Famílias Não Citadas na Constança

Por que vocês não citaram “fulano de tal” que viveu na Colônia Agrícola da Constança?

Esta é outra questão recorrente. No início de nossas buscas, recebemos várias informações sobre colonos da Constança cujos nomes não apareciam nos respectivos registros. Aos poucos fomos percebendo que algumas pessoas sabiam muito pouco sobre seus avós e bisavós, limitando-se a identificá-los como colonos. Porém, o fato de terem sido colonos não significa que tenham vivido na Colônia Constança. Muitos imigrantes foram sim, colonos, mas de uma das inúmeras fazendas que receberam imigrantes no final do século XIX. Na medida em que começamos a escrever sobre a Constança, diversas pessoas passaram a entender que, se os antepassados foram colonos, viveram na Constança.

Este parece ser o caso da família Saggioro, em que um descendente afirma que foram proprietários da “fazenda Constança”. Não nos parece que tal tenha ocorrido.

Sabemos que Giuseppe Saggioro passou ao Brasil em 1896, desembarcando do vapor Arno no Rio de Janeiro. Da Hospedaria Horta Barbosa saiu contratado para trabalhar numa fazenda em Providência. Estava acompanhado da esposa Catterina Bovolin e dos filhos Elisabetta, Antonio e Angela. Segundo um de nossos leitores, o casal foi pai também de Domenico Saggioro que se casou com Carmela Marotti. Mas não encontramos referência a estes dois últimos personagens em Leopoldina.

Quatro meses depois da chegada de Giuseppe Saggioro, desembarcou no Rio a família de Antonio Saggioro, que saiu da Hospedaria com destino à própria cidade de Juiz de Fora. No desembarque consta que Antonio tinha um filho de nome Domenico mas seus descendentes informam que ele era filho de Giuseppe e imigrou em companhia do tio Antonio.

Através do Registro de Estrangeiros de um dos filhos de Giuseppe, soubemos que a família procedia de Verona. Consultado o arquivo respectivo, formos informados que o nome da esposa era Catterina Frigo. Se Domenico era filho de Giuseppe e este era irmão de Antonio, é possível tratar-se mesmo da família que procedia de Legnago, Verona, onde viveu Bartolomeo Saggioro, pai de Antonio e Giuseppe e, Domenico Frigo, pai de Catterina Frigo.

Em Leopoldina temos apenas informações sobre os filhos de Giuseppe Saggioro e Catterina Bovolin ou Frigo, como residentes no distrito de Providência.

Elisabetta Saggioro casou-se com Giacomo Farinazzo, filho de Giuseppe Farinazzo e Giovanna Giacomelle, tendo vivido na Fazenda Paraíso nos primeiros anos novecentos.

Antonio Saggioro (filho) casou-se com Ottavia Lorenzetto, filha de Giuseppe Lorenzetto e Angela Rinaldi. É possível que a esposa de Antonio se chamasse Maria Ottavia ou Antonia Ottavia , já que é algumas vezes referida como Maria e também como Antonia. Este casal vivia no Sítio Humaitá em 1942 e a mãe de Ottavia, Angela Rinaldi, na mesma época residia no sítio Caeté.

Angela Saggioro casou-se com Emilio Lorenzetto, irmão de Ottavia acima citada. Segundo pesquisadores do sul do Espírito Santo, filhos de Angela e da irmã Elisabetta teriam migrado para aquele estado.

Portanto, não citamos os Saggioro como colonos da Constança porque nenhum deles aparece nas fontes relativas àquele núcleo colonial no período de 1910 a 1930. Mas foram sim, imigrantes italianos que viveram em Leopoldina onde estamos comemorando, neste ano de 2010, os 130 anos do início de sua chegada ao nosso município.

6 opiniões sobre “Famílias Não Citadas na Constança”

  1. olha a avó da minha mae se chama iasabel guarda farinazzo minha mae tb me falou q o avô dela veio para leopoldina em um navio cargueiro na guerra de 1942 ! é só oq ela sabe;

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    1. Olá Bárbara
      Se o seu avô veio em 1942, trata-se de outra família. Os Farinazzo que pesquisei passaram ao Brasil no século XIX e já estavam em Leopoldina antes de 1900.

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  2. Jorge: nós também ouvimos esta informação algumas vezes. Entretanto, nada existe de concreto neste sentido. O que apuramos é que a Fazenda Constança, que foi uma das adquiridas pelo Estado para formação da Colônia, era constituída de terras invadidas por inúmeros posseiros. Não há registro de produção cafeeira expresiva e a propriedade não era grande como outras fazendas do município.

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