Razões para trazer Imigrantes

É bom reler a história da época e entender as razões da vinda desses imigrantes. Lembrar que antes da Lei Áurea já havia um movimento em busca do trabalhador livre, conseqüência principalmente da libertação dos escravos maiores de 60 anos e da Lei do Ventre Livre. Os fazendeiros sentiam que o abolicionismo crescia e eles perdiam a mão de obra escrava, fundamental na colheita do café, a maior riqueza da região.
Mas nem todos os imigrantes europeus se adaptavam ao regime de trabalho imposto pelos fazendeiros. Alguns conseguiam ser repatriados; outros iam e, tempos depois retornavam ao Brasil. E outros, quando chegavam à Hospedaria que os acolhia no percurso de volta ao país de origem, assinavam contrato com fazendeiro de outra região no Brasil e desistiam da viagem de volta.

Imigrantes Agricultores em Leopoldina

Alguns leitores escrevem perguntando quando chegaram os primeiros imigrantes em Leopoldina. Esta é uma pergunta difícil de ser respondida, já que não foram localizados os documentos da primeira fase. Esclarecemos que por primeira fase da imigração classificamos o período anterior a 1888.

O Jornal O Leopoldinense, de 1881, já se referia a imigrantes espanhóis que o Dr. Domiciano Ferreira Monteiro de Castro fizera embarcar da Corte para a Fazenda do Socorro, de propriedade do seu irmão Tenente Vicente Ferreira Monteiro de Barros.

Atividades desenvolvidas na Colônia Agrícola da Constança

A atividade agrícola na colônia foi assim discriminada no Relatório de 1911: culturas de café, arroz, feijão, mandioca, cana de açúcar, milho, amendoim e fumo, com a seguinte produção: 2.585 kilos de café, 60.880 kilos de arroz, 48.215 litros de feijão, 197.750 litros de milho, 225 de amendoim. Não foi mencionado o resultado da colheita da mandioca, da cana de açúcar e do fumo.
Quanto à atividade pastoril, ficou registrado: 444 leitões, 80 bovinos, 59 cavalos, 79 cabritos, 2.703 galináceos e 51 patos.
Os colonos entregavam 20% de suas colheitas como parte do pagamento de suas dívidas. No ano de 1911, o valor arrecadado em cereais foi de 5:221$836. Além disto, os colonos entregaram 1:998$750 em dinheiro. Ao final do exercício de 1911 o total dos débitos dos colonos montava a 61:210$767