Alguns Textos publicados na internet sobre Imigração

Nesta última semana recebi várias indicações de textos sobre imigração em Minas Gerais. Ao tempo em que agradeço pela colaboração, repasso algumas sugestões para os demais leitores.

Imigrantes italianos: entre a italianitá e a brasilidade

Imigrantes pioneiros em Minas Gerais

Pouso Alegre e Ouro Fino

Breve História da Imigração Italiana

Colônia de Alemães em Bom Despacho, MG

Imigração e Colonização em Minas Gerais

Uma das boas referências para se iniciar no estudo da imigração em Minas Gerais é a tese de doutoramento de Norma de Góes Monteiro, defendida em 1973 na Universidade Federal de Minas Gerais. Para quem estiver interessado, sugerimos:

MONTEIRO, Norma de Góes. Imigração e Colonização em Minas 1889-1930. Belo Horizonte: Itatiaia, 1994

Em anexo da página 189 deste livro, podemos encontrar a lista dos núcleos coloniais instalados em Minas Gerais entre 1889 e 1930. Foram eles:

Observe-se que os núcleos João Pinheiro e Inconfidentes, em Sete Lagoas e Ouro Fino respectivamente, eram organizações de âmbito federal. As demais colônias foram implantadas pelo governo de Minas.

Famílias contratadas nos primeiros meses de 1896

Conforme temos dito freqüentemente, muitos dos imigrantes contratados para trabalhar em Leopoldina ainda não foram estudados. Estamos publicando seus nomes com dois objetivos. Primeiro para atender pedido de nossos leitores, especialmente os que leêm nossos artigos publicados em jornal de Leopoldina. O segundo objetivo é deixar registrado o nosso pedido de colaboração aos leitores deste blog. Se você sabe algo a respeito dos nomes abaixo, por favor, entre em contato.

Ancillon, Gaetano
Angarelli, Agostino
Ballotin, Antonio
Ballottin, Antonio
Benotto, Nicolo
Bertagna, Luigi
Bertoni, Maria
Bianchini, Giuseppe
Bonfada, Cesare
Bortolussi, Angelo
Canazza, Luigi
Carraro, Angelo
Castelli, Giov. Bat.
Cazzardi, Michelle
Chiapello, Silvestre
Coro, Margherita
Cracco, Mansueto
Damerini, Fortune
De Togni, Mose
De Vecchio, Marco
Drigo, Sante
Fancanella, Fortunato
Finotto, Ernesto
Giovani, Virgilio
Lauza, Gaetano
Marcato, Giacinto
Marchetti, Clemente
Mattiuzzi, Luigi
Modolo, Valentino
Nolin, Pietro
Pasetto, Pietro
Pavan, Maria
Perobelli, Michelle
Rancan, Francesco
Sacchetto
Scopellado, Michelle
Scotti, Catterina
Segantin, Mariano
Simonetti, Luigi
Soave, Ignazio
Tadelei, Luigi
Tratto, Domenico
Turrini, Giovanni Batista
Valotto, Antonio
Verdolin, Giusto
Visentini, Carolina

Chefes de famílias contratadas em março de 1896

Ao levantarmos os processos de Registro de Estrangeiros, relativos aos imigrantes que viveram em Leopoldina, observamos que o ano de 1896 foi citado por vários deles como sendo a época em que passaram ao Brasil. Entretanto, para o mês de março daquele ano os livros da Hospedaria Horta Barbosa citam apenas os seguintes:

Albertini, Cesare
Bertuzzo, Gio Battista
Bitto, Giuseppe
Bossan, Caterina
Broglio, Maria
Buson, Giacomo
Caporali, Giovanni
Cordiali, Luigi
Gaiofatto, Constante
Giacometti, Sante
Maraia, Guglielmo
Marchesin, Giovanni
Marchetti, Sante
Momo, Carlo
Montali, Settimo
Morasea, Gio Battista
Pavanello, Luigi
Perini, Antonio
Perini, Virgilio
Squachi, Gironi
Turetta, Luigi
Venanzoni, Sebastiano

Chefes de famílias contratatas em dezembro de 1895

Entre os chefes das famílias italianas abaixo, contratadas para trabalhar em Leopoldina em dezembro de 1895, poucos foram localizados entre os antigos moradores da Colônia Agrícola da Constança. Ao republicarmos aqui estes nomes, a intenção é abrir um caminho que possa nos trazer informações de descendentes, pois suspeitamos que grande parte destas famílias migrou para outras regiões brasileiras.

