1985, ano 2, nº 6, p. 6.

Luja Machado e Nilza Cantoni – Membros da ALLA

Publicado na edição 366 no jornal Leopoldinense de 30 de outubro de 2018

 

8 opiniões sobre “114 – A formação da família Funchal Garcia”

  1. Uma vez mais, eu agradeço a atenção e amável resposta; na verdade, eu não possuo o registro de casamento de “João José Garcia”; eu tenho apenas seu registro de óbito. Como você sabe que ele era natural dos Açores? eu tenho buscado essa informação, faz tempo ! Caso possa me ajudar, agradeço muito ! Essa informação seria importantíssima para o avanço de minhas pesquisas.

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      1. Antes de tudo, muitíssimo obrigado ! Procuro essa informação faz muito tempo; te agradeço, muito mesmo. Peço uma última informação: o registro de casamento de meus antepassados, “João José Garcia” e “Francisca Anna Garcia”, citado por você, está no cartório de Recreio? Ou em uma igreja? pergunto porquê, já na segunda feira, mobilizarei alguém para ir até lá. Caso seja o cartório, ele fica no centro de Recreio?
        Mais uma: Recreio, no final do século XIX, pertencia à Leopoldina?
        Muito obrigado mesmo, de coração ! Finalmente, poderei avançar em uma pesquisa que estava “estancada”.

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      2. Christiano: o registro do casamento é paroquial. Vc pode ligar para a secretaria da Matriz e perguntar se eles enviam a certidão por correio. Não sei se houve casamento civil porque dou preferência aos assentos paroquiais que costumam ser mais corretos.
        O distrito de Recreio foi criado em 1890 e ficou subordinado a Leopoldina até 1938. Antes da criação, o território pertencia ao distrito de Conceição da Boa Vista, subordinado a Leopoldina, transferido para Recreio em 1938.
        Os antigos livros paroquiais de Conceição da Boa Vista estão na Secretaria Paroquial da Matriz de Recreio. Alguns livros do Cartório, anteriores a 1881, foram recolhidos para o arquivo da Câmara Municipal de Leopoldina mas não estão disponíveis para consulta.

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  2. Prezados, descobri, muito recentemente, que meu bisavô nasceu em Leopoldina, no distrito de Campo Limpo, em 1886. Ele se chamava “José Garcia dos Santos” , e era filho de João José Garcia”. Será que existe um parentesco? Estou buscando o local de nascimento de meu trisavô, “João José Garcia”; tudo o que sei, e que ele era português, e que viveu em Campo Limpo no final do século XIX, antes de se mudar para Laranjal (MG).

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      1. Muito obrigado pela resposta; bem, eu sei o nome dos avós paternos de “José Garcia dos Santos” : como escrevi, ele nasceu em Campo Limpo, em 1886; era filho de “João José Garcia” e “Francisca Anna Garcia”. “João José Garcia” por sua vez, era filho de “Francisco José Garcia” e “Rosa Michelina dos Santos”. Sei que eram portugueses, mas infelizmente, ainda não descobri de que lugar.

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      2. Christiano: vc deve ter observado que no casamento de João José com Francisca Ana consta que ele era natural dos Açores. Mas eu não o tenho entre os açorianos que listei quando fiz o levantamento sobre outros imigrantes de lá que viveram em Leopoldina. O sobrenome Garcia do pintor Funchal Garcia vem do pai dele que era de Portugal continental.

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