Um conto entre primas

Como no melhor estilo de uma linda história, digna dos melhores contos de fadas, as pequenas se conheceram e, segundo narrativa delas próprias…

“A primeira vista foi no carro da Tia Aline…”

Era o dia 03 de fevereiro de 1998. Como em todo início de aulas, tudo era novidade e encarado com certo receio. Na hora da saída, Jenessa, a “Je”, ficou conhecendo sua nova condução e os coleguinhas de viagem. Logo nasceu uma grande afinidade com Ana Carolina, a Carol, prima do Rafael e sobrinha da Tia Aline, a motorista.

Na primeira semana, trocaram telefone. Ao chegar em casa, a grande surpresa. Quando a mãe de Jenessa leu o sobrenome da nova amiga – Ana Carolina Paiva Dittz – perguntou-lhe se sabia onde havia nascido o pai de Carol. “Je” ficou muito interessada e prestou muita atenção. Afinal, havia uma possibilidade, mesmo que muito remota como mamãe fez questão de explicar, das duas serem primas. “Com certeza o sobrenome Dittz não é muito comum e deve haver alguma relação com a nossa família, com os antepassados do vovô Sebastião de Almeida, filho de Carlos de Almeida e Guilhermina Dittz”, disse a mãe de Jenessa.

“Je” não se aguentava de satisfação e tratou de contar tudo para a nova amiga. Carol, tão interessada quanto a “prima”, foi logo buscar esclarecimentos com a vovó Eunice Dittz, viúva do Dr. Batalha Dittz. Diante de tamanho interesse e pressão da neta, vovó Eunice telefonou para a casa de “Je” e as duas conseguiram fechar os laços: José Ivan, pai de Carol, é filho de um irmão da terceira avó de Jenessa. Ainda nas palavras das duas….

“…começou uma combinação, e resolvemos fazer um churrasco.”

A esta altura, a mãe de Jenessa comentou com sua própria mãe, Emília, que havia encontrado no Rio de Janeiro uns Dittz, provenientes de Faria Lemos, seus vizinhos de bairro. Vovó Emília por sua vez, tratou logo de contar à sobrinha Nilza, que é “louca” por estas histórias familiares.

Algum tempo depois, Nilza conseguiu falar diretamente com vovó Eunice. E foi a vez de Nilza procurar, em catálogos telefônicos, os endereços de Dittz e Dietz existentes nas cidades de Faria Lemos, Carangola e Santos Dumont. Várias cartas postadas, algum tempo de espera e começam a chegar as respostas. O pessoal de Faria Lemos e Carangola, alertados por vovó Eunice, acolheu o pedido de Nilza e foram iniciados grandes e produtivos contactos.

Assim, aproveitando o aniversário de Moacyr Almeida, irmão de Emilia e pai de Nilza, foram convidados todos os Almeida, Rodrigues e Dittz que puderam ser localizados. O primeiro encontro, em Leopoldina, foi então no dia 01 de novembro de 1998, prometendo ser somente o começo.

Não é preciso dizer que “Je” e Carol nunca mais se largaram. Vieram muitos passeios, aniversários, excursões e tardes juntas. Atualmente as duas cursam a primeira série do Colégio Santa Marcelina. Ainda não conseguiram ficar na mesma turma, apesar dos pedidos fervorosos das mamães Ilda e Adriane, que respeitam e admiram muito a amizade das “primas”. Elas passam os recreios e as idas e vindas do colégio grudadas. Quem quiser a amizade de uma, tem que se entender com a outra também, porque não existe a menor possibilidade de negociação em separado. Os segredos também já são muitos, pois ambas tem “namorados” que nem de longe se atrevem a interferir nesses laços tão importantes, que são os laços de família.

“… mesmo sendo primas longe, o que importa é que somos primas”

E nós, os adultos envolvidos nesta história, muito temos a agradecer a feliz coincidência das duas crianças terem se conhecido naquele 03 de fevereiro de 1998.

Agradecemos especialmente à Ilda Regina, mãe de Jenessa, por se interessar pelas nossas raízes e por nos relatar os detalhes da “combinação entre as primas”. Agradecemos igualmente à Adriane, mãe de Carol, por intermediar os primeiros contactos com a vovó Eunice, a quem também enviamos nossos sinceros agradecimentos. Agradecemos também à tia Emília, por se lembrar de nosso interesse no estudo da família.

Aos nossos parentes de Carangola e Faria Lemos, o nosso especial abraço. Deixamos de mencionar cada nome, para evitarmos uma omissão involuntária. Mas saibam que o reencontro de nossa família, separada no início deste nosso século vinte, nos trouxe uma alegria incomensurável.

Na pessoa de Dona Generosa Dittz, agradecemos toda a colaboração que vocês nos trouxeram. Escolhemos Dona Generosa porque, tal como ela, muitos de vocês nos deram informações valiosas. Os casos que ouvimos na reunião do ano passado, as cartas trocadas durante todo este tempo, os papos por telefone, tudo nos ajudou a planejar novas pesquisas para a reconstituição deste laço perdido.

E agradecemos também à equipe de organização do encontro dos Dietz em 1999. Temos certeza que, no dia 14 de novembro próximo, reencontraremos aqueles que conhecemos pessoalmente em 98 e teremos o prazer de contactar outros parentes.

(a) nilza cantoni

2010

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