Bavieri, Pietro
Bronzato, Giovanni
Bronzato, Giuseppe
Casarotti, Paolo
Columbara, Domenico
De Stefani, Silvio
Faccin, Luigi
Ferrarino, Antonio
Gatti, Giovanni
Lazzarone, Sebastiano
Mantovani, Giocenia
Negritto, Vincenzo
Poggio, Andrea
Schierari, Vittorio
Specic, Augusto
Totrino, Alessandro
Valle, Antonio

Zuppichini, Gioachino

Chefes de famílias contratadas em novembro de 1895

Hoje listamos os chefes de famílias contratadas para trabalhar em Leopoldina em novembro de 1895. Lembramos que este levantamento foi feito há 10 anos, com o objetivo de colher dados sobre os imigrantes que viveram em Leopoldina, especialmente na Colônia Agrícola da Constança.

Aprile, Andrea
Barberis, Pietro
Bellon, Battista
Bellon, Napoleone
Benedetti, Gaetano
Bentaro, Domenico
Bentaro, Floriano
Betto, Luigi
Bozza, Giovanni Battista
Bozza, Massimiliano
Brianza, Rosa
Bullado, Innocente
Caceffo, Pietro
Callegari, Sante
Campana, Giovanni
Catozzi, Massimilianno
Cazzalo, Angelo
Chiapperini, Amedeo
Cordini, Bortolo
Cosine, Antonio
Crepaldi, Amedeo
Dalla Pria, Virginia
De Battiste, Luigi
Franzone, Luigi
Frigo, Antonio
Galti, Giuseppe
Garavello, Domenico
Ghedini, Domenico
Isonal, Alessandro
Lattunada, Ercole
Lorini, Bernardo
Lupatini, Alda
Lupatini, Antonio
Lupatini, Giovanni
Maccalzoni, Giulio
Meneghelli, Giovanni
Mondin, Giuseppe
More, Cesare
Morin, Antonio
Moscatelli, Luigi
Motta, Luigi
Pelacani, Enrico
Pelacani, Giulio
Pellegrini, Florind
Peolari, Pietro
Perazzolo, Gioachino
Perazzolo, Giuseppe
Pesarino, Antonio
Pizzamiglio, Antonio
Quaggio, Ferdinando
Righetto, Pasquale
Rizzo, Giacomo
Rizzo, Luigi
Rossi, Aristide
Rossini, Giuseppe
Rubli, Vananzio
Ruffo, Girolmo
Sampietro, Giovanni
Sangirolami, Gio Battista
Sartorini, Luigi
Scolari, Oreste
Stanzial, Fortunato
Sturaro, Giuseppe
Trevisan, Angelo
Venturini, Ana
Zambon, Francesco
Zanco, Alesandro

Chefes de famílias contratadas em novembro de 1894

Esclarecemos que o levantamento de famílias contratadas foi feito a partir das pistas encontradas em documentos dos primeiros imigrantes que viveram em Leopoldina. Portanto, na época requisitamos ao Arquivo Público Mineiro apenas partes dos livros disponíveis, justamente aquelas que incluíam as datas indicadas pelos declarantes.
Assim é que, depois de pesquisarmos as entradas de passageiros em 1888, buscamos o ano de 1894. Segundo os livros de Matrículas de Imigrantes da Hospedaria Horta Barbosa, em novembro de 1894 os grupos chefiados pelos imigrantes abaixo foram contratados para trabalhar em Leopoldina.

Aloatti, Pietro
Cassagni, Stefano
Mina, Giacomo
Sangalli, Giuseppe
Sardi, Giovanni
Zulian, Candido

Chefes de famílias contratadas em novembro de 1888

Os imigrantes a seguir, todos de origem italiana, saíram da Hospedaria Horta Barbosa em novembro de 1888, com destino a Leopoldina, MG

Albertini, Giuseppe
Albertoni, Angelo
Bandispia, Pasquale
Battaglia, Felippo
Beatrisini, Giacomo
Bernardi, Pasquina
Bortolozzo, Domenico
Bortolozzo, Vincenzo
Bottorin, Gaetano
Broccato, Raimundo
Brosatte, Sebastiano
Busande, Giovachino
Bussatto, Luigi
Caloni, Egisto
Calsavara, Giuseppe
Carraro, Federico
Ceoldo, Camillo
Cercellate, Antonio
Cesare, Virgilio
Conforte, Geraldi
Cremonese, Giuseppe
Donnini, Cesare
Donnini, Gio. Batista
Fazzolato, Pasquale
Giacomin, Michele
Gonzole, Giuseppe
Gottardo, Antonio
Gusigoni, Osvaldo
Lazzarini, Luigi
Lorenzi, Modesto
Malazzi, Luigi
Mantovani, Girolamo
Marcatto, Francesco
Marchiosi, Teresa
Marinato, Giordano
Meneghetti, Luigi
Meneghetti, Sante
Nalon, Domenico
Negrini, Clemente
Panizzo, Antonio
Perigolo, Giacomo
Perigolo, Luigi
Pertile, Marsilio
Pizzeratte, Fiorino
Polani, Desiderio
Prosdogini, Maciel
Reginata, Romano
Righeto, Antonia
Righeto, Domenico
Righeto, Pasquale
Righi, Raffaele
Rizzo, Domenico
Rochi, Giuseppe
Rossato, Angelo
Saloto, Angelo
Schiasse, Giuseppe
Schiavolin, Giovanni
Sigata, Matteo
Sofoni, Battista
Sofoni, Giacomo
Spalassi, Luigia
Spoladore, Antonio
Stergale, Antonio
Testti, Emilio
Ungarelli, Giulio
Zappaterra, Vincenzo
Zini, Eugenio
Zotti, Domenico
Zotti, Pietro

Neste mesmo mês foram contratadas duas famílias belgas, cujos chefes eram:
Christofano, Pascal e
Ivatanwolo, Rafael.

Pedidos de Leitores

Em nosso projeto de resgate da memória cultural da Colônia Agrícola da Constança, publicamos nossos estudos em periódicos de Leopoldina. Na série de artigos que escrevemos por ocasião dos 90 anos daquele núcleo colonial, muitas vezes mencionamos imigrantes que, contratados por fazendeiros da cidade até vinte anos antes da fundação da Colônia, tornaram-se proprietários de lotes ou agregados. Em outros casos, citamos sobrenomes de imigrantes que lá não residiram, mas cujos descendentes vieram a unir-se por casamento a descendentes daqueles colonos.
Agora, que nos aproximamos das comemorações do Centenário em 2010, diversos leitores têm feito contato conosco, interessados em mais informações não só sobre os colonos, como também sobre os imigrantes que viveram em Leopoldina no final do século dezenove.
Por esta razão, republicaremos alguns nomes de chefes de famílias que foram contratados na Hospedaria Provincial – Hospedaria Horta Barbosa em Juiz de Fora. Lembramos que a eventual variação na grafia deve-se ao fato de os responsáveis pelo registro nem sempre obedecerem fielmente ao contido no documento então disponível. Muitas vezes, parece-nos que foi registrado o som da pronúncia do imigrante.

Por que imigrantes italianos ?

Dois fatores principais contribuíram para a imigração italiana. O primeiro deles estava lá na Itália. Era a miséria que assolava algumas regiões rurais do norte do país, agravada pelas intempéries e pela chegada do capitalismo no meio rural, responsável pela concentração das terras nas mãos de grandes proprietários. Tais problemas acabaram por obrigar a migração para outras regiões ou para a América.
O segundo fator estava do lado de cá do Atlântico. A necessidade, de colonizar o Brasil e, de substituir a mão de obra escrava, levaram o governo brasileiro a incentivar e até financiar a vinda de colonos. E a propaganda, feita na Itália, de que aqui existia terra fértil e barata, foi a chave para o grande fluxo.
Assim, “fazer a América” (fare l’america), como se dizia, virou o sonho daqueles italianos.
Para se ter uma idéia do vulto dessa migração, segundo Thomas Sowell, citado por Rosalina Pinto Moreira, historiadora da cidade de Astolfo Dutra, no seu livro “Imigrantes ….Reverência”(pág. 24), “doze milhões de italianos emigraram, principalmente para as Américas, no maior êxodo de um povo na história moderna”.
O espírito reinante na época bem se define na despedida deles da Itália:
“Nós, italianos trabalhadores, alegres partimos para o Brasil, e vós que ficais, ó donos da Itália, trabalhai empunhando a enxada, se quereis comer !”
Uma longa história e muito cara aos imigrantes de Leopoldina.